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Ano: 2019
1
Patricia Affonso Gaspar
2019
Curitiba, PR
2
Editora São Braz
Rua Cláudio Chatagnier, 112
Curitiba – Paraná – 82520-590
Fone: (41) 3123-9000
Conselho Editorial
D.r Alex de Britto Rodrigues / D.ra Diana Cristina de Abreu /
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.r Gilian Cristina Barros / D.r Jefferson
Zeferino / D.r João Paulo de Souza da Silva / D.ra Marli Pereira de Barros
Dias / D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.r Wilma de Lara Bueno /
D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia
Revisão de Conteúdos
Luis Gabriel Venânvio Souza
Parecerista Técnico
Luis Gabriel Venânvio Souza
Designer Instrucional
Sérgio Antonio Zanvettor Júnior
Revisão Ortográfica
Alexandre Kramer Morgenterm
Desenvolvimento Iconográfico
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério
FICHA CATALOGRÁFICA
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!
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Sumário
Prefácio ......................................................................................................... 06
Aula 1 – Conceitos de tecnologia, educação e cultura das mídias ................. 07
Apresentação da Aula 1 ................................................................................ 07
1.1 - A ideologia dos sistemas tecnológicos ............................................ 07
1.2 - Desenvolvimento da tecnologia digital ............................................ 11
1.2.1 - Cultura das mídias digitais ........................................................... 15
1.3 - As tecnologias digitais e a exclusão social ...................................... 17
Conclusão da aula 1 ...................................................................................... 20
Aula 2- Relações entre tecnologia e educação .............................................. 21
Apresentação da aula 2 ................................................................................. 21
2.1 - Educação e cultura digital ............................................................... 21
2.2 - A utilização das TIC na educação brasileira .................................... 24
2.2.1 - A apropriação das TICs pelos docentes ....................................... 27
2.2.2 - Os professores e os nativos digitais ............................................. 29
Conclusão da aula 2 ...................................................................................... 32
Aula 3 - A mídia-educação e a formação de professores ............................... 33
Apresentação da Aula 3 ................................................................................ 33
3.1 - Educação para e por meio das mídias ............................................ 33
3.2 - Mídia educação na formação de professores ................................. 38
Conclusão da aula 3 ...................................................................................... 44
Aula 4 - Recursos midiáticos na educação .................................................... 45
Apresentação da aula 4 ................................................................................. 45
4.1 - A interatividade na aprendizagem .................................................. 45
4.1.1 - Formas de aprender e formas de ensinar .................................... 46
4.2 - A internet e os games na educação ................................................ 50
Conclusão da aula 4 ...................................................................................... 55
Índice Remissivo ........................................................................................ 56
Referências ............................................................................................... 57
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Prefácio
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Aula 1 – Conceitos de tecnologia, educação e cultura das mídias
Apresentação da aula 1
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do que diz o senso comum, a tecnologia não é neutra; ela é impregnada de
ideologia, na medida em que é construída a partir de visões altamente políticas
de como o mundo deveria funcionar. Ainda que tenham contribuído para o
aumento do bem-estar das pessoas, os avanços tecnológicos muitas vezes
reproduzem desigualdades e o domínio de alguns grupos sobre os outros.
Autores dos estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) afirmam que
avanços tecnológicos que incluam democraticamente os diversos atores sociais
só podem ser realizados em oposição à ordem dominante.
Saiba mais
Vocês podem estar se perguntando de que forma a tecnologia pode fazer mal
às pessoas. A poluição e o esgotamento dos recursos naturais são um bom
exemplo disso. Assista ao vídeo disponível no link: https://www.youtube.com/wa
tch?v=7qFiGMSnNjw
8
Curiosidade
Ok! Mas será que as novas tecnologias também seguem essa lógica? Sim! No
livro Design for the real world, Papanek (1972) afirma que a aceleração artificial
dos desejos do consumidor trouxe danos severos para as pessoas e para o meio
ambiente durante o século XX.
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da obsolescência artificial e estética, que vem provocando uma série de efeitos
negativos para a sociedade e para o meio ambiente.
Portanto, é necessário abandonar a visão reducionista de que a
tecnologia está descontextualizada da sociedade, como se o desenvolvimento
tecnológico fosse autônomo e neutro. Também é necessário evitar a visão
determinista de que a “tecnologia provoca mudanças sociais”, como se não
houvesse uma série de negociações e decisões humanas que precedem o
desenvolvimento tecnológico.
Um sistema tecnológico não é composto apenas de máquinas, processos
produtivos e de informação, mas também de pessoas e organizações que
refletem a economia, a política e a cultura de uma determinada época. Podemos
afirmar, portanto, que um sistema tecnológico possui uma dimensão social e
histórica. Compreender que a tecnologia é moldada por aspectos sociais e
culturais é fundamental para pensarmos o desenvolvimento tecnológico para
além do reducionismo técnico.
Saiba mais
Poucos conceitos evocam com tanta clareza as incertezas da condição humana
nesta mudança de milênio quanto os de ciência, tecnologia e sociedade. Leia
mais sobre o assunto, disponível no link: https://www.oei.es/historico/salactsi
/Livro_CTS_OEI.pdf
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A inclusão democrática de todos os atores sociais
Fonte: https://videohive.net/item/social-network-connection-background/21532137
Reprodutível;
Difusão;
Disponível;
Acesso;
Conexão contínua.
11
A tecnologia do acesso dos anos 1990, se caracteriza pelo início da
convergência entre os computadores e as telecomunicações: mouse, modem e
software. Enquanto as tecnologias da informação envolvem recursos de
computação que servem para produzir, armazenar e transmitir informações, as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) são um sistema que integra
hardwares, softwares, rede e dispositivos móveis para processar a informação e
auxiliar a comunicação. Em resumo, as TICs são um resultado da convergência
entre as tecnologias da computação com as tecnologias da comunicação. Dessa
forma, a informática, o audiovisual e as telecomunicações convergem para uma
rede de comunicação mundial, sendo a Internet seu principal exemplo.
A tecnologia de conexão contínua se inicia no final dos anos 1990 e se
difunde no início do século XXI, em decorrência da internet de alta velocidade.
Essa tecnologia é representada pelos smartphones e tablets. As linguagens que
envolvem esses dispositivos móveis de conexão contínua são cada vez mais
fluidas e hipertextuais.
Curiosidade
Web é uma palavra inglesa que significa teia ou rede. O significado de web
ganhou outro sentido com o aparecimento da internet. A web passou a designar
a rede que conecta computadores por todo mundo, a World Wide Web (WWW).
Web pode ser uma teia de aranha ou um tecido e também se utiliza para designar
uma trama ou intriga. A web significa um sistema de informações ligadas por
meio de hipermídia (hiperligações em forma de texto, vídeo, som e outras
animações digitais) que permitem ao usuário acessar uma infinidade de
conteúdos por meio da internet. Para tal é necessária ligação à internet e um
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navegador (browser) onde são visualizados os conteúdos disponíveis. São
exemplos de navegadores: Google Chrome, Safari, Mozilla Firefox, Internet
Explorer, Opera, entre outros.
Vocabulário
HTML é a sigla de HyperText Markup Language, expressão inglesa que significa
Linguagem de Marcação de Hipertexto. Consiste em uma linguagem de
marcação utilizada para produção de páginas na web, que permite a criação de
documentos que podem ser lidos em praticamente qualquer tipo de computador
e transmitidos pela internet.
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Web 1.0, 2.0 e 3.0
Fonte: https://www.idealmarketing.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/10/o-que-e-
web-3-0-impacto.jpg
A Web 2.0, também chamada de web social, foi marcada pela ampliação
da interatividade dos usuários. Mais do que meros receptores, os usuários
passaram a ser produtores de conteúdo. Os portais passaram a ter chats e
fóruns de discussão e as primeiras mídias sociais começaram a se popularizar.
A presença das empresas na internet deixou de ser optativa e passou a ser
praticamente obrigatória. Mais do que portais corporativos, era necessário
desenvolver e-commerces que levaram as empresas a alcançar um novo padrão
de logística e operações.
De acordo com Tonéis (2017), o termo Web 2.0 foi criado pelo especialista
Tim O’Reilly, que classificou essa nova forma de utilizar a internet em “web como
plataforma”. Na Web 2.0, as empresas passaram a entender que, ao invés de
investir nas velhas fórmulas de propaganda, era necessário desenvolver
conteúdos interessantes e compartilháveis para estabelecer espaços de
diálogo com o público consumidor.
A Web 3.0, por sua vez, é uma internet que surge com a convergência de
várias tecnologias que já existem e que estão sendo utilizadas ao mesmo tempo
para satisfazer as necessidades do usuário de forma mais personalizada. A
Internet não está presente somente nos computadores e smarthphones, mas em
nossas smart TVs, relógios e outros objetos de uso diário.
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Nuvem de palavras para o termo Web 3.0
Fonte: acervo do autor (2019).
Saiba mais
A internet 4.0 intensificou ainda mais a comunicação e armazenamento de
dados. Foi por meio dessa evolução, a comunicação sem fio (wireless) passou
a se proliferar. Em qualquer hora, em qualquer lugar do planeta, a Integração e
interação acontece em tempo real. Uma era em que a inteligência artificial fará
parte do cotidiano dos internautas. Para mais informações acesse o link
disponível: https://usemobile.com.br/web-4-0-quais-sao-as-expectativas-para-
o-futuro-da-rede/
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meios de comunicação. São exemplos da cultura das mídias as novelas, os
programas, as séries e animações produzidas para a TV; filmes exibidos no
cinema e na televisão; jogos de videogame, música e informações veiculadas
em rádio.
As vivências dos usuários na Web produzem a chamada cultura das
mídias digitais, ou somente Cultura Digital, que reorganizou as relações
sociais mediadas pelas tecnologias digitais, provocando mudanças na vida das
pessoas nas mais diversas dimensões. A cultura digital modificou os costumes,
as formas de se comunicar e até de namorar das pessoas. Além disso, com a
chegada Web 2.0, produtores e consumidores de mídia que antes ocupavam
posições distintas passam a interagir e a participar ativamente do
desenvolvimento do conteúdo das novas mídias.
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vídeo cassetes, CDs e DVDs. Por fim, a terceira convergência ocorre nos
conteúdos midiáticos e no próprio cérebro das pessoas. Hoje é possível assistir
a um concerto em tempo real, sem que seja necessário sair de casa. É
importante notar que os velhos meios de comunicação (cinema, teatro, rádio e
TV) não estão sendo substituídos, e sim sobrepostos. As tecnologias não estão
anulando os meios tradicionais, estão multiplicando as formas de acesso e de
consumo desse conteúdo.
A cultura digital é constantemente alimentada pelas diferentes
modalidades de comunicação off-line, pela cultura das artes, da música, da TV
e do cinema, ao mesmo tempo em que cria uma linguagem e um sistema de
referências próprio, que é fruto da vivência dos usuários. Atualmente, a cultura
digital é um universo de códigos próprios que produz alguns usuários eruditos e
outros analfabetos, às vezes morando sob o mesmo teto.
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pessoas a valorizarem singularidades e características típicas das culturas
locais.
Ao mesmo tempo que aproxima e unifica, a globalização produz
contrastes e divisões. É um fenômeno que age de forma desigual conforme a
região e o estrato da população. Somente as pessoas que dispõem de internet
e de dispositivos inteligentes como computadores e smarthphones podem
usufruir dos benefícios desse fluxo de informação internacional.
De acordo com o geógrafo Milton Santos, a globalização estrutura um
novo espaço geográfico que concentra ciência, tecnologia e informação. Santos
denomina esse novo território como meio técnico-científico-informacional,
que abrange grandes áreas da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, e que
se manifesta em pequenas áreas de países em desenvolvimento, como o Brasil.
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economia globalizada apenas como fornecedoras de matérias-primas e de mão
de obra barata.
Importante
No Brasil, segundo o IBGE, mais de 190 cidades do Norte e do Nordeste sofrem
com a falta de infraestrutura nesse sentido. Em Prainha, no Pará, apenas 0,01%
possui algum tipo de conexão com a web. Segundo a pesquisa da UIT, as
guerras, os climas extremos e a desigualdade social são alguns dos fatores que
impossibilitam que a internet se estabeleça em algumas regiões.
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o uso do smartphone ainda não é tão abrangente. Pessoas mais idosas ou que
possuem baixa renda familiar e menor grau de instrução são as que menos
acessam a Internet. Considerando a estratificação etária, 40% das crianças e
adolescentes de 9 a 17 anos conseguem acessar a internet pelo menos uma vez
ao dia.
Conclusão da aula 1
Chegamos ao termino desta aula, pode-se ver que a tecnologia deve ser
compreendida de forma ampla, não somente como artefato, mas como
conhecimento científico. A tecnologia não é neutra, já que, na maioria das vezes,
reproduz os modos de pensar de grupos dominantes, podendo contribuir para o
aprofundamento das desigualdades sociais.
Pensar criticamente o desenvolvimento tecnológico pode ser uma boa
forma de evitar a repetição desses erros. A inclusão democrática de todos os
grupos que são impactados pela tecnologia pode ser uma oportunidade para
reorientar o desenvolvimento tecnológico na direção da qualidade
compartilhada, ou qualidade social. As novas tecnologias devem conciliar as
demandas econômicas, sociais e ambientais, buscando produzir valor para a
sociedade como um todo.
Você viu também a respeito da cultura das mídias digitais que é
constituída de uma linguagem e de um sistema de referências próprio, que
advém da convergência das culturas dos meios de comunicação off line
adicionada pela vivência dos usuários no ambiente online. Atualmente, a cultura
digital é um universo de códigos próprios que produz, ao mesmo tempo, um novo
tipo de erudição e de analfabetismo.
Atividades de aprendizagem
20
Aula 2- Relações entre tecnologia e educação
Apresentação da aula 2
21
Quanto à questão das desigualdades no contexto da Educação e também
sobre o papel das TICs no ensino contemporâneo, Bourdieu (2007) elabora os
conceitos de capital cultural e capital social para explicar as desigualdades do
desempenho escolar de crianças provenientes de diferentes classes sociais.
Para o sociólogo, o sucesso ou o fracasso escolar dependem muito mais do
capital cultural investido na criança do que nas ditas aptidões naturais do
indivíduo.
Basicamente, o capital cultural consiste nos ativos ou recursos sociais de
um indivíduo. O termo abrange a educação escolar e, principalmente, a
educação familiar, de onde o indivíduo herda seus modos, seu intelecto, seu
estilo de vestir, o estilo da linguagem oral e escrita. São ativos que permitem ao
indivíduo ascender socialmente em uma sociedade estratificada, herdando
assim essas características, não sendo inatas e sim aprendidas culturalmente.
Para Bourdieu (2007), o sucesso do desempenho escolar é resultante
muito mais do capital cultural que a família investiu na criança, do que da
educação formal que ela recebe no sistema de ensino escolar. Além disso, terão
maiores rendimentos econômicos os alunos que não somente detém um capital
cultural elevado, mas que também dispõem de um capital social também
herdado da família de pessoas bem relacionadas que podem abrir acesso às
melhores oportunidades no mercado de trabalho.
O capital cultural existe sob três formas:
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No estado institucionalizado: é o capital cultural sob a forma de
certificados e diplomas.
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Note que a compreensão e o saber utilizar as TICs, são aspectos cruciais
para a alfabetização digital. Em uma época em que o conteúdo pode ser
produzido por qualquer pessoa que tenha acesso a artefatos digitais que possam
auxiliar nesse processo, como smarthphones e computadores, é necessário que
as pessoas saibam filtrar e selecionar o conteúdo que será consumido e, por
vezes, apropriado por elas.
Mídias
Assista ao vídeo para entender mais a respeito das fake news, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=MSJRfJf5Z-s
24
de se apropriar e de produzir informações. De acordo com Luz e Muzi (2014), a
informação tem o poder de transformar “a vida de homens e mulheres, alunos e
alunas, sendo responsabilidade pedagógica de professoras e professores
pensar como utilizá-la em sala de aula para construção do conhecimento com
mais qualidade”. Diante dessa realidade, o acesso rápido a informações
atualizadas provenientes de fontes éticas e seguras são fundamentais, tanto
para o aprendizado quanto para a prática docente.
Ao longo dos últimos 30 anos, a utilização das TIC na Educação vem
evoluindo de uma concepção instrumental para uma concepção de comunicação
educacional integradora que considera tanto a dimensão instrumental quanto a
dimensão conceitual. Para Sousa (2016), a questão em torno da utilização das
TIC na educação não é necessariamente decorrente da EaD. O desenvolvimento
da EaD e de suas diferentes modalidades de interlocução e distribuição é que
estão historicamente ligados ao desenvolvimento das tecnologias.
Saiba mais
Para mais informação a respeito da história da EaD no Brasil, acesse o vídeo
disponível no link: https://blog.raleduc.com.br/2016/05/13/infografico-ead-histo
ria-no-brasil/
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De acordo com os resultados da pesquisa TIC Educação (2017), podemos
concluir que um dos problemas centrais da educação brasileira é a falta de
investimento em infraestrutura nas escolas. Além disso, muitas das escolas que
dispõem de acesso à internet possuem conexões muito lentas que inviabilizam
o uso da Internet em sala de aula.
Saiba mais
Para uma melhor compreensão dos princípios fundamentais de ser tecnológico,
leia na íntegra o livro TIC Educação, Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de
Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras, disponível no link:
https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/tic_edu_2017_livro_eletronico
.pdf
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públicas de áreas urbanas e 50% daqueles que estudam em escolas particulares
afirmaram acessar a Internet na escola”. (TIC EDUCAÇÃO, 2017).
Para reduzir as desigualdades, é necessário ampliar e melhorar as
opções de conectividade. Na medida em que o acesso à informação está
diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico, é necessário que o
governo construa e amplie a infraestrutura tecnológica, sendo este um elemento
central para a aprendizagem móvel. É fundamental também que os governos
busquem fornecer acesso equitativo à conectividade móvel. Um estudante que
não pode usar uma rede móvel, seja por razões econômicas ou geográficas,
permanecerá excluído dos novos espaços técnicos-informacionais que abrem
acesso a oportunidades de aprendizagem e ao futuro profissional (Unesco,
2014).
Além disso, há uma forte desigualdade de gênero no acesso às TICs. De
acordo com a Unesco (2014) existem aproximadamente 300 milhões de homens
a mais do que mulheres que possuem telefones celulares nos países de baixa
renda. Devido às características culturais dos países pobres, os homens têm
mais acesso e facilidade para utilizar melhor as tecnologias móveis do que as
mulheres.
A Unesco recomenda que os governos façam um diagnóstico da atual
infraestrutura de TIC e tracem metas realistas para melhorá-la. É necessário
também baratear o acesso as redes, especialmente em instituições educacionais
como escolas, universidades e bibliotecas, mesmo que isso signifique fornecer
subsídios integrais ou parciais, para o acesso a serviços móveis de dados e
banda larga. Para reduzir as desigualdades de gênero, os formuladores de
políticas públicas devem elaborar estratégias que estimulem as meninas a
utilizar smartphone e outros artefatos tecnológicos.
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Percentual de professores que realizam atividades com o uso das TICs
Fonte: https://www.cetic.br/media/analises/tic_educacao_2017_coletiva_de_imprensa
.pdf
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Comparação entre professores de escolas públicas e privadas para o uso das
TIC´s
Fonte: https://www.cetic.br/media/analises/tic_educacao_2017_coletiva_de_imprensa
.pdf
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sequência linear; preferem gráficos a textos. São jovens movidos pelo prazer
instantâneo e pelas recompensas frequentes.
Nativos digitais
Fonte: https://meumundopersonalizado.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/02/6918
0-uso-da-tecnologia-e-crianca-como-criar-uma-sinergia-saudavel-604x270.jpg
Para Tonéis (2017), aqueles que não nasceram no mundo digital, mas em
algum momento foram inseridos nesse universo, são chamados imigrantes
digitais. São pessoas que tiveram que adaptar-se às novas ferramentas digitais,
seu modo de trabalhar e de se relacionar com o mundo. Podemos concluir que
muitas das tensões que se observam no ambiente escolar derivam dessa
dissonância entre imigrantes e nativos digitais no que se refere à linguagem, aos
modos de pensar e de agir. Muitas vezes, professores e coordenadores
pedagógicos só conseguem inserir as tecnologias digitais na estrutura do
sistema escolar que eles conhecem: como um canal de transmissão de
informação.
Sabemos que a maior preocupação dos professores, fora da sala de aula,
recai sobre o planejamento e a elaboração do conteúdo a ser ministrado. As
novas tecnologias são empregadas de forma puramente instrumental na
formatação e na transmissão de conteúdo. Isso explica porque a tecnologia é
vista como uma etapa consecutiva e não como um elemento integrado ao
conteúdo didático. Na medida em que são vistas como uma ferramenta de
formatação e transmissão de conteúdo, as TICs são utilizadas apenas para
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reproduzir a forma tradicional de ensinar, na qual o professor fala e os alunos
apenas ouvem.
Para Luz e Muzi (2014) os professores tendem a resistir à inovação
tecnológica e demonstram-se pouco favoráveis a uma formação tecnológica. Ao
mesmo tempo que faltam aos docentes a capacitação e a fluência necessárias
para a utilização das TICs, observamos os alunos cada vez mais
desinteressados no modelo clássico baseado na transmissão de informação.
Perde-se a oportunidade de utilizar as TICs como espaços de diálogo de ensino-
aprendizagem e de modificar o cotidiano da sala de aula por meio de diferentes
práticas pedagógicas.
Modificar antigos paradigmas e implementar novos métodos requer
mudança de atitudes e uma forma de pensar completamente diferente do modelo
dominante. Educar, portanto, não pode se basear somente na transmissão de
informações. O que importa, na verdade, é garantir que os alunos sejam capazes
de assimilar e processar a informação de forma crítica, para poder utilizá-la na
solução de problemas. É importante, entretanto, que não percamos o foco: a
tecnologia deve ser utilizada na educação não como um recurso motivador e
ilustrativo, mas como potencializadora do conhecimento. As aulas não devem
perder o seu significado científico, objetivo, dialógico e crítico na construção do
conhecimento. (BARROS, 2008).
A sala de aula e os novos espaços de diálogo abertos pelas TICs devem
ser vistas como oportunidades de interação e de construção de conhecimento.
É necessário abandonar a ideia de que o professor é o único detentor do
conhecimento e de que a informação deve fluir em uma única direção; o
professor é, na verdade, o facilitador do acesso ao conhecimento, tanto ele
quanto o aluno assumem simultaneamente o papel de emissor e receptor de
informação.
A resistência à utilização das tecnologias em sala de aula alimentam
ações antipedagógicas que desmotivam os alunos. É necessário que as práticas
educacionais acompanhem o ritmo das transformações que vivemos em nossa
sociedade, fazendo com que a prática docente seja transformadora e atraente
para professores e alunos (LUZ; MUZI, 2014). As TICs representam assim,
oportunidades de atender à necessidade dos alunos por aulas mais
interessantes e interativas, e de romper com um sistema já desgastado.
31
Conclusão da aula 2
32
e de que a informação deve fluir em uma única direção. As TICs representam
uma ótima oportunidade de romper com o velho sistema e atender aos anseios
dos alunos por aulas mais interessantes e interativas.
Atividades de aprendizagem
Compare a aula que você teve com a última aula presencial que você teve na
escola e em outra universidade. Quantas tecnologias e mídias foram utilizadas
em cada aula e de que forma elas foram utilizadas? De que forma as TICs
foram utilizadas em cada aula? Para transmitir informações ou foram
integradas ao conteúdo didático?
Apresentação da aula 3
33
a educação continua presa a um sistema em que prevalece o rigor da linguagem
escrita por meio de livros, artigos e exposição oral da informação.
Saiba mais
Em 2014, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(Unesco) publicou as Diretrizes de políticas da Unesco para a Aprendizagem
Móvel (Unesco, 2014), em que recomenda aos países que repensem suas
políticas de utilização de dispositivos móveis em sala de aula, disponível no link:
http://www.bibl.ita.br/UNESCO-Diretrizes.pdf
Saiba mais
De acordo com o projeto de lei 2.247 de 2007, é vedada o uso de aparelhos
eletrônicos portáteis sem fins educacionais em salas de aula ou quaisquer
outros ambientes em que estejam sendo desenvolvidas atividades educacionais
nos níveis de ensino fundamental, médio e superior nas escolas públicas no
País, disponível no link: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mos
trarintegra?codteor=517286
34
No novo contexto social, a integração da educação com as TICs torna-se
um importante fator para a formação de pessoas que exercem ativamente a sua
cidadania. A alfabetização possibilita a consciência, a compreensão do mundo e
a participação cidadã. A inclusão digital deve garantir que todas as pessoas
possam se apropriar das TICs de forma crítica, para buscar a emancipação e a
construção da cidadania. A mídia educação deve, portanto, atender a essa
necessidade de afluência da educação para a cidadania.
Além disso, é importante frisar que estamos educando nossos alunos para
serem produtores da informação e não apenas receptores críticos. Educar,
portanto, não se limita somente à transmissão e repetição de informações, para
que elas fiquem retidas na memória do aluno. É necessário que a cultura das
mídias seja integrada à educação para que a escola possa ser um espaço de
formação crítica para a emancipação do sujeito. Mais do que educar com as
mídias, em que a mídia é utilizada apenas como instrumento de apoio para o
professor, é necessário pensar na educação para e por meio da mídia.
A educação com as mídias trata a tecnologia de forma puramente
instrumental. Nesta perspectiva, a mídia é vista como um recurso a ser utilizado
pelos professores para otimizar o tempo que seria gasto com a escrita na lousa
e também para enriquecer a ilustração do conteúdo. É importante notar que
mesmo em ambientes que dispõem da tecnologia mais atual, podem existir
docentes que privilegiam uma educação transmissiva, em que eles falam e os
alunos apenas ouvem.
Já a educação para as mídias, também conhecida como mídia-
educação, tem como objetivo desenvolver competências para a análise crítica
de mensagens, seja em notícias ou entretenimento, a fim de reforçar as
capacidades dos indivíduos autônomos e usuários ativos (Unesco, 2007, p. 2).
Em outras palavras, a educação para a mídia diz respeito à apropriação crítica
das tecnologias e do conteúdo informativo das mídias. Nessa perspectiva,
estamos rompendo com a lógica de proibição da utilização das TICs nos
processos de ensino e aprendizagem, e, ao mesmo tempo, propondo o
desenvolvimento de um olhar crítico sobre as tecnologias e as mídias.
A educação para as mídias envolve analisar o conteúdo e a forma dos
textos midiáticos, e refletir sobre os contextos sociais em que eles são
produzidos e consumidos (FANTIN, 2013). Quando Fantin fala em “refletir sobre
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os contextos sociais em que eles são produzidos e consumidos”, significa, por
exemplo, esclarecer que as tecnologias e as mídias não são neutras, já que elas
são desenvolvidas a partir de visões altamente ideológicas de como a sociedade
deveria funcionar.
Mídias
Recomendo que você assista ao documentário Além do cidadão Kane,
produzido pela BBC de Londres, sobre a hegemonia da Rede Globo de Televisão
no Brasil, publicado em 3 de maio de 2012.
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possam desenvolver sua própria visão crítica. Na educação para as mídias, as
mídias são vistas como uma oportunidade de expandir o potencial da própria
educação.
Por fim, a educação por meio da mídia significa “incentivar a produção,
a criatividade e interatividade nas diferentes áreas da mídia e comunicação”
(Unesco, 2007, p. 2). Essa última dimensão diz respeito, sobretudo, à habilidade
de produção na escola, onde a educação acontece. Nessa dimensão, os alunos
aprendem a usar as TICs para pesquisar, processar, desenvolver e criar um
conhecimento alinhado à nossa realidade social, cultural e econômica, que tenha
como objetivo principal a formação cidadã.
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devem ser preparados para administrar o processo de construção do
conhecimento, não somente no ambiente escolar. Esse processo de
aprendizagem deve ser pensado como uma ação continuada que acompanha
os indivíduos ao longo da vida.
Mídias
Assista ao vídeo sobre alguns fatos surpreendentes sobre o mundo digital, a
evolução da tecnologia da informação e as mudanças na sociedade e nos
negócios do mundo. Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=b
TM06NZOyDQ
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Criada em 2007 para promover a mídia-educação, a Agenda de Paris,
elaborou uma série de recomendações de ações prioritárias, sendo cinco delas
voltadas à formação de professores:
O papel do professor
Fonte: https://blog.conexiaeducacao.com.br/conheca-os-pros-e-contras-da-tecnologia-
na-sala-de-aula/
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educativas, é necessário, além do investimento em infraestrutura, desmistificar
o uso das tecnologias em sala de aula. Entretanto, deve-se buscar um equilíbrio
na utilização dos recursos midiáticos, evitando tanto a tecnofilia quanto a
tecnofobia:
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É necessário, portanto, repensar a formação de professores para que
estes possam desenvolver competências e habilidades, tanto na formação inicial
quanto na continuada. As competências podem ser definidas como uma
mobilização de conhecimentos e esquemas que são utilizados pelo indivíduo
para desenvolver soluções inéditas para diferentes problemas. A habilidade está
ligada ao saber fazer. Compreender fenômenos, analisar, processar e relacionar
informações são exemplos de habilidades. É necessário, portanto, que os
professores desenvolvam uma competência que lhes permita trabalhar com as
tecnologias com ações que potencializem a reflexão diante de novas situações-
problema.
A ideia é a de que tanto a formação inicial quando a formação continuada
preparem os professores para desenvolverem competências e habilidades
integradas ao atual contexto social, cultural e tecnológico. De acordo com Fantin
(2012), o currículo da formação de professores deve contemplar a comunicação,
a cultura das mídias e as novas tecnologias, para que o profissional possa
desenvolver uma relação emancipatória com as mídias. É necessário que o
professor se sinta capacitado para educar os alunos para as mídias e por meio
das mídias, a partir de uma abordagem crítica, instrumental e expressivo-
produtiva (RIVOLTELLA, 2002).
Na atualidade, os alunos tendem a ser mais questionadores e menos
satisfeitos em relação ao que é imposto pelos moldes tradicionais da educação.
É necessário que o professor, imigrante digital, conheça o percurso que o
estudante faz para construir a aprendizagem. Nesse sentido, é importante
ressaltar que muitos professores não possuem referências da cultura digital atual
que os permita selecionar os estímulos para usar em aula.
Entretanto, ainda que faltem referências em relação à games, animações
e outros conteúdos que interessam aos alunos, grande parte dos professores
transita com grande facilidade pelas novas mídias (Facebook, Youtube,
Instagram) para uso pessoal. Para Fantin (2012), a formação inicial pode
contribuir para problematizar essa questão, pois é necessário que o professor
construa essa competência para ser utilizada no dia a dia.
41
Fragmentos da Cultura digital
Fonte: https://startupi.com.br/2018/04/apps-precisam-ser-a-traducao-de-uma-experien
cia-real/seo-apps/
42
Em outras palavras, um curso não é a prática docente, mas a teoria sobre a
prática docente. A formação do professor deve conduzi-lo a uma prática social
crítica, baseada na ação-reflexão-ação.
Para Freire (1996), a ideia de formação continuada parte da “condição de
inacabamento do ser humano e a consciência desse inacabamento”. Para esse
autor, a formação continuada baseia-se em um processo contínuo do
desenvolvimento profissional do professor perante a interligação entre sua
formação inicial e sua vivência prática, ao longo do exercício da sua profissão.
De acordo com Freire (1996), a formação continuada tem como objetivo
incentivar a apropriação de saberes rumo a uma autonomia que o leve de fato a
uma prática crítico-reflexiva como podemos ver:
43
ideológico da educação, corremos o risco de achar que a tecnologia é solução
para tudo, sem considerar problemas e limitações profundamente enraizados na
educação brasileira.
A formação de professores deve, portanto, estimular debates na esfera
ideológica que busquem reforçar os objetivos e as prioridades da educação. A
atividade docente requer consciência e posicionamento crítico em relação à
utilização dos recursos midiáticos. Para Rosa e Silva (2016), a inserção de
recursos midiáticos deve ser definida de acordo com os planejadores das
políticas educacionais, mas, sua concretização se faz na prática, no campo da
ação de professores e alunos.
Conclusão da aula 3
Vimos nessa aula que a inclusão digital deve garantir que todas as
pessoas possam se utilizar das TICs de forma crítica, para buscar a
emancipação e a construção da cidadania. Estamos educando nossos alunos
para serem produtores da informação e não apenas receptores críticos.
É necessário que a cultura das mídias seja integrada à educação para
que a escola possa ser um espaço de formação crítica para a emancipação do
sujeito. Mais do que educar com as mídias, em que a mídia é utilizada apenas
como instrumento de apoio para o professor, é necessário pensar na educação
para e por meio da mídia.
A educação para a mídia diz respeito à apropriação crítica das tecnologias
e do conteúdo informativo das mídias. Na educação por meio das mídias, os
alunos aprendem a usar as TICs para pesquisar, processar, desenvolver e criar
um conhecimento alinhado à nossa realidade social, cultural e econômica.
Terminamos a aula falando sobre a importância de se inserir a mídia-
educação na formação dos professores. A ideia é a de que tanto a formação
inicial quando a formação continuada prepare os professores para desenvolver
competências e habilidades integradas ao atual contexto social, cultural e
tecnológico. É necessário que o professor se sinta capacitado para educar os
alunos para as mídias e por meio das mídias, a partir de uma abordagem crítica,
instrumental e expressivo-produtiva.
44
Atividades de aprendizagem
Apresentação da aula 4
45
Além disso, as mídias possibilitam novos modos de perceber a realidade,
de aprender, de produzir e difundir conhecimentos e informações. São
importantes para as novas gerações, na medida em que funcionam como
instituições de socialização, uma espécie de “escola paralela” (BÉRVOT;
BELLONI, 2009). A seguir, iremos discutir a interatividade no aprendizado e
veremos que não existe apenas uma, mas diversas formas de aprender.
Mídias
Existem diversas metodologias para identificar os estilos de aprendizagem,
disponível no link: http://vark-learn.com/the-vark-questionnaire/the-vark-questio
nnaire-for-younger-people/
46
alunos precisam fazer anotações escrever e reescrever o que
aprenderam, e formular resumos.
Aural: é a pessoa que memoriza a palavra falada. Esse é um aluno
que aprende assistindo a aula, ouvindo a exposição oral dos
professores, participando de seminários e discussões, e explicando
verbalmente o que aprendeu.
Cinestésico: é o aluno que prefere aprender fazendo. Para essas
pessoas, as informações adquirem valor quando podem ser
vivenciadas em experiências práticas. É preciso fazer/praticar para
que se possa compreender.
Tipos de aprendizagem
Fonte: https://medicina10blog.wordpress.com/2016/12/15/estilos-de-aprendizagem-des
cubra-qual-e-o-seu/
47
Conhecer o estilo de aprendizagem predominante do aluno permite ao
professor não somente utilizar os recursos certos para potencializar a
assimilação e a retenção da informação, mas também estimular o
desenvolvimento dos outros estilos de aprendizagem menos predominantes ou
com os quais os alunos possuem maior dificuldade.
É importante ressaltar que o aluno pode utilizar estilos diferentes
dependendo da situação ou do objeto de estudo. Cabe também lembrar que
esses estilos não são a única variável a ser considerada no processo de
aprendizagem; não podem, portanto, ser o único elemento a ser considerado no
planejamento da educação.
De acordo com Antônio Junior (2015), o conhecimento pode ser definido
como uma construção social realizada a partir das capacidades cognitivas do ser
humano e da sua interação com o meio. As relações entre a pessoa e o meio
implicam num processo de construção permanente que resulta na formação de
estruturas de pensamento. Em outras palavras, o sujeito constrói seu
conhecimento em interação com o meio a partir de suas próprias ações.
Entretanto, as relações entre homem e mundo não ocorrem diretamente,
mas são mediadas por instrumentos ou signos fornecidos pela cultura. De acordo
com Vygotsky (2000) o sistema simbólico fundamental na mediação sujeito-
objeto é a linguagem humana, instrumento de mediação verbal que tem na
palavra a sua unidade básica.
Mediação verbal
Fonte: https://www.educamundo.com.br/blog/comunicacao-linguagem-curso-online
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experiências (ANTONIO JUNIOR, 2015). Dessa forma, podemos concluir que a
criança não aprende pelo que é dito/transmitido a ela, mas pela relação que ela
faz entre aquilo que ela vê/ouve/lê e sua própria experiência com o mundo. Isso
nos faz pensar na questão da interatividade.
Para Antônio Junior (2015), as características da aprendizagem e o uso
da tecnologia são inter-relacionados, são interativos e interdependentes. A
interatividade pressupõe a comunicação bidirecional, dialógica, e não a
comunicação unidirecional que separa emissores e receptores. O aprendizado
por meio da interatividade adquire força na “era da informação”, na medida em
que as TICs fornecem uma interface de diálogo e não somente de recepção de
informação.
Aprendizado dialógico
Fonte: https://lehliimarslp.wordpress.com/category/sem-categoria/
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midiáticas desconexas que não permitem ao aluno uma construção de sentido,
pelo contrário, as mídias devem ser utilizadas para potencializar o aspecto
científico, objetivo, dialógico e crítico que uma aula deve ter.
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Mídias
A teoria do divertimento: uma iniciativa de um fabricante de automóvel. Esta é
uma de uma série de experimentos para uma nova campanha desta marca. Dê
uma olhada, as escadas do piano são realmente engraçadas. A diversão pode
obviamente mudar o comportamento para melhor, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=SByymar3bds
Também como podemos fazer com que mais pessoas joguem lixo no lixo,
tornando isso divertido? Veja os resultados aqui. A diversão pode obviamente
mudar o comportamento para melhor, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=qRgWttqFKu8
Escada Piano
Fonte: https://cdn4.ecycle.com.br/cache/images/materias/Atitude/2016-04/50-650-degr
aus-escadas-transformam-teclas-piano.jpg
51
O jogo, por sua vez, é diferente da atividade gamificada. O jogo é um
processo e um conjunto específico de ações com metas, regras e sistemas de
feedback. O sistema de feedback é necessário para que o jogador entenda o
quanto ele está progredindo em relação à meta do jogo. O objetivo desse recurso
é manter o jogador motivado e engajado. É importante ressaltar que a
participação no jogo deve ser sempre voluntária.
De acordo com Tonéis (2017), os games estão repletos de
aprendizagens, com descobertas e resoluções de problemas. O autor defende
que os alunos podem aprender com o game por meio da sua ação, pelo uso do
raciocínio lógico e matemático, e pela avaliação das suas decisões, após receber
o feedback do jogo.
Os jogos digitais, quando utilizados sob orientação do professor, podem
contribuir para a aprendizagem do aluno quando reproduzem lugares ou
simulam situações que estimulam as crianças a exercitar a criatividade, o
improviso e o raciocínio lógico. A interação com o jogo permite que o aluno
explore caminhos, teste hipóteses e experimente possibilidades em situações
que talvez ele não tivesse a oportunidade de vivenciar na vida real.
De acordo com Tonéis (2017), mesmo os jogos digitais que não possuem
objetivos educativos, também podem fornecer muitos elementos para reflexão e
produção de conhecimentos. Há inclusive jogos roteirizados a partir de eventos
históricos e que reproduzem lugares reais com uma incrível riqueza de detalhes.
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situações que exigem raciocínio e tomada de decisões. Nesses casos, os alunos
aprendem a lidar com regras que, muitas vezes, são baseadas em
conhecimentos compartilhados socialmente, também a concentração, pois as
situações exigem raciocínio, tomada de decisões e ações. Há também os jogos
que reproduzem cenários reais e que contribuem para a memorização da
informação.
Desenvolvimento sustentável é a proposta de City rain, um jogo em que o
jogador deve fazer escolhas rápidas para oferecer qualidade de vida para os
moradores de uma cidade. O jogo, que parece uma mistura entre SimCity e
Tetris, consiste em escolher e posicionar os prédios que caem do céu. Os
prédios podem ser indústrias, lojas, hospitais, delegacias, escolas, residências,
lixos, praças ou usinas dos tipos eólica, termoelétrica, nuclear, hidrelétrica e
solar.
City Rain
Fonte: https://meiobit.com/uploads_legacy/walck_cr_09_02_09_2.jpg
53
como o exemplo o jogo (Where in the World Is Carmen Sandiego?),
em que o jogador deve descobrir onde está a personagem da
Carmen por meio de dicas sobre localização, clima ou
características culturais.
Advertise game ou jogos propaganda: são jogos mais curtos e
geralmente contextualizados no branding de determinada marca.
Trata-se de propaganda em forma de entretenimento.
Recomendamos aos professores que sejam criteriosos em relação
a esse tipo de jogo, mesmo que ele contenha atividades
construtivas.
Exergames ou jogos de exercício: são jogos que estimulam o
exercício físico. Devido às tecnologias como Kinect, que capturam
os movimentos do jogador, esses jogos dependem de movimentos
sincronizados, como Guitar hero ou Just dance, ou de movimentos
responsivos como Creed e Beat Saber.
Simulations games ou jogos de simulação: são os jogos como
Flight Simulator, utilizado nas escolas de pilotagem. Esses jogos
tendem a ser fiéis na simulação de variáveis gravitacionais, peso,
velocidade e outros elementos da física.
Militainment game ou jogos militares: aliam algumas características
dos jogos de simulação a situações de guerra que exigem
estratégia.
Epistemic games ou jogos epistêmicos: aliam algumas
características dos jogos de simulação, porém contextualizados em
profissões. O jogador assume o papel de um engenheiro,
advogado, médico, eletricista, entre outros.
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Conclusão da aula 4
Atividades de aprendizagem
O indivíduo não aprende pelo que é dito/transmitido a ele, mas pela relação
que ele faz entre aquilo que ele vê/ouve/lê e sua própria experiência com o
mundo. Com base nesta aula discorra com suas palavras como utilizar a
tecnologia em favor do ensino/aprendizagem.
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Índice Remissivo
A apropriação das TICs pelos docentes ........................................................ 27
(Conectividade; educação com e para as mídias; prática pedagógica)
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Referências
FESCINA, D.; Ainda existem lugares sem acesso a internet? Mundo estranho,
tecnologia. Super interessante. Publicado em 25 de maio de 2015. Disponível
em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/ainda-existem-lugares-sem-
acesso-a-internet/>. Data de acesso: 13/08/2019.
LÉVY, P.; A nova relação com o saber. Cibercultura. São Paulo: Editora34, p.
157-167, 1999.
57
RIVOLTELLA, P.C.; Formar a competência midiática: Novas formas de
consumo e perspectivas educativas. Revista Comunicar, n. 25. Huelva, 2005.
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