2022 Em Ação Afirmativa ao redor do mundo, o autor Thomas Sowell, cita que quando analisadas, as ações afirmativas são normalmente jugadas pela teoria, não pela sua ação concreta, esse livro então se tratará de um estudo de 2 anos sobre os efeitos dessas ações (que são cotas, bolsas, etc) em vários países. O autor entende que elas se alicerçam nas condições sociais da atualidade ou em traços históricos de cada nação, sempre fundadas em “um pleito ou suposição de singularidade nacional” (p. 13). Ao fim, conclui pela “existência de um padrão de consequências surpreendentemente similares que se seguem à introdução de políticas de ação afirmativa” (p. 10). Em cada capitulo ele mostra as diferentes ações em cada país como por exemplo, a Índia é a maior sociedade multiétnica do mundo e também a mais fragmentada socialmente. Foi a primeira nação a contar com políticas de ação afirmativa, iniciadas na época da colonização inglesa e depois institucionalizadas na Constituição – a 14ª Emenda à Constituição prescreve tratamento igual para os indivíduos (“discriminação positiva”) –, quando o país se tornou independente em 1947. Idealizada para viger por 20 anos, essa política já foi prorrogada inúmeras vezes. Aliás, na Índia, existem 2 tipos de políticas de preferências, uma delas destinada às minorias nacionais desvalidas e outra, para grupos locais em seus respectivos estados (p. 41-42). Na Malásia, País do Sudeste asiático, independente da Inglaterra desde 1957, abarcava a ilha de Cingapura em sua parte central. Contava com população mista, composta por 50% de malaios, 24% de chineses e 7% de indianos. Classificava 61% da população (os malaios e povos indígenas) como “bumipuretas” (“filhos da terra”), e os elegeu como grupo beneficiário de programas de preferências governo (p. 81-82). Quanto ao Sri Lanka, país situado a cerca de 30 quilômetros ao sul da Índia, ex-colônia britânica do Ceilão, independente desde 1948, sua população conta 3/4 de cingaleses e menos de 1/6 de tâmils. Suas elites eram ocidentalizadas e os líderes políticos do país estavam comprometidos com um estado secular e democrático, reconhecendo os direitos dos cidadãos, independentemente de etnia ou religião – padrão de “viva e deixe viver” (p. 109- 110). Na Nigéria, O autor Thomas Sowell inicia esse capítulo afirmando que a Nigéria, a exemplo de muitas outras nações, emergiu da era colonial, que era uma amálgama de muitas diversificadas comunidades da África Ocidental, fato que teria mais fatídicas explicações para o seu futuro como um Estado multiétnico. A Nigéria possui uma população maior que qualquer país da África, um em cada oito africanos é nigeriano. Internamente, a Nigéria é fragmentada pela etnia (p. 129). Nos Estados Unidos, De acordo com Thomas Sowell, os grupos sociais e as cotas nos Estados Unidos evoluíram de leis que inicialmente procuravam banir a discriminação contra indivíduos –inclusive de leis que repudiavam explicitamente o princípio do grupo de preferências e das cotas. A legislação central dessa evolução foi a Lei dos Direitos Civis de 1964, e o grupo principal, cujos pleitos proporcionaram o ímpeto e o racional desta lei foi o constituído pelos negros. Todavia, assim como em outros países, essas políticas se espraiavam para bem além dos benefícios iniciais. Os negros são apenas 12% da população americana, mas os programas de ação afirmativa se expandiram com os anos para incluir não só outros grupos raciais ou étnicos, mas também mulheres, de forma que agora contemplam a maioria substancial da população dos EUA (p.153-154). Thomas Sowell argumenta, de forma categórica que as faculdades e universidades não foram criadas para distribuir benefícios a requerentes, mas para desenvolver mentes e formar capacitações que sirvam à sociedade como um todo. Os critérios que valem são aqueles que permitem que as instituições cumpram essa responsabilidade. Tal responsabilidade não pode ficar subordinada à impossível tarefa de equalizar possibilidades de sucesso acadêmico para pessoas nascidas e criadas em circunstâncias que prejudicaram seu desenvolvimento, mesmo que isso tenha acontecido independentemente da vontade dessas pessoas e, por conseguinte, não por culpa delas (p.201) Em comparação com esses países, nas minhas pesquisas o de baixa renda e a distribuição de terras e habitação para grupos vulneráveis também são exemplos de ações afirmativas já adotadas há décadas em alguns países. Incluir a obrigadora idade da tem ático a "História e Cultura Afro- Brasileira” na educação básica, pode ser interpretada como um a medida de ação afirmativa, uma vez que tem com o objetivo afirmar o direito à divers idade étnica o -racial na educação escolar, romper com o silenciamento sobre a realidade africana e afro-brasileira nos currículos e práticas escolares e afirmar a história, a memória e a identidade de crianças, adolescentes, jovens e adultos negros na educação básica e de seus familiares. Ensino superior -Cotas e Prouni. No Brasil, o debate sobre o sistema de cotas para o acesso às universidades, teve início nos anos 90 e vem progressivamente sendo ampliado. O sistema de cotas é um mecanismo de ações afirmativas. O sistema de cotas foi criado inicialmente nos Estados Unidos, mas precisam ente em 1960, com o intuito de diminuir e ameniza ar as desigualdades sociais e econômicas entre negros e brancos. No Brasil, o sistema de cotas tornou-se e conhecido, inicialmente pela Universidade do Estado do Rio de Jane iro (UERJ), que foi a primeira universidade do país a criar um sistema de cotas em vestibulares para cursos de graduação por meio de uma lei estadual que estabelecia 50% das vagas do processo seletivo para alunos que vinham de escolas públicas cariocas. Depois da UER J foi a vez da Universidade de Brasília (UnB) implantar um a política de ações afirmativas para negros em seu vestibular de 20 04. A instituição foi a primeira no Brasil a utilizar o sistema de cotas raciais. De lá para cá, outras universidades também foram aderindo às cotas em seus certames, destinando res erva de vagas não só para negros, c o m o também para indígenas, pardos e membros de comunidades quilombolas – por meio de cotas raciais – e também para deficientes e estudantes de baixa renda oriundos de escolas públicas – o que chamamos de cotas sociais, ou seja, em nosso país, teórica ente o sistema de cotas não beneficia exclusiva entre negros. Atualmente, praticam ente todas as instituições de ensino superior públicas destinam vagas para o sistema de cotas em seus processos seletivos. Essa medida fortaleceu-se e ainda mais com a aprovação da lei nº 1 2.711, d e agosto de 2012, conhece ida também com o Lei de Cotas. Por meio dela, as instituições de ensino superior federais tinham até agosto de 2016 para destinarem metade de suas vagas nos processos seletivos para estudantes oriundos de escolas públicas. A distribuição dessas vagas também leva em conta critérios raciais e sociais. Regulam entrada pelo Decreto nº 7.824/2012, es s a lei propõe 25% das vagas para estudantes oriundos da rede pública com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, 25% para candidatos que estudaram integralmente no ensino médio e que possuem renda igual ou superior a 1,5 salário mínimo e, ainda, um percentual para pretos, pardos e indígenas, conforme o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB GE) na região. O autor chega à conclusão de que muito do que se espera dessas políticas e do que delas se afirma não se confirma na prática. Ao analisar as políticas concretas desses governos e suas consequências empíricas, o autor entende que elas se alicerçam nas condições sociais da atualidade ou em traços históricos de cada nação, sempre fundadas em “um pleito ou suposição de singularidade nacional” (p. 13). Ao fim, conclui pela “existência de um padrão de consequências surpreendentemente similares que se seguem à introdução de políticas de ação afirmativa” (p. 10). REFERENCIAS
Ação Afirmativa ao Redor do Mundo Capa comum – 20 maio 2016 – Thomas