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Lei de Cotas: uma forma de combate ao maior inimigo nacional

A Lei Áurea instituiu o fim da escravidão no Brasil,


oficialmente, em 1888. O ano de promulgação dessa lei revela uma
triste realidade: a história do Brasil escravocrata é mais duradoura
do que a do Brasil liberto. Em um contexto como esse, como é
possível contornar os desafios de um problema tão enraizado na
sociedade? Nesse cenário, o sistema de cotas vem para combater
uma consequência de uma das maiores atrocidades já cometidas
pela humanidade.

A partir de uma perspectiva inicial, considera-se que as ações


afirmativas são o passo inicial para a inclusão plena do negro na
universidade. No século XIX, o jurista Joaquim Nabuco setenciou
que a escravidão seria a principal característica do Brasil por muitos
anos, evidenciando a perpetuação das disparidades no país. Tendo
isso em vista, as cotas raciais atuam de forma efetiva nessas
disparidades, pois corrigem um dos aspectos da estrutura da
discriminação, que é a exclusão do indivíduo do ambiente escolar.

Diante de outra ótica, é possível observar que o sistema de


cotas é muito mais universalizador do que segregacionista. Logo, é
importante frisar que essas ações tratam não apenas da questão
racial, mas também beneficiam pessoas de baixa renda ou
deficientes. Sob esse viés, nota-se que o objetivo das políticas
afirmativas é o de garantir o direito à educação para grupos de
pessoas que, por problemas sociais estruturais, dificilmente o
teriam.

Sendo assim, percebe-se necessária a manutenção do


sistema de cotas no Brasil e a ampliação desse tipo de política. As
ações afirmativas devem ser analisadas como uma das diversas
estratégias de mitigação das desiguldades socias criadas ao longo
do tempo, e não como a solução mágica para um problema tão
complexo. Desse modo, essas políticas – em conjunto com outras
iniciativas – são essenciais para ajudar o Brasil a mudar a realidade
de sua história.

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