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Aluna: Sarah Rocha Cerqueira

Tema: Caminhos para combater o racismo no Brasil

“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. De
forma análoga ao trecho do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, percebe-se que
essa pedra é um obstáculo, assim como a questão do racismo no Brasil. Por se tratar de um
assunto bastante relevante, é indubitável que essa problemática precisa ser analisada de
maneira mais séria e organizada nos dias atuais. Isso se evidencia não só pela negligência do
âmbito educacional brasileiro, mas também por problemas na estrutura social.

Primordialmente, de acordo com Immanuel Kant, ‘’ O homem é aquilo que a


educação faz dele’’. Diante desse nexo, deve-se pontuar, de início, que a pouca, quando não
rara, presença da educação racial no ambiente escolar é um fator que contribui, de forma
direta, para esse entrave. Prova disso é que as escolas erram ao focar apenas em conteúdos de
caráter tecnicista, como fórmulas e gráficos, o que distancia o aluno do entendimento da
democracia racial, fazendo com que o mesmo crie uma ideia de falsa harmonia entre os pretos
e brancos. Portanto, tal comportamento evidencia o quão danoso é a ausência de orientação
escolar. Somente conhecendo sua própria história é possível que um povo respeite suas raízes,
e a educação é fundamental para que isso aconteça. Dessa forma, é notório que medidas
devem ser tomadas pelo poder público frente a essa demanda educacional.
Além disso, é relevante, ainda, salientar os problemas na conjuntura social,
sobretudo, no que tange a uma falta de política de integração na sociedade. O Brasil foi o último
país a conceder liberdade aos escravos, com a Lei Áurea, de 1888, no entanto, não houve uma
política de inclusão ou ressarcimento para as populações que ficaram tanto tempo afastadas da
cidadania, do direito à educação e da liberdade de ir e vir, resultando na perpetuação de uma
violência social herdada do passado, mas renovada no presente. Desse modo, em sua obra ‘’
Formação do Brasil contemporâneo’’, o historiador brasileiro Caio Prado Júnior afirma que ‘’ a
herança colonial está gravada nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais de hoje’’.
Diante desse fato, aproximar as realidades dos negros e brancos continua sendo um enorme desafio. Com o
objetivo de amenizar o problema foram criadas políticas que visam combater essa problemática, mas ainda é
notório as menores oportunidades que os negros possuem em relação aos brancos. Logo, não é difícil perceber
a necessidade de intervenções nesse quadro.

Ao parafrasear Hobbes, para que o Estado garanta o bem-estar, é imprescindível que o


Governo tome providências para melhorar o quadro atual. Portanto, cabe ao Ministério da
Educação promover palestras nas escolas com alunos e pais, objetivando a descolonização da
mente e estimulando o conhecimento da diversidade e igualdade racial. Além do mais, urge que
o Estado melhore os programas de ações afirmativas, garantindo à população negra a efetivação
da igualdade de oportunidades, somente assim, pode existir o combate ao racismo no Brasil e,
finalmente, a pedra citada por Drummond, seja removida e solucionada.

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