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Ferramenta Conhecendo seu Cliente

No Movimento Transformacional, nós sempre afirmamos que as técnicas

devem servir ao cliente, e jamais serem impostas a ele. Isso significa que, antes

de usar qualquer ferramenta, precisamos conhecer esta pessoa e descobrir o

que ela precisa receber.

Com isso em mente, a Ferramenta Conhecendo seu Cliente foi desenvolvida

dentro dos processos terapêuticos, baseada no modelo de anamnese e de

práticas clínicas.

Ela é utilizada para conectar-se com o cliente, e nos ajuda a compreender

mais profundamente esse indivíduo.

A ferramenta é dividida em 9 partes: entender os relacionamentos com os

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pais, com os filhos, a rotina, desafios, alimentação, sono, pontos fortes,

autopercepção e ouvir a história do cliente.

Não há a necessidade de trabalhá-las na sequência que será apresentada,

e você pode usar as questões de acordo com cada cliente, a dor trazida por

ele e o desenvolvimento do processo terapêutico.

Se conhecermos mais profundamente como são estes relacionamentos,

comportamentos e visões, poderemos identificar a melhor forma de trabalhar

no processo terapêutico para ter resultados duradouros, que beneficiem

todas as áreas investigadas!

Relacionamento com os pais

O primeiro passo da Ferramenta Conhecendo seu Cliente é perguntar sobre

o relacionamento com os pais. Para isso, podemos perguntar como foi a

relação durante a infância e como é esse relacionamento agora.

Também podemos questionar quais foram os melhores momentos e quais

foram os mais desafiadores.

Este material, a depender da forma como forem feitas as perguntas e do que

for trazido pelo cliente, pode preencher uma sessão inteira do processo

terapêutico. Isso vai depender da pessoa, e do desejo que ela possui em falar

sobre o assunto. Caso seja difícil, podemos trazer outras áreas, como a relação

com os filhos.

Relações com os filhos

Como sabemos, a relação entre pais e filhos é permeada por muito carinho e

amor, por isso para conhecermos profundamente nosso cliente é preciso

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entender como está a convivência dele com os filhos, caso possua.

Um exemplo de pergunta é “como você vê a relação com o(s) filho(s)?”, ou

“se você fosse dar-se uma nota entre 0 a 10 para o seu desempenho como

pai ou mãe, qual seria?”.

O objetivo é compreender a história do cliente nessa área, saber se ele queria

ter filhos ou não, perceber os padrões que ele trouxe da relação com os

próprios pais, e assim por diante.

Rotina

Outro ponto importante é a rotina do cliente, pois entendendo a rotina

ficamos mais próximos de compreender seus motivos e desejos, bem como os

motivos para certos problemas estarem sempre acontecendo, e quais pontos

podemos desenvolver no processo terapêutico.

Além disso, podemos ajudá-lo a identificar acontecimentos ou hábitos que

estão prejudicando o seu desempenho e são ignorados pelo cliente.

Existe uma grande chance de que os gargalos nos resultados sejam frutos de

hábitos ruins, então o processo terapêutico pode trazer clareza para a rotina

desta pessoa. Não há a necessidade de desenvolver uma rotina perfeita, mas

devemos buscar adaptações efetivas.

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Isso passa por compreender que não existe vida ideal, mas existem rotinas que

se encaixam na nossa, focando não em gerenciar tempo, mas em gerenciar

a vida.

Desafios

O processo de amadurecimento do eu precisa ser orientado pelos pontos

fortes e fracos do cliente. Sendo assim, perguntar sobre os seus desafios torna-

se uma ferramenta de conhecimento sobre estes pontos.

Ao questioná-lo acerca dos seus desafios, estaremos observando quais pontos

precisam se desenvolver, e como usar os pontos já fortes para ajudar no

processo.

Após um tempo, pergunte: Há algo que você ainda não me contou?

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Alimentação

Muitos estudos afirmam a importância de nos alimentarmos bem para ter um

processo de envelhecimento saudável, bem como a influência dos alimentos

diretamente em nosso desempenho.

Por isso precisamos nos atentar para a rotina alimentar do nosso cliente, e até

mesmo sugerir o acompanhamento nutricional quando for preciso. Se há uma

reclamação do aumento da ansiedade, por exemplo, isso pode ser

consequência de má alimentação que está afetando o seu corpo.

Sendo assim, para ajudar no processo de conhecimento profundo do cliente,

bem como ajudá-lo a obter os seus objetivos, precisamos saber da sua rotina

alimentar, e aprender mais sobre como certos alimentos tem efeitos positivos

ou negativos no corpo humano.

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Sono

O livro “Por que nós dormimos: A nova ciência do sono e do sonho” mostra

como o sono é imprescindível para termos saúde e regular nosso bem-estar.

Além disso, vários estudos afirmam a necessidade de ter uma boa noite de

sono para a consolidação de memórias.

Sendo assim, precisamos entender as dificuldades e fragilidades do nosso

cliente, quando se fala em sono. Ele está conseguindo dormir entre 6 e 8 horas

por dia? As pessoas que dormem menos de 6h desregularão a produção de

hormônios que afetam todo o corpo!

A qualidade do sono, junto da rotina alimentar, implica em energia, bem-estar

e saúde. A nossa missão é ajudá-lo a regular seus hábitos e fazer um

planejamento evitando estímulos que possam atrapalhar o sono.

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Pontos fortes

É importante que possamos ajudar a desenvolver os pontos fortes do cliente,

sem focar apenas nos traumas e limitações. Para isso, precisamos saber quais

são, e a melhor forma é perguntar.

O que ele faz bem, quais as suas maiores qualidades, pelo que costuma ser

elogiado? Quais habilidades domina, em que áreas costuma prestar favores

ou conselhos? Ao conhecer estas áreas, o processo de terapia pode torná-las

ainda mais valiosas!

Histórias de vida

Quais são as histórias que mais o deixaram marcado?

Qual é a sua história de vida? Como isso ajuda, ou atrapalha, no presente?

São fatores que vão influenciar diretamente no amadurecimento do eu, por

isso, quanto mais conhecermos a história mais eficiente e duradouros serão os

efeitos de transformá-la.

As histórias construíram o mundo do nosso cliente, e por meio delas vamos

compreender suas visões e posicionamentos, podendo criar novas histórias

que sirvam para incentivá-lo em direção aos seus objetivos.

Nesse ponto é importante diferenciar validação e reforço. Validar é o papel

do terapeuta, ao mostrar para o cliente que você respeita essa história até

aqui. Reforçar, por outro lado, é aceitar que essa história continue - e isso não

podemos fazer!

Autopercepção

“Quem é você?”

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Talvez pareça uma pergunta muito filosófica e difícil de responder, mas ela é

essencial no processo de amadurecimento do eu, pois a partir daí podemos

compreender a autopercepção do cliente.

Sabendo como ele se vê, podemos também ajudá-lo a construir uma visão

mais positiva, ou fortalecer traços de caracteres que vai auxiliar a chegar nos

seus objetivos.

Uma dica é pedir para mostrar a evolução no processo terapêutico é fazer o

cliente escrever a resposta dessa pergunta, e voltar para ela comparando a

resposta dada após algumas sessões.

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