Você está na página 1de 17

Material de aquecimento

5 ERROS QUE VOCÊ PRECISA


IDENTIFICAR ANTES DE
COMEÇAR SEUS ATENDIMENTOS
COMO PSICÓLOGA
O1
Não fazer ideia do que trabalhar com
seu paciente e esperar apenas a
demanda que ele traz a cada semana.

O2
Fazer o tratamento baseado apenas na
queixa inicial do paciente

O3
Acreditar que todos os pacientes buscam
autoconhecimento

O4
Não ter parâmetros para saber se o paciente
está melhorando

O5
Não descobrir formas de motivar seu
paciente a participar do tratamento
ÍNDICE
01
NÃO FAZER IDEIA DO
QUE TRABALHAR COM
SEU PACIENTE E
ESPERAR APENAS A
DEMANDA QUE ELE
TRAZ A CADA SEMANA
Esperar que o paciente traga as demandas traz
diversos prejuízos para o tratamento.

Não ter um objetivo claro do que trabalhar com


seu paciente faz a gente correr o risco de não
atingir as metas do paciente. Todo paciente
tem um objetivo com a terapia e se não
buscamos atingir esse objetivo, ele pode achar
que a terapia não lhe serve para nada.

Buscar sempre o objetivo do paciente ajuda a


identificar se estamos progredindo com o
tratamento e evita outro problema. Isso evita
que o paciente traga demandas repetidas,
travando o tratamento, pois toda sessão que
ele traz as mesmas demandas, é uma sessão a
mais que precisaremos para conseguir mais
informações sobre sua individualidade
cognitiva.

Fica também difícil demonstrar sua autoridade


e expertise, pois a falta de informações
atrapalha a nossa preparação para cada sessão,
além de dificultar o desenvolvimento de
psicoeducações, que ajudam o paciente a
entender seu funcionamento e mostram que
você sabe como ajudá-lo.

A desvantagem de trabalhar assim é que cada


sessão é uma surpresa, não temos um ponto de
partida e não vamos ter um direcionamento,
para onde queremos ir com o tratamento.
Todos os profissionais que deixam isso
acontecer não conhecem a base da sua
abordagem, não entendem o que é necessário
para o processo terapêutico funcionar da
melhor maneira possível; Eles ficam presos na
Escuta Acolhedora, ao invés de guiar as falas
iniciais do paciente com a Escuta Guiada da
Demanda; Eles não conhecem ou não
desenvolvem uma estrutura de sessão, muitas
vezes não sabendo o que fazer em cada sessão.

Bom falar que no evento Treinamento em


Terapia Cognitiva, vamos abordar a estrutura da
sessão e de tratamento em TCC. Conhecer essa
estrutura vai te ajudar bastante nos seus
primeiros atendimentos ou nos seus próximos
atendimentos, caso você já atenda.

Na primeira aula do treinamento também, darei


umas dicas para ajudar bastante neste primeiro
erro.
02
FAZER O TRATAMENTO
BASEADO APENAS NA
QUEIXA INICIAL DO
PACIENTE
Apesar de termos como base a queixa inicial do
paciente, não vamos trabalhar somente com ela
durante o processo de terapia. Vamos
investigar como cada área da vida do paciente
influencia a sua queixa inicial e como a sua
queixa afeta cada área da sua vida.
Vamos buscar saber também os pensamentos e
comportamentos envolvidos com esta queixa e
ficaremos atentos às crenças centrais que
rondam a sua demanda. Ao mesmo tempo,
vamos desenvolver metas de tratamento e
incluir seus valores e aspirações. Este processo
ajuda sabermos onde queremos chegar e o que
motiva o paciente a continuar.
Quando nos baseamos em tudo isso, temos
muito mais dados para trabalharmos e
desenvolvermos um bom plano de tratamento
para o nosso paciente.
Quando trabalhamos focado apenas na queixa
inicial, sem a devida investigação, corremos o
risco de não entender o contexto atual do
paciente e de não saber onde ele quer chegar,
que tipo de pessoa ele quer ser e o que ele quer
atingir.
Podemos então ficar limitados de informações
e não conseguirmos desenvolver o melhor
plano de tratamento possível.
Para o paciente, fica bem mais difícil dele
conseguir entender o seu funcionamento de
uma maneira mais ampla e de saber como está
o seu progresso na psicoterapia.
03
ACREDITAR QUE
TODOS OS PACIENTES
BUSCAM
AUTOCONHECIMENTO
Por mais que nós, psicoterapeutas,
entendamos que o autoconhecimento faz parte
da mudança do paciente, muitos que buscam
psicoterapia não sabem disso e nem sabem que
esse processo faz parte.

Se você acredita que todos os pacientes


chegarão até você com a vontade de se
autoconhecer, isso pode trazer alguns
desconfortos desnecessários. Pode fazer você
ficar buscando isso como objetivo central e
estar em desacordo com as metas do paciente.

Se o paciente ainda por cima for “contra” o


autoconhecimento, por conta de algum
preconceito, falar sobre isso só o afastará
desnecessariamente do processo.

Quando recebemos nossos pacientes, eles


querem ajuda para lidar com seus problemas.

Eles querem ajuda para emagrecer, ajuda para


melhorar seu desempenho no trabalho, para
lidar melhor com seus filhos adolescentes, para
conviver melhor com o marido, encontrar
melhores relacionamentos, sair de seus
sintomas depressivos, aprender a lidar melhor
com a ansiedade, etc.

Todas estas demandas, e outras,


invariavelmente necessitarão do
autoconhecimento para serem trabalhadas.
Tanto o paciente quanto o terapeuta precisam
conhecer quais pensamentos e
comportamentos do paciente estão envolvidos
com a manutenção dessas dores e também
com a dificuldade de mudar.

Mesmo que o autoconhecimento seja essencial


em todos os casos, a demanda não será essa
em 99% dos casos.

Precisamos entender então que o


autoconhecimento é um processo que é
utilizado para que a mudança aconteça e se
mantenha, mas raramente é utilizado como
objetivo final do processo de psicoterapia.
04
NÃO TER PARÂMETROS
PARA SABER SE O
PACIENTE ESTÁ
MELHORANDO
Sempre que queremos atingir algum objetivo
em nossas vidas, principalmente um objetivo de
médio ou longo prazo, é extremamente
importante sabermos onde nós estamos e onde
queremos chegar.

Se eu não sei de onde eu estou saindo e onde


está o meu alvo, se torna muito difícil saber qual
estrada pegar e quais planejamentos realizar.
Quando trazemos para a psicoterapia, se não
sabemos onde o paciente está e onde ele quer
chegar com o tratamento, fica muito difícil de
direcionarmos o tratamento.

Ao mesmo tempo, se estou caminhando em


direção ao meu objetivo, preciso saber onde
estou. Se não estou parado, onde eu estou? Em
que parte do mapa eu estou? Estou próximo do
meu ponto de chegada? Preciso mudar minha
estratégia? Fiz alguma coisa que ajudou eu
andar mais rapidamente?

Ter a resposta para essas perguntas é


essencial para o tratamento bem sucedido.

Sabendo como está o progresso do nosso


paciente, conseguimos psicoeducá-lo sobre os
altos e baixos do processo terapêutico,
conseguimos ver quais estratégias estão
funcionando e quais estratégias precisam ser
adaptadas.
Ao mesmo tempo, temos dados para reforçar
que estamos fazendo um bom trabalho e
trabalhar com nossas crenças de incapacidade
profissional.

Quando o paciente sabe como ele está indo, ele


consegue ver que a psicoterapia está ajudando
e como seus pensamentos e comportamentos
disfuncionais influenciam ele de forma
negativa.

Junto com isso, consegue ver como pequenas


mudanças no seu pensar e modo de agir ajudam
ele a se sentir melhor e a realizar coisas que
antes não realizava.

Dica prática: Uma das formas de ter esses


parâmetros é fazer a avaliação do humor com o
paciente semanalmente, checar o que
aconteceu na semana que passou que pode ter
influenciado o humor do paciente e realizar
psicoeducações e adaptações quando
necessário.

Depois que temos dados de vários dias,


podemos montar um gráfico para que o
profissional e paciente vejam a sua melhora de
forma mais clara e também saibam onde
aconteceram a piora do humor e pontuem o que
justifica esta piora.
05
NÃO DESCOBRIR
FORMAS DE MOTIVAR
SEU PACIENTE A
PARTICIPAR DO
TRATAMENTO
Em todas as profissões temos profissionais
com as mais variadas crenças profissionais e
de vida. Uma divergência de crenças que
podemos encontrar na psicologia é sobre
motivar o paciente, ou não, para o processo de
psicoterapia.

De um lado, temos profissionais que acreditam


que não temos que fazer nada, que se o
paciente quer fazer mudanças, ele vai fazer e
ponto. Por outro lado, temos profissionais que
acreditam que uma motivação para a mudança
se faz necessário, já que o processo de
mudança não é algo fácil.

Particularmente, eu acredito que o paciente


precisa querer fazer parte do processo e que
depende muito mais dele. Mesmo assim, tenho
a consciência que para mudar, nos mantermos
motivados é essencial.

Você já quis fazer mudanças em sua vida e


mesmo querendo muito, parou logo no primeiro
desafio? Talvez você até superou o primeiro, o
segundo e terceiro desafio… mas em algum
momento, você desistiu.

Isso também acontece com nossos pacientes.


Não é fácil mudar! Mesmo que o nosso modo de
funcionar atual esteja nos mantendo em um
ciclo de manutenção da dor, nos trazendo
muito sofrimento, perceber o que poderia ou
deveria ser diferente é muito difícil.
Nosso eu atual precisa, de certo modo, ser
destruído para abrir espaço para nosso novo eu,
e este processo de matar nosso eu, não é nem
um pouco fácil.

Por conta disso, realizar a motivação dos


pacientes para que eles entendam os
benefícios de mudar e de se manter no novo
modo de agir, é fundamental.

Se queremos que o paciente tenha uma


melhora significativa, que ele perceba como
você o ajudou e que apesar de difícil, valeu tudo
a pena, a motivação precisa acontecer.

Com um paciente motivado, você consegue


direcionar o tratamento mais facilmente.
Consegue trocar, adaptar e implementar
estratégias de forma mais tranquila, já que o
paciente estará mais disposto e empenhado no
processo.

Através da motivação, o paciente conseguirá se


manter no processo mesmo depois dos
desafios que a vida apresentar e mesmo depois
dos momentos de queda no processo. Todo
processo possui altos e baixos. Uma forma de
superar as baixas, é através da motivação.

A grande vantagem de você não cometer todos


esses erros que eu listei aqui é que você vai ter
um vínculo muito maior com o paciente.

Você também pode gostar