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Treinamento Intensivo em Terapia Cognitivo Comportamental

Conceitualização Cognitiva

É a formulação do caso, fundamentada na construção do entendimento em termos cognitivos,


emocionais e comportamentais, dos problemas e dificuldades do paciente. Isso quer dizer que
iremos mapear, de maneira individualizada, os fatores que desencadearam e o que mantém as
dificuldades emocionais, crenças, pressupostos, e comportamentos inadequados.
Essa é a habilidade clínica mais importante que o terapeuta cognitivo comportamental precisa
dominar. (Paulo Knapp e colaboradores)

O objetivo principal da conceitualização é melhorar o resultado do tratamento, a partir de uma


visão mais ampla e profunda dos mecanismos utilizados pelo paciente. Ao compreender a
história de vida, o funcionamento cognitivo e os ciclos disfuncionais o terapeuta pode escolher
as intervenções mais adequadas e o paciente também compreende melhor seus problemas, o
que gera maior sensação de controle sobre sua própria vida e motivação para mudanças ativas.

Aspectos da Conceitualização Cognitiva: (Knapp e colaboradores)

1- Diagnóstico clínico
2- Problemas atuais e fatores estressores que contribuíram para os problemas psicológicos ou
interferiram em sua habilidade para resolvê-los
3- As aprendizagens e experiências antigas que contribuem para os problemas atuais
4- As predisposições genéticas e familiares
5- Os pensamentos automáticos
6- As crenças subjacentes, incluindo atitudes, expectativas, regras e pressupostos
7- As crenças nucleares
8- Os mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais que foram desenvolvidos para
enfrentar as crenças disfuncionais
9- A percepção de si, dos outros e do mundo

A conceitualização começa a ser elaborada na primeira sessão e é construída ao longo de todo


o tratamento. É uma hipótese de trabalho e não pode ser vista como uma verdade absoluta. À
medida que aparecem novas informações a conceitualização é modificada.
Dicas para uma Conceitualização Padrão Ouro:

1- Quando o tratamento não tem o resultado esperado é necessário revisar a conceitualização


2- O formulário pode ser um suporte para iniciar a conceitualização (use uma emoção para cada
formulário, atenção para colocar a crença com a linguagem do paciente)
3- Observe se as informações da construção do raciocínio clínico são coerentes e conseguem
sintetizar a experiência do paciente com a teoria
4- Use a conceitualização para normalizar e validar os problemas do paciente
5- Utilize a conceitualização para facilitar o entendimento e manejo dos problemas, como peças
de um quebra cabeça que se encaixam
6- Aproveite as informações da conceitualização para colher informações sobre quais técnicas e
intervenções devem ser utilizadas e qual a ordem de prioridade
7- Lembre-se de identificar os pontos fortes que vão ajudar a desenvolver resiliência
8- Utilize outros formatos de conceitualização para facilitar e enriquecer o entendimento de
cada paciente
Exemplo modelo de Conceitualização
Planejamento de intervenção
Desde o primeiro contato com o paciente o terapeuta cognitivo-comportamental começa a
formular hipóteses para o tratamento. De acordo com Judith Beck (2007) elaborar um plano de
tratamento é tarefa primordial para ter resultados na psicoterapia.
O plano de tratamento mostra a visão geral dos objetivos do paciente e organiza o trabalho do
terapeuta para saber o que precisa ser feito em cada sessão. Cully e Teten (2008) afirmam que
no plano é necessário descrever de maneira clara e sucinta as dificuldades do paciente e
descrever quais técnicas e intervenções poderão ser utilizadas para sanar cada problema.
Para organizar o plano de tratamento podemos dividir, didaticamente, o processo terapêutico
em 4 etapas: pré tratamento, fase inicial, fase intermediária e fase final.
Na fase de pré tratamento é realizada a entrevista inicial e elaboração da lista de problemas e
metas.
Na fase inicial o objetivo é intervir na funcionalidade e normalizar emoções, para estabelecer a
aliança terapêutica e motivar o paciente para o tratamento. O paciente irá se beneficiar de
intervenções que o tornem mais saudável no dia a dia, reduzam o sofrimento dos problemas
atuais e aumentem a autoeficácia. Além disso, a psicoeducação, compreensão do modelo
cognitivo e dos pensamentos automáticos e suas distorções irão fundamentar as intervenções
da fase intermediária.
Na fase intermediária a intervenção é estrutural, isso quer dizer que é importante avançar para
a compreensão e modificação de crenças centrais, crenças intermediárias e pressupostos
subjacentes. O objetivo é promover a reestruturação cognitiva e a consolidação de habilidades
que já começaram a ser trabalhadas na fase inicial.
Na fase final o objetivo é finalizar o processo terapêutico, finalizando as intervenções das outras
fases, revisando as habilidades e conhecimentos adquiridos e prevenindo recaídas com a
previsão de futuras dificuldades e elaboração de estratégias para lidar com os novos desafios.
São questões importantes que o terapeuta precisa se fazer para elaborar o plano de tratamento:
(Rodrigues, Nicoletti e Donadon)
1- Quando trabalhar? (Qual fase do tratamento é mais adequada)
2- O que trabalhar? (Quais problemas e metas)
3- Por que trabalhar? (Quais os ganhos esse trabalho proporciona ao paciente)
4- Como trabalhar? (Quais técnicas e intervenções poderão ser utilizadas)

Quando trabalhar? O quê? Por quê? Como?

Fase inicial

Fase intermediária

Fase final
Não pode ser um adeus, é um até breve!

Chegamos ao fim desse Treinamento Intensivo em Terapia Cognitivo Comportamental. Eu


espero que você tenha aproveitado todo o conteúdo que preparei com muito carinho e
dedicação, pensando nos aspectos mais importantes para a proficiência em TCC.

Quero te convidar para a TCC Oficial, que é um treinamento para você aplicar todos os conceitos
e técnicas da TCC desenvolvendo habilidades e construindo o raciocínio clínico adequado para
cada paciente. Venha ser padrão ouro!

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Bônus para ser um psicólogo padrão ouro:

Paulo Knapp e colaboradores sugerem algumas perguntas para o paciente fazer a si mesmo para
se preparar para a sessão:

1- Em qual problema quero trabalhar hoje?


2- Como estou me sentindo esta semana, em comparação com as outras semanas?
3- O que aconteceu esta semana que meu terapeuta deveria saber?
4- O que trabalhamos na última sessão? O que eu aprendi?
5- Alguma questão ficou em aberto?
6- Alguma coisa me incomodou na última sessão?
7- Estou com dificuldade em contar alguma coisa ao terapeuta?
8- O que eu fiz como tarefa/exercício? O que eu aprendi com a tarefa?

O terapeuta também precisa se fazer algumas perguntas antes de iniciar a sessão:

1- Quais os objetivos terapêuticos desta sessão?


2- Qual a ponte com a sessão anterior?
3- Quais materiais irei usar nessa sessão?
4- Como está a aliança terapêutica? O que posso fazer para reforçá-la?
5- Como posso enriquecer a conceitualização do caso?
6- Como estou me sentindo para a sessão?
7- Há PANs que podem me atrapalhar?

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