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Disciplina

Intervenções analítico-
comportamentais
Terapia cognitivo-comportamental

Aula 09– Entendendo a estrutura da sessão


09/11/22
• Avaliação (anamnese, escalas...)
• Formulação e conceitualização de
caso (Hipótese diagnóstica de trabalho em TCC)
• Princípios da TCC (Norteamento do processo)
• Estruturação da sessão (Como funciona uma
sessão)
Avaliação tem o objetivo de verificar as hipóteses e as
dificuldades elencadas pelo cliente.

Formulação (teoria do caso) é a integração dos


aspectos da estrutura da personalidade do cliente, bem
como de seus processos cognitivos e suas estratégias
Elaboração de uma comportamentais relacionadas à dificuldade
apresentada por ele.
conceitualização
cognitiva de A Conceitualização é uma espécie de mapa da terapia.
tratamento Inicia-se em níveis mais descritivos (descrevendo os
problemas em termos cognitivos e comportamentais) e
depois inclui modelos explanatórios (modelo cognitivo
para entender como os sintomas ou dificuldades são
mantidos) e em que contexto ambiental, histórico, e do
desenvolvimento ele se desenvolveu. Assim como os
fatores predisponentes e protetores participaram do
desenvolvimento das dificuldades apresentadas.
• É um processo em que o cliente e o terapeuta trabalham em
colaboração, do início e ao longo do processo. É a integração da
teoria da TCC com o empirismo colaborativo para obtenção do
significado das experiências do cliente. Hipóteses são
constantemente testadas e revisadas com base em observações e
no feedback do cliente. Sua função primária é guiar a terapia de
modo a aliviar o sofrimento do cliente e a desenvolver sua
resiliência.
• Portanto a conceitualização é uma organização esquemática que
busca explicitar os esquemas mentais e processos de raciocínio e
pensamento do paciente. Portanto para cada paciente se faz
necessária uma investigação meticulosa entre os diferentes níveis
da cognição crenças nucleares (mais profundas e enraizadas)
crenças intermediárias (ligação entre as premissas absolutas do
paciente e o nível da ação) e os pensamentos automáticos
(interpretações dos estímulos vividos com base nas crenças dos
esquemas)
Princípios da TCC
(WRIGHT, 2013)

 Baseia-se em uma formulação em contínuo desenvolvimento


do paciente e de seus problemas em termos cognitivos.
 Requer uma aliança terapêutica segura.
 Enfatiza colaboração e participação ativa
 Orientada em metas e focalizada em problemas
 Enfatiza o presente inicialmente
 É educativa - ensina o paciente a ser seu próprio terapeuta
 Enfatiza a prevenção de recaída
 Visa ter um tempo limitado
 As sessões são estruturadas
 Ensina o paciente a identificar, avaliar e responder a seus
pensamentos e crenças disfuncionais
 Utiliza-se de uma variedade de técnicas para mudar
pensamento, humor e comportamento
Alguns mitos em torno desses princípios
A TCC é baseada no "poder do pensamento positivo".
Propõe que os pensamentos negativos distorcidos causam a
psicopatologia. (Desequilíbrios bioquímicos, eventos da vida, relações
interpessoais)
Simples e apenas utiliza o senso comum.
Convence as pessoas a sair de seus problemas.
Ignora as emoções
Aplicação de uma variedade de técnicas
Ignora o passado e se interessa apenas pelo presente
Apropriada apenas para pessoas articuladas com boa capacidade
intelectual
Não é eficaz em pacientes com transtornos mentais graves
Superficial
Relação terapeuta não é importante na TCC
Tem um limite de 15 a 25 sessões
Fazer TCC significa não usar medicação
Objetivo da estrutura das
sessões
• Motivo da busca de terapia
• Estado psicológico
• Fragilidade
• Empatia
• Manejar e reduzir sintomas
• Força e esperança
• Método científico
• Uso de escalas e intervenções validadas
• Uma formulação personalizada da minha história
• Contextualização com a TCC
• Princípios da TCC em ação
Estruturação da sessão
A estruturação e a educação andam juntas na TCC, uma
vez que esses processos terapêuticos se
complementam na promoção da aprendizagem.

Técnicas eficazes de estruturação intensificam a


aprendizagem, mantendo o tratamento bem organizado,
eficiente e focado.
Boas intervenções psicoeducativas, como a realização
dos exercícios de casa e o uso de caderno de terapia,
contribuem como elementos importantes para a
estrutura da TCC.
Estruturação da sessão
As metas gerais desse ponto são gerar esperança,
impulsionar o processo de aprendizagem, melhorar a
eficácia da terapia e ajudar o paciente a desenvolver
habilidades de enfrentamento eficazes.
Durante a primeira parte do tratamento, o terapeuta
pode fazer uma grande parte do trabalho de
estruturação e educação.
Todavia, à medida que a TCC segue em direção ao seu
término, o paciente assume cada vez mais
responsabilidade pela definição e pelo manejo dos
problemas, permanecendo na tarefa de trabalhar em
direção à mudança e aplicando os conceitos
fundamentais da TCC na vida cotidiana.
Objetivo da estrutura das
sessões
• Estabelecendo metas
• Mantenha-se focado nos problemas-chave
• A psicoeducação passa uma mensagem
concomitante de esperança: Esses métodos podem
funcionar para você.
• O método socrático de que o paciente tem opções
mudando a perspectiva
• As intervenções (relaxamento, respiração) aumento
de recursos para lidar com os problemas
Estrutura de uma sessão em TCC
No Livro Terapia Cognitivo-comportamental Teoria e Prática, Beck, 2013, a estrutura
sugerida é a seguinte:
Parte Inicial da Sessão
1. Fazer a verificação de Humor
2. Definir a pauta (agenda)
3. Obter uma atualização
4. Revisar o exercício de casa
5. Priorizar a pauta

Parte intermediária da Sessão


6. Trabalhar em um problema e ensinar habilidades da TCC naquele contexto
7. Discutir o seguimento com a prescrição colaborativa de exercícios de casa
8. Trabalhar em um segundo problema

Parte final da Sessão


9. Apresentar ou solicitar um resumo
10. Revisar as novas prescrições de exercícios de casa
11. Solicitar Feedback
1. Cumprimente o paciente
2. Realize uma avaliação dos sintomas
No Livro 3. Estabeleça a agenda
4. Revise a tarefa da sessão anterior
Aprendendo a TCC
5. Conduza o trabalho da agenda
de Wright, 2008, a
6. Eduque o paciente (por exemplo no
estrutura sugerida modelo cognitivo)
é: 7. Desenvolva nova tarefa de casa
8. Revise os pontos-chave, dê e solicite
feedback e encerre a sessão
Como visto, a literatura altera a estrutura dos tópicos, mas os
elementos fundamentais estão sempre presentes:
estabelecimento do vínculo (Rapport), verificação de humor, ponte
com a sessão anterior, revisão das tarefas de casa da sessão
anterior, estabelecimento de uma agenda colaborativa para a
sessão como (psicoeducação do cliente sobre o modelo cognitivo,
o seu transtorno, uso de técnicas e estratégias cognitivo-
comportamentais) indicação de novas tarefas de casa, resumo da
sessão e feedback.

Fazem parte da primeira sessão os seguintes elementos: rapport,


atualização da queixa do cliente (ponte), verificação de humor
estabelecimento de uma agenda para a sessão contrato
psicológico e psicoeducação sobre o modelo cognitivo), resumo da
sessão e feedback.
Rapport: Relação
terapêutica

Tem como objetivo quebrar o gelo no início da


relação, pois visa a criação de um clima favorável
para o desenvolvimento da entrevista, através de
um tema amistoso que interesse ao paciente. É
através do rapport que serão criadas as condições
para a construção do vínculo terapeuta e cliente.
Começar a sessão dessa forma, é mais adequado.
Verificação do
humor

A avaliação do humor do cliente deve ser feita em todas as sessões.


Além do relato subjetivo (Como você está se sentindo hoje?), deve-
se monitorar de forma objetiva o estado afetivo do cliente, através
de uma escala de sessão do humor, seja de 0-10, ou qualquer outra
forma que possamos anotar a variação categórica (muito pouco,
pouco, moderado, muito, intensamente). O terapeuta pode usar
uma folha impressa com uma escala de cores graduais para que
tenha ferramentas diversas como forma de personalizar o
atendimento. Esse humor se refere aos sintomas relatados pelo
paciente, mas é avaliado de forma global (tristeza, raiva, ansiedade
ou outro afeto relevante). Esta informação é importante para
acompanhar sistematicamente o processo de psicoterapia e as
variações de humor do paciente
Atualização da
queixa do cliente:
(Ponte com a
sessão anterior)

Revisar o problema apresentado como motivo da consulta (queixa


para a terapia). Está na triagem e anamnese, mas é importante o
próprio terapeuta ouvir diretamente do paciente o que o trouxe à
terapia. Deve-se fazer uma atualização do seu estado (o que
mudou: aumentou ou diminuiu, e o que permaneceu da mesma
forma em relação ao problema até a consulta de hoje.
É relevante investigar neste momento as expectativas que o
cliente tem em relação ao processo terapêutico, para saber se o
que ele espera da terapia é possível de ser alcançado. Lembre-o
que a terapia é focal e que serão tratados os motivos
apresentados para a consulta. Isto evita criar expectativas
irrealistas no cliente e facilita o andamento do processo.
Estabelecimento de
uma agenda para a
sessão:

Através da agenda, o terapeuta define, juntamente com o cliente,


um roteiro para a sessão terapêutica, do tipo: Você já me falou
sobre o que lhe trouxe à terapia (atualização do estado do
cliente), agora eu preciso saber como você está se sentindo hoje
(verificação do humor), Eu preciso informar-lhe sobre como
funciona a terapia cognitiva (educação do cliente sobre o modelo
cognitivo) e detalhes sobre o atendimento (contrato psicológico).
Eu vou passar algumas tarefas para você fazer em casa (tarefa de
casa), e, no final, eu vou relembrar o que falamos (resumo) e vou
pedir que me fale o que você achou dessa sessão (feedback).
Detalhes da agenda
colaborativa
É de extrema importância perceber durante a atualização do cliente, se existe
algo para ser acrescentado, mesmo nas outras sessões, pois é preciso estarmos
atentos constantemente à estrutura, mas principalmente ao acolhimento.
Isso quer dizer que, algumas vezes, a agenda poderá ser alterada, principalmente
por seu aspecto colaborativo. Precisamos ter essa flexibilidade. Já é notado na
literatura e na prática, que a relação terapêutica é o elemento chave para
mudança em processos de psicoterapia em TCC. “Existe alguma coisa que você
gostaria de adicionar à nossa agenda de hoje?” E se der tempo, poderá seguir
com os outros itens programados da agenda.
Ao longo do processo terapêutico, o terapeuta vai ensinando ao cliente como
funciona o modelo cognitivo: os nossos pensamentos afetam nossas emoções e
influenciam os nossos comportamentos, mas será a primeira vez que o modelo
será abordado.
Na entrevista inicial em TCC, o terapeuta faz uma pequena exposição do modelo,
preferencialmente, utilizando um exemplo do cliente.
Explicando o
modelo

Eu gostaria que você me falasse de uma situação recente em


que você se sentiu desconfortável (ou triste, aborrecida,
ansiosa, etc.)? Nesta fala da cliente, o terapeuta procura
identificar os seguintes itens: a situação (ex: Foi em casa,
durante uma briga, minha mãe disse que faço tudo errado,
depois que quebrei um copo e eu gritei com ela), o(s)
pensamento(s) (Eu sou burra mesmo), (não sei lavar uma
louça direito), os afetos (Fiquei nervosa e triste comigo
mesma) e o(s) comportamento(s) da cliente (Eu gritei e fui
para o quarto, deixando a louça lá).
Resumo do modelo
• Não é a situação em si, mas sim, a maneira que percebemos a situação que
influencia nossos pensamentos e que desencadeia as emoções e os
comportamentos que temos sobre aquela vivência.

• Explique o que é um pensamento automático: pensamentos rápidos, que


todos nós temos e na maior parte do tempo, quase não temos consciência
deles. Por exemplo, enquanto você lê um livro, pode ter vários pensamentos a
respeito da própria leitura. “Não darei conta de aprender tudo isso”, “é muito
conteúdo”...e esses pensamentos podem acabar mudando seu estado e
humor e leva-lo a interromper a leitura.

• Identificar e avaliar esse tipo de pensamento, é um dos pontos importantes


dessa terapia, pois a partir disso, você conseguirá dar uma pausa e avaliar se
esse pensamento tem algum fundamento na realidade.
Aspectos
gerais a serem
considerados

Além do modelo cognitivo, as características da TCC


precisam estar bem claras para o paciente.

O aspecto colaborativo é importante de ser enfatizado,


pois o paciente precisa construir o processo de forma
ativa, ou seja, não é o terapeuta que vai decidir o que é
melhor e sim o paciente. Mas esse processo de
descoberta será feito em equipe, o terapeuta vai orientar
o processo a fim de levar o paciente a descobrir por ele
próprio o que deseja mudar.
Outro aspecto é que essa terapia é orientada a objetivos
e focada em resolução de problemas. Por isso é
importante a construção de metas nas sessões iniciais.
Enfatiza inicialmente o presente, mas percebe o que do
passado a pessoa tem atualizado com relação às
memórias afetivas. Até porque, o conjunto de crenças de
uma pessoa é construído na infância e vem sendo
alimentado durante toda a vida. Desenvolver crenças
mais funcionais das vivências do passado, é também um
importante componente para o processo.
Psicoeducação
O aspecto psicoeducativo da terapia também é importante,
principalmente porque o paciente, para ser ativo no processo
e colaborativo, precisa entender o que é a TCC e o que está
sendo trabalhado nas sessões, isso ajuda na adesão e na
construção de autonomia, que é o objetivo final do processo.
Que o paciente desenvolva através de estratégias de
enfretamento das dificuldades, ferramentas (técnicas
cognitivas e comportamentais) para lidar com as dificuldades
emocionais.
A forma das sessões é estruturada para que o próprio
paciente se acostume com o processo e possam se beneficiar
de um processo de auto investigação emocional em casa.
Contrato psicológico
O contrato de trabalho psicológico estabelecido entre o
terapeuta e o cliente e equivale à configuração do campo de
atuação do psicólogo, com o estabelecimento de parâmetros
básicos. Ele funciona como um elemento ordenador que
propõe normas que regem qualquer tipo de tarefa entre duas
pessoas, pois estabelece os limites da identidade e das
possibilidades de ação.
Esta etapa possibilita ao psicólogo perceber aspectos da
conduta do entrevista do, principalmente através das
dificuldades do cliente de compreender e / ou respeitar o
enquadramento e o contrato de trabalho.
Contrato psicológico
No contrato psicológico, são definidos: especificações
das sessões: o horário (evitar atrasos), o tempo de
duração da sessão (xx minutos) e de todo o processo
terapêutico.
Faltas (quais sias regras), os objetivos (qual é o foco
do atendimento), os papéis dos participantes (do
terapeuta e do cliente) e os aspectos de uma
psicoterapia (quanto ao respeito, ética, não-
julgamento) e o aspecto do sigilo (em termos de
confiança, intimidade e confidencialidade, exceção) e
encerramento e devolução das informações ao final
do processo.
Resumo:
Feedback
O terapeuta faz uma breve síntese de tudo o que ocorreu na sessão e
reforça os pontos importantes.

Feedback:
É importante de ser realizado, pois transmite a ideia de que o terapeuta
se incomoda com o que o cliente pensa, sendo esta uma oportunidade
para que ele se expresse livremente.
Para o terapeuta, é uma chance de resolver quaisquer mal-entendidos.
De modo geral, o feedback deve revelar o entendimento e a opinião do
cliente em relação aos aspectos da sessão e o seu grau de adesão ao
processo (o quanto ele se dedica, está empenhado e envolvido com o
estilo colaborativo e ativo da terapia).
Neste sentido, algumas questões podem orientar o feedback: O que você
vivenciou hoje aqui que é importante para você? Fez sentido? Ficou
alguma dúvida sobre a terapia?
Você pode sugerir que o paciente pense em alguma situação durante a
semana, que ele consiga perceber essa mudança de afeto traga para a
terapia
1. Rapport
2. Verificação de humor
3. Ponte com a sessão anterior
4. Revisão da Tarefa de casa
Roteiro da 5. Estabelecimento de uma agenda colaborativa
primeira para a sessão (trabalhar os itens da agenda,
como revisar o modelo cognitivo e verificar se
sessão em existe alguma dúvida. Dar outro exemplo do
diante modelo e explicar sobre a tarefa de casa nova e
de sua importância para o processo)
6. Resumo da sessão (síntese)
7. Tarefa de casa (RPD)
8. Feedback
Como estabelecer uma agenda para a
sessão
Estabelecer um roteiro com o cliente para a sessão. Hoje nossa
sessão será bastante variada. Vamos fazer a verificação do seu
humor, como na semana passada. Vamos conversar sobre o
modelo cognitivo, sobre o seu problema, uso de técnicas e
estratégias cognitivo-comportamentais, estabelecer as tarefas
de casa para a próxima semana e finalizar com o resumo e o
feedback desta sessão.
Inclusão de novos itens da agenda, que serão abordados antes
da educação do cliente sobre o modelo cognitivo e sobre seu
problema. Há algum assunto que você gostaria de incluir na
agenda? Eu (o terapeuta) gostaria de que você me falasse um
pouco sobre um assunto importante (por exemplo: sua vida
escolar, namoro, etc.).
Estabelecimento de agenda
O processo de estabelecimento de agenda corre
paralelamente ao de metas e utiliza muitos dos mesmos
princípios e métodos. Ao contrário deste último, que
abrange o curso inteiro da terapia, o estabelecimento de
agenda é usado para estruturar cada sessão. Como
observamos ao descrever os métodos de estabelecimento
de metas, os pacientes normalmente precisam ser
instruídos quanto aos benefícios e métodos de preparar
uma agenda produtiva. Durante as primeiras sessões, o
terapeuta pode precisar tomar a frente na modelagem da
agenda. No entanto, a maioria dos pacientes aprende
rapidamente o valor de uma agenda e vem às sessões
subsequentes preparada para enfocar preocupações
específicas.
Estabelecimento de agenda
Os tópicos se relacionam diretamente com as metas
gerais da terapia.
Os tópicos são específicos e mensuráveis.
Os tópicos podem ser abordados durante uma única
sessão, havendo uma probabilidade razoável de que se
tire algum benefício.
Os tópicos contêm um objetivo atingível.
Embora a agenda seja um pilar do processo de estruturação, pode
haver inconvenientes ao se segui-la dogmaticamente. Estrutura demais
pode ser algo ruim, se isso bloquear a criatividade, dar um tom
mecanicista à terapia ou impedir que você e o paciente sigam temas
valiosos.
Quando bem utilizadas, a agenda e outras ferramentas de estruturação
criam condições para a proliferação da espontaneidade e da
aprendizagem criativa
Minha Biblioteca: Aprendendo a Terapia Cognitivo-
Comportamental: Um Guia Ilustrado Capítulo 4
Verificação de sintomas
A estrutura básica das sessões de TCC inclui vários
procedimentos padronizados que são realizados a cada
vez que o paciente vem à terapia. Além do
estabelecimento de agenda, a maioria dos terapeutas
cognitivo-comportamentais inclui uma breve verificação
dos sintomas no começo da sessão (Beck, 2011).
Um método simples e rápido é pedir aos pacientes que
classifiquem seu grau de depressão, ansiedade ou outros
estados de humor em uma escala de 0 a 10 pontos, na
qual 10 equivale ao grau mais alto de angústia e 0 a
nenhuma angústia. Ainda melhor, você pode administrar
questionários curtos respondidos pelo próprio paciente
em cada sessão
Minha Biblioteca: Aprendendo a Terapia Cognitivo-
Comportamental: Um Guia Ilustrado Capítulo 4
Ponte entre sessões
Embora a maior parte do trabalho de estruturação seja focada no
manejo do conteúdo da sessão, em geral é útil fazer algumas
perguntas que ajudarão o paciente a revisar questões ou temas da
sessão anterior.
As tarefas de casa, um dos elementos-padrão da estruturação,
fazem a ligação entre as sessões e mantêm a terapia focada nas
questões ou intervenções-chave que fluem por várias sessões.
No entanto, recomendamos que você vá além da verificação da
tarefa de casa para ter certeza de que assuntos importantes das
sessões anteriores não foram colocados de lado ou esquecidos
pela pressão de outros mais recentes. Uma maneira útil de fazer a
ponte entre as sessões é tirar alguns minutos antes do horário
marcado para revisar suas anotações e pedir ao paciente que
reveja o seu caderno de anotações em busca de itens a serem
reavaliados na agenda do dia.
Feedback
Em algumas formas de psicoterapia, é dada pouca
ênfase em prover feedback ao paciente. No entanto, os
terapeutas cognitivo-comportamentais se esforçam
bastante para dar e solicitar feedback, a fim de ajudar a
manter a sessão estruturada, construir a relação
terapêutica, promover incentivo adequado e corrigir
distorções no processamento de informações.
Feedback
Costuma-se recomendar que os terapeutas cognitivo-
comportamentais parem em vários pontos de cada sessão
para obter um feedback e verificar a compreensão. Para
tanto, são feitas perguntas ao paciente, como, por
exemplo: “Como você acha que a sessão está indo até
agora?”, “Antes de continuarmos, quero fazer uma pausa
para ver se estamos indo pelo mesmo caminho... Você
poderia resumir os principais pontos que estamos tratando
hoje?”, “O que você gosta na terapia?”, “Quais são as
suas sugestões para coisas que você gostaria que eu
fizesse diferente?” ou “Quais pontos você vai levar da
sessão hoje?”.
Feedback
Também é dado ao paciente feedback construtivo.
Muitas vezes, o feedback é apenas uma frase ou duas, no
contexto da sessão. Por exemplo, o terapeuta pode dizer:
“Estamos progredindo bastante hoje, mas acho que
aproveitaremos melhor a sessão se adiarmos a discussão
sobre o seu emprego até a próxima semana e nos
concentrarmos no problema com sua filha”. Seria melhor
se a essa afirmação se seguisse um pedido de feedback
por parte do paciente: “O que você acha disso?”.
Ao fornecer feedback, pode haver uma linha tênue entre
dar incentivo adequado e fazer afirmações que poderiam
ser percebidas como sendo ou extremamente positivas ou
críticas.
Feedback
Parte do impulso por atenção ao processo de feedback na
TCC veio dos estudos extensivos acerca do processamento
de informações na depressão (Clark et al., 1999).
O peso das evidências provenientes dessas investigações
sugere que pessoas com depressão ouvem menos
feedback positivo do que aquelas não deprimidas e que
esse viés no processamento de informações pode ter um
papel na persistência de cognições depressogênicas (Clark
et al., 1999).
Por exemplo, um indivíduo com agorafobia pode ter ouvido
muitas vezes de familiares e amigos que seus medos são
infundados, mas a mensagem não é processada.
Feedback
Importante manter esses achados de pesquisas em
mente ao dar feedback aos pacientes. Pode ser
necessário ajudá-los a entender que a depressão ou a
ansiedade podem colocar um filtro em suas percepções
e que as coisas que você e outras pessoas lhes dizem
podem não ser ouvidas do modo como se pretendia.
Também pode ser que você queira ajudar os seus
pacientes a trabalharem nas habilidades de dar e
receber feedback adequadamente.
Tarefa de casa ou plano de ação
A tarefa de casa serve a muitos propósitos na TCC. Sua
função mais importante é desenvolver habilidades em TCC
para lidar com problemas em situações reais. Todavia,
também é usada para dar mais estrutura à terapia, ao fazer
da tarefa um item rotineiro de agenda para cada sessão e ao
servir como uma ponte entre as sessões.
Por exemplo, se foi sugerido na sessão anterior o
preenchimento de um registro de pensamentos para uma
situação estressante prevista (p. ex., reunir-se com o chefe,
tentar enfrentar uma situação social temida ou resolver um
conflito com um amigo), essa tarefa seria colocada na agenda
para a sessão atual. Mesmo se o paciente não completar a
tarefa ou tiver dificuldade em realizá-la, geralmente há
benefícios em discuti-la.
Tarefa de casa ou plano de ação
Quando as tarefas de casa funcionam bem, pode-se delinear
pontos de revisão para que o aprendizado seja reforçado
durante a sessão. Vinculações à agenda da sessão atual ou
ideias e questões estimuladas pela tarefa de casa podem
sugerir novos itens para a agenda. Quando são encontrados
problemas para realizar as tarefas de casa, geralmente é útil
explorar os motivos pelos quais elas não foram feitas ou não
funcionaram conforme o planejado. Talvez você não tenha
explicado claramente a tarefa. É possível que tenha sugerido
uma atividade que foi percebida como muito difícil, muito
fácil ou irrelevante para os desafios do paciente?
Tarefa de casa ou plano de ação
Uma estratégia que normalmente funciona bem é explorar
quaisquer barreiras que o paciente tenha na realização da
tarefa. Ele estava se sentindo tão sobrecarregado de
trabalho que achou que não conseguiria tirar um tempo para
fazê-la? Ele temia que seus colegas, filhos ou outras
pessoas a vissem? Ele se sentia tão exausto que não
conseguiu se organizar para começar o exercício? Há um
padrão crônico de procrastinação? A expressão tarefa de
casa ativou algumas associações negativas com as
experiências na escola? Pode haver várias razões para os
pacientes não fazerem sua tarefa de casa. Se conseguir
discernir por que isso acontece, você a tornará uma
experiência mais bem-sucedida.
Em suma
Aprofundando elementos de uma sessão

• Evocando pensamentos automáticos


Vídeo 5 (liquidplatform.com)

• Estabelecendo agenda
Vídeo 3 (liquidplatform.com)

Referência para aula de hoje


Minha Biblioteca: Aprendendo a Terapia
Cognitivo-Comportamental: Um Guia
Ilustrado Capítulo 4
 Como me aprofundar?....comece por aqui...a biblioteca virtual possui as
edições mais atuais destes livros também, inclusive com vídeos de
demonstração de sessões

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