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Aula 1
As Organizações, a Administração e as funções do Administrador
O termo Organização pode ser entendido como um grupo de pessoas que se juntam
de forma organizada com o intuito de atingir interesses comuns. Sendo assim,
todos os indivíduos vivem dentro de organizações e ao redor delas. As empresas,
universidades, padarias, lojas, hospitais, parques de diversão, associações de
classe, teatros, a até a própria família são exemplos de organizações. Portanto,
nascemos, vivemos e morremos nas organizações.
Você já parou para pensar por que existem organizações e qual a sua origem?
Todos nós vivemos para consumir produtos e serviços, assim sendo, se faz
necessária a existência das organizações. Você já se imaginou sem consumir
nenhum tipo de produto ou serviço? O consumo de produtos e serviços é inerente à
vida humana.
As organizações partem do pressuposto da formação de um grupo de indivíduos que
buscam atingir objetivos comuns, transformando recursos em produtos e serviços.
Partindo dessa definição, podemos chamar à atenção para dois elementos: grupo
de indivíduos (pessoas) e objetivos. Para que exista a organização, serão
necessárias pessoas para executar os seus processos e objetivos que nortearão suas
ações.
É importante que você perceba que uma organização dificilmente se constituirá de
um grupo pronto e acabado, visto que a sociedade está em constante mudança,
com novos desejos e necessidades surgindo a todo instante. Também não se pode
afirmar que exista um modelo de organização ideal, em que uma estratégia de
gestão que dá certo em uma determinada organização dará certo em outra. É
possível perceber essa questão acompanhando a história das organizações.
As Organizações simples, ou até mesmo complexas, sempre existiram no decorrer
da história da humanidade desde os primeiros agrupamentos humanos, ou seja,
quando o ser humano vivia em comunidades, em pequenos agrupamentos,
necessitando adaptar-se e transformar o seu meio. O seu percurso perpassou a fase
artesanal, que vai desde a Antiguidade até a Revolução Industrial; fase da
Industrialização; fase da Segunda Revolução Industrial; fase moderna; até a fase da
globalização, caracterizada como era da informação.
Ao longo dos anos, a ênfase das organizações deixou de ser exclusivamente nos
recursos, para ser também nas competências, intelectualidade e conectividade. Ao
longo dos anos, a forma de administrar os negócios foi passando por mudanças,
inclusive porque as organizações modernas apresentam uma estrutura, e boa parte
possui porte e complexidade muito maior do que as organizações de tempos atrás.
Essa complexidade se dá porque quanto maior a organização, maior o número de
pessoas envolvidas e maior a subjetividade. Daí a necessidade de se planejar,
organizar e controlar, como veremos mais adiante.
A organização, portanto, pode ser entendida como uma constituição de pessoas
que desenvolvem atividades por meio da hierarquização de autoridade e
responsabilidade, visando alcançar um objetivo comum. Nesse sentido, é muito
importante que você compreenda que esse conceito, embora muito próximo do
conceito de instituição, trata-se de coisa distinta, uma vez que apenas as
organizações podem ser formais e informais.
As organizações formais requerem definição de objetivos, metas e regras, divisão
de trabalho, além de uma estrutura que defina os papéis entre os seus pares. Nas
organizações formais é que visualizamos o organograma, que nada mais é do que a
representação ilustrativa da divisão do trabalho das pessoas dentro das
organizações.
GOVERNO
O Governo representa as organizações do serviço público, que administram o
Estado e serviços, ao povo. Certamente você utiliza os serviços prestados pelo
Governo, como: ministérios, universidades públicas e hospitais do estado.
EMPRESAS
Já as Empresas são organizações que têm como objetivo principal vender produtos
e serviços, administrando recursos humanos, financeiros e materiais, visando
obtenção de lucro. Neste caso, representam a maior parte das empresas que
fazem parte do nosso cotidiano. Exemplos: shoppings, padarias, supermercados,
farmácias.
TERCEIRO SETOR
Quanto ao Terceiro Setor, você pode entendê-lo como as organizações de
utilidade pública, que contam com a sociedade para prestar os seus serviços. A
característica principal é não ter finalidade lucrativa. Como exemplos, temos as
ONGs e Associações.
De um modo geral, para que as organizações sejam formadas além das pessoas e
objetivos, precisamos definir a sua estrutura, que pode ser simples ou complexa.
O que vai determinar a sua complexidade é o tipo de cultura organizacional
definida pelo gestor. E, por fim, é necessário definir qual o tipo de tecnologia que
será adotada. A tecnologia está relacionada às máquinas e aos processos. A junção
desses quatro componentes, implementada de forma única em cada empresa, é
que refletirá a diversidade das organizações. Isso porque cada uma delas irá
utilizar esses componentes da forma que melhor se adequar ao seu propósito.
Acredita-se que, para compreender a administração e qual o papel que ela
desempenha nas organizações e na sociedade, inicialmente é necessário entender
o que é administrar.
De acordo com o dicionário Aurélio, administrar significa gerir, ministrar, conferir.
Para Kwasnicha (1995), administrar é um processo integrativo de atividade
organizacional que envolve a vida do indivíduo, quer seja na organização, nas
fábricas, nas escolas, ou até mesmo nas famílias. Complementa ressaltando que é
um processo pelo qual o administrador cria, mantém e opera uma organização, que
deve ser entendida como um grupo de duas ou mais pessoas que interagem em prol
de um objetivo.
EFICIÊNCIA significa fazer a coisa bem-feita, ou seja, fazer aquilo que está sendo
feito da melhor forma possível. Quando as organizações, de um modo geral,
resolvem problemas e mediam as adversidades, sendo eficientes no uso dos
recursos e utilizando-os de forma correta, todos os envolvidos tendem a ficar
satisfeitos. Desta forma, quanto maior for o grau de produtividade e economia no
uso dos recursos, mais a organização estará sendo eficiente.
EFICÁCIA é fazer aquilo que de fato precisa ser feito, gerando resultados. Ou seja,
é fazer a coisa certa no momento certo. Quanto mais uma organização realiza os
seus objetivos, mais ela está sendo eficaz. Logo, o papel da administração é
assegurar a eficiência e eficácia das organizações.
Aula 2
A Administração nas organizações brasileiras
A administração no Brasil apresenta uma significativa influência americana. Seu
desenvolvimento é oriundo não só da história da empresa nacional, mas também
da história do capital estrangeiro. Essa influência americana partiu não apenas do
campo tecnológico, mas do próprio modo de gestão, em que os administradores
tomariam como exemplo a forma de exercer liderança, estimulando e apoiando o
aperfeiçoamento social e econômico adotado pelos americanos. Sobre esse
aspecto, Lima (2002) afirma que a influência norte-americana é um fato notório,
porém, considera lamentável não ter sido atualizada de modo que mostrasse
compatibilidade com a realidade.
Para Storck (1983), o desenvolvimento e profissionalização da administração nas
organizações brasileiras foram marcados por quatro momentos:
O primeiro momento foi marcado por uma base cultural, científica e tecnológica
deficiente, o que levou o Brasil a optar pela diversificação de sua economia e
ingressar na era industrial. Nesse momento, destacavam-se os estabelecimentos
com caráter artesanal e familiar, sobressaindo-se as indústrias tradicionais.
Vivenciava-se uma estrutura de poucos administradores profissionais, o que
comprometia o trabalho desenvolvido à época. Essa estrutura não comportava a
administração nas mãos de uma única pessoa, ou seja, administração de forma
centralizada, sem que houvesse profissionalização e adaptação à complexidade
que se instalava no interior das organizações.
Esse contexto acabou gerando a necessidade de administradores capacitados e
aptos a tomarem decisões, sem necessariamente ter que contar com os chefes.
Constituía-se um elevado número de filiais de grandes empresas tanto no âmbito
nacional quanto multinacional, o que requeria mão de obra qualificada para atuar
no mercado.
A partir daí, resultou-se a implantação do IDORT (Instituto de Organização Racional
do Trabalho), fundado em São Paulo. O principal destaque para a implantação do
IDORT era a sua principal atribuição de divulgar as técnicas da administração
científica e clássica, visando à solução de problemas ligados à racionalização das
empresas e à qualificação no desempenho gerencial dos profissionais. A divulgação
dos teóricos científicos e clássicos, na década de 30, já passava a representar a
forte tendência da concepção mecanicista no contexto organizacional brasileiro.
Curiosidades
Com a Revolução de 1930, o contexto organizacional passou a necessitar de
profissionais de várias especializações, resultando em métodos de trabalhos mais
sofisticados (NICOLINI, 2003).
Saiba Mais
Na década de 40, o país passou a necessitar de mão de obra mais qualificada que
atendesse a uma estrutura mais burocrática. Foi a partir de então que a história da
administração nas organizações brasileiras começou a delinear o seu caminho. Foi
também nessa mesma década à criação do DASP (Departamento de Administração
do Setor Público), onde predominava as características weberianas e as teorias da
administração de Taylor e Fayol.
Mais quais seriam esses fatos e meios? De fato, como se apresenta o cenário
organizacional brasileiro?
Mesmo com a influência americana, é válido chamar à atenção para o fato de que
é necessário se conhecer o contexto cultural de uma organização e adaptar as
estratégias empresariais de acordo com a cultura local de cada país.
O contexto econômico e político do país vem influenciando a atividade empresarial
brasileira, e quanto a isso, não nos restam dúvidas. O que ocorre é que para o
gestor sustentar o seu negócio, ele deverá estar preparado para lidar com uma
elevada carga tributária, já que o Brasil é o país com maior percentual de PIB do
mundo, e com custos de financiamento ainda muito altos, com taxas de juros que
muitas vezes chegam a ser abusivas. Esse fato, inclusive, acaba reduzindo
significativamente a abertura de novos negócios. O processo burocrático na gestão
dos negócios muitas vezes leva os gestores a gastarem tempo com formalidades do
que empreendendo esforços na administração do negócio em si. Esses três aspectos
são os principais motivos do crescimento do negócio informal.
AULA 3
Funções do Administrador
Será, portanto, a ação norteadora para todas as outras ações. Um bom gestor deve
pensar com antecedência o que deseja alcançar e traçar planos e cronogramas
para que possa acompanhar sua execução. É através do planejamento que a
organização pode evitar o desperdício e apresentar maiores chances de se atingir
os objetivos traçados. Até porque, se não utilizarmos o planejamento no presente,
dificilmente conseguiremos implantar o que desejamos no futuro. Funciona assim
também para a nossa vida pessoal.
Se desejarmos ter uma prospecção financeira futura, será necessário fazer um
planejamento de gastos e receitas para que se consiga o que se planejou. Para
uma viagem, por exemplo, é necessário que se pesquise antes o lugar desejado,
quanto será necessário de recurso, quem fará a viagem e qual o período mais
apropriado para que a viagem aconteça.
Quando se trata de uma organização, deve-se buscar ao máximo evitar os
improvisos. Desta forma, planejar é decidir antecipadamente. Geralmente, nas
empresas, os seus diretores se reúnem anualmente para discutir sobre seus
projetos e como a equipe pode trabalhar para que sejam bem-sucedidos. Como
você pode perceber, quando os objetivos são estabelecidos e as formas de alcançá-
los traçadas, o administrador está planejando. Embora muitas vezes aquilo que se
planejou leve anos e anos para que vire uma realidade.
O QUE
DE QUE MANEIRA ____________________> FAZER
QUANDO
QUEM DEVE
Aquele que não prevê os acontecimentos a longo prazo se expõe a infelicidades
próximas. (Confúcio)
Um plano deve conter objetivos, plano de ação, recursos, meios, mas ainda assim
suas formas e conteúdo vão variar de uma empresa para outra. Por exemplo, em
uma organização, o objetivo pode ser um resultado desejado como entrar em um
novo segmento, acabar com a criminalidade; em outras, o objetivo pode ser a
realização de um produto, como comprar um novo imóvel ou desenvolver uma nova
marca para o negócio.
Quando uma organização se prepara para competir no mercado, existe uma forte
tendência de que o seu negócio dê certo. Com a falta de planejamento, existe
grande probabilidade de que o desempenho organizacional não seja satisfatório.
Podemos perceber isso através das pesquisas realizadas pelo SEBRAE. Ainda existe
um percentual muito significativo de empresas que fecham suas portas antes de
completarem cinco anos de existência. Um dos motivos que podem ser atribuídos a
esse fato é a falta de planejamento.
No planejamento estratégico, que é o mais utilizado pelas organizações, devem ser
envolvidos os objetivos e estratégias de longo prazo, a análise da situação das
forças e fraquezas, ameaças e oportunidades do negócio, ficando sob a
responsabilidade dos altos executivos. Já no planejamento tático, são envolvidos
os planos mais específicos e as principais ações que uma unidade deve
empreender. No plano operacional, estão envolvidos os procedimentos que
requerem um tempo mais curto, envolvendo os níveis inferiores da organização.
PESSOAS: designação das pessoas para ocupação dos cargos. Nesse quesito é
necessário um cuidado especial ao se designar uma pessoa para ocupar uma
determinada tarefa. É importante se considerar as habilidades, aptidões,
experiências de cada membro que compõe a organização. O gestor deve buscar a
pessoa certa, na tarefa certa, e no tempo certo.
Assim sendo, cada vez que as circunstâncias o exigirem, o organograma deve ser
atualizado.
O organograma pode ser vertical, que é quando a estrutura está voltada para o
controle vertical da organização; ou horizontal, voltado para a definição da divisão
técnica do trabalho. O organograma vertical é o mais tradicional. As principais
vantagens do organograma é que, através dele, é possível se analisar as
deficiências da estrutura (lacunas, duplicações de cargos etc.); indicar aos
funcionários como eles estão enquadrados no sistema em que atuam; além de
proporcionar melhores condições de controle.
Através do desenho da estrutura organizacional é que se decide o nível de
centralização e descentralização. Quando a autoridade está concentrada em
apenas uma pessoa, ou em poucas pessoas, a organização é centralizada.
Nas organizações centralizadas, o poder de decisão está localizado próximo ao
topo da organização. A principal vantagem é uma maior uniformidade e controle.
Já nas organizações descentralizadas, as decisões são tomadas em níveis mais
baixos. Desta forma, os ocupantes de determinados cargos transferem parte de
suas atribuições para representantes de outros cargos. A principal vantagem é que
ela estimula a autonomia e proporciona um melhor aproveitamento do potencial
das pessoas. Uma empresa de sucesso que optou pelo modelo da descentralização
é a Johnson & Johnson, que oportuniza uma total autoridade a todas as suas
companhias operadoras.
Quando os trabalhos são divididos de forma racional, o administrador está
organizando.
Após o planejamento e organização, a próxima função é a direção.
E o que isto representa?
Isto representa a estratégia do gestor de acionar a empresa, dinamizá-la e fazê-la
funcionar. Desta forma, é através da direção que os objetivos devem ser
alcançados por meio da atividade das pessoas que compõem a organização. É a
função administrativa relacionada à interação entre os administradores e seus
subordinados, ou seja, a função que coloca em prática as habilidades de motivar e
liderar pessoas por parte dos gestores.
Por envolver o gerenciamento de pessoas, dirigir constitui uma das funções
administrativas mais complexas, sobretudo porque uma vez que se agrupam
pessoas com objetivo e perspectiva individual, existe um grande desafio para se
alinhar esse objetivo individual com os objetivos organizacionais. Nesse sentido, a
função da direção envolve o contato direto e próximo com as pessoas, ajudando a
guiá-las no caminho dos objetivos de equipe e organizacionais.
Alguns aspectos estão mais ligados à direção, como:
COMUNICAÇÃO ------> LIDERANÇA ------> MOTIVAÇÃO
Assim, como você deve estar imaginando, a direção deve buscar criar um ambiente
de trabalho cooperativo, manter um fluxo claro de comunicação, criar situações
que possibilitem às pessoas aprender e crescer.
Na função de direção, a comunicação representará a troca de pensamentos, a
inter-relação por meio de palavras. Configura-se no processo de passar informação
de uma pessoa para outra. No que tange à motivação, o gestor deve entendê-la
como a ação que vai impulsionar um indivíduo a agir de determinada forma, quer
seja provocado por um estímulo interno, quer seja por um estímulo externo. Eis
um grande desafio, administrar desejos e necessidades diversas, dentro de um
mesmo ambiente organizacional. Daí, a liderança passa a exercer também um
papel extremamente importante na empresa.
Através da liderança, o gestor desenvolverá técnicas para conduzir as pessoas,
fazendo uso adequado de incentivos para obter motivação. Configura-se na
capacidade de motivar as pessoas a fazerem aquilo que precisa ser feito. Nessa
perspectiva, a conduta do diretor deverá ser exemplo para todos os seus
seguidores. Na função de direção, a liderança exerce um papel mais relevante.
Desta forma, aquele que exerce função da direção deve ser visto como um agente
transformador, adaptando-se aos avanços tecnológicos e científicos, com o
propósito de responder às demandas do mercado.
Observa-se que em um cenário marcado por constantes e aceleradas
transformações em todos os aspectos, sobretudo no que se refere ao aumento da
competitividade e necessidade de sobrevivência, as organizações,
independentemente do seu tamanho, têm buscado monitorar tanto o seu ambiente
externo quanto interno. Para tanto, dirigir significa adotar um perfil eficiente, que
combine aspectos relacionados à execução das tarefas com aspectos relacionados
ao lado emocional, visando equilibrar e orientar as relações de trabalho.
Nesse sentido, o relacionamento interpessoal passa a refletir no desenvolvimento
de uma organização, a partir da valorização cada vez maior dos recursos e talentos
humanos, criando sinergia no ambiente organizacional. Essa sinergia se refere a
tentar obter da equipe um resultado que seja maior do que o somatório das
capacidades e habilidades individuais de seus membros. Para que exista sinergia,
são necessárias a comunicação e troca de informações, o que só pode acontecer
quando existe um relacionamento interpessoal — formal ou informal — de
qualidade entre aqueles que fazem parte de uma organização.
Existem dois estilos de direção: Teoria X e Teoria Y.
GOVERNO
Na Teoria X, é desenvolvido um estilo de direção voltado apenas aos objetivos
empresariais, sem levar em consideração as aspirações individuais dos membros
que compõem a organização. É considerada uma teoria ultrapassada, uma vez que
tem uma forte tendência a levar as pessoas a fazerem exatamente o que a
organização deseja, sem considerar as opiniões e objetivos individuais. Segundo
Chiavenato (2007), o salário é a única motivação para essa teoria.
TERCEIRO SETOR
Na Teoria Y, a direção desenvolve um estilo de gestão aberto, democrático,
participativo e dinâmico. Nesse estilo de direção, percebe-se uma administração
por objetivos que realçam a iniciativa individual, ou seja, existe uma preocupação
com autodesenvolvimento das pessoas. O trabalho é encarado como uma atividade
natural, as pessoas são criativas e competentes.
Trata-se, portanto, de um estilo de direção pautado em ações inovadoras e
humanistas. Na teoria Y, as decisões são descentralizadas e as responsabilidades
delegadas, com maior significação do trabalho.
Como você pode imaginar, o papel de direção passou por diversas transformações
ao longo dos anos. A autoridade, que antes era exercida pelo chefe em uma
relação de comando e controle, teve que ceder espaço a uma direção participativa
direcionada para a motivação e liderança, com foco também nas pessoas.
Por fim, após o planejamento, organização e direção, o gestor deve controlar.
Vamos compreender melhor essa etapa.
Através do controle, será possível mensurar e avaliar os resultados da ação
empresarial e suas consequências. Ou seja, o seu principal papel é acompanhar a
execução das atividades, tendo em vista os objetivos organizacionais. Desta forma,
o controle se preocupa em manter a empresa em condições que permitam o
funcionamento adequado em prol do cumprimento dos seus objetivos, de acordo
com o que foi planejado.
As organizações devem pensar no controle como uma forma de monitorar o
progresso da empresa e implementar as mudanças necessárias para que ela cumpra
a sua missão. Nesse sentido, no cotidiano das empresas, marcado por adversidades
e mudanças constantes, faz parte da premissa dos gestores buscar respostas para
as questões do tipo: nossos resultados estão compatíveis com nossos objetivos?
Nossas metas estão sendo atingidas? Nossa equipe está motivada e engajada na
consecução das estratégias organizacionais?
As corporações de sucesso empreendem esforços significativos no
acompanhamento da qualidade de sua atuação. Desta forma, torna-se uma prática
monitorar o desempenho das pessoas, fornecer feedback, identificar problemas e
corrigi-los.
Com o avanço da tecnologia da informação, as organizações estão utilizando a
internet e outras tecnologias para coordenar e monitorar virtualmente o seu
negócio, sobretudo porque a falta de um controle eficaz pode causar sérios
problemas à organização e ameaçar o seu futuro.
Em muitas organizações, existe uma resistência muito grande aos sistemas de
controle. Essa resistência é atribuída ao fato de os sistemas abrangentes de
controle fornecerem dados de desempenho dos funcionários, além de revelarem
erros que causem instabilidade no emprego.
Cabe ao gestor fazer com que o controle organizacional seja entendido como um
processo sistemático de monitorar as atividades organizacionais tornando-as
consistentes com os planos e metas traçados pelos acionistas da empresa.
O controle, antes do processo, pode ser chamado de controle por adiantamento
das informações. Como a própria classificação já sugere, esse tipo de controle
busca identificar e definir os problemas antes de ocorrerem. É o que os bancos
geralmente fazem. Antes de fornecer um empréstimo a um correntista, o gerente
exige uma série de documentos e comprovações.
“De acordo com Kaplan e Norton (1997), o BSC é um instrumento que mede o
desempenho organizacional em quatro perspectivas (financeira, clientes, processos
internos e aprendizagem/crescimento), permitindo que a organização acompanhe
o desempenho financeiro, monitore e ajuste a estratégia.” Para saber mais sobre o
Balanced Scorecard, leia as páginas 23-26, do livro Incrementando a Estratégia -
Uma abordagem do balanced scorecard, disponível na Biblioteca Virtual.
Quando o controle é realizado durante o processo, ele é chamado de controle
simultâneo. Nesse tipo de controle, o foco está nos processos contínuos. Em
contrapartida, quando o controle está focado nas saídas da organização, ou seja,
após o processo, a organização está adotando o controle pelo feedback. Nesse
controle, os problemas são resolvidos depois que eles acontecem. Exemplos: a
análise de uma venda depois que ela acontece e as ligações pós-venda.
Através do Balanced Scorecard, o gestor tem condições de fazer um
monitoramento financeiro dos processos internos, dos clientes e do aprendizado e
crescimento organizacional.
Como você pôde perceber, o ciclo PDCA é muito utilizado como modelo para o
planejamento.
Vamos entender o que é PDCA...
O ciclo PCDA é um método interativo de gestão baseado nas funções da
administração: Planejar, Executar, Verificar e Agir. “Plan”, planejar; “Do”, fazer
ou agir; “Check”, checar ou verificar; e “Action”, no sentido de corrigir ou agir de
forma corretiva. O PDCA se configura em um método utilizado para o controle
eficaz das atividades de uma organização, sobretudo àquelas relacionadas às
melhorias. Através dele, a empresa implementa ações de melhorias constantes nas
áreas, auxiliando no processo de tomada de decisões administrativas.
Visualize como exemplo a atuação de um empresário, dono de um restaurante
localizado em uma capital brasileira. Suas atividades são focadas antes, durante e
depois da prestação dos serviços. Antes, será necessário verificar as atividades de
recepção, compra dos alimentos e bebidas, iluminação, segurança, garçons,
cozinheiras, limpeza etc. O acompanhamento de como as cozinheiras preparam as
comidas e como os garçons atendem os clientes podem ser entendidos como a
função de controlar durante o processo. Ao final do dia, o acompanhamento de
quantos pratos foram vendidos e a estatística de satisfação dos clientes em relação
ao restaurante representam o controle depois do processo.
É importante destacar que todas as quatro funções administrativas (Planejar,
Organizar, Dirigir e Controlar) são interdependentes, mas interagem entre si de
modo dinâmico.
Saiba Mais
Leia o artigo intitulado Análise das abordagens sobre as funções do
administrador.
Encerramento
COMO O PROFISSIONAL DEVERÁ ADMINISTRAR UMA ORGANIZAÇÃO?