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PSICOTERAPIA CENTRADA NA PESSOA

CONDIÇÕES INICIAIS

I. COMO CONDUZIR A ENTREVISTA

Inicialmente, é preciso esclarecer que o termo “conduzir” não é particularmente


evocador de uma relação psicoterápica empática. Seu uso, no entanto, neste texto, se
deve, principalmente, a falta de um termo mais adequado, deficiência que ocorre
também em outros idiomas e não só com o Português. Aqui utilizamos o termo
“conduzir” com a intenção de mostrar que a relação terapêutica, mesmo na abordagem
centrada na pessoa, deve possuir uma estrutura, ou seja, não é um simples diálogo
aleatório, mas tem o objetivo do crescimento pessoal do cliente e, para isso, o psicólogo
deve oferecer um conjunto de atitudes consideradas facilitadoras. Essas atitudes devem
se harmonizar com as modalidades da ação interpessoal evoluída – cooperativa,
respeitosa, destituída de elementos de autoridade indevida ou de intenções
manipuladoras.

A relação psicoterapêutica é uma relação profissional. Toda situação profissional


comporta uma certa divisão do trabalho, isto é, as partes empenhadas devem assumir
certas tarefas e responsabilidades, sob pena de abolir a natureza particular da situação.
No caso da psicoterapia rogeriana, a tarefa do terapeuta consiste não em revelar o
cliente a si mesmo, mas em estabelecer e manter uma estrutura relacional na qual o
cliente – ao mesmo tempo em que adquire uma consciência crescente de si mesmo –
se atualiza no sentido da autodeterminação. A função de “conduzir” é, pois, inerente à
situação – é a estrutura mesma de toda a terapia traduzida em ação. Ela não é, pois,
uma função de certa forma arbitrária, dirigida pelo pensamento, pelas impressões e
avaliações mutáveis do terapeuta no decorrer de sua interação com diferentes clientes
e em diferentes estágios de suas terapias.

II. A ENTREVISTA PRELIMINAR

Ainda que a terapia centrada na pessoa não preceda, em princípio, nem de um


diagnóstico nem de um exame médico, ela não começa, no entanto, sem algum
preâmbulo. Para que a ação do terapeuta seja fecunda e responsável, é necessário que
seja exercida com conhecimento de causa e que se baseie em um certo acordo entre
as partes. Vejamos como se estabelece o contato entre o cliente e o terapeuta.

O procedimento poderá variar um pouco de acordo com a instituição que oferece o


serviço, ou seja, um estabelecimento público, privado, se possui um corpo clínico e
funcionários auxiliares, ou se um consultório em que o psicólogo trabalha só. Em todos
esses casos, todavia, as coisas começam de forma semelhante.

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Em se tratando de uma instituição que tem uma organização com funcionários, a
primeira pessoa com quem o indivíduo que deseja fazer terapia tem contato é um(a)
secretário(a) ou outro(a) funcionário(a) o(a) qual chamaremos de recepcionista. O papel
desta pessoa não tem nada de muito especial. Ela serve de intermediária com relação a
diversas questões práticas, tais como programação das entrevistas, transmissão de
mensagens de cliente a terapeutas, etc. O(a) recepcionista pode ser encarregado(a) de
certas responsabilidades administrativas, tais como a contabilidade e o estabelecimento
de diversas estatísticas. No primeiro contato – telefônico ou pessoal – com o futuro
cliente, ele(a) toma nota dos diversos dados de identificação de costume, anota os
dados suplementares que o cliente considera útil fornecer – informações quanto à
natureza do conflito ou quanto à urgência da necessidade de assistência – e marca a
entrevista preliminar.

Se no quadro da instituição existe um psicólogo especialmente designado para o


contato inicial, assim deve, então, começar os trabalhos com o cliente. De certa forma,
essa entrevista inicial representa um processo seletivo e tem dupla finalidade. Por um
lado, visa obter uma imagem geral do funcionamento do indivíduo, assim como da
natureza e da gravidade de seu caso. Por outro lado serve para informá-lo do tipo de
assistência oferecida pela clínica, da provável duração do período de espera, se houver,
etc. Informa ao cliente a necessidade ou não de ser encaminhado, inicialmente, a uma
consulta médica ou psiquiátrica ou outras especialidades. Este primeiro contato permite
ao cliente examinar sua decisão à luz destas informações e confirmá-la, posteriormente,
se assim o desejar, com o(a) recepcionista. Evita, também, despertar falsas esperanças
quanto ao gênero de assistência que lhe será oferecido. Além disto, esta entrevista
serve de preparação à terapia, ao lhe dar ocasião de examinar sua decisão, de
confirmá-la ou mudá-la, baseando-se em alguns dados de fato. O indivíduo, cujo desejo
de se submeter à terapia foi confirmado, revela-se, geralmente, mais motivado do que
aquele que, de certo modo, se “deixa levar” ao consultório do terapeuta. É importante,
todavia, ressaltar que esta primeira entrevista feita por outro psicólogo não é, ainda,
propriamente o início da terapia centrada na pessoa. De qualquer modo, a psicoterapia
centrada na pessoa não exige, em nenhuma hipótese, submeter o cliente a um
psicodiagnóstico formal como condição inicial para a terapia.

Quando a clínica não tem esse psicólogo encarregado de fazer a entrevista de


triagem ou se trata de um consultório em que o psicólogo trabalha só, essa função
descrita acima fica a cargo do próprio terapeuta. Todavia, o terapeuta rogeriano que,
pelas circunstâncias discutidas acima, faz ele próprio a entrevista inicial deve se
conscientizar da dualidade de papéis a que está submetido, ou seja, de uma entrevista
inicial para coletas de informações básicas, contrato de trabalho e decisão pelo
processo terapêutico, e do início propriamente da terapia (a partir da segunda
entrevista). Também é importante que o cliente compreenda que a entrevista
preliminar é independente do processo terapêutico subseqüente; que este último,
tendo fins claramente diferentes, necessita de atitudes e de comportamento diferentes
por parte de ambos.

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III. ESTRUTURAR A RELAÇÃO

O que na linguagem psicológica se conhece pelo nome de “estruturar” é, na sua


expressão mais simples, dar a conhecer as “regras do jogo” da terapia. É indicar a
divisão do trabalho ou as funções de que cada parte deve se encarregar para atingir o
fim a que se propõem.

Como se faz esta estruturação? Geralmente ela é vista como uma explicação da
situação, descrição dos papéis, informações ao cliente do que se espera dele e do que
ele pode esperar do terapeuta. No que se refere a qualquer outra forma de psicoterapia
– ou qualquer outra forma de colaboração interpessoal – esta resposta é perfeitamente
aceitável. Contudo, com relação a uma interação de estrutura “centrada na pessoa”,
empática, a explicação é diretamente contrária a esta estrutura. Com efeito, a
explicação é uma atividade didática, que procede do ponto de referência daquele que a
fornece. Ora, numa abordagem empática, o terapeuta opera – ou, pelo menos procurar
operar – a partir do ponto de referência do cliente. Todavia, se este modo de interação –
centrado na pessoa – é tão radicalmente diferente de qualquer outro comércio
interpessoal, como o cliente chegará a compreender e a exercer seu papel se este não
lhe é explicado? Como poderá perceber o sentido do comportamento “estranho” de um
profissional que não interroga, não prescreve, não aconselha e não guia?

A estruturação de uma tal situação, ainda que em realidade seja muito simples,
constitui aparentemente um dos aspectos da abordagem rogeriana mais difíceis de
serem concebidos pelo recém-chegado. Este, para exprimir sua confiança na
capacidade do cliente, seu respeito incondicional em relação a ele ou à sua concepção
igualitária de sua colaboração, vê apenas um único meio – dizer ao cliente que tem
confiança nas suas possibilidades, que experimenta um respeito incondicional para com
ele, etc. Ora não é declarando a um indivíduo – principalmente a uma pessoa a quem,
como cliente, falta confiança e respeito para consigo mesmo – que o respeitamos, que
confiamos nele, que o consideramos em pé de igualdade, etc., que o faremos sentir
que é respeitado ou que o faremos agir de igual para igual.

Devido à importância crucial da estruturação com referência ao estabelecimento e


à manutenção de uma interação do tipo rogeriano, nós nos deteremos mais longamente
neste aspecto do papel do terapeuta. Como o problema se coloca principalmente no
começo do processo, uma estruturação defeituosa pode por fim ao uso desta
abordagem desde a primeira tentativa, de modo que nem o terapeuta nem o cliente
terão ocasião de fazer realmente uma idéia dela. A estruturação rogeriana é, portanto,
implícita e não explícita, ou seja, o cliente deve vivenciar a experiência de assumir a
direção do processo, de sentir que só ele próprio tem condições de gerir a sua vida. O
terapeuta, pelas suas atitudes, facilita essa vivência para o cliente. Não é, então, uma
descrição didática ou uma informação objetiva do que o cliente deverá fazer ou como
deverá ocorrer a terapia – o que seria a estruturação explícita.

A maneira de estruturar a relação tem a ver com o caráter voluntário ou mais ou


menos involuntário do cliente. O cliente voluntário é aquele que se submete à terapia
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por sua própria iniciativa; enquanto que o cliente mais ou menos involuntário encontra-
se ali em conseqüência da ação de terceiros, ou por ordem do médico ou do tribunal, ou
pela insistência de um membro de sua família ou qualquer outra pessoa capaz de
influenciá-lo. O primeiro cliente é muito mais motivado que o segundo e apresenta
melhores possibilidades de se ajustar ao processo terapêutico. Assim, o psicólogo
deverá, portanto, variar a maneira de construir essa estruturação conforme o caso.

Vamos exemplificar a questão supondo que a entrevista preliminar – onde se


esclarece sobre o processo e levantam-se os dados iniciais do cliente – já tenha sido
feita e, agora, será iniciado propriamente o processo terapêutico.

A estruturação explícita – não adequada à abordagem centrada na pessoa – pode


se valer de recursos como os indicados abaixo:

Psicólogo:

- Quer me descrever seu problema?

Ou

- Aqui a direção do processo deverá ser sua.

Ou

- Talvez seja útil dizer-lhe uma ou outra coisa sobre a maneira pela qual
procedemos nestas entrevistas. Entendo que a melhor forma de alcançar resultados é
que o cliente seja deixado inteiramente livre quanto à forma de usar o tempo que passa
comigo. É importante que a hora da entrevista seja completamente sua. Cabe a você,
portanto, decidir sobre as coisas que deseja ou não discutir. O que quer que você
decida examinar me encontrará sempre disposto a acompanhá-lo.

Estas palavras não são inteiramente destituídas de mérito. Contudo, como


exemplo de uma estruturação centrada no cliente, elas têm pouco valor. A comunicação
fecunda das “regras do jogo” de uma interação íntima não se efetua por meio de
informação verbal. Como diz Rogers: “Não é dizendo ao cliente como deverá
experimentar a relação que lhe daremos uma percepção adequada desta relação. A
percepção significativa é uma questão de experiência imediata, vivida: por isto, não
somente é inútil fazer descrições, como também estas apresentações intelectuais são
de natureza a dificultar o estabelecimento de uma imagem unificada do caráter próprio
da relação ou do processo”.

Essas colocações do psicólogo, mostradas acima, poderiam ser consideradas


muito adequadas a outros modelos psicoterápicos, mas não quando se trata da ACP.

Vejamos, então, como pode ser feita a estruturação implícita.

Após a entrevista preliminar, o cliente vem para o início do processo terapêutico. O


terapeuta cumprimenta o cliente, oferecendo-lhe uma poltrona e ele próprio também

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toma assento na outra poltrona. A estruturação começa imediatamente. Mesmo com o
risco de falsear um pouco a imagem, procuraremos evocar a maneira pela qual o
terapeuta se esforça em familiarizar o cliente com as “regras do jogo” a fim de que
possa aplicá-las tão imediata e facilmente quanto possível.

Se o terapeuta está convencido da capacidade do indivíduo de se ajudar a si


mesmo, quando lhe é realmente dada a ocasião, e se está convencido que o seu
próprio papel é o de um catalisador, não de um agente, transparecerá em sua aparência
fisionômica – expressão do rosto, postura, etc. – uma comunicação que o cliente
compreenderá sem dificuldade. Esta comunicação é bem simples: ela se refere ao fato
de que, neste preciso momento, o terapeuta considera seu papel como sendo o
de escutar. Constatamos, com efeito, que o cliente confirma geralmente o papel do
terapeuta adotando espontaneamente o papel correspondente: o de falar, de dar a
conhecer as razões de sua visita.

Os primeiros segundos que os interlocutores passam assentados face a face –


segundos silenciosos, mas não inativos – constituem a nosso ver, uma experiência
sempre igualmente fascinante. Em praticamente todos os casos verifica-se uma
mudança, quase visível, na atitude do cliente: passagem da expectativa à iniciativa.
Tudo o que é necessário para que essa capacidade de iniciativa se manifeste é a
ausência de ameaça para com o “eu”.

Não é, pois, necessários, durante essa primeira entrevista terapêutica,


principalmente quando se trata de um cliente voluntário, dizer-lhe para falar e indicar-lhe
o tema. Proceder desta forma é não somente supérfluo e rotineiro, mas, é também uma
condescendência contraditória com a estrutura da interação concebida em termos
rogerianos, isto é, inteiramente centrada no cliente.

Sem se dar conta do fato de que não foi convidado explicitamente a tomar a
palavra e que, em conseqüência, nenhum assunto lhe foi indicado, o cliente toma a
iniciativa dizendo frases como:

- Oh, este é o meu caso...

- Venho procurá-lo por causa de...

- Tenho algumas dificuldades sobre as quais gostaria de lhe falar.

Etc.

No entanto, nem todos os terapeutas rogerianos começam a entrevista desta


maneira não-verbal. Muitos preferem empregar alguma variação verbal desta atitude
fundamental apresentada. Esta forma verbal estará de acordo com a teoria em causa
se a iniciativa do terapeuta reflete a iniciativa do cliente, isto é, se ela põe em
destaque a atividade do cliente – sua decisão de se submeter à terapia, a idéia que ele
faz da natureza de seu caso, etc. Por exemplo, se o terapeuta inicia a entrevista
dizendo:

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- Você deseja discutir algumas coisas que o preocupam.

- O Dr. X me pôs a par de sua visita recente à clínica. Você experimenta algumas
dificuldades e decidiu procurar libertar-se delas. (quando houve a entrevista preliminar).

- Falamos recentemente pelo telefone e agendamos esta entrevista, mas não


estou certo do que lhe traz aqui.

- Você procurou a clínica acredito que por alguma razão; estou à sua disposição.

Quando se trata de um cliente não totalmente voluntário este pode ter dificuldade de
assumir sua responsabilidade no processo terapêutico, colocando, muitas vezes, a
responsabilidade em outras pessoas. Este aspecto pode ser facilmente ilustrado através
do trecho de uma gravação do caso de Arthur, que fora enviado para um curso de
recuperação (em uma Universidade), fato que o levou automaticamente à consulta
psicológica. Durante os primeiros três minutos da primeira entrevista, passou-se o
seguinte: (P. psicólogo; C. cliente)

P. Acho que não sei muito bem o que o trouxe aqui... quer dizer, não sei se
alguém sugeriu que viesse me ver ou se tem alguma coisa que o perturba e quer ser
ajudado.

C. Falei com a Sra. G. da Secretaria e ela me sugeriu que seguisse o curso de


recuperação. O meu professor me disse que devia vê-lo e por isso vim.

P. Inscreveu-se no curso porque sugeriram a você.

C. Mm-hm.

P. Suponho então que foi por essa razão que veio me ver. Quer dizer...

C. Sim.

P. Bem, acho que há uma coisa que deve ficar bem clara e que é o seguinte: se
há alguma coisa que possa fazer para ajudá-lo no que o preocupa, sinto-me muito feliz
por fazê-lo. E, por outro lado, não quero que pense que é obrigado a vir falar comigo, ou
que isto faz parte do curso ou algo semelhante. Às vezes uma pessoa tem dificuldade
com o seu trabalho escolar ou com qualquer outra coisa. Pode-se resolver melhor o
problema se se falar dele com alguém e tentar ir ao fundo, mas penso que isso deve ser
com a pessoa; gostaria que ficasse bem claro desde já que, se quiser falar comigo,
posso lhe reservar uma hora por semana e então você vem e falamos... mas não é
obrigado a vir. Agora não sei... Talvez queira me dizer um pouco mais por que lhe
ocorreu inscrever-se no curso de recuperação... suponho que foi por sugestão da Sra.
G.

C. Sim, a Sra. G. me fez essa sugestão. Ela achava que os meus hábitos de
trabalho não eram bons. Se eram bons, as minhas notas e tudo não pareciam refletir

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isso. Pensou então que, se fizesse isto, aprenderia a estudar melhor, a empregar
melhor o tempo e a atenção, e outras coisas mais.

P. Portanto, o seu objetivo ao seguir este curso é satisfazer a Sra. G.

C. Certo. Não, não é isso. É para o meu próprio aperfeiçoamento.

P. Estou vendo.

C. Desviar-me dos meus hábitos e métodos de trabalho e utilizar melhor o tempo


e o esforço.

P. Mm-hm.

C. É isso o que estou fazendo. Ela sugeriu e eu faço para meu benefício.

P. Estou vendo. Fez isso em parte porque ela sugeriu e em parte também porque
é seu desejo fazer alguma coisa nesse sentido, não é assim?

C. Pensei que tinha necessidade disso e portanto inscrevi-me (riso).

P. Bem, agora tenho mais interesse em saber por que pensava ter necessidade
disso do que por que pensava a Sra. G. que você tinha necessidade. Por que você
pensa ter necessidade disso?

Podemos dar um outro exemplo para ilustrar a maneira como a situação se


define muitas vezes em termos de responsabilidade real, sem que importe tratar-se de
uma pequena responsabilidade. Numa primeira entrevista de consulta psicológica com
um estudante são dadas previamente algumas explicações sobre a situação, mas perto
do fim ocorre o seguinte diálogo:

C. Penso que da próxima vez que vier vê-lo, será um pouco diferente. Talvez
então saiba um pouco melhor sobre o que falar.

P. Quer vir na próxima quinta-feira à mesma hora?

C. Sim, estou de acordo.

P. Isso é com você.

C. Comigo?

P. Eu estou aqui. Eu me sentiria satisfeito por poder fazer alguma coisa por você.

C. Muito bem, acho que venho.

P. Muito bem.

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Neste breve trecho muita coisa aconteceu. O estudante usa uma expressão um
pouco independente, mostrando que projeta pelo menos partilhar da responsabilidade
do emprego da próxima entrevista. O psicólogo estimula-o fazendo depender a decisão
da iniciativa do estudante. Este, não atribuindo essa atitude a nenhum significado
especial, entrega a responsabilidade ao psicólogo, dizendo: “Sim, estou de acordo.”
Quando o psicólogo indica que a situação pertence efetivamente ao paciente, vê-se
claramente a surpresa deste na gravação, quando diz: “Comigo?” Todo o tom muda
quando responde então de uma maneira firme e decidida: ”Muito bem, acho que venho”
– aceitando autenticamente a responsabilidade pela primeira vez.

Assim, através das palavras, das ações, ou de ambas as coisas, ajuda-se o


paciente a sentir que a sessão de consulta psicológica é sua – para usá-la, assumir a
responsabilidade por ela, como uma oportunidade para ser livremente ele próprio.

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Compilação feita com base na bibliografia abaixo:

ROGERS, Carl R.; KINGET, G. Marian. Psicoterapia e relações humanas. Belo


Horizonte: Interlivros, 1977, Vols. 1 e 2.

ROGERS, Carl R. Psicoterapia e consulta psicológica. São Paulo: Martins


Fontes, 1997.

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