Você está na página 1de 21

Aleitamento

Materno
Índice:

Tipos de aleitamento Técnica de amamentação – a pega correta

Desenvolvimento mamário e a produção Principais desafios à manutenção do


láctea aleitamento materno
Duração ideal da amamentação
Crise transitória na lactação

Benefícios comprovados da amamentação


Tipos de aleitamento:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divide o aleitamento materno nos subtipos:

Aleitamento materno exclusivo (AME): Envolve oferecer à criança apenas o leite materno, seja por sucção direta da mama ou por ordenha manual,
sem que haja adição de outros líquidos ou sólidos.

Aleitamento materno predominante (AMP): Quando é oferecido à criança água, sucos ou outras bebidas, porém sem deixar de lado o aleitamento
materno, que deve ser feito de forma predominante sobre as outras bebidas.

Aleitamento materno: Oferecer leite materno, independentemente de outros alimentos.

Aleitamento materno complementado: Quando, além do leite materno, há a inserção de alimentos sólidos ou semissólidos de forma complementar
e não substitutiva.

Aleitamento materno misto ou parcial: Oferecimento de leite materno e outros tipos de leite (vaca, cabra, etc.).

Atualmente, apesar da grande quantidade de evidências científicas e informações acerca da importância e dos benefícios de ser realizar o
aleitamento materno, ainda há uma grande número de mães que não o praticam de forma ideal, como é preconizada pelas diretrizes.
Desenvolvimento mamário e a produção láctea

Têm-se três processos principais de preparação da mama para o ato da amamentação:

Mamogênese: Fase de desenvolvimento e crescimento mamário. Se inicia com a puberdade, e durante o


período de gravidez esse desenvolvimento se acelera e se completa.
Lactogênese: Se refere ao início da formação da secreção láctea. A produção e secreção do leite se dá com
estímulos de dois hormônios principais, a prolactina (PRL), que é responsável por estimular a produção de
leite pelas glândulas mamárias e pela ocitocina (OT) que estimula a contração da musculatura lisa e a
consequente ejeção do leite pela mama.
Galactopoiese: se refere à manutenção da secreção láctea. Essa secreção que requer um meio hormonal
adequado (PRL + OT), sucção periódica e remoção regular do leite. A sucção é fundamental para produzir o
leite, caso contrário, deve-se estimular a ordenha.
O estado mental, a presença de estímulos visuais, táteis,
auditivos e olfatórios podem ter um papel estimulador ou inibidor
destes processos. Por isso uma orientação adequada com
enfoque na manutenção de uma boa saúde mental para as mães
pode contribuir para a eficácia do aleitamento materno.
Desenvolvimento mamário e a produção láctea

A produção láctea é diferente de mãe para mãe. Cada uma produz um leite com composição única.
A produção passa por um processo de maturação, fazendo com que o leite passe por três fases
principais em sua produção:

Colostro: É produzido do primeiro ao quinto dia após o nascimento, possui coloração amarelada e
sua composição é rica em proteínas e imunoglobulinas (IgA, IgG e IgM), sendo considerada a
primeira imunização que o bebê recebe logo após seu nascimento.
Leite de Transição: É produzido do sexto ao décimo quinto dia após o nascimento, sendo sua
composição rica em gorduras, lactose e outros nutrientes importantes. Sua coloração é branca,
opaca.
Leite maduro: É considerado o leite ideal, com todos os componentes essenciais para o
desenvolvimento da criança. É produzido a partir do 15º dia após o nascimento. Sua coloração é de
transição entre o amarelo e o branco.
Dúvida frequente:

“O meu leite muda de cor com frequência, às vezes está mais esbranquiçado, outras vezes mais amarelado. Isso
é normal?”.

É normal as variações na coloração do leite materno, até mesmo durante o decorrer da própria mamada. Logo ao
início da mamada a coloração do leite é mais esbranquiçada, devido à maior composição de água, eletrólitos,
vitaminas, minerais e anticorpos, tornando-se mais opaco à medida que aumenta a concentração de caseína.
Logo ao final da mamada ele passa a apresentar uma coloração mais amarelada devido ao alto teor de
betacaroteno, de lipídeos e ácidos graxos, que darão saciedade à criança. Por isso é importante estimular que
seja oferecido o leite até que a mama seja esvaziada completamente, para que o bebê fique hidratado e tenha
suas necessidades calóricas supridas.
Componentes imunológicos importantes presentes no leite materno: imunoglobulinas (IgA, IgG e IgM),
macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido.
Duração ideal da amamentação

Até os 6 meses: Aleitamento Materno Exclusivo.


6 meses a 2 anos: Aleitamento Materno seguido da inserção da alimentação complementar.
Após os 2 anos: alimentação conjunta com a família.
Muitos estudos demonstram a possibilidade de ocorrência de prejuízos à saúde da criança caso seja
realizada uma inserção precoce da alimentação complementar, como uma ocorrência maior de casos de
diarreia, problemas respiratórios, desnutrição, distúrbios na absorção de nutrientes, diminuição do
tempo de amenorreia lactacional como método contraceptivo natural.
Benefícios comprovados da
amamentação:
Vantagens para a mãe:
Diminui o tempo de sangramento pós-
parto e o risco de anemia;
Diminui o risco de câncer de ovário, útero
e mama;
Involução uterina;
Queima calorias, ajudando a retomar a
forma que a mãe tinha antes de
engravidar;
Aumenta o vínculo mãe-bebê;
Reduz risco de depressão pós-parto;
Se torna um contraceptivo natural para as
mães.
Benefícios comprovados da
amamentação:
Vantagens para a criança :
Contém todos os nutrientes de que a
criança precisa até os 6 meses de vida;
Os movimentos de sucção que o bebê faz
ao mamar são bons exercícios para a
língua, músculos da boca,
desenvolvimento do maxilar e para o futuro
posicionamento dos dentes;
Evita diarréia;
Evita infecção respiratória;
Diminui o risco de alergias;
Diminui o risco de hipertensão,
dislipidemia e diabetes
Técnica de amamentação – a pega correta

Podem ser observados na imagem, 7 pontos para garantir que o bebê tenha uma amamentação eficaz.
Caso a pega seja ineficaz, a mão pode ser predisposta a diversas intercorrências mamárias,
desconforto, além de diminuir a produção láctea e isso ter reflexo no desenvolvimento pondero-
estrutural do bebê.
Principais desafios à
manutenção do
aleitamento materno

Intercorrências na glândula mamária:

Ingurgitamento mamário: causado em grande parte pela estase de leite


na glândula (popular “peito empedrado”). Pode ser tratado com a
realização de compressas mornas e evitado com a ordenha de leite e
amamentação até esvaziar a mama.
Principais desafios à
manutenção do
aleitamento materno

Intercorrências na glândula mamária:

Traumas mamilares: Pode ser causada como consequência de uma pega


incorreta. Pode causar fissuras/bolhas mamilares, muito dolorosas à mãe.
O bebê pode vomitar sangue como consequência da ingesta do mesmo
durante o ato de amamentação e dificultar o diagnóstico clínico. As
fissuras podem ser tratadas com hidratantes à base de lanolina, com a
aplicação do próprio leite materno no local e com banho de sol. Estas
medidas favorecem uma boa queratinização no local lesado.
Principais desafios à
manutenção do
aleitamento materno

Intercorrências na glândula mamária:

Mononilíase mamária: Candidíase mamária. Causa prurido, dores


profundas (fisgadas) e queimação nas mamas, que persistem após as
mamadas. Deve ser tratada com antifúngicos (Miconazol ou Fluconazol).
Principais desafios à
manutenção do
aleitamento materno

Intercorrências na glândula mamária:

Mastite: Infecção aguda da mama, tendo como principal agente etiológico


o Staphylococcus aureaus. Deve-se dar preferência à amamentação com
a mama sadia, sempre tendo o cuidado de ordenhar a mama doente para
evitar ingurgitamento mamário, usar sutiãs de alças largas e utilizar
antiinflamatórios ou analgésicos para alívio da dor.
Principais desafios à
manutenção do
aleitamento materno

Intercorrências na glândula mamária:

Abcesso mamário: Geralmente é complicação de uma mastite não tratada.


O tratamento definitivo consiste na drenagem cirúrgica do abcesso e
avaliação da necessidade de antibioticoterapia.
Como armazenar o leite materno
ordenhado corretamente?

O leite deve ser armazenado em um recipiente próprio, selado e esterilizado. O ideal é que não
sejam cheios por completo, e que a data de ordenha seja anotada junto ao frasco. Pode ser
armazenado na geladeira por até 24h, ou no congelador por até 2 semanas. Caso seja
armazenado a fresco, sua armazenagem dura por 6h. Não é indicado seu aquecimento
utilizando micro-ondas, podendo ser feito em banho-maria para evitar alteração em sua
composição.
O aleitamento materno é inerente à criança, e possui uma repercussão
importante no seu desenvolvimento. Apesar de possuir benefícios duradouros,
nem sempre sua realização é feita da forma que é preconizada pelas diretrizes.

Cabe aos profissionais da saúde estimularem a sua realização da forma correta e


evitar que as intercorrências mamárias estimulem a inserção precoce da
alimentação complementar.
Apoio é
fundamental!!!
Referências:
https://www.sanarmed.com/aleitamento-materno-definicoes-beneficios-e-principais-
desafios-enfrentados-na-atencao-basica-colunistas

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5011937/mod_resource/content/0/Aleitame
nto.pdf

https://www.einstein.br/PublishingImages/Lists/PortalContent/AllItems/pega_c
orreta.jpg
Muito obrigada!

Você também pode gostar