Pneumonias na Infância
Mortalidade mundial em 1995
58% das causas (maior parte dos casos) de internamento se deveu às doenças
respiratórias.
o Mas lembrar que a primeira maior causa de mortalidade nas crianças
são as causas perinatais
Infecções Respiratórias Agudas
Vias de infecção:
Aglomeração
Baixa cobertura vacinal (pneumococo, Haemophilus, sarampo)
Baixo nível socioeconômico
Baixo peso ao nascer
Prematuridade – displasia broncopulmonar
Desmame precoce
Desnutrição
Difícil acesso a atendimento
Tabagismo passivo
Mecanismos de defesa do pulmão:
Vírus
o O VSR é responsável por maior parte dos casos de pneumonia,
principalmente em lactente, porém o Influenza, Parainfluenza e
Adenovírus também podem causar pneumonia
o Essas infecções virais da via aérea inferior correspondem a 60% dos
casos de pneumonia nas crianças abaixo de 3 anos. Ocorre
principalmente no inverno. A bronquiolite tem taxa de ataque máximo
no primeiro ano de vida, enquanto a pneumonia viral tem maior taxa de
incidência entre 2 a 3 anos.
Bactérias
o Esses dois correspondem a mais que 80% dos casos
o A causa mais comum de pneumonia BACTERIANA na infância é S.
pneumoniae
Fungos
Protozoários
Inalantes químicos
Larvas (migração)
Outros agentes
Agentes etiológicos mais frequentes
Sintomas de uma infecção por S. pneumoniae, por exemplo: febre, taquipneia, tosse,
dor abdominal (ocorre por irritação do diafragma), crepitações, macicez ou
submacicez, derrame pleural
Quadro de uma pneumonia viral: febre baixa, sibilos, derrame pleural não é comum.
Pneumonia por Haemophilus (é o 2º agente bacteriano mais frequente associado à
pneumonia na infância; sendo maior naqueles menores do que 3 anos de vida): IVAS
prévia, febre variável, tosse produtiva, início insidioso (diferente do pneumococo),
taquipneia frequente. Pode ser associada a OMA, epiglotite e meningite
Pneumonia por S. aureus é uma pneumonia grave, ocorre em pacientes internados ou
com doença de base grave, como desnutrição, mas pode ocorrer em pacientes
eutróficos. A bactéria produz coagulase, beta-lactamase que favorecem a resistência
bacteriana. Precedido por IVAS ou lesão de pele. Tem febre alta por vários dias, após
mesmo o início do tratamento, toxemia, estetores crepitantes, distensão abdominal
(por conta do íleo?)
Pneumonia por Mycoplasma: é mais comum acima dos 5 anos, mas pode acometer
outras faixas etárias. Lembrar também dessa pneumonia nos pacientes falcêmicos.
Geralmente tem pródromos virais (cefaleia, início insidioso, febre baixa), pode ocorrer
hiperemia timpânica, hiperemia de orofaringite, miringite bolhosa, contato familiar,
tosse prolongada por 3 a 4 semanas
Manifestações clínicas
Dependem de:
o Idade
o Estado nutricional
o Agente etiológico
o Doença de base
Quadro básico:
o Febre (pode ocorrer)
o Tosse
o Taquipneia
Outros sinais:
o Alteração da ausculta
o Tiragem costal baixa
o Batimento de asas do nariz
o Gemência
o Cianose
o Sinais sistêmicos
Outros sintomas não respiratórios:
o Irritabilidade, cefaleia, vômitos, anorexia
o Meningismo
o Dor torácica
o Dor abdominal (15% dos casos)
Exame físico mais comum do aparelho respiratório:
o Alteração do murmúrio vesicular
o Estertores crepitantes
o Macicez
A suspeita clínica de pneumonia surge na presença de tosse, taquipneia e febre
AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância)
Os sinais indicativos de pneumonia são tosse e/ou dispneia. Através deles se faz
a triagem de possíveis casos.
Quem não tem (os seguintes sintomas isolados): rouquidão, coriza, obstrução
nasal, dor de garganta
Diagnóstico (Atenção Primária / OMS):
Nem toda criança que tem tosse e dificuldade para respirar (são esses os critérios de
entrada) tem pneumonia
Pode ser:
o IVAS
o Outra IVAI (bronquiolite)
o Asma (tem a história prévia)
Mas, ainda assim, a criança com tosse e dificuldade para respirar a gente pode
dar o diagnóstico de pneumonia e vamos fazer o tratamento
Criança < 2 meses com tosse ou dificuldade para respirar
As crianças < 2 meses são sempre classificadas como tendo pneumonia grave,
mesmo que não tenham tiragem ou sinais sistêmicos
Taquipneia e tiragem costal baixa pneumonia grave (internar)
Convulsões, sonolência, estridor em repouso, febre ou hipotermia, baixa
ingestão alimentar pneumonia muito grave (internar)
Diagnóstico da pneumonia por critérios clínicos (OMS/MS):
Dificuldades:
o 30% dos diagnósticos são falso positivos
o Leva a um uso excessivo de antibióticos
A gente pode diminuir esse uso nos casos de bronquiolite
(identificando a sazonalidade), asma (identificando episódios
prévios, auscultando sibilos e fazendo um curso de
broncodilatador com observação de melhora dos sinais e
sintomas)
Para o diagnóstico de bronquiolite o raio-x é muito
importante para visualizar a insuflação e não precisa de
ATB
Quando solicitar raio-x na pneumonia na infância (?) e se o raio-x vier normal
(?) e se vier duvidoso (?)
Sinais de gravidade:
o Sonolência excessiva
o Recusa de líquidos
o Cianose central
o Gemência
o Estridor em repouso
o Convulsões
o Desnutrição grave
o Vômitos repetidos
o Batimento de asa do nariz
o Toxemia
o Distensão abdominal
o Batimento de asa de nariz
Classificação da gravidade
Indicações de internamento:
Alimentação adequada
Hidratação
Oxigenioterapia
Tratamento de distúrbios hidroeletrolíticos
Desobstruir VAS
Broncodilatadores, se necessário
Lembrar das indicações de internação:
Prevenção da pneumonia
Desnutrição
Baixa idade
Comorbidades
Baixo peso ao nascer
Permanência em creche
Episódios prévios de sibilos e pneumonia
Ausência de aleitamento materno
Vacinação incompleta
Variáveis socioeconômicas e ambientais
4. Agentes etiológicos de PAC de acordo com a faixa etária
< 2 meses
o FR ≥ 60 irpm, tiragem subcostal, febre alta, recusa do seio materno,
sibilância, estridor, alteração do sensório
Como a definição de pneumonia envolve a taquipneia, então
aqui fica ratificado que paciente menor com 2 meses, com
taquipneia, já é considerado muito grave
> 2 meses
o Tiragem subcostal, estridor em repouso, recusa de líquidos, convulsão,
alteração do sensório e vômitos
PNEUMONIA COM SINAIS DE ALARME = INTERNAMENTO
Amoxicilina
Ainda assim a gente trata com ATB, pois a infecção bacteriana é quem tem
maior mortalidade.
Sendo vira, a infecção pode ter um quadro autolimitado (com melhora após 48
a 72 horas), mas também existem pneumonias virais graves.
Além disso, existe uma sobreposição importante de infecção concomitante
entre viral e bacteriana (começa viral e
PAC de curso insidioso, com febre Baixa, sem tanto comprometimento do estado geral
– considerar macrolídeo (devido à probabilidade do Mycoplasma e Chlamydia
pneumoniae)