Você está na página 1de 4

2.

Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente
contagiosa. A viremia causada pela infecção provoca uma vasculite generalizada, responsávelpelo
aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos e
proteínas, gerando o quadro espoliante característico da infecção.

Agente etiológico

O vírus do sarampo pertence ao gênero Morbillivirus,família Paramyxoviridae.

Causas do sarampo

O sarampo é causado por um vírus RNA da família Paramyxoviridae, que infeta as células humanas.

O vírus do sarampo infeta o sistema respiratório primeiro (nariz, garganta), acabando eventualmente
por se disseminar para outras partes do corpo através da corrente sanguínea, tornando-se uma doença
generalizada.

As gotículas infetadas contidas nas secreções libertadas por pessoas com o vírus, não só contagiam
através do contacto direto ou inalação, mas também podem hospedar-se numa superfície, onde
permanecem ativas com capacidade de contágio durante várias horas. Quando em contacto com uma
superfície infetada, o vírus pode ser contraído esfregando os olhos ou colocando os dedos na boca ou
nariz.

Sinais e sintomas no sarampo

O sarampo tem um período de incubação habitual de 8 a 12 dias após a exposição ao vírus, só depois
aparecendo os sintomas da doença.

O sinal mais comum do sarampo é um exantema (manchas vermelhas na pele), que normalmente
começa na cabeça e se vai espalhando lentamente para outras partes do corpo.

É considerado o sinal mais evidente, mas existem outros sintomas igualmente característicos, como:

 Febre;
 Coriza (congestão e corrimento nasal – “constipação”);
 Tosse seca;
 Conjuntivite, com olhos vermelhos e lacrimejantes;
 Dor de garganta;
 Manchas brancas no interior da boca (manchas de Koplik);

Os primeiros sintomas a aparecer, são a febre, mal-estar e perda de apetite, evoluindo para coriza,
conjuntivite e tosse. A febre é progressivamente mais elevada até ao 5º dia de doença, desaparecendo 2
a 3 dias depois do exantema.
A tosse no sarampo é persistente, sendo dos últimos sintomas a desaparecer.

O sarampo pode ter complicações benignas como otite média aguda, laringotraqueobronquite ou
diarreia (mais comum em crianças).

Existem casos mais severos da doença, em que os sintomas levam a complicações graves, tais como:

Pneumonia ou encefalite (inflamação do cérebro).

Modo de transmissão

É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir,
espirrar, falar ou respirar. Essa forma de transmissão é responsável pela elevada contagiosidade da
doença. Tem sido também descrito o contágio por dispersão de gotículas com partículas virais no ar,em
ambientes fechados como escolas,creches e clínicas.

Prevenção

A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacinação. Apenas os


lactentes cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas possuem, temporariamente, anticorpos
transmitidos pela placenta, que conferem imunidade geralmente ao longo do primeiro ano de vida (o
que pode interferir na resposta à vacinação). Com o reforço das estratégias de vacinação, vigilância e
demais medidas de controle que vêm sendo implementadas em todo o continente americano desde o
final dos anos 90, o Brasil e os demais países das Américas vêm conseguindo manter suas populações
livres da doença. Atualmente, há o registro de casos importados que, se não forem adequadamente
controlados, podem resultar em surtos e epidemias. Os principais grupos de risco são as pessoas de seis
meses a 39 anos de idade. Dentre os adultos, os trabalhadores de portos e aeroportos, hotelaria e
profissionais do sexo apresentam maiores chances de contrair sarampo, devido à maior exposição a
indivíduos de outros países que não adotam a mesma política intensiva de controle da doença. As
crianças devem tomar duas doses da vacina combinada contra rubéola, sarampo e caxumba (tríplice
viral): a primeira, com um ano de idade; a segunda dose, entre quatro e seis anos. Os adolescentes,
adultos (homens e mulheres) e, principalmente, no contexto atual do risco de importação de casos, os
pertencentes ao grupo de risco, também devem tomar a vacina tríplice viral ou dupla viral (contra
sarampo e rubéola).

Varicela

Agente etiológico

O agente causador da varicela é o vírus varicela zoster (VVZ), um RNA pertencente à família
Herpetoviridae.

Sinais e sintomas
A principal característica clínica da doença são lesões na pele de diversas formas (máculas, pápulas,
vesículas, pústulas e crostas), acompanhadas de coceira. Em crianças, normalmente é autolimitada. Nos
adolescentes e adultos, em geral, os sintomas vêm com mais intensidade.

A varicela é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o
líquido da bolha na pele ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus, ou seja,
contato direto ou por secreções respiratórias.

Contudo, indiretamente, a catapora (varicela) pode ser transmitida por meio de objetos contaminados
com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados. Raramente, a doença é
passada por contato com lesões de pele.

O período de incubação do vírus causador da catapora é de quatro a 16 dias. A transmissão dá-se entre
um a dois dias antes do aparecimento das lesões de pele e até seis dias depois, quando todas as lesões
estiverem na fase de crostas.

Para evitar o contágio, é necessário restringir a criança ou adulto com catapora de locais públicos até
que todas as lesões de pele estejam cicatrizadas. O que acontece, em média, no período de duas
semanas.

Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contato com alguém que esteja
com a doença. As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, espalham-se e
se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em poucos dias o líquido escurece e
as bolhas começam a secar e se cicatrizam. Esse processo causa muita coceira, que pode infeccionar as
lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar.

Após os primeiros sintomas é necessário procurar o serviço de saúde mais próximo para que um
profissional possa orientar o tratamento e avaliar a gravidade da doença.

Complicações

As principais complicações da catapora, nos casos severos ou tratados inadequadamente, são:

encefalite;

pneumonia;

infecções na pele e ouvido.

A encefalite é uma inflamação aguda no sistema nervoso central, que provoca a inflamação do cérebro.
Se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês, crianças e adultos com o sistema
imunológico comprometido.

Tratamento
No tratamento da varicela em geral, são utilizados analgésicos e antitérmicos para aliviar a dor de
cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos) para aliviar a coceira. Os cuidados de higiene
são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão.

Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as
crostas não devem ser retiradas. Para evitar que isso aconteça, as unhas devem ser bem cortadas.

O tratamento específico da varicela é realizado por meio da administração do antiviral, que é indicado
para pessoas com risco de agravamento.

Medidas preventivas

As principais medidas de prevenção e controle da catapora (varicela) são:

• vacinação;

• lavar as mãos após tocar nas lesões;

• isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões
terem evoluído para crostas;

• crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às


atividades após o término da erupção vesicular;

• pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta;

• desinfecção: concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas;

• imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar.

Você também pode gostar