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Atividade de Farmacologia

1º GRUPO - Propriedades farmacológicas dos bloqueadores muscarínicos.

Alunos:

Ana Julia Rocha da Silva

Caio Lessa

Daisy Melo

Eduardo Leão

Felipe

Jussara Moura

Marcos Silva

Maria Clara Soeiro

Maria Eduarda Queiroz

Leandro Andrade
Mecanismo de Ação:

Os bloqueadores muscarínicos também são chamados de fármacos antimuscarínicos


(antagonistas competitivos reversíveis). O mecanismo de ação desse fármaco é agir
bloqueando competitivamente os receptores muscarínicos, o que impede o acesso da
acetilcolina a esses receptores. Dessa forma, o antimuscarínico bloqueia as ações
parassimpáticas (parassimpátolítico). Entende-se, portanto, que o farmaco em questão não
possui um efeito intrínseco, mas o bloqueio da ligação da acetilcolina a esses receptores
impede que esta produza seus efeitos.

Os receptores muscarínicos são metabotrópicos, estando acoplados a proteína G.

• O receptor M1 está acoplado a proteína Gq ou Gs, que tem efeito excitatório.

• O receptor M2 está acoplado a proteína Gi, tendo efeito inibitório.

• O receptor M3 está acplado a proteína Gq, que tem efeito excitatório.

• O receptor M4 está acolado a proteína Gi, tendo efeito inibitório.

• O receptor M4 está acoplado a proteína Gq, tendo efeito excitatório.

O impedimento do acesso a acetilcolina a esses receptores bloqueará esses efeitos nos


locais onde cada um desses receptores localizam-se, o que pode ser visto detalhadamente
nas propriedas farmacológicas.

Classificação:

Os Bloqueadores Colinérgicos podem ser classificados em:

Alcaloides Naturais:

•  Atropina – Atropa belladona e Datura stramonium

•  Escapolamina – Hyocyanmus niger

Derivados Sintéticos e Semi-Sintéticos:

•  Homatropina – É um composto semi-sintético produzido pela combinação


da base tropina com ácido mandélico
•  Tropicamida – Colírio Midríatico

•  Ciclopentolato – Colírio Midríatico

•  Pirenzerpina – Receptor M1; Usado em casos de gastrite; Diminui a


liberação de HCl

•  Diciclomina

•  Ipratrópio – Amina 4°, não atravessa a barreira hematoencefálica; Pouco


seletivo

•  Tiotrópio – Amina 4°, não atravessa a barreira hematoencefálica; Maior


seletividade para receptores M1 e M3

•  Metilatropina

•  Tolterodina – Possui maior seletividade para receptor M3

•  Benzatropina

Aminas Terciárias (3°)

•  Atropina

•  Escapolamina

Aatropina e a escapolamina são ésteres formados pela combinação de um ácido aromático


(ácido trópico) e bases orgânicas complexas, seja tropina (tropanol) ou escopina. Essa
última difere da tropina apenas por apresentar uma ponte de oxigênio entre os átomos de
carbono numerados como 6 e 7. A

Aminas Quaternárias (4°)

•  Ipratrópio

•  Tiotrópio

O Ipratrópio e o Tiotrópio são análogos tropínicos quaternários esterificados com ácidos


aromáticos sintéticos.
Propriedades Farmacológicas:

Os bloqueadores muscarínicos possuem efeito de bloqueio da ação da


acetilcolina nos seus diversos tipos de receptores, agindo em locais como o coração,
olhos e brônquios assim como em sistemas complexos, como o urinário, cardíaco,
respiratório e o digestivo. Além disso, pode atuar em glândulas.
Nas glândulas exócrinas (M3), o bloqueador muscarínico age diminuindo a
secreção de glândulas lacrimais, traqueobrônquicas, sudoríparas e salivares (esse último
pode gerar um evento chamado xerostomia ou “boca seca” como popularmente é
conhecida, além da dificuldade de deglutição e fala). As secreções traqueobrônquicas
também irão reduzir. Os fármacos ipratrópio e o tiotrópio apresentam a vantagem de
não afetarem a depuração muco-ciliar. Em contrapartida, caso seja utilizado um
antagonista muscarínico diferente dos citados, ele irá inibir a secreção
traqueobrônquica, reduzindo broncoespamos, porém, eles também irão diminuir a
depuração muco-ciliar, o que deixará resíduos de secreção que não conseguiriam ser
eliminados, podendo prejudicar o paciente, causando obstruções. O ipratrópio e o
tiotrópio não reduzem a depuração muco-ciliar, logo, não ficam resíduos de secreções
No Sistema Cardiovascular, o principal antagonista muscarínico é a atropina,
fármaco dose-dependente, sendo utilizada em casos de bradicardia sinusal sintomática,
desde que a FC esteja menor que 50 bpm. A própria atropina (bloqueador muscarínico)
pode causar uma bradicardia paradoxal se aplicada em dose baixa, podendo ser
explicada pelo bloqueio de receptores M1 neurais em centros bulbares, como o receptor
M1 é do tipo Gq, seu bloqueio leva à diminuição de cálcio e, consequentemente, ocorre
uma menor contração do coração. Além disso, a atropina em doses baixas bloqueia os
receptores M2 neuronais pré-sinápticos das fibras pós-ganglionares que suprimem a
liberação de acetilcolina, impedindo a liberação da mesma no coração e por serem
ligados à proteína Gi, são inibidos pela atropina. Em outras palavras, o receptor M2,
mediante um agonista, reduziria a liberação de acetilcolina, mas quando utilizada a
atropina (antagonista muscarínico), em doses baixas, ela bloqueia os receptores M2 pré-
sinápticos, causando o aumento da liberação de acetilcolina e gerando a bradicardia.
Dessa forma, ocorre um aumento inicial e passageiro na atividade vagal seguida de uma
taquicardia.
Contudo, se a atropina for utilizada em doses terapêuticas maiores, ela irá
promover taquicardia, pois irá bloquear os receptores muscarínicos pós-sinápticos, não
havendo estímulo à bradicardia, fazendo com que apenas a noradrenalina atue no
coração. Os bloqueadores muscarínicos, irão reverter totalmente a queda da pressão
arterial promovida por agonistas muscarínicos. Pois, a vasodilatação promovida pelos
agonistas muscarínicos é impedida, bloqueando a vasodilatação periférica e a
hipotensão imediata ocasionada por ésteres de colina (agonistas muscarínicos).
Além disso, uma outra característica é o rubor atropínico, pois os vasos
sanguíneos cutâneos são dilatados em resposta ao aumento de temperatura decorrente da
menor secreção de suor, a atropina bloqueia M3, logo, as glândulas sudoríparas terão
menor secreção, gerando um ressecamento da pele, e na periferia, esse ressecamento faz
com que se tenha uma vasodilatação para evitar a secura. Assim, há o aumento de fluxo
sanguíneo nas periferias, causando o eritema.
No olho, os bloqueadores muscarínicos promoverão a midríase, ciclopegia
(perda da capacidade de acomodação visual do olho pelos músculos ciliares), e um
aumento da pressão intra-ocular, o que pode ser prejudicial em pacientes com glaucoma
de ângulo fechado. Como os bloqueadores agem na musculatura lisa desse órgão, os
receptores afetados são do tipo M2 e/ou M3
No trato urinário (M3), observaremos retenção urinária pelo relaxamento do
musculo detrusor (sua contração é responsável pela expulsão da urina no ato de
micção), redução na pressão de esvaziamento, aumento da capacidade da bexiga,
eliminação de peristaltismo uretral por conta de indução de fármacos e a contração do
esfíncter (para a micção, é normal o esfíncter urinário se relaxar juntamente com a
abertura da uretra para passagem da urina).
No Sistema Respiratório (M2/M3), é possível observar o relaxamento da
musculatura lisa das vias aéreas (um dos três tipos de broncodilatadores usados em
casos de asma são anticolinérgicos) e o ressecamento das mucosas do trato respiratório.
Deve-se tomar cuidado para o uso de bloqueadores muscarínicos em casos de doenças
de vias respiratórias pois esses pacientes podem possuir rolhas mucosas que envolvem
os brônquios.
No TGI, nos antagonistas muscarínicos causam constipação (retenção das fezes
ou dificuldade na sua evacuação), devido a redução do tônus muscular e da motilidade
intestinal, além da redução das secreções gástricas (receptor M1) e salivares (receptor
M3).
No Sistema Nervoso Central, os fármacos que mais possuem ação são os
lipossolúveis (aminas terciárias) por conseguirem atravessar a barreira hematocefálica.
A atropina e a escopolamina são exemplos de bloqueadores muscarínicos que
conseguem atravessar essa barreira e atuar no SNC, reduzindo a atividade motora e
causando tremores. A escopolamina causa depressão central (amnesia, sonolência,
fadiga, sono sem sonhos) e em casos de abuso dessa droga, pode causar euforia. A
atropina atua de forma diferente dependendo do nível de dose administrada, em caso de
doses baixas, causam excitação vagal, causando ansiedade, sudação, hipotensão,
bradicardia e vasodilatação de artérias periféricas. Em caso de dose intermediária, ela
pode causar cansaço, irritação, alucinação, desorientação e delírio. Já em doses mais
altas, pode ocorrer depressão do SNC com colapso circulatório por conta da
hipoperfusão periférica, insuficiência respiratória após paralisia e coma.
Caso Clinico:

Identificação:
RTS, paciente masculino, tendo 10 anos de idade.

Queixa principal:
“Cansaço e dificuldade para respirar”.

História da doença atual:


Mãe refere que o quadro se iniciou há 5 dias, apresentando sintomas de
congestão nasal e tosse seca, com piora durante a noite. Relatou que hoje houve piora da
tosse, associada a quadro de taquidispnéia. Nega febre. Relata episódios noturnos
esporádicos. Assim, o paciente chegou na emergência do hospital.

História patológica pregressa:


Nasceu a termo, porém, em decorrências do parto precisou ficar na UTI. Durante
atividades na escola eventualmente ficava dispinéico e tossindo. Mãe relata outros
episódios semelhantes, 2 episódios nos últimos 5 meses. Refere que as crises
incapacitam o filho de realizar atividades diárias e que quase sempre necessita de idas à
emergência. O paciente foi diagnosticado com bronquite aos 3 anos. Refere uma
pneumonia tratada ambulatorialmente aos 6 anos de idade. Relata ainda apresenta
prurido nasal diário. Nega cirurgias. Nega quadros alérgicos à medicações.

Histórico familiar:
Mãe relata ter tido bronquite na infância. Irmã de 16 anos é portadora de rinite
alérgica. Avós maternos diabéticos e hipertensos. Avós paternos com quadro de
hipertensão.

Exame Físico:
Apresenta-se taquidispnéico, taquicárdico, afebril, corado, hidratado, acianótico
e anictérico. Apresenta batimentos de asa do nariz, retração de fúrcula, tiragem
subcostal e intercostal. Aparelho abdominal normal.
Peso: 38 kg
OTO: membrana translúcida bilateralmente
ORO: hiperemia de amígdalas
AR e FR: MVUA, presença de sibilos difusos e crepitações em ambas as bases;
49 irpm SAT O2 90% em ar ambiente.
ACV: RCR, 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros. FC: 146 bpm
ABD: distendido, hipertimpânico, peristalse presente, indolor, não palpo massas
ou megalias.
MMII: sem edemas, pulsos simétricos.

Diagnóstico : Crise Asmática

Tratamento Fármacologico: Ipratropio, é um bloqueador muscarínico que vai


evitar a bronquicontrição, que normalmente aconteceria com o parassimpático atuando,
com esse bloqueador muscarínico acaba causando uma bronquiodilatação e isso ajuda
na troca alveolar. O ipratropio é o mais indicado para casos de emergência.

Obs: Além do ipratropio seria indicado também da um agonista beta 2, pois ele
no pulmão causa bronquiodilatação.
Ex: Terbutalina que tem curta latência, sua ação de inicio é rápida.

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