Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FARMACOLÓGICAS
E INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
NA ESTÉTICA
Introdução
Neste capítulo, você vai compreender os fármacos que atuam na cascata
de coagulação, nas plaquetas e na fibrinólise, que são de extrema impor-
tância na clínica médica. Adicionalmente, você vai estudar os medica-
mentos de diferentes classes farmacológicas que causam distúrbios na
coagulação sanguínea e que podem alterar a hemostasia.
Anticoagulantes Antiplaquetários
Estreptoquinase
Alteplase
Tenecteplase
Injetáveis Orais
Aspirina
Dipiridamol
Clopidogrel
Heparina Inibidores direto da Varfarina Abciximabe
trombina Tirofibana
Eptifibatida
Heparina Heparina
de baixo não
peso fracionada
molecular
Lepirudina
Bivalirudina
Figura 1. Esquema representativo das três principais classes farmacológicas que atuam
na coagulação sanguínea.
Fármacos e coagulação 3
Vitamina K
A vitamina K é lipossolúvel e essencial para a formação dos fatores de coa-
gulação, principalmente os fatores II, VII, IX e X. Ocorre naturalmente em
vegetais e também é formada no intestino. A administração da vitamina K
é realizada por via oral — porém, necessita de sais biliares para a absorção
— ou parenteral. O mercado farmacêutico disponibiliza o fosfato sódico de
menadiol, um composto sintético hidrossolúvel, que, portanto, não requer sais
biliares para a absorção. Entretanto, esse composto possui um início de ação
mais demorado (LÜLLMANN; MOHR; HEIN, 2010).
É importante ressaltar que a vitamina K é metabolizada rapidamente e
eliminada na urina e na bile, sendo que o seu estoque no organismo é mí-
nimo. Segundo Lüllmann, Mohr e Hein (2010), os principais usos clínicos da
vitamina K são:
https://qrgo.page.link/xMsbf
4 Fármacos e coagulação
Distúrbios da coagulação
A fase celular da coagulação é caracterizada pela ativação plaquetária em
resposta a qualquer dano vascular. Após uma lesão vascular, o sistema de
coagulação é ativado, ocorrendo inicialmente a vasoconstrição local e, conse-
quentemente, a redução do fluxo sanguíneo. Então, ocorre a adesão plaquetária,
isto é, as plaquetas circulantes e as moléculas de fibrina vão formar um tampão
plaquetário, que, por sua vez, vai fechar a lesão e interromper o sangramento. A
adesão plaquetária resulta da ligação do complexo de superfície glicoproteína
presente nas plaquetas ao fator de von Willebrand (FVW), presente no suben-
dotélio vascular. Por último, ocorre a etapa denominada fase plasmática, que
resulta na geração de trombina e na formação da fibrina (proteína que fixa o
tampão plaquetário). Posteriormente, o coágulo de fibrina será digerido pela
plasmina (proteína ativa do sistema fibrinolítico endógeno).
É importante destacar que a plasmina é uma protease inespecífica, ou
seja, digere tanto os coágulos de fibrina quanto outras proteínas plasmáticas
(por exemplo, proteínas envolvidas na cascata de coagulação). Portanto, o
tratamento com fármacos trombolíticos é capaz de dissolver trombos patoló-
gicos e, também, depósitos de fibrina em locais de lesão vascular, induzindo
hemorragias (RANG et al., 2012).
Os fármacos fibrinolíticos atuam no plasminogênio, convertendo-o em
plasmina, que, por sua vez, possui ação lítica (de quebra) sobre a fibrina,
sendo, então, capazes de desfazer o trombo. Os fibrinolíticos são classifi-
cados de acordo com a especificidade à fibrina e a sua geração. O fármaco
fibrinolítico de primeira geração é a estreptoquinase, capaz de ativar (con-
verter) o plasminogênio circulante e ligado à molécula de fibrina. No entanto,
esse fármaco não é específico e atua em diferentes fatores de coagulação.
O fármaco de segunda geração é a alteplase, molécula de síntese genética e
fibrino-específica. O fármaco de terceira geração é a tenecteplase, que é um
fármaco aprimorado da molécula da alteplase, resultando em um fármaco com
maior tempo de meia-vida e com maior especificidade à fibrina (BARUZZI;
STEFANNI; MANZO, 2018).
Alguns fármacos das mais diversas classes possuem como efeitos adversos
o potencial de causar alterações na coagulação, entre elas, as hemorragias
(RANG et al., 2012). No Quadro 1, destacam-se os principais fármacos e
as classes que atuam nas plaquetas e são capazes de aumentar o tempo de
sangramento e, com isso, ocasionar distúrbios na coagulação.
Fármacos e coagulação 5
Dipiridamol Antitrombótico
Penicilinas Antibiótico
Clorpromazina Antipsicótico
Hidroxicloroquina Antimalárico
Nitrofurantoína Antibiótico
2 Fármacos anticoagulantes
Os fármacos anticoagulantes são caracterizados por sua atuação na cascata
de coagulação em duas situações: na coagulação indesejada e nos distúrbios
na cascata de coagulação. O distúrbio na cascata de coagulação é incomum e
pode ser originado por deficiências genéticas de fatores de coagulação. Nesse
contexto, destaca-se a hemofilia clássica, devido à ausência do fator VIII.
Em contrapartida, os distúrbios adquiridos ocorrem com maior frequência
e compreendem: deficiência de vitamina K, excesso de anticoagulante oral,
doença hepática, entre outros (RANG et al., 2012).
Anticoagulantes injetáveis
Os anticoagulantes injetáveis são heparina e novos inibidores de trombina. A
heparina e os novos inibidores de trombina possuem ação imediata.
Fármacos e coagulação 7
Heparina
Anticoagulantes orais
O anticoagulante oral mais importante é a varfarina, antagonista da vitamina
K, muito utilizada na profilaxia de doenças tromboembólicas. A varfarina
possui ação não imediata, ou seja, requer alguns dias para iniciar o efeito.
Dessa forma, em alguns casos, é necessária a administração de um fármaco
de ação imediata, inicialmente.
O mecanismo de ação anticoagulante da varfarina funciona por meio da
interferência na regeneração da vitamina K, a partir da inibição de redutases,
particularmente, a enzima vitamina K epóxido-redutase. Isso resulta na inibição
da γ-carboxilação dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K e de
alguns inibidores fisiológicos da coagulação sanguínea. A hidroquinona, isto
é, a vitamina K na forma reduzida, é cofator da enzima γ-glutamil carboxilase
(o sistema da γ-carboxilação é responsável pela carboxilação dos fatores de
coagulação, deixando estes funcionais). A interferência da varfarina conduz
a conversão da vitamina K na forma reduzida (ativa) para sua forma oxidada
(inativa) (KATZUNG, 2005). A Figura 2 mostra o mecanismo de ação da
varfarina.
Fármacos e coagulação 9
Vitamina K
reduzida
Forma inativa
Vitamina K
oxidada
Fatores de Fatores de
coagulação Carboxilação coagulação
hipofuncional funcional
Enzima Y-glutamil
carboxílase
A varfarina é monitorada pelo tempo de protrombina (TP), expresso por uma relação
normalizada internacional. O TP é o tempo necessário para coagular o sangue após a
adição de cálcio e tromboplastina (padrões de referências). Os indivíduos que fazem
uso de anticoagulantes orais tendem a ter o TP aumentado. Quanto maior o TP, mais
o sangue está anticoagulado. Na maioria das indicações, o TP está entre 2 e 3 (RANG
et al., 2012; DANTAS et al., 2013).
Para saber mais, leia o artigo disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/qbLd7
10 Fármacos e coagulação
3 Fármacos antiplaquetários
Os fármacos antiplaquetários, isto é, que inibem a função plaquetária, desem-
penham um papel fundamental no tratamento de doenças tromboembólicas.
Ácido aracdônico
COX-1 Acetilação
COX-2 irreversível
Prostaciclina Tromboxano A2
PGE2
PGD2 PGF2α
Dipiridamol
O dipiridamol possui ação plaquetária por ação em diferentes mecanismos,
conforme descrito a seguir.
Restauração
Dose de Dose de Tempo de da função
Fármacos carga manutenção meia vida plaquetária Clearance
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.