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NOÇÕES DE FARMACOLOGIA

PROF. PATRICIA FERRIAN

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA????


Interação Medicamentosa é um evento clínico que pode ocorrer entre
medicamento-medicamento, medicamento-alimento ou medicamento-drogas (álcool,
cigarro e drogas ilícitas). Caracteriza-se pela interferência de um medicamento, alimento,
ou droga na absorção, ação ou eliminação de outro medicamento.

As interações medicamentosas podem ser consideradas erros evitáveis?


Sim e não! Sim, porque o farmacêutico e o médico deveriam ter conhecimento das
reações causadas pela combinação de medicamentos, alimentos, fitoterápicos etc. Não,
porque na era da polifarmácia é comum que pacientes com doenças crônicas e que
estejam usando até uma dezena de medicamentos diferentes não relatem o fato ao
profissional de saúde, já que recebem receitas de prescritores de diferentes
especialidades.

Vale lembrar que esse problema pode ser causado por alterações nos efeitos de um
medicamento por conta do consumo concomitante de outro medicamento ou sua
utilização juntamente com determinado alimento ou bebida. Embora em alguns casos os
efeitos de medicamentos combinados sejam benéficos, é comum que as interações
medicamentosas tendam a ser prejudiciais.
Quase todas as interações do tipo medicamento-medicamento envolvem itens de
prescrição obrigatória, mas algumas incluem medicamentos isentos de prescrição (MIPs)
- aqueles que se vendem fora do balcão de uma farmácia, como o ácido acetilsalicílico,
antiácidos e descongestionantes.

As interações podem ocorrer na fase farmacocinética (na movimentação do ativo, da


absorção até excreção) e na farmacodinâmica (relacionado ao local de ação de um
fármaco). As interações farmacocinéticas são as mais frequentes e influenciam de forma
significativa a terapêutica medicamentosa.

Nem todas as interações estão documentadas e são conhecidas. Isso quer dizer que há a
possibilidade de ocorrer uma interação e ela ser interpretada erroneamente, como se
fosse uma reação adversa dos fármacos envolvidos, e na realidade o que ocorreu foi uma
manifestação da interação medicamentosa.

A) ALGUMAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS IMPORTANTES:

1) Ácido acetilsalicílico (AAS) e captopril – O ácido acetilsalicílico pode diminuir a


ação anti-hipertensiva do captopril

2) Omeprazol, varfarina e clopidogrel – O omeprazol (inibidor da bomba de prótons)


pode aumentar a ação da varfarina e diminuir a ação do clopidogrel
(antitrombóticos).

3) Ácido acetilsalicílico e insulina – O AAS pode aumentar a ação hipoglicemiante da


insulina.

4) Amoxicilina e ácido clavulânico – A amoxicilina associada ao ácido clavulânico


aumenta o tempo de sangramento e de protrombina (elemento proteico da
coagulação sanguínea) quando usada com AAS.

5) Inibidores da monoamina oxidase (MAO) e tiramina (monoamina derivada da


tirosina) – O inibidores da monoamina oxidase (tratamento da depressão)
associada à tiramina (tyros = queijo) pode promover crises hipertensivas e
hemorragia intracraniana. Exemplos de alimentos com tiramina: Queijos
maturados, iogurte, vinhos tintos e produtos embutidos, ricos em tiramina.
6) Omeprazol e fenobarbital – O omeprazol usado com fenobarbital
(anticonvulsivante) pode potencializar a ação do barbitúrico.

7) Levodopa e dieta proteica – Levodopa (L-dopa) - usada no tratamento da doença


de Parkinson - tem ação terapêutica inibida por dieta hiperproteica.

8) Leite e tetraciclina – Os íons divalentes e trivalentes (Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+) -


presentes no leite e em outros alimentos - são capazes de formar quelatos não
absorvíveis com as tetraciclinas, ocasionando a excreção fecal dos minerais, bem
como a do fármaco.

9) Óleo mineral e vitaminas – Grandes doses de óleo mineral interferem na absorção


de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), β-caroteno, cálcio e fosfatos, devido à
barreira física e à diminuição do tempo de trânsito intestinal.

10)Diurético e minerais – Altas doses de diuréticos (ou seu uso prolongado) promove
aumento na excreção de minerais. Exemplo: furosemida, diurético de alça, acarreta
perda de potássio, magnésio, zinco e cálcio.

11) Alimentos e penicilina e eritromicina – Após a ingestão de alimentos ou líquidos, o


pH do estômago dobra. Essa modificação pode afetar a desintegração das
cápsulas, drágeas ou comprimidos e, consequentemente, a absorção do princípio
ativo. O aumento do pH gástrico em função dos alimentos ou líquidos pode reduzir
a dissolução de comprimidos de eritromicina ou de tetraciclina.

12)Alimentos e fenitoína ou dicumarol – Medicamentos como a fenitoína ou o


dicumarol desintegram-se mais facilmente com a alcalinização do pH gástrico. O
pH também interfere na estabilidade, assim como na ionização dos fármacos,
promovendo uma alteração na velocidade e extensão de absorção.

13)Antibióticos e vitamina C – Os antibióticos não devem ser misturados com vitamina


C ou qualquer substância que a contenha (sucos cítricos), pois ela inibe a ação dos
antibióticos.

14)Anticoncepcionais orais e anti-hipertensivos – Os anticoncepcionais (em geral)


podem elevar a pressão arterial, anulando a ação dos hipotensores.
15)Benzodiazepínicos (em geral) e cimetidina – A administração de cimetidina e
alguns benzodiazepínicos (alprazolam, clordiazepóxido, clorazepato, diazepam e
triazolam) resulta em diminuição do clearence plasmático e aumento da meia vida
plasmática e concentração destes benzodiazepínicos. Além disso, pode ocorrer
aumento do efeito sedativo com o uso de cimetidina e benzodiazepínicos.

16)Digoxina e diazepam – O diazepam pode reduzir a excreção renal da digoxina,


com aumento da meia vida plasmática e risco de toxicidade. Esse efeito é também
relatado com o alprazolam.

17)Antidiabéticos orais e pirazolônicos – A administração de fenilbutazona e outros


derivados pirazolônicos, concomitantemente aos antidiabéticos orais, pode
potencializar a atividade hipoglicêmica.

18) Anticoncepcionais orais e indutores de enzimas microssônicas – Os anticoncepcionais


orais (em geral), quando usados com indutores de enzimas microssônicas (rifampicina,
barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, primidona, griseofulvina) podem ter seu efeito
anticoncepcional diminuído.

19) Anticoagulantes orais e anticoncepcionais orais – Pode ocorrer a diminuição dos


efeitos dos anticoagulantes (em geral) quando usados com os anticoncepcionais.

20) Bebidas alcoólicas e ansiolíticos, hipnóticos e sedativos – Uma interação muito


relevante é a potencialização do efeito depressor do sistema nervoso central (SNC) do
álcool por ansiolíticos, hipnóticos e sedativos. A depressão resultante dessa interação
pode causar até a morte por falência cardiovascular, depressão respiratória ou grave
hipotermia.

21) Varfarina, um anticoagulante juntamente com alimentos ricos em vitamina K (ex:


brócolis, couve, couve-de-bruxelas, salsa e espinafre): causa promoção de coagulação
sanguínea e interferência na efetividade do fármaco.

22) O uso prolongado de corticoides diminui a absorção de Vitaminas A, C, B1, B6, B9,
cálcio, potássio, fósforo, magnésio e zinco. Para reverter deve-se comer frutas no
intervalo das refeições.

23) O uso de metrotexato contínuo diminui sensilvente a quantidade de acido folico no


organismo devendo ser suplantada por via oral e com dieta rica em folhas escuras.
24) Todos os anticulcerosos em uso continuo diminuem a absorção da vitamina B12
fazendo com que se tenha que suplmentar a vitamina B12 oral ou injetavel além de dieta
rica em alimentos de origem animal.

25) Antibiotico com antiacido, reduz o efeito do antibiotico.

26) Antidiabético e Alcool: O álcool pode causar reações hipoglicêmicas em pacientes que
fazem uso de antidiabéticos do grupo sulfonilureia ou insulina, uma vez que o álcool pode
aumentar o risco de hipoglicemia ou hiperglicemia, tendendo geralmente para
hipoglicemia. Podem ser necessários um monitoramento mais frequente da glicemia e
ajustes de dose do antidiabético. Os diabéticos devem ser encorajados a limitar a
ingestão de etanol a três ou menos doses por dia, sempre junto das refeições, para
minimizar os efeitos hipoglicêmicos inerentes ao álcool. Até mesmo pequenas
quantidades de álcool podem precipitar reações do tipo dissulfiram com clorpropamida e,
em menor grau, com outras sulfonilureias. A ingestão crônica de álcool pode alterar a
absorção de glipizida.
A acidose láctica é uma complicação metabólica rara, porém séria, que pode ocorrer
devido ao acúmulo de metformina. O início pode ser sutil e os sintomas, inespecíficos (dor
abdominal, cansaço, mialgia, dificuldades respiratórias, sonolência); casos severos
também podem se apresentar com hipotermia, hipotensão e bradiarritmias resistentes,
chegando até a fatalidades

B) PRINCIPAIS INTERAÇÕES COM FITOTERÁPICOS:

Os produtos naturais, como os chás, também podem alterar a absorção de alguns


medicamentos.
A camomila, em doses elevadas, pode provocar paralisia dos músculos do aparelho
digestivo.
O boldo, pode aumentar a ação de medicamentos anti-hipertensivos, por exemplo.
Já o funcho, potencializa o efeito do antibiótico Ciprofloxacina.
O guaco, por sua vez, reduz a ação de anticoagulantes.
A cáscara-sagrada pode causar alterações no funcionamento do intestino.
O uso de Ginkgo biloba poderá aumentar o risco de sangramentos ao potencializar a
ação do ácido acetilsalicílico e do clopidogrel, de anticoagulantes como varfarina e
heparina, além de anti-inflamatórios não esteroidais como ibuprofeno ou naproxeno. A
administração do Ginkgo poderá diminuir a ação de anticonvulsivantes (fenitoína) e, em
presença de antidepressivos (inibidores da monoamino oxidase), intensifica a ação
farmacológica destas drogas e, também, dos efeitos colaterais como cefaleia, tremores e
surtos maníacos. Quando usado com sertralina poderá desencadear aumento nos
batimentos cardíacos, hipertermia, sudorese intensificada, rigidez muscular e agitação.
Doses elevadas de Ginkgo poderão elevar a pressão sanguínea quando administrado
com alimentos que tenham tiramina.

C) INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIALMENTE FATAIS

1) VARFARINA X ANTIDEPRESSIVOS: A varfarina é um medicamento


anticoagulante que evita a formação de coágulos e deixa o sangue fluir
adequadamente na corrente sanguínea. Todavia, quando administrada
conjuntamente com antidepressivos, como sertralina, venlafaxina e paroxetina,
pode diminuir sua atividade, aumentando a possibilidade de causar hemorragias.
As hemorragias, quando não estancadas, podem levar à perda progressiva de
sangue, hipotensão e morte.

2) PARACETAMOL X ALCOOL: Os dois compostos, quando administrados


isoladamente, já provocam danos ao fígado (hepatotoxicidade), e, se tomados
conjuntamente, o risco é triplicado. A hepatotoxicidade causada por essa interação
pode ser fulminante. Pacientes que fazem uso rotineiro de bebidas alcoólicas (três
ou mais doses) devem evitar o seu uso. Aqueles que utilizam bebidas alcoólicas
esporadicamente devem substituir por outro analgésico.

3) FLUCONAZOL E CARBAMAZEPINA: O primeiro medicamento é utilizado para


combater processos infecciosos, e o segundo para evitar ou diminuir convulsões,
além de outras indicações. O fluconazol pode aumentar a concentração sanguínea
da carbamazepina, levando aos sintomas de toxicidade, como perda do controle
muscular (ataxia), movimento rápido dos olhos (nistagmo), dores fortes de cabeça,
vômitos, falta de ar, podendo evoluir para o coma. Se aparecer um desses
sintomas, CORRER PARA O HOSPITAL.

4) AMIODARONA E SINVASTATINA: A amiodarona é utilizada para tratamento de


arritmias cardíacas, e a sinvastatina para redução do colesterol. Quando
administradas conjuntamente, aumenta a chance de a sinvastatina ser tóxica ao
paciente. Os sintomas de toxicidade por sinvastatina são dores e fraqueza
muscular, evoluindo rapidamente para uma condição grave denominada
rabdomiólise. Nessa situação ocorrem lesão muscular, urina escura e insuficiência
renal, necessitando de hemodiálise em pouco tempo.
5) AMOXICILINA X VENLAFAXINA: A amoxicilina é indicada para tratamento de
infecções bacterianas, e a venlafaxina é um antidepressivo. Quando utilizadas
concomitantemente, existe risco aumentado da chamada síndrome
serotoninérgica, caracterizada por sensação de cabeça vazia, muita transpiração,
tontura, boca seca, agitação, taquicardia, agitação e delírio. Se esses sintomas
aparecerem, deve-se oferecer tratamento de suporte imediato.

6) ANALGESICO OPIOIDE E ALCOOL: De forma geral, a ingestão de bebidas


alcoólicas junto com analgésicos opioides aumenta os efeitos agudos de
depressão no SNC, incluindo depressão respiratória, hipotensão, sedação
profunda e coma.

7) ANTIDREPRESSIVOS X ALCOOL: Os efeitos agudos dos antipsicóticos sobre o SNC


são potencializados com a ingestão de etanol, resultando em coordenação e capacidade
de julgamento prejudicadas, sedação excessiva, hipotensão e depressão respiratória. As
fenotiazinas podem aumentar os efeitos depressores do SNC do álcool; além disso, o
etanol pode precipitar reações extrapiramidais em pacientes fazendo uso desses
medicamentos. Há casos de acatisia e distonia após o consumo de álcool por pacientes
que faziam uso de antipsicóticos. O etanol pode diminuir o limiar de resistência aos efeitos
adversos neurotóxicos e também aumentar a hepatotoxicidade, uma vez queas
fenotiazinas são hepatotóxicas. São interações moderadas, mas prováveis; portanto, os
pacientes devem ser aconselhados a evitar o uso de bebidas alcoólicas.

D) INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOS COM EXAMES LABORATORIAIS:

Ácido Acetilsalicílico (presente em muitos analgésicos, antitérmicos e antiácidos):


interferem nos exames de coagulação do sangue. Em altas doses, podem diminuir os
valores totais de tiroxina ou T4 – um dos hormônios da tiróide. Também interfere no
Hemograma.

Dipirona: pode fazer com que o resultado da creatinina, dependendo do método utilizado,
resulte um valor mais baixo do que o real.

Vitamina C: eleva a concentração de creatinina, glicemia e colesterol.

Vitamina E: interfere nos testes de agregação plaquetária


Anticoncepcionais orais: provocam a elevação da amilase, transaminases, fosfatase
alcalina, colesterol e triglicérides e também podem provocar a diminuição da albumina.

Nem toda interação medicamentosa é ruim, maléfica. Há algumas que potencializam


a ação do medicamento e chamamos isso de SINERGIA ou SINERGISMO.

Como exemplo de sinergismo, em que participam diferentes mecanismos farmacológicos


e fisiológicos, existe o uso concomitante de fármacos isolados e de associações em dose
fixa com emprego terapêutico.
A seguir, são apresentadas algumas associações medicamentosas que comprovam isso:

1) Associação de analgésicos não opioides a analgésicos opioides: Estão disponíveis


no Brasil as seguintes associações: paracetamol + codeína, paracetamol +
tramadol, diclofenaco + codeína. Devido à eficácia e maior segurança, comumente
é empregada a associação de paracetamol e codeína
AÇÂO: a associação entre analgésicos não opioides e analgésicos opioides é uma
interação medicamentosa racional, já que combina agentes com mecanismos e sítios de
ação diferentes, induzindo analgesia maior do que a possível com cada fármaco
isoladamente. Além disso, o emprego de menores doses de cada um deles na associação
reduz o risco de toxicidade. Não há acentuação de reações adversas específicas, por se
tratar de agentes de classes farmacológicas distintas, com diferente perfil de efeitos
adversos.

2) Associação de cafeína a analgésicos: Cafeína é uma metilxantina que inibe a


enzima fosfodiesterase e possui efeitos antagonistas nos receptores centrais de
adenosina. É um estimulante do sistema nervoso central e do centro respiratório,
aumentando a velocidade e profundidade da respiração. Apresenta efeito
vasoconstritor sobre as artérias cranianas, o que se acredita ser o mecanismo de
ação no tratamento de alguns tipos de cefaleias. A cafeína tem sido amplamente
utilizada em preparações analgésicas para aumentar os efeitos de analgésicos
tanto não opioides quanto opioides, todavia, seu benefício é discutível. Alguns
pesquisadores falharam ao tentar demonstrar que a cafeína tenha algum benefício,
já outros demonstraram que o uso adjuvante de cafeína pode aumentar a atividade
analgésica

3) Associação de vitamina B6 a dimenidrinato: O dimenidrinato é um anti-histamínico


sedativo utilizado principalmente na prevenção e tratamento de vertigem, cinetose
e náuseas e vômitos durante a gestação. A piridoxina (vitamina B6 ) pode reduzir a
frequência e a gravidade de náuseas e vômitos relacionados à gestação, mas sua
eficácia não está comprovada.
4) Associação de ezetimiba à estatina: As estatinas e ezetimiba trabalham em
combinação, empregando mecanismos de ação complementares para produzir
uma inibição tanto da absorção quanto da síntese de colesterol.
AÇÃO: Ezetimiba inibe a passagem do colesterol proveniente da dieta ou da bile
através das microvilosidades do intestino delgado, com pouco efeito ou nenhum efeito
sobre a absorção de outros nutrientes solúveis dos alimentos. Apesar de haver um
aumento compensatório na síntese de colesterol no fígado, as concentrações plasmáticas
de colesterol LDL são reduzidas com o uso de ezetimiba. Pode ser utilizada isolada; no
entanto, o uso combinado com estatinas resulta em uma maior redução do colesterol LDL,
o que pode aumentar a eficácia do tratamento ou permitir que sejam usadas doses mais
baixas de estatinas.

5) Associação de benzilpenicilina cristalina à benzilpenicilina procaína: A associação


de benzilpenicilina cristalina com benzilpenicilina procaína é eficaz por ter um início
de ação rápido (proporcionado pela cristalina) e aumentar a duração do efeito
(causada pela procaína). A benzilpenicilina cristalina, também chamada penicilina
G cristalina, é uma das penicilinas naturais existentes. Benzilpenicilina procaína é
uma mistura equimolar de benzilpenicilina e cloridrato de procaína. Como é um
composto relativamente insolúvel, sua administração intramuscular causa um
depósito no tecido, a partir do qual o fármaco é lentamente absorvido e hidrolisado
a benzilpenicilina. Seu pico de concentração plasmática é atingido entre 1 e 4
horas após a administração, e são mantidas concentrações efetivas por 12 a 24
horas; no entanto, as concentrações plasmáticas são menores do que aquelas
obtidas com concentrações equivalentes de benzilpenicilina sódica ou potássica.
Sua vantagem consiste em aumentar a duração de efeito da benzilpenicilina, mas o
período de latência é alongado. Desse modo, a associação de benzilpenicilina
cristalina com benzilpenicilina procaína visa uma menor latência e maior duração
de efeito.

6) Associação de anestésicos locais a vasoconstritores: A associação de


vasoconstritores a anestésicos locais prolonga a duração da anestesia, por haver
contraposição ao efeito vasodilatador induzido pela maior parte dos anestésicos,
impedindo uma rápida distribuição a locais diversos do desejado. O aumento da
duração de efeito determinado pelo uso de vasoconstritores é observado
principalmente com anestésicos de durações curta e intermediária, como lidocaína,
prilocaína e mepivacaína. A duração de anestesias infiltrativas pode ser
aproximadamente dobrada por adição de epinefrina (5 µg/mL). É menor com
anestésicos de longa duração, como bupivacaína. Ropicavaína não necessita de
vasoconstritor. Observação importante: Em quaisquer das técnicas anestésicas/
analgésicas utilizadas, a associação de anestésico local a vasoconstritor é opcional,
exceto em bloqueio intercostal, em que seu uso é obrigatório, por se tratar de área de
ampla vascularização. Por outro lado, seu uso está contraindicado em sítios com limitada
circulação colateral (dedos, orelhas, nariz e pênis), assim como por via intradérmica, na
qual a vasoconstrição por agentes simpatomiméticos pode determinar dano hipóxico
irreversível, com isquemia e necrose teciduais. Em anestesia tópica, epinefrina não tem
significativo efeito local e não prolonga a duração de anestésicos locais aplicados em
mucosas, devido à pobre penetração.

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DESSE CONTEÚDO. VAMOS VER SE VOCÊS


APRENDERAM.
DISCIPLINA: NOÇÕES DE FARMACOLOGIA
PROF. PATRICIA FERRIAN

ATIVIDADE 03 - INTERAÇÕES FARMACOLOGICAS COM MEDICAMENTOS.

ENTREGAR ATÉ O DIA 14/12/2021 - PODE SER INDIVIDUAL OU EM DUPLA

NOME: _________________________________________

NOME: _________________________________________

1) O texto cita dois sintomas de reações extrapiramidais. Quais são eles e o que
significa. Me dê mais um exemplo de medicamentos que cause esse tipo de
reação.

2) Na frase “Não se pode tomar antibioticos com anticoncepcional porque se corta o


efeito”. Justifique se você acha que ela é falsa ou se ela for verdadeira.

3) Qual droga pode reduzir o efeito de anticoncepcionais orais?


a) Corticosteróides. b) Fenotiazinas. c) Difenilhidantoína

d) Hipnóticos e) Nenhuma das drogas acima.

4) Coloque V para Verdadeiro e F para Falso nas frases abaixo sobre interação
medicamentosa:

( ) Em geral, medicamentos de aplicação tópica são críticos na identificação da


interação medicamentosa

( ) Fatores como a natureza das substâncias medicamentosas, número de drogas,


idade do paciente e histórico do rim ou fígado são determinantes na investigação de
possíveis interações.

( ) A associação entre analgésicos não opioides opioides é uma interação do tipo


sinergica, já que combina agentes com mecanismos e sítios de ação diferentes, induzindo
analgesia maior do que a possível com cada fármaco isoladamente.
5) Assinale a alternativa correta: Interação medicamentosa é causa frequente de
internações hospitalares. O tecnico de enfermage deve saber que a interação
medicamentosa entre:
a) contraceptivos e rifampicina aumenta o efeito do contraceptivo.
b) tetraciclina e antiácidos aumenta a absorção da tetraciclina.
c) inibidores da enzima de conversão de angiotensina com anti-inflamatórios
não esteroides potencializa o efeito anti-hipertensivo.
d) inibidores da enzima de conversão de angiotensina e potássio causa
hipocalemia abrupta.
e) ansiolíticos e sedativos potencializa o efeito desses medicamentos.

6) Assinale a allternativa que apresenta o resultado de uma interação medicamentosa


entre Furosemida e Espironolactona.

a) diminuição de eficácia terapêutica.


b) A obtenção de maior duração de efeito.
c) O aumento de efeito tóxico.
d) O aumento de efeitos adversos como caimbras.
e) A redução de efeitos tóxico

7) Sobre as interações medicamentosas, assinale a alternativa INCORRETA e corrija a


incorreta.
(A) As interações medicamentosas positivas podem ser utilizadas para aumentar os
efeitos terapêuticos.
(B) A prescrição simultânea de vários fármacos não caracteriza um fator de risco para a
ocorrência de interações negativas.
(C) Os alimentos podem interferir na velocidade do esvaziamento gástrico, afetando,
assim, a ação do medicamento.
(D) Quanto maior o tempo de tratamento, maior a possibilidade de interação,
principalmente com medicamentos de uso contínuo.
(E) A quantidade de medicamento administrada determina a possibilidade e a intensidade
da interação.

8) Conforme você foi lendo o texto, você percebeu que o medicamentos Omeprazol, ou os
inibidores da bomba de proton são medicamentos que interagem com muitos outros
farmacos e sendo ele um medicamento muito utilizado por diversos tipos de paciente.
Sabendo das interações medicamentosas que ele faz com outros medicamentos, ervas,
vitaminas. Escreva uma orientação de enfermagem de forma a conscientizar o seu
paciente que ele deverá fazer o uso corretamente e por tempo determinado de omeprazol.

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