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ANOTAÇÕES FARMACO

Anti-agregante: Aspirina - AAS

Anti-coagulante: indicações: fibrilação atrial

Anticoagulante dependente de vitamina K (warfarina): dosagem (INR) e dieta específica

Novos anticoagulantes: não necessita de dosagem, menor risco de sangramento, alguns já tem
antídotos

Complicações: sangramento menores (epistaxe), médios (urina e fezes) e grande (hemorragias


graves)

 Formação do coágulo vascular:


 Vasoconstrição localizada: resposta reflexa com secreção de vasoconstritores
endoteliais (endotelina).
 Hemostasia primária: plaquetas circulantes inativas são ativadas e aderidas ao
colágeno subendotelial por meio do fator de von Willebrand (FvW – secretada
pelas plaquetas ativadas e pelo endotélio lesado). Formação de um tampão
hemostático primário/tampão plaquetário.
 Hemostasia secundária: cascata de coagulação. O endotélio ativado expressa
um fator tecidual (pró-coagulante), que forma complexos com o fator de
coagulação VII, dando início a cascata. A cascata termina com a ativação da
trombina, que converte o fibrinogênio solúvel em polímero de fibrina insolúvel
(forma a matriz do coágulo) e induz o recrutamento e ativação de mais
plaquetas.
 Tampão permanente estável: resultante do tampão plaquetário (hemostasia
primária) e da polimerização da fibrina (hemostasia secundária). Além disso, os
mecanismos antitrombóticos (plasmina) restringe o tampão ao local de lesão
vascular, assegurando que o mesmo não se estenda ou mova.
Tratamento de TEV/EP:

Após o diagnóstico, inicia-se com anticoagulantes injetáveis (heparina não fracionada e


fracionada) para em seguida escalonar para warfarina (oral).

Na fase aguda (primeiros 7 dias), exige o uso de anticoagulantes de rápida ação (HNF, HBPM,
Fondaparinux e Rivaroxabana).

Na fase de manutenção inicial (7 dias – 3 meses) consiste em anticoagulação continuada para


reduzir o risco de sequelas (ex.: síndrome pós-trombótica) e TEV recorrente, promovendo a
lenta dissolução dos coágulos formados por trombólise endógena.

Obs.: medidas não medicamentosas úteis (meias elásticas, deambular, filtro de veia cava
inferior – pacientes sem sucesso com medicação ou contraindicada).

Anticoagulantes
São fármacos que interferem na formação da rede de fibrina estável (hemostasia secundária),
por meio da inibição dos fatores de coagulação, levando uma interrupção na cascata de
coagulação.

 HNF e HBPM:
 A HNF liga a trombina a anti-trombina III, levando a inativação da trombina e
menor formação de fibrina e inativação de outros fatores de coagulação, como
IXa, Xa, XIa e XIIa. Na ausência de HNF, a atividade da anti-trombina III ocorre
lentamente, o que é acelerado cerca de 1000X pela ação da HNF. Obs.: uma
mesma molécula de HNF pode se ligar a mais de uma relação trombina/anti-
trombina III.
 HNF impede o crescimento e propagação do trombo formado e
possibilita a degradação do coágulo pelo sistema trombolítico
endógeno. Como alguns pacientes não tem a resposta adequada a
HNF IV foi substituída por HBPM ou Fondaparinux. A HNF desempenha
um papel importante principalmente em pacientes com clearence de
creatinina inferior a 30ml/min.
 Em necessidade de anticoagulação imediata inicia-se um dose em
boulos IV (80-100 UI/Kg) seguida de uma dose de infusão IV contínua
(18UI/Kg/h).
 A TTPa deve ser medida antes do início do tratamento e a cada 6h,
com faixa terapêutica de 1,5-2,5X (61-85s) o valor de controle normal
médio. Quando obtiver 2 valores de TTPa dentro da faixa da
normalidade, o mesmo pode passar a ser solicitado 12/12h.
 Efeito adverso: sangramento é o principal, sendo as áreas mais
comuns o TGI, TGU e tecidos moles. Áreas críticas são intracraniana,
pricárdica, intraocular e suprarrenais. Menores e mais frequentes:
gengivais, equimoses por traumatismo mínimo, sangramento
prolongado e epistaxe. Trombocitopenia
 Antídoto: Sulfato de Protamina IV, infusão lenta durante 10min, dose
máxima de 50mg.
 HBPM inativa o fator Xa, com mudança no sítio de ligação da anti-trombina III,
tornando-a mais eficiente (também feito pela HNF). Isso torna esse
medicamento mais seletivo do que a HNF.
 Se comparada a HNF, possui resposta mais previsível a dose, maior
biodisponibilidade por via SC, clearence independente da dose, meia
vida mais longa, menor trombocitopenia, menor necessidade de
exames de monitoramento.
 Pode ser usado HBPM subcutânea para TEV.
 Ex: enoxaparina, dalteparina, tinzaparina, fondaparinux.
 Antes de iniciar o tratamento, realizar hemograma completo, com
cantagem de plaquetas e creatinina. Hemograma completo a cada 5-
10 dias nas 2 primeiras semanas, depois a cada 2-4 semanas,
determinando a atividade do anti-fator Xa (não necessário medir em
pacientes estáveis)
 Sulfato de protamina como antídoto. Mecanismo de ação: proteína
BPM extraída do esperma do salmão, formando um complexo sem
efeito anticoagulante entre a heparina, ácida, e a protamina, básica.
 Fondaparinux: impede a geração de trombo por meio da inibição
indireta da atividade do fator Xa, pela interação com a anti-trombina.
Muito usado para prevenção do TEV pós cirurgia ortopédica ou
abdominal e para tratamento da TVP e TEP.

 Anticoagulante oral:
 Warfarina:
 Impede que a vitamina K volte para o estado reduzido para que possa
participar de outras reações de ativação de fatores de coagulação (II,
VII, IX, X, Proteínas C e S – processo de inter-conversão cíclica no
fígado). Ao diminuir o suprimento de vitamina K, a Warfarina diminui
indiretamente a velocidade de síntese de fatores ativados coagulantes,
impedindo a formação inicial e a propagação de trombos.
 Não exerce efeito sobre os fatores previamente formados e não
destroi os trombos já formados. Tempo para ação plena: alcançado
dentro de 8-15 dias de uso.
 Deve ser iniciada juntamente com HNF ou HBPM. Na TEV aguda a
terapia com HNF, HBPM deve ser sobreposta durante, pelo menos, 5
dias, independente da INR ser alcançada antes, devido ao tempo para
alcançar o efeito pleno. Quando a INR estiver na faixa desejada (2-3,
medidas a cada 3 dias na primeira semana) por dias consecutivos, as
heparinas podem ser interrompidas. Iniciar com doses abaixo de
10mg.
 Pacientes em uso devem evitar alimentos ricos em potássio, como
vegetais de folhas escuras, banana, abacate e beterraba, sob risco de
perda ou redução de efeito do fármaco.
 Efeitos adversos: sangramento. TGI e epistaxe mais frequentes
 Pacientes com INR>4,5 sem sintomas sugere-se a interrupção do
medicamento, ajuste de dose ou uso de vitamina K. INR entre 4,5-10
sem sangramento não usa rotineiramente vitamina K. INR>10, sem
sangramento, recomenda-se vitamina K oral (fitonadiona).
 Dependendo do sangramento, pode ser necessário administração de
fatores de coagulação
 Rivaroxabana e Apixabana:
 Novos anticoagulantes. Fármacos inibidores diretos do fator Xa (livre e
ligado ao coágulo). Usado para prevenção de TEV após cirurgia de
quadril (35 dias) ou joelho (12 dias).
 Não necessita de monitoramento constante nem ajuste de dose.
Sangramento com efeito adverso mais comum.
 Agentes trombolíticos:
Capacidade de dissovel trombos pré-formados. Atuam por meio da conversão do
plasminogênio (inativo) em plasmina (ativada). A plasmina digere a fibrina, deixando o
tampão instável (atua na hemostasia secundária). Atua não somente em trombos
patológicos, como também em trombos existentes no vaso, podendo causar
hemorragias graves.
 Principais agentes trombolíticos:
 Estreptoquinase: primeira etapa de formação do complexo com o
plasminogênio, expondo o sítio ativo dessa proteína, fazendo com que
ele adquira a capacidade de clivar e ativar outras moléculas de
plasminogênio em plasmina, que tem a capacidade de digerir os
trombos formados. Pode desencadear respostas antigênicas em
administração repetida e sua administração prévia é contra-indicada
para seu uso, devido ao risco de anafilaxia (alta resposta alérgica) e
seu uso em qualquer caso pode causar fibrinólise sistêmica.
 Ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) recombinante (alteplase):
é uma serina protease produzida pelas células endoteliais humanas,
não antigênico, ligando-se a trombos pré-formados com alta afinidade.
Bom efeito na desobstrução de coronárias obstruídas, na limitação da
disfunção car´diaca e na redução da taxa de mortalidade após infarto,
com elevação do ST e ECG. Pode gerar um estado lítico sistêmico e
provocar sangramento, contraindicado para pacientes que sofreram
AVE hemorrágico. Tecnoeplase e reteplase são medicamentos t-PA
com aumento da especificidade pela fibrina, porém com eficiência
semelhante e meia vida mais longa, podendo ser administrados por
injeção IV, em dose única.

Anti-inflamatório

Àcido acitilsalicílico – AAS

Manifestações clínicas do processo inflamatório: edema, eritema, dor, hiperalgesia. São


causadas por vasodilatação arteriolar, aumento da pressão hidrostática, fuga de líquido para o
interstício, aumento da permeabilidade microvascular, escape proteico (+pressão oncótica
intersticial).

Enzima cox 1 (constitutiva, atua em diversos processos fisiológicos em nosso organismo) e cox
2( induzível, recrutada quando é necessária a execução de algumas funções, como inflamação,
febre, dor...).
PGE2 diretamente relacionada a funções citoprotetoras e ativação de células inflamatórias,
sintetizada pela cox-2 e PGE-2 sintetase, desempenhando papel na febre.

Tromboxano (TxA2) é produzido pelas plaquetas, sendo um potente vasoconstritor na


hemostasia primária para formação do tampão plaquetário. Por outro lado, o endotélio
vascular produz prostaciclina (PGI2), antagonista fisiológico da TxA2, vasodilatadora e inibidora
da agregação plaquetária. Importante o equilíbrio fisiológico, pois pode gerar trombófilia ou
hemorragia.

 AINES
Alívio de dor e retardar ou interromper o processo de lesão tecidual para preservação
do tecido. Mecanismo de ação consiste em inibir a cox (-cox=-ácido araquidônico=-
inflamação aguda e crônica).
Os AINES tradicionais (não seletivos) inibem a cox1 e 2, desse modo, tratamentos a
longo prazo tem mais efeitos colaterais, principalmente gástricos e renais.
Entre 20-30% das internações de idosos se deve ao uso indiscriminado de aines
(insuficiência renal).
 Salicilato: AAS (aspirina) e seus derivados. Tratamento da dor moderada
(cólicas renais, uterinas e intestinais), cefaleia, mialgia e artralgia. Atua de
modo irreversível, acetilando no sítio ativo da COX1 (impedindo a formação de
PGE) e 2, enquanto nos outros AINES, essa ligação é reversível. 500 mg 6/6h.
Utitlizado na profilaxia do infarto do miocárdio e AVE. Antiagregante
plaquetário (bloqueio da hemostasia primária). Retirada 10 dias antes para
cirurgia. Não utilizar com anticoagulantes e na dengue. EA: gostrointestinais e
renais e lesão hepática. Doses baixas não apresenta. Contraindicado para
asmáticos. Salicismo, síndrome de Reye (encefalopatia hepática).
Contraindicado na gestação
 Derivados do ácido propiônico: Ibuprofeno, naproxeno (meia vida de
eliminação longa(inibição sustentada da agregação plaquetária), 20X mais
potente que a aspirina (com menor efeito no TGI), podendo inibir diretamente
os leucócitos, não utilizado na prevenção de doenças vasculares).
 Derivados do ácido acético: ácidos indolacéticos – indometacina, sulindaco e
etolaco – e ácidos fenilacéticos – diclofenaco e cetorolaco (forte analgésico).
 Derivados do Oxicam: piroxicam. Meia vida extremamente longa, muitos
efeitos adversos.
 Derivados do fenamato: Mefenamato (disminorréia primária) e
Meclofenamato. Pouca atividade anti-inflamatória.
 Nimesulida: Seletividade para a COX2. Inibição de neutrófilos, - citocinas pró-
inflamatórias, + enzimas degradantes, + receptores para glicocorticoides.
 Paracetamol (acetaminofeno): atividade anti-inflamatória insignificante, mais
antitérmico e analgésico. Não interfere na agregação plaquetária. Usado na
dengue. EA: exantema e reações alérgicas e hepatotoxidade (grave e raro –
dosar TGO e TGP – tratar lesão com n-acetilcisteína)
 Dipirona: pouca anti-inflamatória, + antitérmica e analgésica. Não interfere na
agregação plaquetária. Sem efeito hepatotóxico significativo, porém doenças
imunogênicas graves.
 Inibidores seletivos da COX2: celecoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe e
meloxicam. Seletividade 100X maior a COX 2 do que a COX2. Sem atividade
antiagregante. + trombogênese. Risco alto de doenças vasculares.
Osteoartrite, dor aguda e disminorréia primária.

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