Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
--> ANTICOAGULAÇÃO:
- Fases da anticoagulação:
. Heparina não fracionada: usada nos casos de insuficiência renal, hemodiálise, necessidade de
intervenções, pacientes críticos.
É importante avaliar o peso corporal e TTPA, para ajuste da dose e garantir uma administração precisa e
segura.
Valores de TTPA entre 1,5 - 2,0 podem ser alcançados em 24 horas (valores menores em 24 horas são
relacionados a maior risco de recorrência de tvp). Os valores de TTPA podem sofrer influência de fatores
externos e de coleta.
. Heparina de baixo peso molecular: É administrada por via subcutânea e tem a dose ajustada pelo peso
corporal do paciente. Pode ser administrada 1 ou 2 x ao dia, de acordo com a necessidade do paciente,
bem como necessita de vigilância da função renal.
. Fondaparinux: É administrado por via subcutânea. A dose padrão de tratamento é 7,5 mg, mas que pode
variar de 5 mg (para paciente com < 50 kg) a 10 mg (para pacientes com > 100 kg). Devido ao seu baixo
peso molecular, ela pode se acumular nos casos de insuficiência renal, devendo-se monitorizar a função
renal e não devendo ser usada nos paciente com CrCl < 30 ml/min.
.Dabigatran: Usada na dose de 150 mg, que deve ser inciada após 5 dias da anticoagulação parenteral. No
entanto, paciente com idade > 80 anos ou em uso de verapamil, deve-se diminuir a dose para 110 mg.
Enquanto os pacientes com idade entre 75 - 80 anos, aqueles com aumento no risco de sangramento ou
aqueles com CrCl 30 - 50 mL/min podem usar a dose a depender do risco tromboembólico. Dabigatran é
excretado por via renal, logo não deve ser usada para pacientes com CrCl < 30 mL/min, e a função renal
deve ser monitorada.
. Edoxaban: assim como dabigatran, necessita de anticoagulação prévia por, pelo menos, 5 dias. Inicia-se
com dose de 60 mg, devendo-se diminuir para 30 mg, se CrCl < 30 - 50 mL/min, ou uso concomitante de
inibidores de glicoproteinas P (ciclosporina, eritromicina, cetoconazol...)
. Apixaban: Não precisa de anticoagulação parenteral prévia, no entanto necessita de altas doses por 7
dias (10 mg), seguido da dose padrão de 5 mg. Ao contrario do que acontece no tratamento de Fibrilação
atrial (FA), não necessita de ajuste de dose para tratamento de tvp nos casos de insuficiência renal. No
entanto, os pacientes que apresentam CrCl 15 - 29 mL/min, deve-se usar com cautela, e não é
recomendada nos pacientes com CrCl < 15 mL/min. Nos casos de terapia prolongada, usa-se a dose de
2,5 mg.
. Rivaroxabana: Não necessita de anticoagulação prévia, no entanto carece de alta dose no início do
tratamento (15 mg - 2x dia) por 3 semanas, seguido do tratamento padrão com 20 mg/dia. Ao contrario
dos pacientes com FA, não há necessidade de ajuste da dose nos pacientes com CrCl ’5- 49 mL/min. O
uso durante alimentação aumenta sua biodisponibilidade. Nos casos de terapia prolongada, usa-se a dose
de 10 mg/dia.
Cada vez menos se usa inibidores de vitamina K, os quais estão associados a um elevado risco de
sangramento, com necessidade de controle e monitorização do INR, para ajusto de dose. É fortemente
associada com hospitalização devido sangramento, com necessidade de internação em > 80 % dos casos,
com cerca de 6% dessas admissões associadas com AVE hemorrágico. A reversão com vitamina K pode
ser alcançada em até 24 horas, e nos casos de necessidade de reversão imediata, pode-se lançar mão dos
fatores de coagulação. Os complexo protrombínico concentrado pode conter 3 fatores (II, IX e X) ou 4
(que associa o fator VII).- TABELA 9
HBPM: pode-se usar protamina, (dependendo da especificação da heparina) - com reversão de 30%-
40%). No entanto, não há antídoto licensiado para uso.
Rivaroxaban ou Apixabam: nos EUA e Europa, há Adexanet Alpha (inibidor reversível do Fator Xa)
- Considerações práticas para reversão dos anticoagulantes orias diretos: têm meia vida curta (TABELA
8). Devem ser descontinuados para facilitar procedimentos cirúrgicos eletivos. TABELA 16
Para os casos de sangramentos com risco de vida - TABELA 10
--> CUIDADOS PARA TVP: A introdução das HBPM aumentou a possibilidade de tratamento
ambulatorial dos casos de tvp não complicada. Sua segurança e eficácia são comprovadas em estudos
randomizados e confirmados pela revisão Cochrane (2018).
A introdução dos DOAC’s são atualemente recomendados como primeira linha de tratamento para tvp, e
aumentou a facilidade e possibilidade de tratmento domiciliar, os quais atualemente são bem
estabelecidos como tratamento padrão para os casos de tvp não complicada.
RECOMENDAÇÃO 13
- Risco da recorrência após tvp provocada: O risco de recorrência após uma tvp por fator de risco
provocado (devido um fator de risco transitório) após parar o anticoagulante, foi de 3,3 % ao ano por 24
meses.
Estudos recentes, que avaliam a recorrência em pacientes com tvp por fatores provocados ou não
provocados, comparando o uso de rivaroxabana/aspirina/placebo, mostraram que o uso de rivaroxaban
reduziu a recorrência em até 12 meses. Além disso, os estudos sugerem que pacientes com tvp provocada
e fatores de risco menor podem se beneficiar de terapia extendida, de forma similar aos pacientes com
episódios de tvp não provocada.
Todavia, o desenvolvimento dos DOAC’s foi um grande avanço no tratamento de tvp, devido a sua
eficácia e perfil de segurança, quando comparados aos IVK. Todos essas medicações apresentam eficácia
similar no tratamento de tvp acuda sintomática, mas com uma redução significativa nos risco de
sangramento (tanto nos casos provocados quanto não provocados). Além dissos estudo de matanálise
mostrarou equivalência dos DOAC’s na prevenção da recorrência de tvp sintomática, quando comparado
com IVK, mas com redução do risco de sangramento.
Por fim, observa-se que o benefício geral favoreceu os DOAC’s. -- TABELA 12
Deve-se notar, no entanto, que não há comparações entre os DOAC’s. Alguns estudos buscam comparar a
eficácia e segurança dos DOAC’s entre si. Dados indiretos mostraram que Apixabana tem um menor
risco de sangramento, e dabigatran se mostrou superior à rivaroxabana e edoxaban. Lembrando-se que
esses resultados devem ser interpretados com cautela, visto que os estudos apresentam limitações, dentre
ela o tempo de tratamento (cerca de 12 meses).
Portanto, sabendo que a tvp provocada tem um perfil mais “benigno” que a não provocada, as medicações
usadas devem reduzir um risco que já é baixo, por isso devem alcançar um alto nível de segurança e
eficácia, afim de manter o equilíbrio de risco-benefício o mais favorável possível. Pensanso nisso, os
DOAC’s tem se mostrado úteis (visto que apresentam eficácia semelhante aos AVK, mas com perfil de
segurança melhor).