Você está na página 1de 2

Colite isquêmica

Tratamento e prognóstico
Em razão da diversidade de causas para a colite isquêmica, diferentes tratamentos
podem ser orientados a cada caso. De modo geral, os casos são resolvidos
espontaneamente sem a necessidade de intervenção médica; assim, pode-se apenas
requerer uma dieta mais branda, preferência por líquidos a fim de manter a hidratação do
paciente, a qual a depender da situação poderá ser intravenosa e uso de antibióticos de
amplo espectro em casos moderados ou graves. Em geral, se prescreve um antibiótico
anaeróbio associado a fluoroquinolona ou aminoglicosídeo ou cefalosporina de 3ª geração
por pelo menos 3 dias e havendo melhora podem permanecer por mais 4 dias.

Esses medicamentos podem ser utilizados como medida de segurança a fim de


evitar que microrganismos da microbiota intestinal se propaguem através da região
lesionada para outros ambientes do organismo, o que é chamado de translocação e reduzir
a inflamação. Além disso, também pode ser adotada nutrição via parenteral e reposição
de eletrólitos. Em geral, o paciente inicia melhora entre 1 e 2 dias e encontra-se
completamente recuperado no prazo de 7 a 14 dias.
Em casos moderados, pode-se realizar o tratamento supracitado em casa ou sob
internação, sendo importante monitorar os sinais vitais e o quadro abdominal, caso haja
complicações como peritonite ou abdome agudo decorrente de perfuração. Em casos
graves, a terapêutica é realizada obrigatoriamente m regime hospitalar e além das medidas
citadas é necessário suspender a dieta (dieta zero). Se houver progressão para quadro de
parada do trânsito intestinal (íleo adinâmico) pode ser passada sonda nasogástrica. Pode
ser feito o acompanhamento do caso com a realização de colonoscopia.
A gravidade e extensão do caso devem ser levados em consideração e pode ser
necessário internação hospitalar para confirmar a causa e adotar a terapêutica adequada.
É importante avaliar se trata-se de evento cardiovascular, como infarto do miocárdio,
distúrbios da coagulação, obstrução por trauma, e cessar o uso de outros medicamentos.
Caso haja uma isquemia crônica em que o paciente passa apresentar de piora no seu estado
geral, apresentando diarreia, anemia, hipotensão, dor abdominal e taquicardia, isquemia
do cólon direito e cólica difusa ou necrose gangrenosa, entre outros sinais e sintomas,
pode ser necessária intervenção cirúrgica. Desse modo, poderá ser feito um estoma
temporário para melhora do quadro e a seguir a retirada do cólon acometido, anastomose
e fechamento da região do estoma.
Levantando-se a possível realização de cirurgia é importante avaliar o paciente
dentro de uma classificação de risco para colite isquêmica, a qual indica o grau de
mortalidade a depender do score atingido. Causas que pontuam: insuficiência cardíaca
com baixo débito; lesão renal aguda; colectomia subtotal ou total; lactato > 2,5mmol/l e
administração de catecolaminas pré e durante a operação. Há as seguintes pontuações: 0
– risco de morte de 10,5%; 1 - risco de morte de 28,9%; 2 - risco de morte de 37,1%; 3 -
risco de morte de 50%; 4 - risco de morte de 76,7%; 5 - risco de morte de 100%.
Os casos de maior severidade, em que há doenças vasculares periféricas e
especialmente os de acometimento do cólon direito apresentam pior prognóstico,
sobretudo quando há envolvimento de fatores que predispõem a formação de trombos e
presença de hematomas subepiteliais, que podem ser bastante friáveis e ulcerações
profundas. Cerca de 9 a 21% dos casos de hemorragia digestiva baixa podem ser
consequência de colite isquêmica. Algumas fontes apontam apenas cerca de 3 a 12%.
Havendo hemorragia pode-se utilizar de cirurgia ou ainda de possíveis técnicas, como
eletrocauterização por colonoscopia, estancar o sangramento por uso de sonda térmica
por absorção da energia transmitida, a qual permite constrição vascular e coagulação, uso
de adrenalina por injeção em submucosa por causar tamponamento dos vasos adjacentes
e induz vasoconstrição ou clipe hemostático que realiza a compressão do vaso e cessa
com a perda de volume sanguíneo.

Colite hemorrágica por E. coli


Tratamento e prognóstico
Basicamente deve-se realizar a ingesta de líquidos, para que se mantenha a
hidratação e adotar uma dieta mais branda. Em casos mais intensos pode se utilizar de
hidratação parenteral. Na colite causada por E. coli não é recomendado o uso de
antibióticos, pois há risco de progressão do caso para síndrome hemolítico-urêmica e além
do mais praticamente não se relata melhora.

Bibliografia
http://www.drfernandovalerio.com.br/blog/2011/06/08/colite-isquemica-causas-
sintomas-e-tratamentos/
http://www.jcol.org.br/pdfs/18_2/07.pdf
http://www.scielo.mec.pt/pdf/ge/v13n1/v13n1a06.pdf
http://repositorio.hff.min-
saude.pt/bitstream/10400.10/1851/1/Colite%20isqu%C3%A9mica%20-
%20Reuni%C3%A3o%20gastro-cirurgia%202017.pdf
http://derival.com.br/doencas/colite-isquemica/
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-
digestivos/gastroenterite/colite-hemorr%C3%A1gica
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/30463/1/Trabalho%20Final.pdf

Você também pode gostar