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Definição
Etiologia
Glomerulonefrite pós-infecciosa (GNPI), uma síndrome nefrítica, é a causa
mais comum de doença glomerular em crianças com 5 a 15 anos de idade,
sendo rara em crianças < 2 anos e adultos > 40 anos.
A maioria dos casos é causada por cepas nefritogênicas de estreptococo
beta-hemolítico do grupo A, principalmente os tipos 12 (que causa faringite) e
49 (impetigo) e estima-se que 5 a 10% dos pacientes com faringite
estreptocócia e cerca de 25% daqueles com impetigo desenvolvam essa
condição. O período de latência típico é de 6 a 21 dias entre a infecção e o
início da glomerulonefrite, mas a latência pode se prolongar por até 6
semanas.
Patógenos menos comuns incluem bactérias não estreptocócicas, vírus,
parasitos, riquétsias e fungos (ver tabela Causas da glomerulonefrite).
A endocardite bacteriana e a infecção da derivação ventriculoatrial são
condições adicionais importantes nas quais ocorre o desenvolvimento de
GNPI; as derivações ventriculoperitoneais são mais resistentes à infecção.
O mecanismo da doença é desconhecido, mas acredita-se que os agentes
microbianos se ligam à membrana basal glomerular e ativam primariamente a
via alternada do complemento tanto diretamente quanto por interação com
anticorpos circulantes, causando lesão glomerular, que pode ser focal ou
difusa. Como alternativa, imunocomplexos circulantes podem se precipitar na
membrana basal glomerular.
Epidemiologia
Fisiopatologia
Hematúria
• Edema;
• Proteinúria;
•Edema;
• Hipertensão;
• Anemia.
Os sinais e sintomas variam desde hematúria assintomática (em
cerca de 50%) e leve proteinúria até nefrite completa com hematúria
micro ou macroscópica (cor de coca-cola, marrom, enegrecida, ou
francamente hemorrágica), proteinúria (às vezes no intervalo
nefrótico), oligúria, edema, hipertensão e insuficiência renal. A febre
é pouco usual e sugere infecção persistente.
Diagnóstico
Evidência clínica de infecção recente
Exame de urina tipicamente mostrando eritrócitos dismórficos, cilindros
hemáticos, proteinúria, leucócitos e células tubulares renais
Geralmente, hipocomplementemia
Embora haja ICCs com IgA1 deficiente de galactose e IgG, IgA ou IgM na
circulação, não há boa correlação entre estes e as características clínicas ou
patológicas da doença. Ainda não está claro se os depósitos mesangiais de IgA
refletem basicamente os imunocomplexos pré-formados aprisionados da
circulação, tal como sugerem alguns estudos20,21 ou a formação in situ de
imunocomplexos devido à incapacidade dos receptores hepáticos e esplênicos
de asialoglicoproteína de depurar do soro estas moléculas de alto peso
molecular deficientes em glicanos, com consequente absorção no mesângio
glomerular, onde servem como antígenos "implantados" para a formação de
imunocomplexos.3 Enfim, fica cada vez mais claro que, apesar da IgA ser um
mau ativador da via clássica do complemento em relação à IgG, a ativação do
complemento através da MBL ou da via alternativa ocorre na NIgA, observada
pelo aumento da deposição glomerular de C3c de curta duração e pelos níveis
séricos aumentos de produtos da ativação do complemento correlacionados a
atividade da doença e desfechos.26-28 O ataque sublítico de C5b-9 a células
mesangiais ativa sua proliferação e superprodução de oxidantes, proteases,
citocinas (ΤGFβ), fatores de crescimento (PDGF) e material de matriz
extracelular, que conjuntamente resultam em GN proliferativa focal típica com
expansão da matriz mesangial característica da NIgA (3). Assim, a NIgA junta-
se à maioria das outras formas de GN que ocorrem como consequência de
uma resposta autoimune geneticamente determinada a agentes ambientais
provavelmente predominantemente infecciosos.1,3
Tratamento
Cuidados de suporte
Glomerulonefrite aguda
Não existe um tratamento específico disponível para a maioria dos casos de
glomerulonefrite aguda. O distúrbio que causa a glomerulonefrite é tratado
quando possível. Pode ser necessário seguir uma dieta baixa em proteínas e
sódio até que a função renal seja restabelecida. Diuréticos podem ser
prescritos para ajudar os rins a excretar o excesso de sódio e de água. A
pressão arterial alta precisa ser tratada.
Glomerulonefrite crônica
Tomar um inibidor da ECA ou um BRA costuma retardar a progressão da
glomerulonefrite crônica e tende a reduzir a pressão arterial e a excreção de
proteína na urina. Reduzir a pressão arterial e a ingestão de sódio são
consideradas benéficas. A restrição da quantidade de proteínas na dieta é
modestamente útil na redução da taxa de deterioração do rim. A insuficiência
renal terminal deve ser tratada com diálise ou transplante renal
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