Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Fibrinólise in vivo......................................................... 3
2. Fibrinólise terapêutica............................................... 6
3. Principais indicações de fibrinólise terapêutica.6
4. Mecanismo de ação dos fibrinolíticos................. 6
5. Drogas............................................................................. 6
6. Como fazer a escolha da
melhor droga fibrinolítica? .........................................13
7. Contraindicações absolutas
e relativas de trombólise.............................................13
8. Inibidores da fibrinólise...........................................14
Referências Bibliográficas..........................................18
FIBRINOLÍTICOS 3
Figura 1. Fibrinólise. Fonte: Goodman & Gilman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 2018.
SAIBA MAIS!
A diferença principal existente entre os fatores de ativação do plasminogênio reside basica-
mente nos tipos de trombo que cada um ajuda a dissolver. O t-PA (tissue-type plasminogen
activator) é ativado de forma a dissolver trombos situados no meio intravascular, enquanto o
u-PA (urokynase-type plasminogen activator) potencializa a dissolução de trombos presen-
tes nos meios intravascular e extravascular.
FIBRINOLÍTICOS 5
HORA DA REVISAO!
Em 1964, Macfarlane e Davie & Ratnoff propuseram a hipótese da “cascata” para
explicar a fisiologia da coagulação do sangue. Nesse modelo (figura 2), a coagula-
ção ocorre por meio de ativação proteolítica, sequencial de zimógenos, por protea-
ses do plasma, resultando na formação de trombina que, então, converte a molécu-
la de fibrinogênio em fibrina.
O esquema divide a coagulação em uma via extrínseca (envolvendo componentes
do sangue, mas, também, elementos que usualmente não estão presentes no es-
paço intravascular) e uma via intrínseca (iniciada por componentes presentes no
intravascular), que convergem no ponto de ativação do fator X (via final comum).
Na via extrínseca, o fator VII plasmático na presença do seu cofator, o fator tecidual
ou tromboplastina, ativa diretamente o fator X.
Na via intrínseca, a ativação do fator XII ocorre quando o sangue entra em contato
com uma superfície contendo cargas elétricas negativas. Tal processo é denomi-
nado ativação por contato e requer ainda a presença de outros componentes do
plasma, como a pré-calicreína (serinoprotease) e o cininogênio de alto peso mole-
cular (cofator não enzimático). O fator XIIa ativa o fator XI que, por sua vez, ativa o
fator IX. O fator IXa, na presença de fator VIII, ativa o fator X da coagulação, desen-
cadeando a geração de trombina e subsequente formação de fibrina.
Embora haja a tradição de se dividir o sistema de coagulação do sangue em in-
trínseco e extrínseco, tal separação é atualmente entendida como inadequada do
ponto de vista de fisiologia da coagulação, haja vista que essa divisão não ocorre
in vivo.
2. FIBRINÓLISE 3. PRINCIPAIS
TERAPÊUTICA INDICAÇÕES DE
FIBRINÓLISE
A terapia fibrinolítica, também conhe-
TERAPÊUTICA
cida como terapia trombolítica, tem
sido um meio importante para o esta- A terapia fibrinolítica é utilizada para o
belecimento da reperfusão. É utilizada tratamento das seguintes condições:
para degradar coágulos sanguíneos
• Infarto agudo do miocárdio com
(trombos) formados de forma aguda
supradesnivelamento do segmen-
pela ativação do plasminogênio, re-
to ST (IAMCSSST);
sultando na formação de plasmina,
sendo esta a responsável pela cliva- • Acidente Vascular Encefálico
gem das ligações peptídicas das fibri- isquêmico;
nas, causando dissolução do trombo. • Tromboembolismo pulmonar e
A terapia com agentes trombolíticos trombose venosa profunda aguda
tende a dissolver tanto os trombos → indicações menos comuns.
patológicos quanto os depósitos de
fibrina em locais de lesão vascular.
SAIBA MAIS!
Para que tenha benefícios, a terapia fibrinolítica durante o IAMCSSST deve ser instituída den-
tro de 24 horas do início dos sintomas.
SAIBA MAIS!
Você sabia que a literatura aponta que, nos casos de AVE isquêmico, o tratamento de
primeira linha com alteplase para a fase aguda desta entidade apresenta benefícios sig-
nificativos para o paciente? Porém, para receberem tal terapêutica, os pacientes devem
ser devidamente selecionados, sendo enquadrados em uma extensa lista de critérios de
inclusão e exclusão.
Os critérios de inclusão são:
• AVE isquêmico em qualquer território encefálico;
• Possibilidade de se iniciar a infusão do t-PA dentro de 3 horas do início dos sintomas;
• Tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética sem evidência de
hemorragia;
• Idade superior a 18 anos.
SAIBA MAIS!
PESO DOSE
< 60 kg 30 mg – 6 ml
60-70 kg 35 ml – 7 ml
70-80 kg 40 mg- 8 ml
Kg 45 mg- 9 ml
> 90 kg 50 mg – 10 ml
Tabela 1. Dosagem de administração de tenecteplase (TNK) por peso. Blackbook – Clínica Médica – 2ª
ed., 2014.
Uroquinase (UK)
Isolada de culturas de células re-
nais humanas. É um ativador do
FIBRINOLÍTICOS 12
ESTREPTOQUINASE
DROGA ALTEPLASE (T-PA) TENECTEPLASE (TNK) RETEPLASE (R-PA) LANOTEPLASE (N-PA) ANISTREPLASE UROQUINASE (UK) SARUPLASE
(SK)
IAMCSSST e casos gra- IAMCSSST e casos gra- Em fase de investigação
Indicação(ões) de uso IAMCSSST, AVEi e TEP IAMCSSST IAMCSSST e TEP Limitadas TEP
ves de TEP ves de TEP como trombolítico
Dose de ataque de
1000-4000 UI/kg + in-
Variada, conforme Varia com o peso do pa- Variada, conforme
Dose 10 UI - 30 UI fusão contínua de 4400 -
indicação ciente (30, 40 e 50 mg) indicação
UI/kg/h, por períodos
variáveis
Dois bolus por via en-
Bolus rápido por via dovenosa administrados Bolus por via endoveno-
Via de administração Endovenosa - Endovenosa Endovenosa -
endovenosa com intervalo de 30’ sa por 2-5’
cada
Menor seletividade para
Tempo de meia vida de
Tempo de meia-vida Tempo de meia- vida fibrina e com tempo de Tempo de meia-vida de
Farmacocinética - Semelhante à SK 15-20’ e metabolização -
curto (3-4’) de 5’ ação mais elevado que 40-80’
hepática
o t-PA
Febre, hipertensão in- Hemorragias, distúrbios Hemorragias, rash cutâ-
Efeitos colaterais Hemorragias intracra-
tracraniana, hemorragia da coagulação, hemato- Hemorragias e arritmias - neo, broncoespasmo, Semelhantes à SK -
principais nianas, mais comumente
grave ou leve mas, AVEh anafilaxia,
Custo (por frasco de R$1338,47 a R$4580,00 a
- - R$155 a R$850 - Extremamente elevado -
ampola) R$1528,00 R$5660,00
Sim, inclusive no SUS Sim, inclusive no SUS
Não disponível no SUS. Não está mais disponí- Produção da UK está
Disponibilidade (frascos de ampolas de (frascos de ampolas de - Uso proscrito -
Mediante importação. vel no mercado suspensa atualmente
10, 20 e 50 mg) 30,40 e 50 mg)
Tabela 2. Tabela esquemática resumindo as principais características dos fibrinolíticos.
FIBRINOLÍTICOS 13
Efeitos colaterais Maior diversidade de efei- Diversos, porém menos Diversos e severos
tos adversos severos
Indicação(ões) IAMCSSST e casos graves IAMCSSST, AVEi e TEP IAMCSSST
de TEP
Total de 01 03 00
Ranking 2º 1º 3º
Tabela 3. Tabela comparativa entre as principais vantagens e desvantagens dos principais fibrinolíticos utilizados na
prática. Obs.: mesmo que o TNK não tenha pontuado de acordo com a tabela, ele ainda é mais utilizado do que a SK,
haja vista que essa está proscrita.
CONTRAINDICAÇÕES
• Hemorragia intracraniana prévia
• Lesão vascular cerebral estrutural conhecida
• Neoplasia intracraniana maligna conhecida
• AVE isquêmico dentro de 3 meses
ABSOLUTAS • Suspeita de dissecção de aorta
• Sangramento ativo ou diátese hemorragica*
• Significativo trauma craniano fechado há 3 meses
• Significativo trauma facial há 3 meses
SAIBA MAIS!
Você sabia que 1 em cada 5 pacientes tratados com Alteplase (t-PA) para AVE isquêmico
agudo desenvolvem angioedema orolingual? Este ocorre de forma branda e transitória, mas
os casos severos, apesar de raros, são responsáveis por obstrução de vias aéreas e necessi-
tam de avaliação em caráter emergencial.
Figura 3. Mecanismo de ação do ácido tranexâmico (AT): o sítio do plasminogênio onde a fibrina se liga é ocupado
pelo AT, impedindo a fibrinólise. Fonte: Santos, Splettstosser, Warpechowski et al. Antifibrinolíticos e cirurgia cardíaca
com circulação extracorpórea. Rev. Bras. de Anest. 2007; 57(5):549-564.
SAIBA MAIS!
O ácido tranexâmico tem uso terapêutico para melasmas, haja vista que causa clareamento
da pele hiperpigmentada.
FIBRINOLÍTICOS 17
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Goodman & Gilman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 2018.
Farmacologia – Rang & Dale – 8ª edição, 2018.
Blackbook de Clínica Médica – 2ª edição, 2014.
Gibson, MC et al. Characteristics of fibrinolytic (thrombolytic) agents and clinical trials in acute
ST elevation myocardial infarction. UpToDate, 2018.
Fisiologia da coagulação, anticoagulação e fibrinólise, Franco et al., 2002.
Fibrinolytic Therapy (Thrombolytic Therapy) Topic Review. Healio, Cardiology Review, 2017.
Santos, Splettstosser, Warpechowski et al. Antifibrinolíticos e cirurgia cardíaca com circulação
extracorpórea. Rev. Bras. de Anest. 2007; 57(5):549-564.
Cardiovascular Pharmacology Concepts, Klabunde RE, PhD. Thrombolytic (fibrinolytic) Drugs,
2007.
Diretrizes para tratamento da fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico – parte II.
Comitê Executivo da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e Departamento
Científico de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Maniva, SJCF. Uso de alteplase no tratamento do acidente vascular encefálico isquêmico agu-
do: o que sabem os enfermeiros? Rev Bras Enferm, Brasília, 2012; 65(3):474-81.
Política Nacional de Sangue e Hemoderivados. Ministério da Saúde. Nota técnica sobre o áci-
do tranexâmico, 2016.
RENAME- Relação Nacional de Medicamentos, 2020.
Banco de Preços em Saúde, Ministério da Saúde, 2020.
FIBRINOLÍTICOS 19