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Farmacologia do

Sistema Respiratório

João Rocha
jrocha@ff.ul.pt / jprocha@ualg.pt
O que é a Asma ?

Asma: “Doença inflamatória crónica das vias aéreas de


etiologia desconhecida, na qual várias células e
elementos celulares desempenham um papel
importante, em particular os mastócitos, eosinófilos,
linfócitos T, neutrófilos e células epiteliais”
O que é a Asma ?

•  Clínico: Episódios recorrentes de Tosse, Pieira,


Dispneia, Compressão torácica

q  Patológico: Inflamação das vias aéreas

Produção excessiva de muco

Constrição do tecido muscular liso

Broncospasmo

q  Fisiológico: Obstrução reversível das vias aéreas


Categorias da Asma
Asma Extrínseca ou Atópica

-  70% da totalidade dos indivíduos asmáticos


-  Sensibilidade a antigénios extrínsecos inaláveis
-  Reacção de hipersensibilidade mediada por IgE e
linfócitos Th2

Asma Intrínseca ou Não Atópica


-  30% da totalidade dos indivíduos asmáticos
-  Aparecimento na Idade Adulta
-  Estímulos Não-Imunitários
-  AAS, Infecções Brônquicas, Ansiedade, Inalação de
ar frio, Exercício
Asma

•  resposta imunitária exagerada


células T-helper Th2

•  envolvivento reduzido das células


T-helper Th1

•  inflamação persistente

•  ↑ células musculares lisas

•  proliferação vasos sanguíneos

•  transformação das células


epiteliais em células produtoras de
muco

•  aumento da deposição de matriz


Asma vs DPOC
Asma vs DPOC
Principais grupos de fármacos
utilizados no tratamento da asma

Farmacologia da Asma

Broncodilatadores Anti-inflamatórios Inibidores leucotrienos

Agonistas Metilxantinas
Inibidores Bloqueio
β2 lipoxigenase receptores

Antagonistas Inibidores de Anticorpos


muscarínicos libertação
Corticosteróides
Principais grupos de fármacos
utilizados no tratamento da asma

Inib. Desg. mastócitos


Agonistas β2 Xantinas Anti-Muscarínicos
Salbutamol Teofilina Tiotrópio Cromoglicato de Sódio

Ac Monoclonais Antagonistas dos


Corticosteróides Leucotrienos
Budesonida Omalizumab Montelucaste
Agonistas dos Receptores
Adrenérgicos β2

A estimulação destes receptores origina:

-  broncodilatação por estimularem a adenilciclase, aumentando a


formação intracelular de AMPc e diminuindo a [Ca2+] intracelular

-  inibição da libertação de mediadores a partir dos mastócitos

-  aumento da clearance mucociliar

A selectividade de determinado agonista para os receptores adrenérgicos β2


reduz os efeitos sistémicos indesejados derivados da estimulação dos
receptores adrenérgicos β1
Agonistas dos Receptores
Adrenérgicos β2

•  a selectividade para os receptores β2 é dependente da dose

•  a via inalatória auxilia nesta selectividade

•  a relação dose-resposta para a broncodilatação é log linear, pelo

que, é necessário aumentar a dose 10 x para duplicar o efeito

•  após inalação o início de acção do fármaco é rápido (≈ 5 min)


Agonistas dos Receptores
Adrenérgicos β2
Formas farmacêuticas e vias de administração:
- metered dose inhaler
-  nebulizadores
-  oral (comprimidos, comprimidos de libertação
controlada)
-  subcutânea,
infusão i.v., via
intramuscular (terbutalina e salbutamol)

* Em situações de emergência (asma grave)

A via inalatória reduz


significativamente a exposição
sistémica e os efeitos adversos
laterais decorrentes desta exposição
Agonistas dos Receptores
Adrenérgicos β2

Agonistas β2 de curta duração de acção

- Fármacos mais eficazes para a broncodilatação e relaxamento do


útero (tocolíticos*)
-  Alívio de curta duração, em SOS (“as needed”) para episódios
agudos de broncospasmo ou prevenção do broncospasmo induzido
pelo exercício
-  Semi-vida de eliminação ≈ 6 horas ou menos:
Salbutamol Terbutalina
Bambuterol* Fenoterol
Rimiterol * Ritodrina*
Agonistas dos Receptores
Adrenérgicos β2

Agonistas β2 de curta duração de acção

-  Se a eficácia dos receptores β2 se “perde” ao longo do tempo, poderá ser


necessário adicionar outro fármaco (e.g. anti-inflamatório).

-  Efeitos laterais:
•  Tremor do músculo esquelético (mais comum na administração via oral)
•  Arritmias (mais comuns na DPCO e doença cardíaca)
•  Doses elevadas originam taquicardia
•  Broncospasmo paradoxal (muito raro mas muito grave)
•  Tolerância / Taquifilaxia
•  Cefaleias
•  Hipocaliémia
Agonistas dos Receptores
Adrenérgicos β2

Agonistas β2 de longa duração de acção


- Muito lipossolúveis
-  Broncodilatação dura > 12 horas
-  Tipicamente utilizados quando um corticosteróide não é suficiente
para controlar a asma
(não é usado em vez de um corticosteróide)

Salmeterol Formoterol

É importante distinguir estes dois fármacos como agonistas de longa


duração de acção!
Antagonistas dos receptores
muscarínicos
Existem 3 tipos de receptores
muscarínicos nas vias aéreas:

•  Os receptores M1 facilitam a
neurotransmissão colinérgica nos gânglios
parassimpáticos;

•  Os receptores M2 são autoreceptores pré-


sinápticos nos neurónios colinérgicos e
modulam a libertação de acetilcolina (por
feedback negativo);

•  Os receptores M3 são pós-sinápticos e


medeiam a broncoconstrição e a secreção de
muco em resposta à estimulação
parassimpática, via formação de GMPc.
Antagonistas dos receptores
muscarínicos

- Brometo de ipratrópio (composto de amónio quaternário):


•  Início de acção: 30-60 minutos ( > salbutamol ≈ 5-10 min)
•  Intervalo de administração: 4-6 horas (3x/dia)

-  Tiotrópio (Spiriva®)
•  Duração de acção: 24 horas (1x/dia)
•  Início de acção: 30-60 minutos

-  Glicopirrónio (Tovanor®)
•  Duração de acção: 24 horas (1x/dia)
•  Início de acção mais rápido que tiotrópio
Antagonistas dos receptores
muscarínicos

Farmacocinética:

•  Compostos de amónio quaternário (congéneres da atropina)

•  Mal absorvidos por via oral

•  Não passam a barreira hemato-encefálica

•  Administrados exclusivamente por via inalatória

•  Absorção mais lenta a partir das vias aéreas

•  A duração de acção está relacionada com a velocidade de dissociação dos


receptores e não com a semi-vida plasmática (t1/2 ipratropium no receptor =
16 min.; t1/2 tiotropium no receptor M3 = 35h e receptor M2 =3.5h)
Antagonistas dos receptores
muscarínicos

Efeitos laterais:

São escassos devido à administração por via inalatória.

Quando presentes são similiares aos efeitos associados à


administração de atropina:
- xerostomia
- náuseas e obstipação
- cefaleias
- retenção urinária no homem com prostatismo (tiotropium)
- pode agravar o glaucoma de ângulo-fechado
Metilxantinas

-  São um grupo de substâncias naturais existentes, p. ex., no café, no chá,


e no chocolate.

-  A teofilina (1,3-dimetilxantina) e a aminofilina são os únicos compostos


com utilização clínica, e são quimicamente similares à cafeína.

-  As metilxantinas têm efeitos vasodilatadores, anti-inflamatórios e


imunomoduladores.

-  Utilizadas no tratamento da obstrução reversível das vias aéreas.


Metilxantinas

Era uma vez... a teofilina!

-  ~30 anos atrás era o fármaco 1ª linha para asma aguda e crónica

-  substituída pelos agonistas β2 (de curta e longa duração de acção)

-  Está ainda na lista dos 300 fármacos mais prescritos para tratamento
crónico

A aminofilina é 80% de teofilina misturada


•  Teofilina com 20% etilenodiamina, aumentando a
solubilidade da teofilina, tornando
possível a administração intravenosa e
•  Aminofilina
melhorando a administração oral
Metilxantinas

Mecanismos de acção:
São múltiplos, controversos e incertos!

•  Inibição das fosfodiesterases (PDE)


•  Aumento da contractilidade do diafragma
•  Antagonismo dos receptores da adenosina
•  Activação das desacetilases das histonas

A teofilina tem variadas interacções


metabólicas e tem uma estreita margem
terapêutica, o que limita a sua utilização
clínica
Metilxantinas
Mecanismo de acção:
Activação das desacetilases das histonas

-  acetilação das histonas activa factores de transcrição pró-inflamatórios (NF-κB,


AP-1)

-  ↑ actividade das histona desacetilases à supressão dos genes inflamatórios

-  o efeito anti-inflamatório da teofilina ocorre nas concentrações plasmáticas de 5-10


mg/l, similares às utilizadas em terapêutica

Este efeito só é relevante no sentido de potenciar o efeito anti-


inflamatório dos corticosteróides, visto as desacetilases das
histonas apenas serem eficazes se recrutadas para o local de
inflamação por receptores activados pelos glucocorticóides
Metilxantinas
Farmacocinética:

-  absorção irregular a partir do intestino (elevada variação interindividual)


-  irritantes para o estômago
-  curta semi-vida de eliminação plasmática (dependente da idade)

Formulações de libertação modificada

-  As ≠ formulações não são equivalentes ! ≠ vel. libertação (estreita


margem terapêutica)
-  Metabolização hepática [citocromo P450 CYP1A2(+) e CYP3A4(-)]
-  Monitorização sanguínea dos níveis de teofilina
Metilxantinas
Efeitos laterais:

Na sua maioria são dependentes da dose e podem surgir nas doses


terapêuticas!
-  Perturbações gastrintestinais, incluindo náuseas, vómitos (inibição da PDE
IV no centro do vómito) e diarreia;

-  Estimulação do SNC, incluindo insónia, irritabilidade, convulsões em


concentrações elevadas (antagonismo dos receptores da adenosina), e cefaleias
(inibição das PDEs);

-  Hipotensão por vasodilatação periférica. As artérias cerebrais são contraídas


pelas metilxantinas, pois a adenosina é um dilatator no seio vascular cerebral

-  Estimulação cardíaca, arritmias. Hipocaliémia (administração i.v.)


-  Desenvolvimento de tolerância

-  Interacções farmacológicas
Corticosteróides

São os fármacos mais eficazes no tratamento da asma


crónica mas são pouco eficazes no tratamento da DPCO!

-  São imunosupressores e anti-inflamatórios

-  A longo prazo, reduzem a resposta das vias aéreas aos mediadores


broncoconstritores e bloqueiam a resposta precoce e tardia aos alergenos

-  Após um período de 6-12 h segue-se a resposta anti-inflamatória


multifactorial
Corticosteróides
Mecanismo de acção

- O mecanismo de acção principal inclui a


activação dos receptores dos glucocorticóides,
inibindo a transcripção de genes que codificam
para citocinas pró-inflamatórias

-  Os receptores dos glucocorticóides recrutam


desacetilases das histonas para os complexos de
transcrição dos genes inflamatórios activados

-  A desacetilação das histonas causa o


silenciamento destes genes
Corticosteróides

Efeitos anti-inflamatórios a curto prazo:

•  ↓ da activação das células inflamatórias (macrófagos, linfócitos T,


eosinófilos e células epiteliais das vias aéreas)

•  ↓ da síntese de IgE

•  ↓ edema da mucosa e permeabilidade vascular

•  ↓ formação local de prostaglandinas e leucotrienos por inibição


da fosfolipase A2

•  upregulation dos receptores adrenérgicos β2 (o que aumenta a


resposta aos agonistas dos receptores adrenérgicos β2)
Corticosteróides

Efeitos anti-inflamatórios a longo prazo:

•  ↓ da produção de citocinas a partir de células T

•  ↓ da sinalização celular entre as células dendríticas e as células T

•  ↓ da deposição de eosinófilos na mucosa brônquica (por diminuição


da estimulação por parte das citocinas, redução da expressão de moléculas de
adesão a nível epitelial e aumento da apoptose)

•  ↓ deposição de mastócitos (sem afectar a libertação de mediadores a


partir destas células)

•  revertem a hiperplasia das células goblet e a descamação epitelial


ao nível dos brônquios
Corticosteróides

-  A via inalatória reduz os efeitos laterais sem reduzir a

eficácia!

-  Proporcionam uma melhoria nos sintomas ao fim de 24 horas

e o efeito máximo é atingido após 1-2 semanas

-  A redução da resposta das vias aéreas aos alergenos e

irritantes ocorre de forma gradual ao longo de vários meses


Corticosteróides

Farmacocinética:

-  Administração por via inalatória, oral ou intravenosa


* via oral (aumenta a toxicidade) é usada na asma grave e em
exacerbações agudas; a via i.v. é utilizada nas urgências e no
tratamento do status asthmaticus

-  Quando inalados possuem fraca absorção através da


mucosa (pulmonar e intestinal, se o farmaco for deglutido)
Corticosteróides

Farmacocinética:
beclometasona

Corticosteróides para inalação budesonido


(na dose certa todos são eficazes)
fluticasona
(utilizados em profilaxia no controlo da asma,
em detrimento da utilização no episódio agudo)

Requerem 1 ou 2 inalações, 1 a 2x/dia

prednisolona
Corticosteróides via oral ou i.v.
hidrocortisona
Corticosteróides

Estes fármacos não são utilizados por via oral, sendo


escolhidos p.ex. para o tratamento pediátrico

dipropionato de beclometasona
(lentamente inactivado quando atinge a circulação sistémica)

budesonido
(é inactivado por extenso efeito de primeira passagem se absorvido
sistemicamente)

fluticasona
(fracamente absorvida a partir do intestino)
Corticosteróides

Efeitos laterais:

-  Os corticosteróides inalados apenas têm efeitos laterais sistémicos quando


em doses elevadas (ver efeitos sistémicos!)

-  Há problemas específicos com os corticosteróides utilizados por via


inalatória:

•  disfonia, causada pela deposição nas cordas vocais e miopatia dos


músculos da laringe (ocorre em 1/3 dos indivíduos; menos comum quando se
utilizam sistemas activados pela respiração, uma vez que o método de
inspiração protege as cordas vocais através das falsas cordas vocais)

•  candidíase oral, pode ser prevenida através de gargarejo posterior à


inalação ou utilizando um spacer
Estabilizadores dos mastócitos
(inibidores da desgranulação)

ALERGENO
cromoglicato de sódio
nedocromil sódico

-  Não têm actividade broncodilatadora


-  Não são úteis nas situações agudas de asma
-  Utilizam-se principalmente na prevenção
-  Profilaxia é menos eficaz que com corticosteróides por via inalatória
-  Utilizados na profilaxia da asma ligeira induzida por alergenos, poluição e
exercício físico
-  Utilizados no tratamento da rinite alérgica (via inalatória) e conjuntivite
alérgica (via oftálmica)
Estabilizadores dos mastócitos
(inibidores da desgranulação)

Farmacocinética:
-  Ambos são altamente ionizáveis

-  Fracamente absorvidos a partir das membranas biológicas

-  Fortemente retidos no local de administração

-  A fracção deglutida não sofre absorção sendo excretada nas fezes

Efeitos laterais:
-  tosse
-  pieira
-  irritação da garganta
(efeitos transientes e durante a inalação)
Inibidores da via dos
leucotrienos

Antagonistas dos receptores dos leucotrienos

Utilizados por via oral na prevenção da asma crónica


Efeito aditivo quando administrado concomitantemente
com corticosteróides

montelucaste
zafirlucaste
Inibidores da via dos
leucotrienos

Antagonistas dos receptores dos leucotrienos


Mecanismo de acção:
•  Inibem a broncoconstrição induzida pelos LTs, por bloqueio da ligação
ao receptor dos leucotrienos derivados da cisteína (LTC4, LTD4, LTE4)
•  Estes leucotrienos são derivados de macrófagos e eosinófilos entre outras
células inflamatórias

•  Promovem a formação de edema, contracção do músculo liso e aumento da


formação de muco

•  São úteis na asma ligeira a moderada, induzida pelo exercício físico e a asma
provocada pelos AINEs
Asma iatrogénica
Inibidores da via dos
leucotrienos

Antagonistas dos receptores dos leucotrienos


Mecanismo de acção:
Inibidores da via dos
leucotrienos
Antagonistas dos receptores dos leucotrienos
Montelucaste
-  Utilizado via oral (melhor adesão em pediatria)
-  1x/dia (à noite, asma mais comum)
-  Utilizado em crianças a partir dos 6 anos
-  Eficaz para a asma induzida pelo exercício físico

Zafirlucaste
-  2x/dia
-  Utilizado em doentes a partir dos 12 anos
-  Requer monitorização da função hepática
Inibidores da via dos
leucotrienos
Inibidor da síntese dos leucotrienos
Zileuton
-  inibe a enzima 5-lipoxigenase

-  bloqueia a formação de leucotrienos a partir do ácido araquidónico

-  4x/dia
Prescrição
-  toxicidade hepática ocasional menos comum

Popularidade é montelucaste > zafirlucaste > zileuton


AAS contra-indicada na asma! AINEs devem ser evitados!
Inibidores da via dos
leucotrienos

Efeitos laterais:
-  cefaleias, irritabilidade

-  perturbações gastrintestinais

-  xerostomia, sede

-  edema

-  reacções de hipersensibilidade

(anafilaxia, angioedema, rash cutâneo)


Anticorpo Anti-IgE

Omalizumab
Anticorpo Anti-IgE

Omalizumab

-  Reduz a IgE livre e impede a desgranulação induzida por antigénios

-  Em doentes a partir dos 6 anos com teste cutâneo ou sanguíneo positivo

para alergenos

-  Administração de 2-4 semanas (s.c.) $ $ $ caro!

-  Anticorpo dirigido à porção IgE que se liga aos receptores nos mastócitos

e outras células inflamatórias


tal stimuli, mainly including allergens and respiratory viruses, is at the basis of the
pathobiology of asthma, which is clinically outlined by recurrent episodes of wheeze,
shortness of breath, chest tightness, and cough. This common respiratory disease is

Anticorpos anti-citocinas
traditionally distinguished in two classic subtypes known as extrinsic (allergic) and
intrinsic (nonallergic) asthma, respectively.3 The pathophysiology of allergic asthma is
mostly sustained by T-helper 2 (Th2) lymphocytes, which orchestrate and coordinate
the immune inflammatory response of asthmatic airways. This “Th2-high” signature
of bronchial inflammation is the result of multiple interactions between the innate
and adaptive branches of the immune system.4,5 Indeed, aeroallergens responsible for
Journal of Asthma and Allergy allergic asthma derive from both seasonal and perennial triggers, penetrate Dovepress into the
Correspondence: Alessandro Vatrella open access to scientific and medical research
Department of Medicine and Surgery, airway epithelium, and stimulate Toll-like receptors, which belong to the so-called
Section ofAccess
Open Respiratory Disease,
Full Text Article “pattern recognition receptors” operating in innate immune responses. Upon R E V Istimu-
EW
Baronissi Campus, Via Salvador Allende,
lation, Toll-like receptors activate a signaling cascade leading to increased airway
Dupilumab: a novel treatment for asthma
84081 Baronissi, Salerno, Italy
Email avatrella@unisa.it production of several cytokines, including thymic stromal lymphopoietin, interleukin

submit your manuscript | www.dovepress.com Journal of Asthma and Allergy 2014:7 123–130 123
Dovepress © 2014 Vatrella et al. This work is published by Dove Medical Press Limited, and licensed under Creative Commons Attribution – Non Commercial (unported, v3.0)
http://dx.doi.org/10.2147/JAA.S52387
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how to request permission may be found at: http://www.dovepress.com/permissions.php

Alessandro Vatrella 1 Abstract: Simultaneously with the steady progress towards a better knowledge of the
Immacolata Fabozzi 1 pathobiology of asthma, the potential usefulness of anticytokine therapies is emerging as one
Cecilia Calabrese 2 of the key concepts in the newly developing treatments of this widespread airway disease. In
Rosario Maselli 3 particular, given the key role played by interleukin (IL)-4 and IL-13 in the pathophysiology of
Girolamo Pelaia 3 the most typical aspects of asthma, such as chronic airway inflammation, tissue remodeling,
and bronchial hyperresponsiveness, these pleiotropic cytokines are now considered as suitable
1
Department of Medicine and Surgery,
therapeutic targets. Among the recently developed antiasthma biologic drugs, the monoclonal
phocytes to operate an immunoglobulin (Ig) class switch both inflammatory and structural changes characterizing
leading to synthesis of IgE.9 IL-9, released by another asthmatic airways (Figure 1). Indeed, IL-4 and IL-13 drive
subtype of T-cells (Th9) derived from Th2 lymphocytes, Ig class switching from IgM antibodies to IgE at the level

Anticorpos anti-citocinas
recruits mast cells and promotes their growth.10 In addi-
tion to thymic stromal lymphopoietin, IL-25 and IL-33
of B lymphocytes and plasma cells.9 Furthermore, these
cytokines enhance airway smooth muscle contractility,

ILC2 CD4+ Th2

Airway recruitment of eosinophils Switching from lgM antibodies to IgE

IL-4 IgE
IL-13
B cell
Enhancement of
ASM contractility
Mast cell
Histamine
Airway remodeling Cysteinyl LTs
Prostaglandins
Cytokines

Fibroblast iNOS
Mucus production

Goblet cell Collagen


Myofibroblast ASM proliferation Epithelial cells
hyperplasia deposition

Figure 1 Pleiotropic effects of IL-4 and IL-13 in asthma pathobiology. See text for details.
Note: Mainly produced by CD4 Th2 cells and type 2 innate lymphoid cells (ILC2), IL-4, and IL-13 act on several cellular targets within the airways of asthmatic subjects. In
Tosse

Mecanismo protector das vias aéreas que remove:

-  a produção excessiva de muco,

-  substâncias anormais como fluido de edema ou pús,

-  material inalado pelo tracto respiratório superior

Deriva da estimulação de receptores localizados na orofaringe e


imediatamente abaixo desta, e ainda:

- canais auditivos externos e membrana do tímpano;

-  esófago e estômago;

Há produção local de mediadores específicos


Tosse

Há duas categorias de tosse: Seca


-  aguda (duração menor que 3 semanas)
Produtiva
-  crónica

Aguda Crónica
•  constipação comum •  fumadores passivos e activos
•  fumadores passivos •  asma
•  doença de refluxo gastro-esofágico
•  rinorreia / rinite alérgica
Diagnóstico diferencial
tosse seca
Antitússicos (supressores da tosse)

Há três tipos:

-  fármacos com actuação no SNC

-  fármacos com actuação periférica

-  fármacos com actuação local


Antitússicos (supressores da tosse)

Fármacos com actuação no SNC (opióides)

•  Aumentam o limiar de estimulação nos neurónios no centro medular da tosse

•  Utiliza-se a codeína (opióide fraco)

•  Causam menor dependência que a morfina (só usada em casos terminais)

•  O dextrometorfano é estruturalmente similar aos opióides mas é um antagonista

dos receptores NMDA. Tem propriedades antitússicas sem ter qualquer tipo de

propriedade analgésica ou sedativa


Antitússicos (supressores da tosse)

Fármacos com actuação periférica

•  Anestésicos locais (como a lidocaína) usada em spray durante as broncoscopias


evita a tosse

•  Os antihistamínicos reduzem o corrimento nasal associado à rinite alérgica, que


estimula a tosse, mas poucos possuem efeito antitússico

•  Os antihistamínicos sedativos, como a difenidramina, são muitas vezes incluidos


nas formulações para a tosse por terem algum efeito anti-tússico.

•  Dropropizina à actua directamente nos receptores ao nível do tracto respiratório


Antitússicos (supressores da tosse)

Fármacos com actividade local

•  Demulcentes tornam a superfície das vias aéreas acima da laringe mais lineares,

reduzindo a irritação local

•  O mel é um bom exemplo destes compostos

•  Glicerol, essências, gomas, mucilagens

•  Nebulização com água (em especial nas vias aéreas de grande calibre)
Expectorantes

•  De acção directa (estimulação directa das células secretoras ao nível dos


brônquios)

Ex: óleos voláteis e essências balsâmicas

•  De acção reflexa (provocam irritação gástrica e por estimulação vagal aumentam a


produção de muco)
Ex: iodetos, benzoato, citrato de sódio, cloreto de amónio, guaifenesina, ipeca

•  Mucolíticos (actuam sobre a viscosidade e a estrutura do muco, rompendo as pontes


dissulfureto das mucoproteínas sem, no entanto, aumentar o volume das secreções)

Ex: acetilcisteína, ambroxol (metabolito da bromexina), bromexina, carbocisteína,


sobrerol

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