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Roteiro da aula

1. Inalação de partículas
2. Definição de tosse
3. Secreção respiratória
4. Fisiopatologia da tosse
5. Mecanismo da tosse
6. Tosse seca vs tosse cheia
7. Causas da tosse aguda e da tosse crônica
8. Classificação dos mucolíticos e expectorantes
9. Classificação dos antitussígenos narcóticos e não narcóticos
10. Outros fármacos usados como antitussígenos
Inalação de partículas
• Barradas pela densa camada de mucosa do pulmão
• Alvéolos pulmonares Macrófagos
• Entrada na corrente Sanguínea: Via Alvéolos
Tosse – Definição

Fenômeno reflexo de defesa para expulsar


substâncias estranhas da arvore brônquica
através de movimentos expiratórios
bruscos e violentos, efetuados com a glote
semi cerrada

Bethlem N. Pneumologia, 3a ed. Livraria Atheneu - 1984


Tosse – Mecanismos
Mantém a saúde do sistema respiratório por
dois mecanismos:
1. Estimulação mecânica da laringe causa
imediato movimento expiratório
2. Aumento da depuração mucociliar

Anne B. Chang, Pediatric Pulmonology 28:59-70 (1999)


Secreção respiratória
• Funções:
• Aquecer e umidificar o ar inspirado
• Capturar e remover partículas inaladas

• Produção da secreção brônquica:


• Até 100 ml em 24 horas

• Composição:
• Mucoproteínas, 2%
• Proteinas, 1%
• Gorduras, 1%
• Água, 95%
• Eletrólitos, 1%
Secreção respiratória
• Responsáveis pela produção:
• Células mucosas e epiteliais da superfície mucosa,
glândulas submucosas, vasos sanguíneos.

• Duas camadas:
• SOL: mais interna, mais fluida; onde os cílios se
movimentam
• GEL: viscosa; fixa partículas
Secreção respiratória
Secreção respiratória

FATORES QUE FAVORECEM:


➢ Broncodilatação
➢ Estímulos externos (subs. irritantes, patógenos)
➢ Hidratação adequada para evitar ressecamento das secreções
Movimento mucociliar

Logo abaixo dos cílios, há uns pequeninos buracos que são bocas de
glândulas. Estas glândulas produzem secreção, popularmente chamada de
catarro. Nesta secreção se encontram presentes as imunoglobulinas, entre
outras substâncias.
Fisiopatologia da tosse
❖ Mecanismo envolvido no sistema de proteção das
vias aéreas inferiores, ocorrendo por meio de ato
reflexo podendo ser voluntária ou involuntária.
Mecanismo da tosse
ESTÍMULOS DA TOSSE
Mecânicos
Pó, muco CÓRTEX
insuflação/desinsuflação
Modulação
Químicos Capsaícina
Ácidos cítrico, acético, Centro de Tosse EFETORES
Nicotina, Antígenos,
Osmóticos, Sol. Glote
Hipoclorito Músculos
expiratórios
Inflamatórios Mediadores
Nervo vago Pelve
Histamina Prostaglandina
MEDIADORES
Taquicininas
Neurocinina A
Substância P?
RECEPTORES DA TOSSE CGRP? TOSSE
NERVOS SENSITIVOS Reflexo axônico?
Receptor de adaptação rápida
Fibras C pulmonares?
Fibras C brônquicas?

Anne B. Chang, Pediatric Pulmonology 28:59-70 (1999)


Ouvido
Laringe

Mais
Fibras A-delta mecano-
mielinizadas sensíveis
Reflexo esofago-
traqueal?
Fibras C Mais quimio-
brônquicas sensíveis

Fibras C
pulmonares

Vísceras
Diafragma
intra-abdominais

Localização dos receptores da tosse

Anne B. Chang, Pediatric Pulmonology 28:59-70 (1999)


Fisiopatologia da tosse
➢ Causas da tosse aguda
• Bronquites
• Processos alérgicos
• Infecções respiratórias

➢ Causas da tosse crônica

• ASMA
• Refluxo gastroesofágico
• Gotejamento retronasal
• Uso de IECA
Mucolíticos
• Agentes que reduzem a viscosidade das secreções, contribuindo
para sua remoção;

• Os mais usados são: Acetilcisteína, ambroxol, bomexina.


Expectorantes
• Agentes que estimulam os mecanismos de expulsão das secreções;
• Não devem ser utilizados em conjunto com antitussígenos;
• Apesar da sua ampla aceitação pela população leiga, seu benefício
clínico não está claramente estabelecido e sua utilidade é
questionada;
• Ex. Iodeto de potássio, Guaifenesina.
Classificação dos fármacos mucoativos:

1. Indutores de secreção reflexa:


☼ Iodeto de potássio
☼ Guaifenesina
☼ Ipecacuanha

2. Modificadores das características físico-químicas das secreções:


☼ Acetilcisteína
☼ Sobrerol

3. Estimuladores da atividade secretora das glândulas mucosas:


☼ Bromexina
☼ Ambroxol
Farmacologia da tosse
Mucolíticos e Expectorantes

Indutores da secreção reflexa ➔ Aumento das secreções


através do estímulo vagal

• Iodeto de Potássio
• Guaiacolato de glicerila
• Ipecacuanha (desuso)
Farmacologia da tosse
Iodeto de Potássio
• Estimula o parassimpático a aumentar a produção de secreção.
• Reações Adversas
- Irritação gástrica
- Rinite
- Lacrimejamento
- Sialorréia ( glândulas salivares)
Farmacologia da tosse
Guaiacolato de Glicerila

• Age nas terminações parassimpáticas e estimula o nervo vago.


• Reações Adversas
- Irritação gástrica (nauseante)
- Broncoespasmo
- Sangramento ( agregação plaquetária)
Farmacologia da tosse
Mucolíticos e Expectorantes

Modifcadores das caracteristicas físico-químicas das


secreções➔ grupos sulfidrilas que interagem com pontes
dissulfetos das mucoproteinas rompendo a estrutura em cadeias
menores e menos viscosas

• Acetilcisteína
Farmacologia da tosse
Acetilcisteína
• Age melhorando a dispnéia nas bronquites crônicas por melhorar a
eliminação das secreções.
• Reações Adversas
- Bem tolerado
- Queimação traqueal
- Náuseas e vômito (sabor)
Farmacologia da tosse
Acetilcisteína

Outras indicações:
• Intoxicação pelo paracetamol
• Prevenção da nefrotoxidade de contrastes radiológicos (discutível)
Farmacologia da tosse
Mucolíticos e Expectorantes

Estimuladores da atividade das glândulas e células secretoras


➔ acredita-se que o fármaco promova a liberação de enzimas
lisossômicas que degradam os mucopolissacarídeos

• Bromexina

• Ambroxol
Antitussígenos
• São fármacos que reduzem o reflexo da tosse,
independente de secreção respiratória
• Deve-se diagnosticar a causa da tosse afim de eliminar a
etiologia.
• Tratamento da doença de base
• O uso de antitussígenos é indicado em casos de tosses
persistentes, não diagnosticadas e incômodas
• Classificação:
• Narcóticos (codeína)
• Não narcóticos (Dextrometorfano, Levodropropizina)
Farmacologia da tosse
Codeína
• Antitussígeno narcótico
• Ação nas conexões nervosas do tronco cerebral produzindo supressão
da tosse, fraca analgesia e sedação
• Reações Adversas
• Sedação/Sonolência
• Constipação
• Náuseas e vômitos
• Xerostomia
• Pode causar depressão respiratória (contra-indicada para
asmáticos)
Farmacologia da tosse
Dextrometafano
• Antitussígeno não-narcótico
• Eleva o limiar central para o reflexo da tosse
• Não interfere nas secreções respiratórias
• Não apresenta ação analgésica e sedativa
• Reações Adversas
• Diarréia
• Náuseas e vômitos
Farmacologia da tosse
Levodropropizina
• Antitussígeno não-narcótico
• Atua modulando a atividade das fibras nervosas dos
brônquios
• Reações Adversas
• Diarréia
• Náuseas e vômitos
• Pirose
• Cefaléia
• Palpitação
Outros fármacos usados como
antitussígenos
➢ Anticolinérgicos
- Salbutamol (Aerolin)
- Formoterol (Berotec)
- Terbutalina (Bricanyl)

➢ Metilxantinas
- Teofilina (Marax)
- Aminofilina (Alergo Filinar)
- Acebrofilina (Filinar)

➢ Antileucotrienos
- Montelucaste (Singulair)
- Zafirlucaste (Accolate)
Outros fármacos usados como
antitussígenos
➢ Cromonas
- Cromoglicato de sódio (Rilan)
- Nedocromil (Tilade)

➢ Corticóides
- Prednisolona (Prelone)

➢ Omazilumab

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