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Terapêutica Farmacológica
da Tosse
Ana Serralheiro
TOSSE
Reflexo de defesa / alarme em consequência de
uma irritação das vias aéreas
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Ana Serralheiro
TIPOS DE TOSSE
O epitélio da árvore traqueobrônquica está revestido por uma secreção fluida produzida pelas
glândulas brônquicas. A camada de muco protege o epitélio respiratório e, juntamente com o
movimento dos cílios vibráteis, facilita a expulsão de partículas até à glote, onde serão deglutidas
TOSSE
SECA ou IRRITATIVA PRODUTIVA
Acumulação
de muco
Indicações Clínicas
Indicações Clínicas Tosse com expectoração
Doentes traumatizados (acumulação de secreções espessas
Pós-operatório cardiotorácico no tracto respiratório)
Aneurismas
Hérnias
Tosse nocturna ou muito persistente
Tosse excessiva
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ANTITÚSSICOS
ANTITÚSSICOS
De Acção Central
De Acção Periférica
Endanestésicos benzonatato
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ANTITÚSSICOS de ACÇÃO CENTRAL
Actuam directamente sobre as áreas centrais da tosse, tornando-as
refractárias aos estímulos que chegam da periferia e diminuindo o
nº de estímulos que partem para os órgãos efectores
benzonatato
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EXPECTORANTES
Aumentam a produção e volume das secreções brônquicas e
diminuem a viscosidade do muco, facilitando a sua remoção
EXPECTORANTES
iodetos, cloreto de amónio, benzoato de sódio, citrato de sódio,
Acção Reflexa cloreto de amónio, guaifenesina, ipeca
HIDRATAÇÃO
É importante avaliar o estado de hidratação do doente uma vez que a correcção do
estado de desidratação pode muitas vezes ser suficiente para diminuir a viscosidade
das secreções, facilitando a sua eliminação da árvore traqueobrônquica
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EXPECTORANTES
Acção Reflexa Acção Directa
Irritação da mucosa gástrica Estimulação directa das células
desencadeando um reflexo vago-vagal secretoras ao nível dos brônquios
que induz um aumento na secreção da
mucosa brônquica
Vómitos Mucolíticos
Anorexia
Dor epigástrica Ruptura das ligações sulfuradas das
mucoproteínas sem aumento do
iodetos – Para além da acção reflexa volume das secreções.
exibem acção estimulante directa das Fluidificantes específicos
glândulas brônquicas
Gosto metálico Náuseas
Irritação gástrica Vómitos
Rinorreia Epigastralgias
Eritema
Aumento do volume das glândulas
salivares, provocando dor
Χ Úlcera gástrica
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2ª PARTE
Terapêutica Farmacológica
da Asma
Ana Serralheiro
ASMA BRÔNQUICA
Doença inflamatória crónica das vias
aéreas que se caracteriza por:
Hiper-reactividade das vias aéreas a vários
estímulos: exercício físico, alérgicos,
ambientais, ocupacionais, farmacológicos,
infecciosos e emocionais
Estreitamento generalizado das vias aéreas
provocado pela contracção do músculo liso
brônquico
Edema da parede brônquica Limitação variável ao fluxo
expiratório (reversível
Hipersecreção de muco espontaneamente ou
Alteração estrutural das vias aéreas através de tratamento)
o Manifestações clínicas:
• Sibilância (pieira)
• Dispneia
• Tosse (nocturna ou no início da manhã)
• Aperto/opressão torácico(a)
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ASMA – ETIOLOGIA
A Asma resulta de uma interacção complexa de factores genéticos e ambientais
Factores Genéticos:
- Atopia
- História de asma e atopia/eczema
parental
Factores Ambientais:
- Alergénios e irritantes (ácaros, pêlos
animais, baratas, fungos, pólen)
- Poluição atmosférica (ex: CO, CO2, O3)
- Fumo do tabaco
- Agentes infecciosos
- Irritantes químicos
- Dieta
Exercício Físico
Emoções
Fármacos (aspirina, ibuprofeno, outros
inibidores da produção de PGs,
bloqueadores β) Ana Serralheiro
FISIOPATOLOGIA DA ASMA (1)
1
Estímulo
Linfócitos B
IgE
Citocinas pró-inflamatórias
(IL-3, IL-5, IL-13)
Eosinófilos
Neutrófilos
Macrófagos
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FISIOPATOLOGIA DA ASMA (2)
2
Estímulo
IgE
Mastócitos
Activação Desgranulação
Mediadores inflamatórios
- Histamina
- Leucotrienos C4 e D4
- Prostaglandina D2
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FISIOPATOLOGIA DA ASMA (3)
Mastócitos
- Histamina
- Leucotrienos
- Prostaglandinas
- Bradicinina
- Tromboxano
- FAP
Eosinófilos e Neutrófilos
Resposta Tardia
- Hiper-reactividade
3 - Inflamação
- Lesão epitelial
- ↑ produção muco
espesso e viscoso
FAP – Factor de activação das plaquetas Ana Serralheiro
FISIOPATOLOGIA DA ASMA (4)
Principais Mecanismos envolvidos
na fisiopatologia da Asma:
Disfunção do músculo liso
brônquico – Broncoconstrição
Inflamação das vias aéreas
Edema da mucosa respiratória
Hipersecreção de muco
↓ Clearance mucociliar
Remodelling – Fibrose das vias
aéreas
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FISIOPATOLOGIA DA ASMA (5)
Disfunção do músculo liso brônquico
- Hipertrofia do músculo liso
- Libertação de mediadores
inflamatórios
- Contracção exagerada
(broncoconstrição)
Inflamação Inflamação
Remodelling
Aguda Crónica
Sintomas típicos
Exacerbações Insuficiência respiratória
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Acção Preventiva a Longo Prazo ANTI-ASMÁTICOS
Alívio Rápido
Broncodilatadores
Agonistas Adrenérgicos β2 salbutamol, terbutalina, fenoterol, clenbuterol, romoterol, albuterol,
Selectivos soterenol, pirbuterol, bitolterol, salmeterol, formoterol, procaterol
Não Broncodilatadores
beclometasona, budenosido, fluticasona, flunisulido, hidrocortisona,
Corticosteróides metilprednisolona, prednisolona, deflazacorte
Antagonistas dos
montelucaste, zafirlucaste, pranlucaste, zileuton
Leucotrienos
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Administração de fármacos na Asma
preferencialmente por VIA INALATÓRIA
Maior rapidez de acção
Maior eficácia com doses mais baixas
Menor incidência de efeitos adversos
sistémicos
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Broncodilatadores
•Agonistas Adrenérgicos β2 Selectivos – salbutamol, terbutalina,
salmeterol, formoterol, procaterol
Efeito agonista sobre os receptores ↑Motilidade ciliar das células
β2 dos mastócitos epiteliais da mucosa brônquica
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Broncodilatadores
•Agonistas Adrenérgicos β2 Selectivos – salbutamol, terbutalina,
salmeterol, formoterol, procaterol
Estimulação cardiovascular (acção sobre
os receptores adrenérgicos β1)
Longa Duração Curta Duração
(> 12h)
- Taquicardia
- Palpitações
- Arritmias
- Isquémia do miocárdio salmeterol, formoterol, salbutamol, terbutalina,
Tremores procaterol albuterol, fenoterol,
Estimulação do SNC pirbuterol
- Ansiedade, excitação
Hipocaliémia (altas doses)
Asma persistente
Em associação com moderada a grave Crise asmática
corticosteróides inalados
aguda (SOS)
Asma nocturna
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Broncodilatadores
• Metilxantinas – teofilina, aminofilina, diprofilina, emprofilina
↑ Concentrações
intracelulares de AMPc
Broncodilatação
Inibição da libertação de mediadores pelos
mastócitos
Inibição do edema
Aumento do transporte mucociliar
Melhoria da contractilidade do diafragma
Diminuição da fadiga dos músculos
respiratórios
Estimulação dos centros respiratórios
medulares
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Broncodilatadores
• Metilxantinas – teofilina, aminofilina, diprofilina, emprofilina
Broncodilatação
Redução da secreção brônquica
Xerostomia
Sabor desagradável
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Não-Broncodilatadores
•Corticosteróides – beclometasona, budenosido, fluticasona,
metilprednisolona, prednisolona, deflazacorte
Efeito anti-inflamatório. Indução da síntese de uma proteína (a
X nível nuclear) que impede a acção da fosfolipase A2 sobre o
ácido araquidónico, inibindo a via da ciclo- e da lipoxigenase e
como consequência a síntese de PGs e leucotrienos
Redução do edema
Inibição da activação e migração das células
inflamatórias
Redução da secreção de muco
Broncodilatação indirecta
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Não-Broncodilatadores
•Corticosteróides – beclometasona, budenosido, fluticasona,
metilprednisolona, prednisolona, deflazacorte
Imunossupressão
Osteoporose
Fraqueza muscular
Cataratas e glaucoma
Alterações do ritmo cardíaco
Distúrbios mentais
Aumento do apetite
Aumento da secreção gástrica
Hiperglicémia
Dislipidémias Asma persistente
Diminuição da espessura da pele
(muito grave – administração
Edemas e hipertensão
sistémica a nível hospitalar)
Tosse irritativa
Rouquidão Inutilidade na crise asmática aguda
Candidíase orofaríngea
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Não-Broncodilatadores
•Antagonistas dos leucotrienos – montelucaste, zafirlucaste,
pranlucaste, zileuton
Asma alérgica
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TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA ASMA
Não-Broncodilatadores
• Cromonas – cromoglicato de sódio, nedocromilato de sódio
Inibição da desgranulação dos mastócitos
Efeito protector dos terminais das fibras sensitivas C, impedindo a sua estimulação por
substâncias inaladas com a consequente libertação de neuropeptídeos inflamatórios
Tosse irritativa
Irritação da orofaringe
Disfonia (rouquidão)
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ASSOCIAÇÕES FARMACOLÓGICAS
Ana Serralheiro
TERAPÊUTICA CONTROLO vs ALÍVIO
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RECOMENDAÇÕES/CONSIDERAÇÕES
TERAPÊUTICAS
FÁRMACO MECANISMO ACÇÃO CONSIDERAÇÕES
CORTICOSTERÓIDES Fármacos anti-inflamatórios de 1ª
INALADOS linha no controlo da asma
• Redução dos sintomas
• Estabilização da função
respiratória
• Melhoria da qualidade de vida
• Diminuição das agudizações e da
- Inibição da fosfolipase A2 sobre mortalidade
o ácido araquidónico, bloqueando
CORTICOSTERÓIDES a síntese de PGs e leucotrienos Asma de difícil controlo (degrau 5) e
SISTÉMICOS as agudizações
• Controlo do agravamento da
inflamação
• Diminuição das recaídas
• Redução do internamento e dias
de hospitalização
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RECOMENDAÇÕES/CONSIDERAÇÕES
TERAPÊUTICAS
FÁRMACOS MECANISMO ACÇÃO CONSIDERAÇÕES
ANTAGONISTAS DOS - Antagonismo do receptor LT-1 Asma ligeira a moderada
LEUCOTRIENOS - Inibição da 5-lipoxigenase Asma induzida pelo esforço ou
pelo AAS
• Diminuição a inflamação das
vias aéreas
• Controlo dos sintomas
• Melhoria da função
respiratória
• Diminuição das agudizações
METILXANTINAS - Inibição da enzima fosfodiesterase Broncodilatadores e
responsável pela hidrólise do AMPc, imunomodeladores com efeito
promovendo o relaxamento do músculo terapêutico modesto
liso brônquico Não constituem a 1ª escolha no
- Inibição dos receptores de superfície controlo da doença embora
para a adenosina (responsável por possam ser opção válida
contracção do músculo liso) quando em associação com
- Inibição da libertação de mediadores corticosteróides inalados
pelos mastócitos
Ana Serralheiro
RECOMENDAÇÕES/CONSIDERAÇÕES
TERAPÊUTICAS
FÁRMACOS MECANISMO ACÇÃO CONSIDERAÇÕES
AGONISTAS β2 - Efeito agonista sobre os receptores Acção broncodilatadora potente
β2 do músculo liso brônquico e dos Os agentes de longa duração de
mastócitos acção devem ser utilizados em
• Broncodilatação associação com fármacos anti-
• Diminuição da libertação de inflamatórios e nunca em
mediadores inflamatórios e monoterapia no controlo da asma
broncoconstrictores Agonistas β2 curta duração de
- Aumento da motilidade ciliar das acção - Fármacos de 1ª linha para
células epiteliais da mucosa brônquica o alívio rápido dos sintomas
Ana Serralheiro