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Farmacologia do Sistema Respiratório

- Classificação: expectorantes, antitussígenos, broncodilatadores, descongestionantes,


antiinflamatorios, estimulantes respiratórios ou analépticos.

1) Expectorantes: sistema mucociliar, sistema respiratório superior (entrada de ar delimitada


pela cartilagem cricoide, e traqueia ar filtrado e umidificado) e inferior, sistema de defesa
(mucociliar e reflexo de tosse).

- Sistema mucociliar: movimentação dos fluidos da mucosa, células caliciformes e gland.


Brônquicas, muco projetado para glote com movimentos rápidos e sincrônicos dos cílios, parte
absorvida pela mucosa e 10% deglutida pela glote.

- Condições patológicas: secreção excessiva, mais viscosa, mudança da proporção de agua e


solutos (mucopolissacarídeos), catarro ou esputo.

- Interesse clinico: diminuição da viscosidade das secreções, promover eliminação, aumentar o


volume de catarro, remoção do mesmo da arvore respiratória.

- Expectorantes reflexos: atua nas terminações nervosas vagais (faringe, esôfago, estomago),
aumento da produção de muco pelas células da mucosa, base em substancias nauseantes e que
aumentam as secreções salivares, nasais, lacrimais e traqueobrônquicas.

> iodeto de potássio, guaiacolato de glicerila, ipecacuanha.

- Expectorantes mucolíticos: redução da viscosidade das secreções pulmonares.

> bromexina e dembrexina (aumento da atividade lisossômica > fibras de mucopolissacarídeos


do catarro são hidrolisadas e aumento de imunoglobulinas no muco), N-acetilcisteina (interage
com as pontes dissulfidricas das mucoproteinas).

- Expectorantes inalantes: a solução fisiológica fluidifica o catarro e chega ate os bronquíolos


menores, enquanto o dióxido de carbono causa hiperemia da mucosa liberando secreções
menos viscosas e causando movimentos respiratórios mais profundos (excreção).

2) Antitussígenos: o reflexo da tosse é a defesa e limpeza do SR, protege a arvore respiratório


eliminando secreções exageradas ou substancias irritantes.

- se a tosse for produtiva possui finalidade de excreção e limpeza, não se deve suprimir.

- se a tosse for crônica, continua e não produtiva devemos elimina-la, sugestiva de enfisema
ou fibrose.

- a tosse é um reflexo involuntário suprimido ou iniciado voluntariamente, por vias neurais


complexas envolvidas (receptores sensoriais, fibras nervosas, arvore traqueobrônquica (laringe
e bronquilos)), receptores respondem a estímulos químicos ou físicos, centro da tosse localizado
no bulbo.

- SNA parassimpático: libera acetilcolina > broncoconstrição.

- SNA simpático: libera norepinefrina > broncodilatação.

- Substancias broncoconstritoras: acetilcolina, histamina, serotonina, leucotrienos,


prostaglandinas.
- Medicamentos antitussígenos: normalmente associados a mucoliticos expectorantes e
substancias demulcentes, objetiva a diminuição da gravidade e frequência da tosse sem
comprometer o sistema mucociliar, coadjuvantes no tratamentos de afecções no SR, ação no
SNC inibindo a resposta do centro da tosse.

- Antitussígenos narcóticos: derivados do opio, potente antitussígeno e analgésico de ação


moderada.

> codeína ou metilmorfina: potente antitussígeno e analgésico moderado, menos indicado para
cães.

> hidrocodona: derivado fenantrenico do opio, mais potente que a codeína, causa menor
depressão respiratória, não empregar em felinos, mais indicado para cães.

- Antitussigenos não narcóticos: dextrometorfano, opioide sintético não narcótico, sem


depressão respiratório nem efeito analgésico.

3) Broncodilatadores: tto inicial da asma brônquica, evita a broncoconstrição, uso em doenças


das vias aéreas (bronquite alérgica, asma felina), DPOC e DIVA em equinos.

- Broncod. Agonistas beta-adrenergicos: receptores beta adrenérgicos do musculo liso do


bronqui, inibe a liberação de serotonina e histamina pelos mastócitos, inibe a liberação de TNF-
a (mediador de inflamação) liberados pelos mastócitos e que estimulam os cílios e reduzem a
viscosidade do muco, escolher preferencialmente com ação direta em receptores B2.

> salbutamol, terbutalina, associações com guaifenesina, clambuterol.

4) Metilxantinas: inibe contrações, teofilina, teobromina, e cafeína.

5) Anticolinergicos: a inervação do musculo liso brônquico se faz pelo SNA parassimpático,


produzindo broncoconstrição, os anticolinérgicos tentam antagonizar esse efeito e produz
broncodilatação.

> atropina: broncodilatação, com efeitos adversos como taquicardia, midríase e depressão do
SNC.

> ipratropio: derivado do amônio quaternário, uso restrito em equinos.

6) Descongestionantes: uso em tratamento sintomático (rinites, sinusites alérgicas, virais), anti-


histaminicos, agonistas de receptores a1-adrenergicos.

> anti-histaminicos segunda geração: cetirizina, loratadina.

> agonistas a1-adrenergicos: causa vasoconstrição, redução do fluido exsudato, estimula o


SNC, hipertensão, alterações cardíacas, alteração na drenagem do humor aquoso, retenção
urinaria.

7) Anti-inflamatorios: AINES e não esteroidais diminui o edema da mucosa nos brônquios e


bronquíolos, inibe alguns efeitos dos mediadores da inflamação (prostaglandinas e alivio da
tosse).

- Estimulantes respiratórios: uso de anapleticos para reverter a depressão respiratória de


origem central por estimulo do centro respiratório bulbar, e aumento do volume respiratório e
frequência cardíaca > doxapram.
Farmacologia do Sistema Gastrointestinal

1) Estimulante de apetite: orexígenos ou orexigênicos, uso em anorexia parcial e completa,


reposição nutricional, controle da ingestão de alimentos (SNC, periférico, endócrino).

- Vitaminas do complexo B: são importantes para a manutenção do apetite, além de


participarem do metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras.

- Esteroides anabolizantes: aumentam a retenção do nitrogênio, fornecido pela alimentação,


contribuído para a manutenção do apetite.

- Zinco: necessário para a acuidade do paladar, sendo que a inapetência é uma característica
importante e precoce na deficiência de zinco.

> anti-histaminicos H1, benzodiazepínicos, mirtazapina (antidepressivo antagonista de


receptores alfa2-adrenergicos de ação pre-sinaptica central, atividade antagonista da histamina
H1 da mirtazapina).

2) Protetores de mucosa e adsorventes: protetor de mucosa (reduz a irritação provocada pelos


diferentes agentes na mucosa, causando aumentos dos movimentos peristálticos favorecendo
a êmese e diarreia), adsorvente (oferece superfície de adesão que retem os agentes irritantes
ou tóxicos, impedindo o contato com a mucosa gastroenterico).

- protetores de mucosa: lubrificar, recobrir, proteger e aliviar a irritação do TGI, mel, albumina
e gelatina servem como protetores de mucosa.

- antidiarreicos: caulin (minério composto de silicato hidratados de alumínio, associados a


outros princípios ativos), pectina (polissacarídeos, age como protetor de mucosa e adsorventes).

- carvão aditivado: mantem a porosidade, aumenta a superfície de adsorção.

> intoxicação > adsorver agentes irritantes ao TGI e impedir a absorção na mucosa do TGI >
agente toxico + carvão > fezes.

2) Carminativos, antifiséticos, antiflatulentos e antiespumantes: facilitar eliminação de gases


e dificultar a formação de espuma em líquidos.

- Antiespumantes: alteram a tensão superficial de líquidos digestivos, impede a formação de


bolhas ou rompe as já formadas, favorecem a eliminação de gases do sistema digestório por
meio da eructação ou dos flatos.

> polímeros do silicone e silicone metilpolimerizado. > dimeticona e simeticona.

3) Antizimóticos ou antifermentativos: diminuem a fermentação excessiva da celulose, em


bovinos (timpanismo) e em equinos (cólica timpânica).

4) Pró-cinéticos: estimula, coordena e restaura a motilidade gástrica, pilórica e do ID,


substancias empregadas, efeitos colinérgicos muscarineos, antidopaminergicos e
serotoninérgicos.

- Metoclopramida (plasil): aumento da motilidade se ligando a vários receptores, faz


antagonismo do receptor da dopamina do tipo 2, aumento do tônus e amplitude das contrações
gástricas, contração do esfíncter esofágico inferior, relaxamento do esfíncter pilórico, aumento
do peristaltismo do duodeno e jejuno.
- Domperidona: antagonista dopaminérgico, sem atividade colinérgica.

5) Antiácidos: aumenta o pH gástrico, neutraliza o acido clorídrico, sistêmico (absorvido no


sistema digestório e exerce atividade no organismo), e não sistêmico (efeitos
fundamentalmente no estomago).

- Antiacido sistêmico: bicarbonato de sódio.

- Antiacido não sistêmico: hidróxido de magnésio, oxido de magnésio, carbonato de magnésio,


carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio.

- Bloqueadores da secreção de acido clorídrico e seus efeitos: pirenzepina e telenzepina (em


desuso, diminui a secreção gástrica e retarda o esvaziamento gástrico), antihistaminicos como
cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina (redução da secreção gástrica, pró-cinetico),
inibidores da bomba gástrica de HCl (bloqueiam a bomba na membrana de células parietais
responsáveis pela secreção de HCl), prostaglandinas (inibe secreção de HCl e estimula secreção
de muco protetor, cytotec), sais de bismuto (antiácido), sucralfato (forma um complexo com
exsudato do tecido lesado, produzindo uma barreira protetora sob a mucosa).

6) Eméticos: ação central (apomorfina, morfina, xilazina), e irritantes (cloreto de sódio, sulfato
de zinco, sulfato de cobre, ipeca, peroxido de hidrogênio).

7) Antieméticos: redução de náuseas e êmese.

- Anticolinergicos: escopolamina, redução da secreção e motilidade.

- Piridoxina: vitamina B6, estimulo a produção de GABA.

- Corticosteroides: dexametasona, metilprednisolona, inibe a síntese de PG relacionada a


motilidade e contratilidade, inibição serotoninérgica do TGI.

- Antihistaminicos H1: dimenidrinato, difenidramina, meclizina, bloqueio dos receptores da


zona deflagradora de quimiorreceptores, bloqueio de impulsos do aparelho vestibular que
atingem o centro do vomito.

- Bloqueadores dopaminérgicos: metoclopramida, bromoprida, domperidona, bloqueio de


receptores da zona deflagradadora de quimiorreceptores, reduz a inibição dopaminérgica das
contrações gástricas permitindo o esvaziamento gástrico.

- Antagonistas da serotonina: ondansetrona, dolasetrona, granisetrona, bloqueio dos


receptores da zona deflagradora de quimirorreceptores e dos receptores nas terminações
vagais.

- Antagonistas da neurocinina-1: maropitanto, bloqueio de receptores de substancias P, inibe


emese por cinetose e quimioterápicos.

8) Catárticos:

- Laxantes: favorece eliminação de fezes, lubrificantes (não digerido e não absorvido, recobre
mucosa intestinal e fezes, dificultando a absorção de agua), docusatos (facilitam a entrada de
agua e gordura no bolo fecal).

- Purgantes: eliminação de fezes pastosas e liquidas, osmóticos (atrai agua para o lumem
intestinal, efeito laxante em doses baixas, usados em enemas).

9) Hepatoprotetores:
- Colinas: auxilia na conversão da gordura hepática em fosfolipideos.

- Lecitina e betaina: precursores de colina.

- Metionina: favorece a metilação/biotransformação para excreção de substancias químicas.

- Silimarina: estabilizador de membrana nos hepatócitos, antioxidante.

- Vitamina B12: favorece a síntese proteica hepática, formação de colina e biotransformação.

- Vitamina E e selênio: antioxidante.


Farmacologia do Sistema Cardiovascular

- Componentes do Sistema Cardiovascular: coração, vasos sanguíneos (artérias, capilares e


veias), geração de impulso no nó sinoatrial, gera pulso arterial, aporte sanguíneo aos tecidos e
remoção de produtos do metabolismo celular, regulação da homeostase.

> DC: intensidade ou velocidade por minuto na qual o sangue é bombeado pelos ventrículos.

> Retorno venoso: intensidade ou velocidade por minutos no qual o sangue retorna aos átrios
pelas veias.

RELAÇÃO PRESSAO X VOLUME.

> PA: normalmente alta e constante, determinada pela pulsação cardíaca, pressão sistólica
(pressão mais alta após o sangue ser ejetado no VE), e pressão diastólica (pressão mais baixa
durante o relaxamento), pressão media (pressão responsável pelo preenchimento capilar).

> IC: coração é incapaz de manter o volume mínimo de sangue adequado em relação ao
retorno venoso, hipoperfusão tissular, acumulo retrogrado de sangue não ejetado (congestão
pulmonar, edema e dispneia).

1) Cardiotônicos: agentes inotrópicos (força de contração e contratilidade) e cronotrópico


(frequência) positivo nas fibras miocárdicas.

- Glicosideos cardíacos e digitálicos: origem natural (alcaloides), muito seletivo na sua acao
sobre a força cardíaca, não aumenta a frequência cardíaca > aumento de Ca intracelular >
aumento da forca de contração > diminui o tônus simpático e ativa sistema renina angiotensina
compensatório > vasodilatação, aumento da perfusão renal com efeito natriurético e baixa
volemia, indicado em ICC, fibrilação atrial.

> digoxina

2) Catecolaminas: aumentam os níveis de AMPC, estimulo de diferentes tipos de receptores


adrenérgicos, rápida acao, fácil titulação, e aumenta o consumo de O2 no miocárdio.

- Dopamina: produção intermediário da via enzimática da produção de norepinefrina, atua


indiretamente na liberação da mesma, metabolizada e inativada pela catecol-o-metil
transferase e MAO, parte transformada em norepinefrina e epinefrina, excreção renal, efeitos
desejados como estimulo de receptores dopaminérgicos, vasodilatação renal, mesentérica e
esplâncnica, aumento de diurese, estimulo de receptores B1-adrenergicos, aumento da
contratilidade miocárdica, volume sistólico e diurese com mínimo efeito sobre a FC, estimulo a
receptores a-adrenergicos, vasocontrição de arteríolas e veias, aumento da resistência vascular
periférica e PA.

- Dobutamina: catecolamina sintética, efeito inotrópico (aumento do volume de ejeção), efeito


vasodilatador periférico (reduz pos carga), efeito cronotrópico (aumento dose dependente da
FC), melhora o DC global pela acao predominante do b1-agonista, metabolismo hepático e
eliminação renal, indicado em condições de baixo debito sem hipotensão, tratamento de IC
descompensada com ou sem choque cardiogênico.
- Bipiridinas: amrinona e milrinona, atividade não mediada por receptores mas sim baseada
por inibição seletiva da fosfodiesterase tipo 3 > acumulo de AMPC no miocárdio, aumentando a
forca e frequência de contração, efeito inotrópico e vasodilatador.

3) Farmacos sensibilizadores de cálcio:

- Levosimendan: efeito inotrópico, aumento da contratilidade, vasodilatação, não aumenta o


consumo de oxigênio pelo miocárdio, não aumenta cálcio intracelular, não é arritmogênico, não
altera o relaxamento da fibra muscular, não desenvolve tolerância, não apresenta antagonismo
com b-bloqueadores, reduz no plasma o peptidio natriurético cerebral e endotelina-1.

4) Farmacos vasodilatadores (antagonistas vasoativos): causam dilatação dos vasos e aumento


temporário do seu calibre em vasos comprometidos, como em casos de aterosclerose, diabetes
com problemas circulatórios, aumento do lençol vascular, diminuição da PA em casos de
hipertencao, classificado de acordo com a função do vaso mais afetado.

- Vasodilatadores de ação direta: desviam o fluxo venoso e arterial visando melhorar a pre
carga ou pos carga, hidralazia, nitratos.

- Vasodilatadores bloqueadores a-adrenergicos: bloqueiam seletivamente os receptores a1-


adrenergicos, prazosina.

- Vasodilatadores inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA): inibe a


metabolização de angiotensina I para angiotensina II, captopril, enalapril, benazepil, remipril,
lisinopril.

- Vasodilatadores bloqueadores de canais de cálcio: antagonistas de cálcio, inibem a entrada


de cálcio nas celular vasculares > redução de pos carga, dihidropiridinas.

- Inodilatadores: inotrópico e vasodilatador, pimobendam, indicado em IC crônica e aguda.

4) Farmacos antiarrítmicos: ritmo cardíaco mantida por um marca passo com descargas
regulares, condução uniforme.

- Classe I: bloqueadores de canais de Na, classe Ia (menor velocidade de condução e aumento


de duração do potencial de ação, correção de fibrilação atrial e manutenção do ritmo do sinus),
classe Ib (alteração mínima na velocidade de condução com pequena duração do potencial de
ação, correção de arritmias ventriculares associadas com infarto, isquemia), classei Ic (lenta
velocidade de condução, fibrilação atrial em pacientes com coração normal).

- Classe II: bloqueadores B.

- Classe III: bloqueadores de canais de K, prolongam a duração do potencial de ação, usado em


arritmias atriais e ventriculares.

- Classe IV: bloqueadores de canais de Ca.

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