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FARMACOLOGIA – CICLO II

Antieméticos
FÁRMACOS USADOS PARA CONTROLAR NÁUSEA → Com frequência, a cor ou o odor dos quimioterápicos
E ÊMESE CAUSADAS POR QUIMIOTERAPIA podem ativar os centros cerebrais superiores e iniciar a
→ Embora náuseas e êmese ocorram em uma variedade de êmese.
condições (p. ex., doença do movimento, gravidez e → Os quimioterápicos também podem atuar perifericamente
hepatite) e sejam sempre desagradáveis para o paciente, causando lesões celulares no TGI e liberando serotonina das
são a náusea e a êmese produzidas por vários células enterocromafins da mucosa do intestino delgado.
quimioterápicos que exigem manejo eficaz. → A serotonina ativa os receptores 5-HT3 nas fibras aferentes
→ Além disso, a êmese descontrolada pode produzir esplâncnicas e vagais, que, então, levam sinais sensoriais ao
desidratação, profundo desequilíbrio metabólico e bulbo, causando a resposta emética.
depleção de nutrientes QUIMIORRECEPTORES:
→ Substâncias químicas estimulam os quimiorreceptores ->
Tônus antiemético central atividade maior dos neurotransmissores para estimular o
Regulação da função gastrointestinal sistema do vômito
 NK1 (NEUROCININA)
 SUBSTÂNCIA P (NK1)
 ADRENALINA
o Vômito em momentos de estresse: istema
adrenérgico em alta estimula o centro do vômito
 SEROTONINA (5HT3),
 DOPAMINA (D2),
SISTEMA VESTIBULAR:
→ Sistema vestibular -> (labirintite) processo inflamatório
estimula receptores H1 (histamina) e M 1 (acetilcolina) ->
gera reflexo na zona quimiorreceptora e centro do vômito
 HISTAMINA (H1),
 ACETILCOLINA (M1).
MECANORRECEPTORES:
→ Receptores mecânicos que fazem trânsito no organismos -
> estimulados pela serotonina
 SEROTONINA (5HT3)

→ Processo do vômito é um sintomas por causa do processo


irritativo do TGI (intoxicação alimentar, cinetose -
movimento, viagens, quimioterápicos e medicamentos)
 Tramal - opióide usado para dor pós cirúrgica e é
estimulante do vômito
O mecanismo que inicia a êmese
→ Dois locais no tronco cerebral têm papéis-chave na via da
êmese reflexa.
 A zona disparadora quimiorreceptora (CTZ)
o Pode responder diretamente a estímulos químicos
presentes no sangue ou no líquido cerebrospinal.
 O centro da êmese
o Está localizado na formação reticular lateral do
bulbo
o Coordena os mecanismos motores da êmese. Antagonistas dopaminérgicas
o Responde a impulsos aferentes do sistema
vestibular, da periferia (laringe e TGI) e das
estruturas superiores corticais e do tronco
cerebral.
Ações eméticas dos quimioterápicos
→ Os fármacos quimioterápicos podem ativar diretamente a
CTZ ou o centro da êmese bulbar.
→ Vários neuroreceptores, incluindo o receptor da dopamina
tipo 2 e da serotonina tipo 3 (5-HT3), têm papéis críticos.

→ Antagonistas dopaminérgicos do tipo Antagonista D2


FARMACOLOGIA – CICLO II
 Receptores dopaminérgicos quando estimulados -> contra a emetogênica cisplatina, prevenindo a êmese de 30
geram feedback negativo que inibe a acetilcolina -> a 40% dos pacientes e reduzindo a êmese na maioria.
inibe o peristaltismo → A metoclopramida consegue isso com a inibição da
 Inibição dopaminérgica -> gera ativação da acetilcolina dopamina no CTZ.
-> estimula o peristaltismo → Os efeitos adversos antidopaminérgicos, incluindo
→ Pró Cinéticos = aumentam o movimento peristáltico -> sintomas extrapiramidais, limitam o uso prolongado de
acelera o esvaziamento gástrico doses elevadas.
 Domperidona, Bromoprida, Metoclopramida (Plasil) → A metoclopramida era usada previamente como fármaco
 Acelera o esvaziamento gástrico e retira o irritante pela pró-cinético no tratamento da DRGE. Contudo, devido ao
evacuação perfil de efeitos adversos e à disponibilidade de fármacos
 Tratamento DRGE - evita retorno de conteúdo mais eficazes, como os IBPs, ela é reservada para pacientes
 Inibe receptores D2 com gastroparesia comprovada.
o Aumenta a atividade da ACH -> estimula a → ANTAGONISTA DOPAMINÉRGICO + AGONISTA
peristalse e o esvaziamento gástrico COLINÉRGICO
o No SNC, na zona quimiorreceptora: inibe o  Usada como pró cinético e como estimulante do
estímulo dopaminérgico -> dopamina inibida na vômito
zona de gatilho quimiorreceptora -> inibe o o Pró cinético
estímulo do vômito  Ação periférica = bloqueia receptores
dopaminérgico (inibe dopamina) -> estimula
ACh -> acelera trânsito intestinal
 Estimula receptores 5HT4 (serotomimético) ->
estimula a serotonina a estimular a
acetilcolina = aumenta trânsito intestinal
o Estimula vômito
 Sistema nervoso central -> dopamina estimula
D2 na zona receptora - inibe vômito

→ Estímulo de receptor D2 = ativação do estímulo de


acetilcolina mm.liso
→ Aumento da amplitude peristáltica do esofágico
→ Aumento pressão esfíncter esofágico inferior
→ Aceleram o esvaziamento gástrico
Fenotiazinas
→ Proclorperazina → AUMENTO DO PERISTALTISMO
→ Efeito central pois é um antipsicótico sedativo → TÔNUS ESFÍNCTER CÁRDICO
Droperidol e Haloperidol  Usa-se após o parto mesmo sem casos de vômitos
→ Atuam bloqueando os receptores de dopamina.  Estimula secreção do leite materno
→ As butirofenonas são antieméticos moderadamente o Efeitos colaterais dos antieméticos = estímulo da
eficazes. prolactina
→ O droperidol é usado com mais frequência para sedação em o Opta por Metoclopramida pois tem administração
endoscopia e cirurgia, em geral associada a opioides ou endovenosa (ambiente hospitalar)
benzodiazepínicos. o Utiliza-se em casos de dificuldade para descida do
→ Contudo, ele pode prolongar o intervalo QT e deve ser leite após o parto
reservado para pacientes com resposta inadequada a o Administra por no máximos 2 dias
outros fármacos. Efeitos adversos
→ Doses altas de haloperidol são quase tão eficazes quanto às → Estimula a secreção de prolactina -> galactorreia,
doses altas de metoclopramida na prevenção da êmese ginecomastia
induzida por cisplatina. → Cuidado na administração com idosos por causa dos efeitos
→ Droperidol é um antipsicótico (sedativo) para evitar extrapiramidais
estímulo de vômito → Ativação de 5HT (serotonina - efeito extrapiramidal) ->
 Ação: inibem D2 (dopamina) -> para evitar o vômito ansiedade, agitação, inquietude
 Utilizados em cirurgias, trata sintomas pós anestésicos → Risco C para gestante
(pós operatório)  Não é teratogênico mas deve-se analisar risco benefício
Metoclopramida → Risco B -> não amamentar
→ Uma das várias benzamidas substituídas com atividade  Fármaco passa pelo leite e pode gerar estímulo de mais
antiemética, a metoclopramida é eficaz em doses altas agitação na criança com o uso crônico e prolongado
→ Metoclopramida e Bromoprida
FARMACOLOGIA – CICLO II
 Inibição não seletiva de D2 = fármacos com maior → Esses fármacos bloqueiam seletivamente os receptores 5-
efeitos colaterais e extrapiramidal devido a HT3 na periferia (fibras aferentes vagais viscerais) e no
atravessarem a barreira hematoencefálica = ação cérebro (CTZ).
central -> efeitos extrapiramidais → Essa classe é importante no tratamento da êmese
 Efeitos extrapiramidais (distonia, acatisia, relacionada com a quimioterapia, principalmente graças à
manifestações parkinsonianas) sua longa duração de ação e eficácia superior.
o Doses altas e uso contínuo → Eles podem ser administrados como dose simples antes da
→ Domperidona -> menos efeitos colaterais, pois não quimioterapia (por via IV ou oral) e são eficazes contra
atravessa a barreira hematoencefálica todos os graus de tratamentos emetogênicos.
 Mais segura -> não tem efeitos extrapiramidais → Ondansetrona e Granisetrona são úteis no tratamento de
náuseas e êmeses pós-operatórias.
→ Os antagonistas 5-HT3 são extensamente biotransformados
pelo fígado, mas somente a Ondansetrona exige ajuste de
dosagem na insuficiência hepática.
→ A eliminação se dá pela urina.
→ Alterações eletrocardiográficas, como o prolongamento do
intervalo QT, podem ocorrer com Dolasetrona e dosagens
elevadas de Ondansetrona.
Cisaprida
→ É um antipsicótico, não é um antiemético
→ Inibe 5HT1 (serotoninérgico) + atua na via do estímulo do
Uso terapêutico interneurônio
→ DRGE, Comprometimento do esvaziamento gástrico, → Inibe estímulo do peristaltismo
Dispepsia não ulcerosa, Prevenção de Vômitos (D2 área
Ondansetrona = Vonau
postrema bulbo - ZGQR), Estimulação da lactação pós parto.
→ Mais utilizado
→ Inibidor de receptor 5HT3 -> receptor de serotonina que
atua no centro do vômito
 Inibe receptor -> inibe centro do vômito
→ Uso desenfreado atualmente (sublingual, não tem gosto
ruim) = uso irracional
→ Tem EV (quimioterapia), oral
→ Usado para Pré QT, pós QT e depois continua com uso oral
AÇÃO DO MEDICAMENTO
→ Utilizada para vômitos de estimulação vagal (Ex: pós
operatório) e associados a quimioterapia, pouco controla
vômito por cinetose.
 Não previne vômitos por cinetose
o Cinetose = vômito do movimento -> preferível o
Dramin
ANTAGONISTAS DE 5HT3 → Rápida absorção pelo trato gastrointestinal
→ T1/2 4 a 9 horas
→ Biodisponibilidade EV ou oral (de 50 a 60%)
→ Metabolismo hepático e excreção renal
→ Insuficiência hepática – ajuste de dose ondas entrona
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
→ Interação medicamentosa por causa do metabolismo
hepático P450 (pouca interferência em outros fármacos).
EFEITOS ADVERSOS
→ Prolongamento intervalo QT (pouco), cefaleia, constipação
intestinal (falta do estímulo serotoninérgico)
→ Alosetrona – dissociação lenta do receptor e ação longa
USO TERAPÊUTICO
→ Náuseas, vômitos por quimioterapia (pouca eficácia com
administração tardia > 24 horas);
→ Náuseas e vômitos pós operatório e pós radioterapia;
→ Alosetrona (mulheres com Síndrome do Intestino Irritado –
1mg de 1 a 2x dia- redução das cólicas, urgências e diarreia).
Corticosteróides
→ Os antagonistas dos receptores 5-HT3 incluem → Dexametasona e a Metilprednisolona, usadas sozinhas, são
Ondansetrona, Granisetrona, Palonosetrona e eficazes contra quimioterapia leve ou moderadamente
Dolasetrona. emetogênica.
FARMACOLOGIA – CICLO II
→ Com mais frequência, contudo, elas são associadas a outros ou administrados com corticosteróides para evitar a
fármacos. diarréia induzida por Metoclopramida.
→ Seu mecanismo antiemético não é conhecido, mas pode DIFENIDRAMINA, DIMENIDRINATO (H1), MECLIZINA
envolver bloqueio de prostaglandinas → Atividade anti: histamina e ACh
→ Na quimioterapia -> associação com DEXAMETASONA E → Cinetose e labirinto (prevenção ou tratamento)
METILPREDNISOLONA → Prevenção de cinetose e vertigem (disfunção vestibular)
 Utilizados como citoprotetor; ação de antioxidante, → EA: tontura, sedação (menos Meclizina), confusão, boca
controla a quantidade de substâncias tóxicas seca, cicloplegia e retenção urinária.
proveniente da quimioterapia Dimenidrinato (H1)
 Menor quantidade de substâncias tóxicas-> menor → Dimenidrato atravessa barreira hematoencefálica e
estímulo ao vômito bloqueia receptores H1 no locus ceruleus
 Não tem ação como antiemético (não inibe centro do → Noradrenalina, Dopamina e Histamina (SNC - neuro
vômito diretamente) excitatório)
 Aumento da eficácia dos antagonistas de 5HT3  Abundante no locus ceruleus (região relacionada à
 Dexametasona: 8 a 20mg IV pré QT vigília)
 8mg VO de 2 a 4 dias pós QT o Região reticular (ponte e bulbo)
→ Histamina estimula H1 no locus cerúleos -> estimula a
ANTAGONISTAS DE RECEPTOR DE NEUROCININA – vigília, alerta
NK1  Inibe H1 -> causa sono
ALPREPITANO E FOSAPREPITANO ESCOPOLAMINA/ HIOSCINA = Buscopan
→ Alprepitano: IV e pró fármaco
→ Atividade anticolinérgica (anti-ACh) → Alteração da
 Associação na quimioterapia, porém caro -> controle atividade intestinal = Antiespasmódico
do vômito tardio → Utilizado para tratar cólica renal e menstrual
 Até 24h de quimioterapia -> Altrasetona  Melhora contração da cólica na musculatura lisa
 Após 24 horas de quimioterapia - Altrasetona não  Trata síndrome do intestino irritável - paciente com
consegue controlar vômito tardio = associa o muita cólica = utiliza Escopolamina porque inibe M1->
Alprepitano (inibidor de neurocinina-NK1) inibe ação da acetilcolina = inibe peristaltismo
→ BLOQUEIO DA ÁREA POSTREMA = Bloqueador do receptor → Hioscina/escopolamina (antagonista muscarínico) – melhor
da substância P/neurocinina-1: para cinetose e cólicas
 O Aprepitanto atua no receptor de neurocinina no  Excelente controlador do vômito por cinetose
cérebro e bloqueia as ações da substância natural. o Dramin controla mais H1
 Ele é indicado apenas para regimes quimioterápicos o Escopolamina é mais antagonista muscarínico ->
moderada ou altamente emetogênicos. usa-se mais para cólicas
 Geralmente é administrado por via oral com  Inibe M1 -> inibe ação da ACh
Dexametasona e um antagonista da 5-HT3. → Sudoríparas e salivação
 Ele sofre extensa biotransformação, primariamente → EA: boca seca – xerostomia
pela CYP3A4, e pode afetar a biotransformação de  Boca seca - inibição da ACh
outros fármacos por essa enzima, como Varfarina e  Salivação excessiva (Buscopan em gotas sublingual) =
anticoncepcionais orais. SECAR paciente
Atravessam barreira hematoencefálica → Atropina – sialorréia
→ Conseguem controlar o vômito ao atravessar a barreira
hematencefálica
Interação medicamentosa
→ Inibidores de CYP3A4 – Cetoconazol, Ciprofloxacino,
Ritonavir, Verapamil, Vimblastina, Vincristina, Imatinibe
tem metabolismo reduzido.
 Quimioterápicos são tóxicos
 Inibição do metabolismo dos quimioterápicos ->
aumento de seus níveis
 Alprepitano -> inibe o metabolismo de quimioterápicos
→ Redução do INR da Varfarina (risco trombo)
 Diminui o tempo de trombina
 Deixa mais suscetível a formação de trombos ->
aumento do risco cardiovascular
ANTI-HISTAMÍNICOS (H1)
→ H1 e M1 são estimulantes do centro do labirinto (vestíbulo)
= estímulo do vômito vestibular
 Inibe H1 = inibe vômito
→ Anti-histamínicos, como a Difenidramina, com frequência
são administrados juntos com doses elevadas de
Metoclopramida para diminuir as reações extrapiramidais,
FARMACOLOGIA – CICLO II
→ Cuidado, pois gera sonolência
 Idosos - redução peristalse
 Gestantes
→ Associação sedação anti-histamínicos + antagonistas D2 =
melhora dos sintomas extrapiramidais
Observação:
→ Diurético de Alça (Furosemida) para tratamento de Ascite
 Risco de hipocalemia = associar com Espironolactona
para reabsorção de potássio

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