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ASMA

Walleri Reis
Apresentação do Problema
ASMA
• Doença inflamatória crônica:
▪ Hiper-responsividade das vias aéreas inferiores
▪ Limitação do fluxo aéreo (resposta broncoconstritora exagerada)
• Reversível espontaneamente ou com tratamento

(BRASIL, 2013; SBPT, 2012)


FISIOPATOLOGIA
Mediadores inflamatórios:
Células inflamatórias:
Quimiocinas, citocinas,
Mastócitos, eosinófilos, linfócitos
eicosanoides, histamina, óxido
T, macrófagos, neutrófilos
nítrico, leucotrienos

– Inflamação brônquica, resultante de interações entre


células e mediadores inflamatórios e células estruturais das vias aéreas

– A inflamação crônica da asma é um processo no qual existe um ciclo


contínuo de agressão e reparo que pode levar a alterações estruturais
irreversíveis (remodelamento das vias aéreas)

(BRASIL, 2013; SBPT, 2012)


CICLO DA ASMA
Trigger +
Causa
Predisposição

↓Qualidade
de vida Processo
↑ Admissão a Inflamatório
serviços de saúde

Consequências

Edema
Sibilos
Contração
Falta de Ar
Hipersecreção

(BRASIL, 2013; SBPT, 2012)


Anamnese e avaliação
AVALIAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS
AVALIAÇÃO DOS GATILHOS
Alérgenos Ambiente
Infecção respiratória
(ex: pólen, esporos (ex: fumo ativo ou
(ex: influenza)
de fungos) passivo, frio)

Medicamentos
Emoções Exercício extenuantes
(ex: AINEs, beta
(ex: ansiedade e (particularmente no
bloqueadores não
estresse) frio)
seletivos, iECA)

Ingestão de Ocupacional (ex:


conservantes padeiro, agricultor)

(DIPIRO et al., 2017)


Cascata da inflamação
Eicosanóides
:
Fosfolipídeos -Prostaglandi
nas TXA2
-Tromboxano
Fosfolipase A2 s Tromboxano
-Leucotrienos Sintetase
Prostaciclina
Ácido Ciclooxigenases Peroxidase Sintetase
PGG2 PGH2 PGI2
Araquidônico COX-1
COX-2

5-lipooxigenase 15-lipooxigenase

PGD2
LTA4 PGE2 PGF2α

LTC4 LTB4 12-lipooxigenase

Lipoxinas
LTD4 LTE4 12-HETE AeB
Cascata da
Eicosanóides
inflamação
:
Fosfolipídeos -Prostaglandi
nas TXA2
-Tromboxano
Fosfolipase A2 s Tromboxano

X
-Leucotrienos Sintetase
Prostaciclina
Ácido Ciclooxigenases Peroxidase Sintetase
PGG2 PGH2 PGI2
Araquidônico COX-1
COX-2 X
5-lipooxigenase 15-lipooxigenase

ANTIINFLAMATÓRIOS
PGD2
PGE2 PGF2α
LTA4 NÃO-ESTEROIDAIS
LTC4 LTB4 12-lipooxigenase

Lipoxinas
LTD4 LTE4 12-HETE AeB
CLASSIFICAÇÕES DA ASMA
Avaliação da asma considerando a frequência dos sintomas e resultados da prova de função pulmonar

Componente Intermitente Persistente leve Persistente Persistente


moderada severa

Sintomas “n” ≤ 2/sem > 2/sem Diário Todo dia

Acorda noite ≤ 2/mês 3 a 4/mês >1/sem Todo dia

Uso de SABA ≤ 2 dias/sem >2 dias/sem Diário Várias x


Limitação At. Diárias Nenhuma Pouca Alguma Muito
VEF1/CVF - - Reduz 5% Reduz > 5%
VEF1 % ≥80% ≥80% 60 a 80% <60%
Crises + CTC Até 1/ano ≥ 2/ano ≥ 2/ano ≥ 2/ano
CFV: Vol. Máximo de ar exalado. CTC: corticoterapia. VEF1: Vol. expiratório forçado no 1º segundo
CLASSIFICAÇÕES DA ASMA
Avaliação da asma considerando o controle da doença

Componente CONTROLADO (adulto) CONTROLE RUIM/PARCIAL NÃO CONTROLADO*


(adulto) (adulto)

Sintomas Nenhum (ou ≤2 dias/s) > 2 dias/s Várias x /dia


Despertar noturno Nenhum (ou 2 dias/mês) 1-3x/s ≥4x/s
Limitação das Nenhuma Pouca Muita
atividades diárias
SABA resgate Nenhuma (ou ≤2 dias/s) 3 dias/s > 3 dias/s
Espirometria Normal 60 a 80% <60%
Exacerbações Nenhuma (ou 1x/ano) ≥2x/ano > 3x/ano
com CTC oral
CTC: corticoterapia

*TRÊS OU MAIS PARÂMETROS DA ASMA PARCIALMENTE CONTROLADA CARACTERIZAM A ASMA NÃO CONTROLADA
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA

1) Durante as últimas 4
semanas, quanto tempo a
sua asma impediu-o de
realizar atividades no
trabalho, na escola ou em
casa?
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA

2) Durante as últimas 4
semanas, quantas vezes
você teve falta de ar?
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA

3) Durante as últimas 4
semanas, quantas vezes
os seus sintomas de asma
(sibilos, tosse, falta de ar,
aperto ou dor no peito)
acordou-o durante a noite
ou mais cedo que o
normal pela manhã?
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA

4) Durante as últimas 4
semanas, quantas vezes
você usou o seu
medicamento de inalação
ou nebulização (como o
salbutamol)?
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA

5) Como você classificaria o


seu controle da asma
durante as últimas 4
semanas?
INTERPRETAÇÃO Asma
Asma Asma não
parcialmente
controlada controlada
controlada

ACT ≥ ACT = ACT =


20 15-19 <15
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
• Identificação e redução da exposição aos fatores de risco.
• Estabelecer um plano de autocuidado baseado na identificação precoce dos
sintomas.
• Educação do paciente.

• Cessar tabagismo ativo e passivo

• Evitar medicamentos, alimentos e


aditivos que causem ou agravem crises

• Evitar ácaro, mofo, pólens e fungos


ambientais, pelo de animal, poluição
TRATAMENTO
FARMACOLÓGICO
BRONCODILATADORES ANTIINFLAMATÓRIOS
Corticosteroides:
Beta-2 agonistas
Inalatórios: Beclometasona
Curta ação (B2CA/SABA): Salbutamol
Budesonida
Fenoterol
Ciclesonida
Terbutalina
Fluticasona
Longa ação (B2LA/LABA): Salmeterol Sistêmicos: Prednisona e Hidrocortisona
Formoterol
Vilanterol (ultralonga) Antileucotrienos:
Indacaterol Montelucaste e Zafirlucaste
Cromonas:
Anticolinérgicos: Ipratrópio e Tiotrópio
Cromoglicato de sódio
Xantinas: Teofilina
Anticorpos monoclonais:
Aminofilina
Omalizumabe, Mepolizumabe, Benralizumabe
Bamifilina

(BRASIL, 2013; GINA, 2020; SBPT, 2012)


A BASE DO TRATAMENTO
FARMACOLÓGICO DA ASMA É
CONSTITUÍDA PELO USO DE C.I
ASSOCIADO OU NÃO A UM
LABA, ALÉM DA
FARMACOTERAPIA DE ALÍVIO
Relembrando...

https://planetabiologia.com/sistema-nervoso-autonomo-fisiologia-anatomia-resumo/
Tratamento – Farmacoterapia de alívio
Beta 2 agonistas de curta ação: Aerolin ®
SALBUTAMOL
• Via oral – xarope 0,4mg/ml
• Crianças 2-6 anos: 1-2 mg (2,5-5ml) 3-4x ao dia
• Crianças 6-12 anos e idosos: 2mg (5ml) 3-4x ao dia
• Adultos: 2 a 4 mg (5-10ml) 3-4x ao dia

• Aerossol (bombinhas) – apresentação de 100mcg/puff:


• Alívio de crises agudas: 2-4 puffs a cada 20 minutos (2-3x)
• Prevenção do broncoespasmo provocado por exercícios físicos: 100-200 mcg antes do
exercício

• Inalação ou nebulização – solução de 5mg/ml


• Adultos: 2,5 -5 mg (0,5 –1 ml) + 1,5 ml de soro fisiológico a cada 20 minutos (2-3x)
• Crianças: 0,15-0,3mg/kg (2,5mg=0,5ml) + 2 ml de soro fisiológico a cada 20 minutos (2-3x)
Tratamento – Farmacoterapia de alívio
Beta 2 agonistas de curta ação:
FENOTEROL
• Aerossol (bombinhas) – apresentação de 100mcg/puff:
- Alívio de crises agudas: 100mcg 🡪 repetir a cada 5min se necessário (dose máxima diária:
800mcg)
- Prevenção do broncoespasmo provocado por exercícios físicos: 100-200 mcg antes do exercício
• Solução para nebulização - 5mg/ml: USO INALATÓRIO
- Adultos e adolescentes acima de 12 anos: 2-5 gotas com intervalos de 4h se necessário
- Crianças de 6-12 anos: 1-2 gotas com intervalos de 4h se necessário
Solução para nebulização - 5mg/ml: USO ORAL
- 10-20 gotas (2,5-5mg) 3x ao dia para adultos
- 10 gotas (2,5mg) 3x ao dia para crianças de 6-12 anos
- 5-10 gotas (1,25-5mg) 3x ao dia para crianças de 1-6 anos
- 3-7 gotas (0,75-1,75mg) para crianças de até 1 ano Berotec ®
Tratamento – Farmacoterapia de alívio
Beta 2 agonistas de curta ação:
TERBUTALINA

• Via injetável – 0,5mg/ml

- Adultos: 0,5ml a 1ml cada 20 minutos, por 3 doses – SC/IM


- Criança: ¼ a ½ da dose do adulto – SC/IM
β2-AGONISTAS DE AÇÃO CURTA
MEDICAMENTOS AÇÃO EFEITOS COLATERAIS COMENTÁRIOS
Fenoterol, Início da ação: 1 a 5 Taquicardia, tremores, Empregados para sintomas
Salbutamol e minutos hipocalemia, agudos e exacerbações.
Terbutalina Duração da ação: 4 a prolongamento do
6 horas intervalo QT Alívio rápido dos sinais e
sintomas.

Broncodilatadores mais
eficazes utilizados na asma;
convenientes, uso fácil, início
rápido e sem muitas reações
adversas sistêmicas.
Tratamento – Farmacoterapia de alívio

• Anticolinérgicos:

•Broncodilatação rápida (10 a 20 min).


•Podem ser associados ao SABA em casos de exacerbações graves de asma.
•Efeito broncodilatador menos potente que SABA.
•Indicados quando há necessidade de substituição do SABA devido a efeitos
adversos (ex: tremores).
•Principais EA são: xerostomia, irritação das mucosas, taquicardia e retenção
urinária.
•Ex: brometo de ipratrópio (atrovent®, duovent®).
Tratamento – Farmacoterapia de alívio

• Ipratróprio gotas - solução para nebulização - 0,25mg/mL: USO INALATÓRIO


(Atrovent®):
• Crianças abaixo de 6 anos: 8-20 gotas, 3-4x ao dia
• Crianças de 6-12 anos: 20 gotas, 3-4x ao dia
• Adultos: 40 gotas, 3-4 x ao dia

• Ipratróprio spray 20mcg (Atrovent N®):


• Adultos e crianças acima de 6 anos: 2 puffs (40mcg), 4x ao dia. Não exceder
12 doses diárias
Tratamento – Farmacoterapia de alívio

Salbutamol + ipratrópio
Tratamento – Farmacoterapia de alívio
▪ Corticoides sistêmicos (CS): controle imediato nas crises.
▪ O uso de CS nas crises não é recomendado de rotina, devendo ser restrito às
crises com necessidade de atendimento de urgência.

Adultos: Metilprednisolona 40 a 125mg EV/ hidrocortisona 150-200mg EV/


dexametasona 6-10mg EV 🡪 prednisona 40-60 mg/dia por 5 dias.
Crianças: Metilprednisolona 1-2mg/kg/dia EV/IM dividida em 2 doses/
Hidrocortisona 0,5-2mg/kg EV/ Dexametasona 0,08-0,3mg/Kg/dia a cada 6-12 h
🡪 prednisolona (solução): 1 a 2 mg/kg/dia por 5 dias.

▪ O uso crônico deve ser restrito aos casos mais graves.


CORTICOSTEROIDES SISTÊMICOS
DOSES HABITUAIS EFEITOS COLATERAIS COMENTÁRIOS
Apenas em casos não Usados em médio e longo prazo, Cursos de 3-10 dias são
controlados com o uso de podem levar à osteoporose, eficazes na obtenção de
medicações inalatórias, use a hipertensão arterial, diabetes, controle imediato (usual:
menor dose efetiva, entre 5 e catarata, supressão adrenal, supressão 5 dias)
40 mg de prednisona ou do crescimento, obesidade, fraqueza
equivalente, diariamente pela muscular, adelgaçamento cutâneo e
manhã ou em dias alternados. Síndrome de Cushing. Algumas
Nas exacerbações: afecções coexistentes podem ser
prednisona ou equivalente, 40- agravadas pelos corticoides orais,
60 mg por dia para adultos, e 1- como infecções por herpes, varicela,
2 mg/kg por dia para crianças tuberculose (se não estiver sendo
por 5 dias tratada).
Tratamento – Farmacoterapia de manutenção

Corticoides inalatórios

- Interrompem o desenvolvimento da inflamação brônquica e têm ação


profilática, sendo indicados para a prevenção a longo prazo dos sintomas
da asma.

- Há menor exposição aos efeitos sistêmicos.


CORTICOIDES INALATÓRIOS
MEDICAMENTOS DOSES HABITUAIS EFEITOS COLATERAIS COMENTÁRIOS
Inalatórios: Dose inicial Os efeitos colaterais locais O risco de efeitos colaterais é
Beclometasona, estabelecida de são rouquidão, tosse, dor de bem contrabalançado pela alta
Budesonida, acordo com o garganta e candidíase eficácia.
Ciclesonida, controle da asma e, orofaríngea. Aerocâmeras acopladas aos
Fluticasona e então, reduzida dispositivos de inalação em
Mometasona gradualmente a cada Orientação: lavar a boca aerossol pressurizado e
3 meses (step down) imediatamente após o uso lavagem da boca com água
até a menor dose para evitar a candidíase depois da inalação diminuem o
efetiva depois de oral. A água de lavagem risco de candidíase oral.
obtido o controle. deve ser desprezada e não
ingerida, a fim de evitar
exposição sistêmica
Tratamento – Farmacoterapia de manutenção

FONTE: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma (2020)


Tratamento – Farmacoterapia de manutenção

FONTE: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma (2020)


Tratamento – Farmacoterapia de manutenção

•Beta 2 agonista de longa ação (B2LA)


• ≥ 12 horas de duração de ação.
• A monoterapia com LABA não é indicada na asma, devendo sempre ser
associados aos corticoides inalatórios.

Salmeterol (50 µg 2 x/dia ou 100 µg 2 x/dia via inalatória): Serevent® e


Seretide® Diskus (fluticasona e salmeterol).

Formoterol (6-24 µg 2 x/dia via inalatória): Fluir® e Symbicort® (budesonida e


formoterol). Possui um rápido início de ação e promove broncodilatação
prolongada (duração de ação: 12 h).
β2-AGONISTAS DE AÇÃO PROLONGADA
MEDICAMENTOS DOSES HABITUAIS EFEITOS COLATERAIS COMENTÁRIOS
Inalatórios: O regime posológico Tremores finos, xerostomia, Não devem ser utilizados
Formoterol e varia de acordo com o palpitações, hipocalemia, em monoterapia no
salmeterol fármaco e o câimbras, hiperglicemia. tratamento de controle.
dispositivo inalatório. Usar sempre como
adjunto à terapia com
corticosteroide inalatório.
Tratamento – Farmacoterapia de manutenção
Terapias Alternativas:

Tiotrópio (SPIRIVA® Respimat®)


▪ Anticolinérgico de longa ação. Não indicado como monoterapia.
▪ Amplamente empregado no tratamento da DPOC no Brasil desde 2003.

▪ Aprovado pela ANVISA em 2015 para tratamento da asma moderada a


grave em adultos (terapia adicional).
▪ Aprovado pela ANVISA em 2018 para tratamento da asma moderada a
grave em crianças > 6 anos.
Tratamento – Farmacoterapia de manutenção
Terapias Alternativas:

• Antileucotrienos: diminuem o tônus do músculo liso, reduzindo a obstrução


do fluxo aéreo.
• Uso associado ao LABA ou corticoide inalatório (não indicado como
monoterapia).

• Início de ação lenta (não recomendados para casos agudos).

Ex: montelucaste (montalair®, singulair®) - comprimidos ou granulado (sachê);


zafirlucaste (accolate®)
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DOS LEUCOTRIENOS

MEDICAMENTOS DOSES HABITUAIS EFEITOS COLATERAIS COMENTÁRIOS

Comprimidos, Adultos: 10 mg/dia Dor de cabeça, dor Os antileucotrienos são


comprimidos Crianças de 6-14 anos: 5 abdominal, diarreia, efetivos para pacientes com
mastigáveis e sachês mg/dia (1 um comprimido erupção cutânea. asma leve persistente e
com granulado para mastigável) podem beneficiar pacientes
lactentes Crianças de 6 meses a 5 com rinite crônica
anos: 4 mg/dia (um concomitante. Podem
sachê). oferecer benefício adicional
ao serem adicionados aos
corticoides inalatórios em
pacientes não controlados,
embora não sejam tão
efetivos quanto os
β2-agonistas e corticoide
inalatórios de ação
prolongada.
Tratamento – Farmacoterapia de manutenção
Terapias Alternativas:

• Cromonas: inibem a ativação e recrutamento dos mediadores inflamatórios


dos eosinófilos e células epiteliais. Estabilizadores de mastócitos.

• Xantinas: discreta ação anti-inflamatória, com moderado efeito


broncodilatador. Indicadas para controle e prevenção dos sintomas da asma
leve ou terapia adjunta aos corticoides inalatórios na asma moderada ou grave
não controlada. Baixo índice terapêutico.
Tratamento – Farmacoterapia de manutenção
Terapias Alternativas:

• Anticorpos monoclonais

•Omalizumabe (XOLAIR®)
•Mepolizumabe (NUCALA®)
•Benralizumabe (FASENRA®)
Manejo da asma em pacientes ≥ 12 anos
Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma 2012

Moderada
Intermitente Leve persistente Severa persistente
persistente
Adicionar uma

ETAPA 5
ou mais em
relação a
Preferência: etapa 4

ETAPA 4
CI dose média
ou alta + LABA + Corticoide oral
Preferência: SABA SN

ETAPA 3
na dose mais
CI baixa dose + baixa possível
LABA diário +
Preferência: SABA SN Alternativa: Anti IgE

ETAPA 2
CI dose média -omalizumabe
CI em baixa
dose diário + ou alta +
SABA Alternativa: antileucotrieno/
SABA SN
ETAPA 1

Se necessário CI dose média teofilina + SABA


ou alta + SABA SN
Alternativa: SN
Antileucotrieno CI dose baixa +
+ SABA SN antileucotrieno/
teofilina + SABA
SN

Todas as etapas incluem educação do paciente, controle comportamental e manejo de comorbidades.


Novas sugestões da GINA 2019
• Baixa dose de corticoide inalatório é muito efetiva em reduzir
sintomas, melhorar função pulmonar e prevenir a broncoconstrição
induzida por exercícios.
• Mesmo pacientes com asma leve podem ter exacerbações graves,
as quais podem ser evitadas com o uso de corticoides.
• Acredita-se que há inflamação crônica mesmo na asma
intermitente 🡪 baixa dose de corticoide inalatório reduz
hospitalizações e morte relacionada a asma.

GINA found no evidence to support a Step 1 SABA-only recommendation.


Manejo da asma em pacientes ≥ 12 anos
Fonte: Global Initiative for Asthma (GINA), 2019 E SBP, 2020.

Moderada
Intermitente Leve persistente Severa persistente
persistente
Preferência:

ETAPA 5
CI dose alta +
LABA + (SABA
Preferência:

ETAPA 4
SN OU CI em
CI dose média + baixa dose/
LABA + (SABA FORM SN)
Preferência: SN OU CI em

ETAPA 3
CI baixa dose + baixa dose/
LABA diário + FORM SN) Considerar
Preferência: SABA SN adição de
Alternativa: tiotrópio,
CI em baixa dose OU CI dose omalizumabe,
diário + (SABA

ETAPA 2
Preferência: CI em baixa média/alta+ mepolizumabe
SN OU CI em
ETAPA 1

dose/FORM antileucotrieno
CI em baixa baixa dose/ diário + SN Considerar
ou tiotrópio + corticoide oral
dose/FORM FORM SN) SABA SN
SN na dose mais
Alternativa:
Alternativa: baixa possível
Antileucotrieno +
Alternativa: SABA SN OU CI dose média +
SABA + CI em SABA SN
CI + SABA SN
baixa dose SN CI dose baixa +
SABA + CI em antileucotrieno +
baixa dose SN SABA SN

Todas as etapas incluem educação do paciente, controle comportamental e manejo de comorbidades.


Manejo da asma em pacientes 6-11 anos
Fonte: Global Initiative for Asthma (GINA), 2019 E SBP, 2020.

Moderada
Intermitente Leve persistente Severa persistente
persistente
Preferência:

ETAPA 5
CI dose alta +
LABA + SABA SN
Preferência:

ETAPA 4
CI dose média +
LABA + SABA SN Considerar
Preferência: adição de

ETAPA 3
CI baixa dose + tiotrópio,
LABA diário + omalizumabe,
Preferência: SABA SN Alternativa: mepolizumabe
CI em baixa dose CI dose média+ Considerar
diário + (SABA corticoide oral na

ETAPA 2
OU antileucotrieno
SN OU CI dose mais baixa
ETAPA 1

ou tiotrópio +
SABA + CI em sempre que usar CI média dose + SABA SN possível
baixa dose SN SABA SN) SABA SN

Alternativa: Alternativa:
Antileucotrieno + CI dose baixa +
SABA SN OU antileucotrieno +
SABA + CI em SABA SN
baixa dose SN

Todas as etapas incluem educação do paciente, controle comportamental e manejo de comorbidades.


Manejo da asma em pacientes < 6 anos
Fonte: Global Initiative for Asthma (GINA), 2019 E SBP, 2020.

Moderada Severa
Intermitente Leve persistente
persistente persistente

Preferência:

ETAPA 4
Preferência: manter o

ETAPA 3
tratamento ou
Dobrar a dose aumentar a
do CI + SABA SN dose do CI
Preferência:
CI em baixa
dose diário +

ETAPA 2
Alternativa:

ETAPA 1
SABA SN Alternativa:
SABA SN CI + CI +
Alternativa: antileucotrieno antileucotrieno
+ SABA SN + SABA SN
Antileucotrieno
+ SABA SN OU
SABA + CI em Considerar CI
baixa dose SN sistêmico em
baixa dose

Todas as etapas incluem educação do paciente, controle comportamental e manejo de comorbidades.


AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA
Step up/step down

CLASSIFICAÇÃO CONTROLADA CONTROLE RUIM/PARCIAL NÃO CONTROLADA


Ação Step down se 3 a 6 Realizar Step up 🡪 Considerar CTC oral +
meses controlado Reavaliar em 2-6 semanas Step(s) up(s) 🡪
Reavaliar em 2 semanas
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA
• Antes da estratégia Step-up:
✔ Verificar a adesão do paciente

✔ Verificar a técnica de uso do dispositivo inalatório

✔ Verificar comorbidades associadas

✔ Verificar fatores ambientais


AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO
• Principais causas de dificuldades na adesão ao tratamento

LIGADAS AO PACIENTE
Interrupção da medicação na ausência de sintomas
Uso incorreto do dispositivo inalatório
Dificuldade de compreender esquemas terapêuticos complexos
Suspensão da medicação devido a efeitos indesejáveis/custo
Falha no reconhecimento da exacerbação dos sintomas
TIPOS DE DISPOSITIVOS INALATÓRIOS

Inaladores
Inaladores de pó
pressurizados (IPs)
(IPo)
hidrofluoralcano
Turbuhaler, Diskus, Aerolizer®,
(HFA) como
Ellipta, Handihaler, Pulvinal®
propelente (sprays/bombinhas)
Orientações sobre a utilização adequada dos
dispositivos inalatórios
Principais dispositivos inalatórios disponíveis no mercado brasileiro. A-Spray; B -Turbuhaler e Pulvinal; C-Aerolizer; D -Diskus;
E -Handidaler; F -Nebulizador.

Fonte da imagem: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Principais-dispositivos-inalatorios-disponiveis-no-mercado-brasileiro_fig5_255994038


Aerolizer
https://www.healthnavigator.org.nz/medicines/
https://www.healthnavigator.org.nz/medicines/
LAMA (long-acting muscarinic antagonist)

Relvar®

https://www.healthnavigator.org.nz/medicines/
Onbrize®

https://www.healthnavigator.org.nz/medicines/
Medicamentos inalatórios para asma disponíveis
no Brasil
Medicamentos inalatórios para asma disponíveis
no Brasil
Medicamentos inalatórios para asma disponíveis
no Brasil
DISPOSITIVOS INALATÓRIOS
• Assistam ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=JgTT6tY0JJs
Espaçadores para dispositivos inalatórios

• Aplicável apenas para as bombinhas (IPs).


• Reduzem a deposição de corticoides na orofaringe.
• Reduzem a biodisponibilidade sistêmica e efeitos adversos dos
corticoides inalatórios.
• Aumentam a deposição pulmonar.
• Facilitam o uso de IPs contendo broncodilatadores nas
exacerbações.
Espaçadores para dispositivos inalatórios

Sem espaçador Com espaçador


Carga eletrostática é reduzida se a limpeza é feita com
detergentes caseiros e é nula nos espaçadores de metal
Limpeza: deixar o espaçador de molho em solução de
água com detergente neutro (2 gts/1L) por 30 min.
Deixar secar ao ar livre.
DISPOSITIVOS INALATÓRIOS
Página do CFF:

https://www.cff.org.br/pagina.php?id=778&men
u=778&titulo=Publica%C3%A7%C3%B5es
ASMA E COVID-19
Caso clínico

Maria Luiza, 27 anos, residente na cidade de Curitiba/PR e estudante de


administração. Renda mensal familiar: 5 salários mínimos. Ela procura o
farmacêutico para tirar algumas dúvidas sobre suas queixas e seus exames
laboratoriais.

História clínica:
Asma (há 22 anos), rinite (há 20 anos) e hipotireoidismo (há 3 anos).
Caso clínico
Queixas:
Falta de ar no último mês: 3 x na semana e, algumas vezes, acordou com tosse e
com dificuldade para respirar durante a madrugada (1x por semana). Relata
apresentar tosse seca diariamente, que incomoda um pouco, principalmente à
noite. Alega também que deixou de ir para a faculdade 3x neste mês por conta
disso.

Rinite, há 10 dias. Relata sentir o nariz escorrendo e espirrar muito. Por


enquanto não administrou nenhum medicamento para isso. Alega também, que
seus primos vieram a passeio e dormiram no seu quarto na semana passada e
desde então ela não o limpou.
Caso clínico
Parâmetros
Peso: 60,2 kg; Altura: 1,65 m
Pressão Arterial no momento da consulta = 109/60, 110/60, 110/65 mmHg
Exames laboratoriais (2 meses atrás): CT = 220mg/dl; HDL = 30mg/dl; TG =
190mg/dl; LDL = 152mg/dl; TSH = 5,50 uUI/ml, T4 = 0,65 ng/dl.

Prescrição atual – modo de uso pela paciente:


Salmeterol+fluticasona 50 mcg/250mcg (diskus) 1 x ao dia – utiliza quando sente
falta de ar.
Aerolin Inalador 100 mcg (salbutamol) se crises: não tem utilizado, pois disse que a
receita venceu e o medicamento também. Sendo assim, para as crises ela utiliza a
outra “bombinha”.
Levotiroxina 50mcg 1 x ao dia, em jejum– toma um comprimido em jejum, junto com
o cafezinho preto.
Caso clínico
Terapias complementares: às vezes utiliza chá de camomila para o estômago.
Alergias: nenhuma conhecida.
Acesso a medicamentos: UBS e Farmácia comercial.
Armazenamento dos medicamentos: armário do banheiro

Adesão ao tratamento:
Utiliza o Seretide® sempre que sente falta de ar, mas relata que não melhora
muito. Ela se incomoda com o pozinho que sente na boca depois que usa.
Realiza a seguinte técnica de uso: gira o dispositivo e aciona a trava lateral.
Coloca a boca no bocal, puxa o ar e logo em seguida tira o dispositivo da boca.
O QUE FAZER?
FONTES DE INFORMAÇÕES

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