Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Paracoccidioidomicose
João Pessoa – PB
2021
Paracoccidioidomicose
Introdução
Paracoccidioides spp.
https://www.infoescola.com/biografias/adolpho-lutz/
• É uma infecção que possui a via inalatória como porta de entrada disseminando-se para todo
organismo.
• Quando não diagnosticada e tratada oportunamente, pode levar a formas disseminadas graves e
letais.
Termodimórficos
http://atlasmicologico.blogspot.com/p/sistemicas.html
Termodismorfismo: Mudança de morfologia da forma
filamentosa multicelular para uma unicelular quando
infecta o hospedeiro. A temperatura é um fator
essencial para esse evento.
http://atlasmicologico.blogspot.com/p/sistemicas.html
(QUEIROZ-TELES; ESCUISSATO, 2011; OLIVEIRA et al., 2017)
Paracoccidioidomicose
P. brasiliensis X P. lutzii
• Acreditava- se que a implantação traumática do fungo na mucosa oral, por meio de fragmentos de vegetais
em razão de muitos pacientes apresentarem ulcerações na boca
• As lesões em mucosa oral são geralmente precedidas ou acompanhadas por lesões pulmonares
Forma disseminante
• Após longo período de latência do fungo em um nódulo fibrótico no pulmão, um desequilíbrio na relação entre
hospedeiro e parasita pode ocorrer, e o paciente, então, evolui para os sinais e sintomas da doença.
• Para evoluir para a cura espontânea ou disseminar-se pelo organismo causando granulomatose crônica
• Pacientes infectados que evoluem para doença apresentam depressão da resposta tipo 1, alteração esta que
se correlaciona com a gravidade da doença.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2247558/mod_resource/content/1/PCM-
%202016.pdf
➢ Possível mecanismo de infecção
Imunopatogênese
Paracoccidioidomicose
Manifestações clínicas
▪ Paracoccidioidomicose infecção
➢ Paracoccidioidomicose infecção
• Corresponde aqueles que se infectaram e desenvolveram o complexo primário, mas não progrediram para a
doença.
➢ Paracoccidioidomicose doença
• Decorre da progressão do complexo primário, da reativação de foco quiescente (reinfecção endógena), ou,
ainda, de reinfecção exógena.
• As lesões iniciais são de padrão papulo-acneiforme, com evolução para lesão nodulo-ulcerada e vegetante.
http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/49 http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/49
• Comprometimento da resposta imune menor resposta proliferativa de linfócitos T, aumento absoluto e relativo de células T
supressoras circulantes, com reduç̧ão da relação CD4/CD8; predominância de citocinas de padrão Th2 (IL-4, IL-5, IL-10) e,
baixos níveis de IL-2, γ-INF e TNF-α.
• As lesões ósseas específicas são relativamente comuns Frequentes em ossos do gradeado costal, clavícula e ossos longos.
lhes/49
http://www.rmmg.org/artigo/deta
Lesões líticas, pode haver fratura óssea espontânea
(geralmente assintomáticas)
• O trato intestinal pode ser acometido nos pacientes com FASA. Estudo com abordagem endoscópica e biópsias mostrou
lesão duodenal específica
• É a forma clínica clássica, a mais comum, própria do paciente adulto, masculino, lavrador ou ex-lavrador.
• A história clínica é mais longa que na FASA, as recaídas são mais frequentes, e o consumo abusivo de
álcool e o tabagismo mais comuns.
• Restrita a único órgão ou sistema Pulmões, mas pode ser doença isolada da suprarrenal, do sistema
nervoso central (SNC), dos ossos, ou mesmo (raramente) da pele.
• Casos eventuais de inoculação cutânea primária, observam-se lesões infiltrativas sarcoídicas, de evolução lenta,
granulomas tuberculoides e paucifúngicos na histopatologia.
➢ Multifocal
• A expressão clínica clássica é a associação de lesão mucosa e/ou cutânea e quadro pulmonar específico.
• A localização mucosa mais frequente é a cavidade bucal, onde provoca lesões do tipo ulcerado, com
microgranulações e pontilhado hemorrágico, aspecto denominado estomatite moriforme.
• O comprometimento do lábio inferior seguido de localizaç̧ão nas gengivas, palato mole e língua. As lesões são
dolorosas, espontaneamente ou à mastigação, provocam sialorreia, prejudicam a higiene bucal e contribuem
enormemente para a depleção nutricional do paciente
lhes/49
http://www.rmmg.org/artigo/deta
Bras. Med. Trop., 2006
Shikanai-Yasuda et al. Rev. Soc.
• O quadro em geral é grave, e a mortalidade específica pode chegar a 35% dos casos associados à infecção pelo
HIV/AIDS
http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/49
http://www.rmmg.org/artigo
Sequela pulmonar
Microstomia
• Exame Micológico Direto: Observado célula hialina, arredondada, única ou com células-filhas em um ou mais
brotamentos. As paredes são birrefringentes e esverdeadas. No citoplasma, são observados o núcleo e as
organelas.
• Exame Citopatológico: Utilizado para análise de escarro em blocado em parafina e corado pelos métodos de
Gomori (para fungos) e Faraco (para BAAR). Utilizado também para análise de material obtido por punção
biópsia por agulha fina de órgão sólido ou lesão tumoral
Reação de HTT (hipersensibilidade do tipo tardio) para detecção de imunidade celular (Th1) in vivo
Ataque Manutenção
• O tratamento de ataque
• A terapêutica de manutenção é
corresponde ao controle realizada por tempo
imediato dos sinais e prolongado, até que se
sintomas da doença, como obtenham critérios de cura,
também à redução da buscando reduzir o risco de
carga parasitária para a recorrência da doença
recuperação da imunidade
celular do hospedeiro,
passo fundamental para o
êxito do tratamento.
• Anfotericina B;
• Antibióticos poliênicos;
• Sulfadiazina e outros compostos sulfanilamídicos;
• Drogas azólicas com atuação sistêmica. INTRACONAZOL
Esses fármacos inibem a síntese do ergosterol, causando
uma perturbação na permeabilidade da membrana do
fungo. O fluconazol pode ser administrado por via oral ou
intravenosa, a absorção não é afetada pela alimentação ou
pelo suco gástrico e aproximadamente 80% da dose é
excretada na urina. A resistência fúngica a esta droga,
mesmo quando usada por longos períodos, parece
incomum, a não ser nos casos de portadores de AIDS
Tratamento
INTRACONAZOL
Derivado imidazólico indicado no tratamento das
CETOCONAZOL formas leves a moderadas; especialmente nos
casos de resistência à sulfa, sendo contra-
indicado na gestante. A posologia é de
FLUCONAZOL 400mg/dia/3 meses, seguido de 200mg/dia, até
alcançar os critérios de cura, geralmente após
um ano. Pode determinar reações de toxicidade
SULFAS e os efeitos colaterais mais freqüentes são dor
abdominal, náuseas e hepatite.
ANFOTERICINA B
INTRACONAZOL
CETOCONAZOL
Estudos sugerem eficácia na dose de 200mg dia
a 400mg/dia, pelo período de seis meses,
FLUCONAZOL podendo ser útil quando há necessidade de
terapêutica parenteral ou níveis liquóricos
elevados
SULFAS
ANFOTERICINA B
INTRACONAZOL
As sulfas foram as primeiras drogas empregadas
e ainda encontram indicação, particularmente a
CETOCONAZOL associação com trimetoprim, que implica em
sinergismo in-vitro contra o Paracoccidioides
brasiliensis. Outras vantagens são o baixo custo,
FLUCONAZOL a boa tolerância, a segurança para o uso
prolongado e a boa penetração no SNC. A
posologia preconizada é de 800mg/160mg, de
SULFAS 8h/8h, por 30 dias e, posteriormente
800mg/160mg, de 12h/12h, até completar um
ano.
ANFOTERICINA B
INTRACONAZOL
A anfotericina B tem potente ação antifúngica.
No entanto, por ser extremamente tóxica, seu
CETOCONAZOL emprego fica reservado para as formas graves
(quando há risco de morte imediata), resistência
FLUCONAZOL à sulfa, impossibilidade de receber imidazólicos
ou tiazólicos e insuficiência hepática grave. A
anfotericina B deve ser administrada por via
SULFAS endovenosa, na dose de 0,5mg/kg a 1mg/kg,
diluída em 500ml de SGI 5%, até a dose
acumulada de 1,5g a 2,0g.
ANFOTERICINA B
RESUMO
Relata-se caso de paciente adulta, sexo feminino, residente em Belo Horizonte, com quadro de
infecção respiratória, evoluindo há seis meses. Submetida à propedêutica que incluiu biópsia
transbrônquica, foi diagnosticada paracoccidioidomicose. Foi instituído tratamento com
itraconazol, com melhora clínica da paciente. Esta descrição alerta para o diagnóstico desta
micose, que pode ocorrer também no sexo feminino, apesar de pouco freqüente, e ser
decorrente de reativação de foco antigo, quando já não existe contato com a área endêmica ou
atividade rural.
JAC, 38 anos, sexo feminino, casada, natural e residente em Belo Horizonte, foi admitida no
Hospital Mater Dei, com quadro de infecção respiratória.
Previamente hígida, tabagista (20cigarros/dia/20 anos). Iniciou quadro de tosse oligoprodutiva com
expectoração mucóide, acompanhada de febre vespertina não termometrada e emagrecimento,
quatro meses antes da admissão.
Procurou assistência médica, tendo sido medicada com Amoxicilina por 14 dias, sem melhora do
quadro. Posteriormente, surgiu dispnéia aos esforços habituais, associada à presença de escarro
hemoptóico. Novo atendimento médico resultou na prescrição de Amoxicilina/Clavulanato, após
estudo radiológico do tórax. Como não obtivesse melhora, procurou o hospital, observando-se à
admissão: estado geral preservado, ausência de linfadenomegalias, temperatura axilar de 36,5ºC,
taquipnéia (26irpm) e crepitações inspiratórias bilateralmente. A pressão arterial era de
100x70mm/Hg e a freqüência cardíaca de 88 bpm. O restante do exame clínico estava dentro dos
limites da normalidade.
(CABRAL; BRITO; PENNA3; VIANNA; DELFINO, 2003)
Caso Clínico
Paracoccidioidomicose. Granulomas
Paracoccidioidomicose. Presença de fungos, em
tuberculóides com células gigantes do tipo
área de necrose, corados pela prata (Grocott)
Langerhans fagocitando o fungo
4. Doença de etiologia desconhecida, a sarcoidose pode também ter esta apresentação clínico-radiológica,
porém a cavitação não ocorre.
5. Diante das possibilidades sugeridas e resultados inconclusivos dos exames, tornou-se necessária a
propedêutica invasiva, que consistiu na realização de biópsia transbrônquica, que se mostrou de grande
valor na elucidação do diagnóstico.
6. Este caso nos leva a refletir sobre a inclusão da paracoccidioidomicose no diagnóstico das lesões
pulmonares difusas, mesmo na ausência de lesões cutâneo-mucosas, em pacientes do sexo feminino e
sem subsídio epidemiológico para esta micose.
2. Palmeiro, Mariana, Karen Cherubini, and Liliane S. Yurgel. "Paracoccidioidomicose–revisão da literatura." Scientia Medica 15.4 (2005)
3. Silva, Marcos Jessé Abrahão, et al. "Ecoepidemiologia da paracoccidioidomicose: Uma revisão narrativa da literatura." Research, Society
and Development 10.9 (2021)
4. Silva, Ana Luiza Gonçalves, et al. "Análise de dados socioepidemiológicos para construção do perfil de pacientes com
paracoccidioidomicose atendidos em um centro de tratamento de Belo Horizonte: um estudo retrospectivo." Brazilian Journal of Health
Review 4.5 (2021)
6. Shikanai-Yasuda MA, Mendes RP, Colombo AL, Queiroz-Telles F de, Kono ASG, Paniago AMM et al. Brazilian guidelines for the clinical
management of paracoccidioidomycosis. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2017
7. CABRAL, Carolina Gama; BRITO, Carlos César Aguiar; PENNA3, Jefferson Torres Moreira; VIANNA, Laura Silviano Brandão; DELFINO, Luciana Nogueira.
Paracoccidioidomicose pulmonar: manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 1, n. 15, p. 10-14,
19 nov. 2003.
8. PALMEIRO, Mariana; CHERUBINI, Karen; YURGEL, Liliane S.. Paracoccidioidomicose – Revisão da Literatura. Scientia Medica, Porto
Alegre, v. 15, n. 4, p. 274-278, dez. 2005.
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Ciências Farmacêuticas
Micologia Clínica
Prof.º. Dr. Felipe Queiroga Sarmento Guerra
Prof.º. Dr. Walicyranison Plinio da Silva Rocha
Paracoccidioidomicose
larissa.xavier@academico.ufpb.br
rafaelly.lins@academico.ufpb.br
everton.pinheiro@academico.ufpb.br
João Pessoa – PB
2021