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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – LICENCIATURA

MARIPAULA DOS SANTOS

TOXOPLASMOSE

Eunápolis
2015
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MARIPAULA DOS SANTOS

TOXOPLASMOSE

Trabalho apresentado ao Curso de Ciências Biológicas


da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas
disciplinas de Zoologia de Invertebrados, Zoologia de
Vertebrados, Morfofisiologia Animal II, Microbiologia
e Imunologia e Seminário da Prática IV.

Orientadores: Flavia A. C. Silva, Tiago H. S. Garbim,


Vinicius P. Rincão, Thomaz N. Burke, Maurilio C. B.
Bergamo

Eunápolis
2015
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2 DEFINIÇÃO E ASPECTOS GERAIS DA DOENÇA ............................................. 4
3 FORMAS DE TRANSMISSÃO E CICLO BIOLÓGICO......................................... 6
4 DIAGNÓSTICO E PROFILAXIA ........................................................................... 8
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 9
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10
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1 INTRODUÇÃO

É possível que um terço da população mundial esteja contaminada


pelo Toxoplasma gondii, segundo estimativas do Ministério da Saúde. O mesmo
estudo diz que, entre novembro de 2001 e janeiro de 2002, o Brasil reportou o maior
surto de toxoplasmose do mundo, ocorrido no município de Santa Isabel do Ivaí, no
Paraná (FIALHO; TEIXEIRA; ARAUJO, 2008).
Calcula-se que a prevalência da toxoplasmose no mundo, entre os adultos,
varie de 30% a 90% entre as pessoas que tiveram conexão com o protozoário
Toxoplasma gondii, facilmente encontrado na natureza e que pode contaminar
várias espécies de animais, inclusive o homem. A infecção, dessa forma, é muito
comum na população e capaz de acontecer em qualquer idade (FIALHO; TEIXEIRA;
ARAUJO, 2008).
A toxoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa, ao menos em
casos de mãe para bebê (congênita), transfusão de sangue e transplante de órgãos.
As três formas mais comum de transmissão são através de alimentação, de animais
(zoonose) e de mãe para bebê (congênita) (FIALHO; TEIXEIRA; ARAUJO, 2008).
Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida,
provocado por um protozoário alcunhado Toxoplasma gondii, detectado nas fezes
dos felídeos domésticos ou silvestres. Homens e outros animais também podem
hospedar o parasita que se aloja nos tecidos (FIALHO; TEIXEIRA; ARAUJO, 2008).
Constatamos que nos últimos anos ocorreu um intenso progresso
tecnológico e importantes mudanças culturais e sociais que refletem na saúde
humana. Contudo, as zoonoses originadas por parasitas não deixaram de ser uma
complicação infindável para saúde pública nos países em desenvolvimento e uma
tormenta crescente nos países desenvolvidos, dado que nem sempre as medidas
sanitárias e educacionais são suficientes para exterminar as parasitoses (FIALHO;
TEIXEIRA; ARAUJO, 2008).
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2 DEFINIÇÃO E ASPECTOS GERAIS DA DOENÇA

A Toxoplasmose é uma doença de distribuição mundial e de alta


dominância. Estima-se que cerca de 60% da População mundial esteja infectada
com o protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, pertencente ao Filo
Apicomplexa, Ordem Eucoccidia e Familia Sarcocystidae, que infecta animais, de
preferência mamíferos como porco e cabra e algumas aves como hospedeiros
intermediários. O gato e outros felídeos jovens são vetores definitivos ou completos,
sendo os propagadores deste protozoário (SILVA; ALVES; AMÓRA; TEXEIRA;
ACCIOLY; CARVALHO; NÓBREGA; FILGUEIRA; FEIJÓ, 2006).
O termo toxoplasma significa forma de arco, onde toxon indica arco e
plasma referi-se a forma, já que o parasito apresenta forma de um arco ou meia lua.
O agente etiológico da Toxoplasmose o Toxoplasma gondii foi descoberto no ano de
1908 em dois países: na Tunísia, por Nicolle e Manceaux adquirido por meio de
formas oriundas do roedor Ctenodatylus gondii e no Brasil, por Splendore, a partir de
formas avistada em coelhos doentes e/ou mortos em laborátorio. Em 1909 foi
relatado por Nicolle e Manceaux e criaram o gênero Toxoplasma e a espécie
T.gondii (SILVA; ALVES; AMÓRA; TEXEIRA; ACCIOLY; CARVALHO; NÓBREGA;
FILGUEIRA; FEIJÓ, 2006).
Detectado em vários tecidos, células e líquidos corporais (exceto em
hemácias) do ser humano e de várias espécies de animais (hospedeiros
intermediários) e nas células epiteliais do intestino de felídeos (hospedeiros
definitivos), o toxoplasma apresenta-se perante diversas formas ao longo do seu
desenvolvimento, sendo elas:
• Taquizoíto: é detectado durante a fase aguda da doença nos líquidos
orgânicos e excreções e dentro das células; é a forma proliferativa de multiplicação
rápida dentro das diversas células.
• Bradizoíto: designado também de cistozoíto ou forma de latência, é
avistado em vários tecidos dentro do cisto, durante a fase crônica da infecção;
prolifera-se lentamente, por endodiogenia. Os bradizoítos são mais indestrutíveis à
pepsina do que os taquizoítos e podem manter-se viáveis nos tecidos por muitos
anos.
• Oocisto: é gerado nas células intestinais de felídeos não imunes e
suprimido imaturo juntamente com as fezes para o meio exterior; gera no seu interior
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os esporozoítos; é a forma de barreira, possuindo uma parede dupla bastante


resistente às condições do meio ambiente.
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3 FORMAS DE TRANSMISSÃO E CICLO BIOLÓGICO

A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos


contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros
felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro,
que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondii. A ingestão de leite cru
contendo taquizoítos do parasito, principalmente de cabras, pode ser uma forma de
infecção, mas provavelmente rara, pois a cabra tem de se infectar durante a lactação
para que exista a possibilidade de passagem de taquizoítos para o leite
(KOVALICZN; BORGES; BERND; ROSA; ALVES, 2011).
A toxoplasmose pode ser transmitida de mãe para filho, mas não se
transmite de uma pessoa para outra apesar de que já foi constatado a transmissão
por transfusão sanguínea e transplante de órgãos de pessoas infectadas. Seu
diagnóstico é feito levando em conta exames clínicos e exames laboratoriais de
sangue, onde serão pesquisadas imunoglobulinas como a IgM e IgG (KOVALICZN;
BORGES; BERND; ROSA; ALVES, 2011).
Toxoplasma gondii tem um ciclo vital heteroxênico, sendo os felídeos,
especialmente os gatos jovens, os únicos hospedeiros definitivos, ocorrendo
a reprodução sexuada dentro do vacúolo parasitóforo docitoplasma, nas células
epiteliais do intestino do gato e a reprodução assexuada em outros tecidos.
Portanto, apenas nesses animais o toxoplasma consegue completar todo o seu
duplo ciclo biológico (KOVALICZN; BORGES; BERND; ROSA; ALVES, 2011).
Nos hospedeiros intermediários, como roedores, bovinos, suínos, aves e o
próprio homem, por exemplo, ocorrem somente as fases assexuadas do ciclo.
Portanto, esses animais transmitem a infecção apenas quando sua carne é comida
por animais ou pelo próprio homem, ou quando as fêmeas infectadas desses grupos
de animais transmitem o parasita para seus filhos durante a gravidez (KOVALICZN;
BORGES; BERND; ROSA; ALVES, 2011).
O gato se infecta com esporozoítas de Toxoplasma gondii quando,
principalmente, ele se alimenta de camundongos que tenham toxoplasmose aguda
ou crônica. Os esporozoítas percorrem o tubo digestivo do gato e invadem as células
epiteliais do intestino. No interior dessas células, os esporozoítas arredondam-se,
transformando-se em merozoítos, que começam a multiplicar-se assexuadamente,
por um processo chamado de endogenia, que é semelhante a um brotamento
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interno, podendo repetir esse ciclo muitas vezes. Após romperem as células
parasitadas e invadirem outras células do epitélio intestinal do gato, alguns deles
diferenciam-se em gametas, produzindo macrogametas e microgametas, que se
fundem, formam um zigoto que logo segrega uma membrana cística e, assim, fecha-
se o ciclo sexuado. São formados oocistos que deixam as células epiteliais, antes de
completarem seu desenvolvimento, e são eliminados para o exterior com as fezes do
gato (KOVALICZN; BORGES; BERND; ROSA; ALVES, 2011).
Os oocistos amadurecem no meio ambiente em dois a cinco dias,
apresentando em seu interior quatro esporozoítas que são infectantes se forem
ingeridos por gatos ou quaisquer outros animais suscetíveis como aves, mamíferos
e, inclusive, o homem. Esses oocistos maduros contendo esporozoítos são
encontrados em alimentos ou água contaminada (KOVALICZN; BORGES; BERND;
ROSA; ALVES, 2011).
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4 DIAGNÓSTICO E PROFILAXIA

Em situações domésticas, a prevenção de infecção requer a limpeza diária


dos locais usados por esses animais e a remoção adequada das fezes. Devem ser
observadas também precauções higiênicas, como lavar as mãos antes de comer e o
uso de luvas em jardinagem, pois os canteiros de flores e de verduras são áreas de
defecação prediletas dos gatos. Mulheres grávidas não devem efetuar a limpeza de
gatos. Além disso, gatos não devem ser alimentados com carne crua. Nas
fazendas, o controle é mais difícil, mas quando possível às rações dos animais
devem ser cobertas para impedir o acesso de gatos, roedores e insetos (COSTA,
2013).
O diagnóstico é pela sorologia, ou seja, detecção dos anticorpos
específicos contra o parasita, como as imunoglobulinas IgM, que só existem nas
fases agudas, e IgG que está aumentada na fase crônica da doença (COSTA,
2013).
Na maioria dos casos não é necessário tratamento já que o sistema
imunitário geralmente resolve o problema. Na gravidez ou em imunodeprimidos usa-
se espiramicina, pirimetamina e sulfadiazina, para controlar a multiplicação
do Toxoplasma gondii. Clinicamente é difícil fazer o diagnóstico porque os casos
agudos podem levar à morte ou evoluir para a forma crônica. Esta pode assemelhar
a outras doenças (mononucleose, por exemplo) (COSTA, 2013 ).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os felinos são o principal hospedeiro do parasita causador da


toxoplasmose e as pessoas devem ter muito cuidado durante o convívio com esses
animais. Para evitar que o gato doméstico fique longe da infecção pelo Toxoplasma,
os especialistas recomendam alguns cuidados básicos: os donos não devem
alimentá-los com carnes cruas e precisam evitar que eles capturem e comam
animais que poderiam estar contaminados, como ratos, pássaros ou lagartixas
(GRIMES; RONCHI; HIRANO, 2013).
A toxoplasmose é uma doença silenciosa. Em cerca de 90% dos casos ela
não apresenta sintomas claros, tornando-a mais perigosa. Se contraída pela
gestante, pode causar sequelas no bebê, como lesões oculares, auditivas e
neurológicas, e até provocar o abortamento (GRIMES; RONCHI; HIRANO, 2013).

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