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MARIA EDUARDA CABRAL

ANESTESIOLOGIA
Silvestres

@apostilavet

Licenciado para Vitória Paiva de Souza, CPF: 469.986.818-52


Quem sou eu?
Oi gente! Tudo bem com vocês?
Esse material de Anestesiologia de Silvestres foi criado por
mim, Maria Eduarda Cabral, com o intuito de auxiliar vocês
durante a graduação e vida profissional.
Também sou a criadora do instagram @apostilavet que possui
diversas apostilas e resumos com base nas disciplinas da
graduação e materiais extras.
Eu espero que você goste desse material, que ele te acompanhe
em diversos momentos da sua vida acadêmica e profissional.
Muito obrigada por ter adquirido e confiado no meu trabalho.

@apostilavet

PROIBIDO O COMPARTILHAMENTO E REVENDA SEM


A AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DESSE MATERIAL
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SUMÁRIO
Introdução ____________________________________________________ p.6
Anestesiologia em Aves ______________________________________ p.12
Contenção ......................................................................................................................... p.13

Psitacidae .......................................................................................................................... p.16

Equipamentos ................................................................................................................. p.21

Vias de Acesso e Manutenção ............................................................................... p.21

Avaliação Pré-Anestésica ......................................................................................... p.27

Anestésico Ideal ............................................................................................................ p.30

Medicação Pré-Anestésica ....................................................................................... p.31

Anestésicos Injetáveis ................................................................................................ p.34

Anestesia Inalatória ..................................................................................................... p.38

Entubação ........................................................................................................................ p.41

Fluidoterapia Trans-Anestésica ............................................................................ p.43

Recuperação ................................................................................................................... p.43

Acesso ao Saco Aéreo ............................................................................................... p.44

Analgesia .......................................................................................................................... p.45

Bloqueio do Plexo Braquial ...................................................................................... p.47

Protocolos ......................................................................................................................... p.47


Anestesiologia em Répteis __________________________________ p.52
Contenção ....................................................................................................................... p.53

Répteis ............................................................................................................................ p.58

Vias de Acesso .............................................................................................................. p.67

Avaliação Pré-Anestésica ........................................................................................ p.74


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SUMÁRIO
Anestesia .......................................................................................................................... p.75

Medicação Pré-Anestésica ...................................................................................... p.76

Anestesia Injetável ....................................................................................................... p.77

Anestesia Inalatória ..................................................................................................... p.81

Entubação ....................................................................................................................... p.86

Analgesia .......................................................................................................................... p.88

Jejum .................................................................................................................................. p.93

Monitoração ................................................................................................................... p.94

Recuperação ................................................................................................................... p.95

Protocolos ....................................................................................................................... p.95


Anestesiologia em Roedores e Lagomorfos __________________ p.97
Taxonomia ....................................................................................................................... p.98

Fatores que Interferem na Resposta aos Anestésicos .......................... p.103

Características Anatômicas .................................................................................. p.107

Parâmetros Fisiológicos .......................................................................................... p.111

Desidratação ................................................................................................................ p.112

Jejum ................................................................................................................................ p.113

Hipotermia ..................................................................................................................... p.115

Contenção Física ........................................................................................................ p.115

Vias de Administração ............................................................................................ p.122

Controle de Temperatura ...................................................................................... p.131

Entubação .................................................................................................................... p.134

Avaliação do Plano da Anestesia ...................................................................... p.149


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SUMÁRIO
Monitoração da Anestesia ..................................................................................... p.149

Contenção X Anestesia X Analgesia ................................................................. p.154

Princípios da Farmacologia .................................................................................. p.155

Tranquilização ............................................................................................................. p.156

Agonistas Alfa-2 Adrenérgicos .......................................................................... p.159

Opioides ......................................................................................................................... p.162

Anestésicos Dissociativos ..................................................................................... p.165

Propofol ......................................................................................................................... p.166

Anestésicos Inalatórios ........................................................................................... p.167

Particularidades em Roedores ........................................................................... p.169

Anestésico Ideal ......................................................................................................... p.169

Analgesia ....................................................................................................................... p.172

Anestesia Inalatória .................................................................................................. p.175

Anestesia do Camundongo .................................................................................. p.178

Anestesia do Rato ..................................................................................................... p.178

Anestesia do Hamster ............................................................................................ p.180

Anestesia Porquinho-da-Índia .......................................................................... p.180

Anestesia em Chinchilas ........................................................................................ p.182

Anestesia em Coelhos ............................................................................................. p.182

Outros Fármacos Importantes ........................................................................... p.184

Hipoglicemia .............................................................................................................. p.184

Desidratação .............................................................................................................. p.184

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Quando lidamos com os animais selvagens , em


muitos casos precisamos fazer uma anestesia ou
contenção química .
Esses animais possuem uma fisiologia diferente, pois
animais pequenos apresentam um metabolismo rápido que
exige uma dose maior de determinados medicamentos.
ANTIGAMENTE USAVAM A EXTRAPOLAÇÃO
ALOMÉTRICA, QUE BASICAMENTE CONSIDERA A TAXA
METABÓLICA BASAL EM QUE A CONCENTRAÇÃO DO
MEDICAMENTO É ADEQUADA E, COM A EXTRAPOLAÇÃO
ALOMÉTRICA CONSEGUIA ESTABELECER A DOSE EM
AVES, RÉPTEIS E MAMÍFEROS COM METABOLISMO
DIFERENTE.

Atualmente isso não é mais discutido por já existirem livros com as


doses dos medicamentos.

Estresse
O estresse em animais silvestres é de extrema
importância e devemos tomar cuidado,
independente do que for fazer e da situação do
paciente, o estresse será muito importante.
Sempre avaliar como o paciente chega, se está em
um dia muito quente e, se até mesmo andou de carro porque gera
um estresse no animal. Então, a HORA DO DIA que fizer o
medicamento irá influenciar no metabolismo e por consequência
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na anestesia.
Às vezes o nível de adrenalina está muito alto
no organismo animal devido ao fator estresse
que acaba competindo com o medicamento,
com isso, o fármaco não fará efeito.
A partir do momento que conseguimos amenizar o
estresse da melhor maneira possível, temos
métodos mais seguros para o paciente e para a equipe.
Sempre tomar cuidado e prestar atenção com o fator estresse, o
estresse mata e impossibilita o bom efeito do anestésico.
Duda, podemos usar anestesia inalatória em pets exóticos?
Eventualmente na parte de pet exóticos, podemos utilizar a
anestesia inalatória, porém, devido ao cheiro forte que alguns
halogenados apresentam, alguns animais (ex. coelhos)
podem entrar no quadro de apneia , tendo que
ponderar o uso da anestesia inalatória em animais
selvagens.
Contenção Química
A contenção química é de extrema importância na medicina
de selvagens, com isso, algumas vezes precisamos utilizar
anestésicos para fazer o manejo adequado, manipular o
paciente ou fazer um procedimento.

EXEMPLO
Costumamos fazer exames de radiografia , ultrassom e
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coletas de materiais biológicos , como sangue.
Se é um paciente que suporta somente a contenção física,
conseguimos realizar esses exames e coletas sem
maiores problemas, mas se é um paciente que já
tem um estresse envolvido e está muito
debilitado, devemos considerar a utilização da
contenção química.
QUANDO REALIZADO A CONTENÇÃO QUÍMICA TEMOS
QUE TER UM PLANEJAMENTO DO QUE SERÁ FEITO NO
PACIENTE, A IDEIA DESSA CONTENÇÃO É
ADMINISTRAR ALGUM FÁRMACO QUE POSSIBILITA A
REALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA INTERVENÇÃO E
PROCEDIMENTO.

É importante termos uma ideia do tempo de intervenção


para calcular as doses e saber qual medicamento será
feito, além de manejar o monitoramento.
Por exemplo, um procedimento demorado de 5 a 6
horas, devemos calcular a quantidade anestésico
suficiente para esse procedimento prolongado,
sendo monitorado o paciente durante a cirurgia.
Procedimentos rápidos que demoram 5 minutos, fazemos
medicamentos que a metabolização é rápida e a
recuperação também será mais rápida.

É importante ter esse planejamento


anestésico!
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Metas
INCONSCIÊNCIA ANALGESIA RELAXAMENTO MUSCULAR
As metas da anestesia é promover um grau de inconsciência,
analgesia e relaxamento muscular.
Pode ter essas 3 metas atingidas em diferentes níveis,
além disso, depende do procedimento realizado, do tempo
do procedimento e da espécie realizada.
QUALQUER TIPO DE ESTÍMULO IRÁ GERAR UMA DOR,
ENTÃO QUANDO ASSOCIAMOS OS MEDICAMENTOS É
POSSÍVEL IMPEDIR A TRANSMISSÃO NERVOSA DA DOR.

Temos uma inervação periférica que a partir do momento que


incisa uma pele irá mandar um estímulo para o plexo
mais próximo, esse estímulo irá se direcionar para a
medula e depois para o cérebro que receberá essa
mensagem que cortou a pele. Essa mensagem volta
do cérebro para a medula, depois da medula para o plexo e do
plexo para a inervação periférica.
Na anestesia tentamos cortar esses sinais nervosos, podemos fazer
um anestésico local que a partir do momento que faz uma incisão
na pele o estimulo inicial não irá para o plexo em associação com
outras anestesias.
Não existe um anestésico que impeça todas as
transmissões nervosas, ao usar somente um
anestésico corre o risco de sobrecarregar o
organismo do paciente pela dose ser alta e de
não atingir todas as metas adequadamente.
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Atualmente usamos a associação de anestésicos, ao
fazer essa associação conseguimos potencializar
determinados anestésicos e diminuir as doses dos
medicamentos, com isso, conseguimos fazer com que o
paciente volte de uma anestesia de forma mais rápida e tranquila.

Materiais de Contenção
São os materiais que liberam o anestésico.
Revólveres Rifles Zarabatanas

Os revólveres, rifles e zarabatanas podem ser usados para animais


exóticos de vida livre, sendo colocado a medicação no dardo.

É EXTREMAMENTE IMPORTANTE QUE A PESSOA SAIBA


USAR ESSES MATERIAIS PARA QUE NÃO ACONTEÇA
NENHUM ACIDENTE, DEVENDO SEMPRE TREINAR ANTES.

Na ponta do dardo tem uma agulha que possui sua ponta vedada,
no meio da agulha tem um buraco vedado que é por onde o
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anestésico irá sair. A ponta da agulha ao furar a pele e entrar na
musculatura, fará uma pressão que promove a saída do anestésico.
A agulha precisa ser calibrosa para ter uma
pressão suficiente para que consiga furar a
pele.
Se não tiver experiência em usar esses materiais, a chance de
acontecer um acidente é maior.
A zarabatana é para um paciente próximo com uma
distância de 3 metros, enquanto que o rifle e o
revólver são para pacientes que estão a uma
distância maior.

ANOTAÇÕES

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ANESTESIOLOGIA EM

Aves

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A contenção é um momento de ESTRESSE no animal


selvagem e, dependendo da situação pode acarretar até
mesmo no óbito do paciente.
O método de contenção escolhido depende da espécie do
animal, do peso, da idade e da sua situação.

Contenção Física
Iremos abordar o paciente inicialmente com a contenção
física , sendo importante a utilização de equipamentos e
de um bom planejamento para a contenção de um animal
consciente.
Essa parada de movimentos visa evitar acidentes com o
animal e com a equipe.
É A ABOLIÇÃO MECÂNICA DOS MOVIMENTOS PARA QUE
O ANIMAL PERMANEÇA CONTIDO E, DESSA FORMA,
POSSIBILITE A INTERVENÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
VETERINÁRIOS, COMO EXAMES CLÍNICOS, COLETA DE
MATERIAL PARA EXAMES LABORATORIAIS E
VACINAÇÃO.
A contenção física é um procedimento muito
estressante para o animal silvestre.
A ave pode ser contida com a colocação da cabeça entre dois
dedos com o corpo apoiado na palma da mão. Também pode ser
contida segurando a sua cabeça com delicadeza entre o dedo
polegar e o primeiro dedo.
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É essencial não interferir ou restringir os


movimentos do esterno no momento da
contenção, pois isso pode acarretar no óbito
do paciente.

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O manejo e a contenção deve ser o mais breve possível, por isso, os
clínicos devem estar preparados para coletar
amostras e realizar tratamentos com uma única
contenção.
Deve-se usar uma máscara modificada para
induzir e manter pequenos passeriformes sob o único agente
anestésico recomendado, que é o isoflurano.

Contenção Química
É feita com a utilização de fármacos , sendo
importante entender sobre a farmacologia. É preciso
entender a farmacologia para saber o efeito do fármaco
e os seus efeitos adversos.
A contenção química permite que o animal não se movimente,
porém não significa que o animal está em um plano anestésico
cirúrgico.
Elimina reações.

Anestesia
Utilizado caso seja necessário uma
intervenção dolorosa ou cavitária.
Faz a UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS , mas dentro das
ações esperadas do medicamento e da suas combinações, sendo
visado a perda de consciência , amnésia e analgesia .

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Analgesia
Utilizamos fármacos buscando a perda e diminuição da
sensibilidade dolorosa .
TEMOS EM TORNO DE 10 MIL ESPÉCIES DE AVES, CADA
UMA COM A SUA ANATOMIA E FISIOLOGIA, POR CONTA
DISSO, DEVEMOS TER CAUTELA AO ATENDER UMA
ESPÉCIE DE AVE.

Existem grupos diferenciados pelo porte, como por


exemplo os periquitos, papagaios e araras que são
psitacídeos com diferentes portes e, com isso, o
metabolismo será diferente.
O metabolismo das aves é rápido, entre 1 a 2 minutos
de apneia em uma ave pode causar um efeito deletério
extenso.
Nunca deve subestimar nenhum animal!

Aspectos Anatômicos
As aves apresentam uma cavidade única, sendo
chamada de CAVIDADE CELOMÁTICA , sendo a
região que fica os pulmões próximo ao gradil
costal, temos os sacos aéreos ao redor e óstio de
comunicação entre o pulmão e sacos aéreos.
As aves possuem os pulmões e sacos aéreos, sendo que o pulmão
não faz a distensão, quem realiza a distensão são os sacos aéreos.
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Os sacos aéreos são estruturas que auxiliam


no voo deixando o corpo mais leve. As aves
não possuem diafragma, então temos uma
cavidade única que é a cavidade celomática.
Essa é uma informação importante porque se pressionar muito
o peito de uma ave durante a contenção, faz com que se torne
difícil a respiração do paciente podendo até mesmo acarretar no
seu óbito pela compressão.

O esterno dessas aves é extremamente avantajado e se localiza


a estrutura peitoral, sendo uma estrutura muito importante por
ser o principal ponto de administração intramuscular.

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O ESTERNO É A PARTE DO CORPO QUE SE MOVIMENTA


NAS AVES E GERA A MUDANÇA DE PRESSÃO
INTRACAVITÁRIA, COM ISSO FACILITA A
REALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS.
Se segurar o animal pela região do peito ou se
durante o procedimento anestésico deixar um apoio
grande ou deixar a ave em decúbito esternal
DIFICULTARÁ A RESPIRAÇÃO e o METABOLISMO TRANS-
ANESTÉSICO.
É importante realizar a palpação para verificar o escore corporal
que o animal apresenta para uma avaliação pré-anestésica.
Alguns galináceos silvestres apresentam a característica da
traqueia passar pela região subcutânea invés de entrar direto na
cavidade celomática. Então passa na região subcutânea entre a
pele e a região peitoral e depois entra na cavidade celomática.
É importante saber dessa característica, pois
se o veterinário desconhecer pode acabar
perfurando a traqueia gerando uma lesão ou
administrar algum fármaco que acarreta em
problemas, além disso, pode até encaminhar a
ave para a cirurgia por conta dessa estrutura.
A anestesia inalatória é comum em aves, mas é importante
entender como a ave respira para conseguir trabalhar
em algumas situações de emergência.

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Duda, como ocorrem as trocas gasosas?
A troca gasosa no mamífero ocorre no alvéolo pulmonar, enquanto
que nas aves as trocas gasosas ocorrem nas
estruturas chamadas parabrônquios . Esses
parabrônquios se subdividem para diminuir o fluxo de
ar para chegar próximo aos capilares venosos e ocorrer
a hematose (trocas gasosas), sendo um processo contínuo.
Por conta do seu metabolismo acelerado, as aves precisam de uma
troca gasosa acelerada idem.

Os SACOS AÉREOS estão ligados aos pulmões, normalmente


encontramos 9 sacos aéreos.
A ave respira em dois ciclos para haver uma respiração
completa, irá inspirar, depois expira, inspira novamente e, por fim, expira
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para a saída do ar.
O ar entra na primeira inspiração e passa pelos pulmões,
depois se direciona para os sacos aéreos caudais, na
primeira expiração o ar sai desses sacos aéreos, passa pelo
pulmão e se direciona para os parabrônquios, nesse momento
ocorre a hematose.
Na segunda inspiração o ar que está passando vai para os
sacos aéreos craniais, na segunda expiração esse ar sai
dos sacos aéreos craniais e vai para o meio externo .
SEGURAR A AVE PELO ESTERNO GERA UMA
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA NO ANIMAL.

SISTEMA RENAL
Por possuírem a CIRCULAÇÃO PORTA RENAL tem o
risco de alguns medicamentos serem eliminados
antes de fazer a metabolização, porém é uma chance pequena
na ave.
Medicações aplicadas no membro pélvico podem ir
para o rim e eventualmente sair do organismo, sendo
eliminada antes de ser metabolizada, mas não acontece com
tanta frequência em aves.

PARTICULARIDADES
As aves apresentam um metabolismo maior que os
mamíferos. A temperatura da ave é em torno de 40ºC,
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tornando sensíveis à hipotermia .
O controle de temperatura na ave é muito
importante pela sua temperatura corpórea ser
alta e essa temperatura que mantém as
funções vitais. Ao entrar no quadro de
hipotermia tem um grande risco de
metabolizar errado o anestésico.
Atualmente para manter a temperatura usamos aquecedores e o
ar condicionado, além disso, devemos tomar cuidado com o
ESTRESSE .

Luva de Raspa de Couro Puças Toalhas

Existe a via intramuscular em aves, mas ela não é muito


utilizada para protocolos anestésicos, costumamos usar para
fluidoterapia.
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Via Subcutânea
Usamos a REGIÃO DE PATÁGIO (prega da ave) e REGIÃO INGUINAL
(virilha) para a aplicação subcutânea.
ADMINISTRAMOS PRINCIPALMENTE NA REGIÃO
INGUINAL POR SER DE FÁCIL ACESSO.

Via Intramuscular
Temos cuidado ao administrar nessa via, pois ela pode ser utilizada
em alguns momentos, mas tem que ter cautela pelo volume da
musculatura peitoral variar entre as aves, então tem que
ter cautela porque abaixo dessa musculatura tem o esterno.

Via Intravenosa
É uma via interessante de se utilizar em algumas
situações, como manutenção do acesso trans-
anestésico.
As aves possuem três acessos, sendo eles a veia jugular ,
a basílica ou braquial que está localizada na asa e a
veia metatársica medial .

VEIA BRAQUIAL
A veia braquial é fácil de ser visualizada, mas alguns
anestesistas não indicam no primeiro momento pelo
risco do animal se mexer e causar uma lesão no vaso.
Essa veia braquial passa entre os músculos bíceps e
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tríceps, se bifurca imediatamente proximal ao cotovelo onde deve
ser coletado o sangue.

Imagem: Kelly e Leanne, 2013.


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VEIA JUGULAR
A VEIA JUGULAR é um acesso fácil em psitacídeos e
não é necessário realizar o arrancamento de penas,
somente afastá-las e fazer a antissepsia com álcool.
Cuidado com o álcool em aves pois se passar a gaze com
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álcool em uma área muito grande irá diminuir a temperatura e
depois com o anestésico irá abaixar mais.
Em algumas situações o papo pode dificultar a
visualização e o acesso da veia jugular.

Imagem: Kelly e Leanne, 2013.

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VEIA METATÁRSICA MEDIAL
É um acesso interessante por ser fácil de visualizar em
animais maiores e é fácil manter o acesso com o cateter.
Essa veia é cercada por músculos, minimizando o risco de
formação de hematoma

Imagem: Kelly e Leanne, 2013.

Via Intra-Óssea
Utilizada em situações emergenciais , principalmente quando o
animal não está com um acesso venoso e já se
encontra debilitado, sendo difícil pela
condição do paciente pegar um acesso venoso,
então utilizamos a via intra-óssea.
Fazemos o acesso intra-ósseo principalmente na ulna e tibiotarso
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nas aves.

Observamos o animal de uma forma geral para fazer um exame


físico completo .

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O ideal é realizar o exame físico completo e
hemograma para termos uma noção da condição
geral do paciente. O hemograma conseguimos
obter valores com base na celularidade e
bioquímica sérica.
BIOQUÍMICA SÉRICA:
verificamos a proteína total e as frações, pois pacientes com
hipoproteinemia tem uma dificuldade no metabolismo porque
o fármaco precisa ser carreado pelas proteínas.
ácido úrico.
AST.
glicose.
AS AVES POSSUEM UMA BAIXA RESERVA DE
GLICOGÊNIO.

Uma média do valor de glicemia é de 200 a 300 mg/dl, se o valor


for menor que 200 mg/dl precisamos tomar algumas medidas.
O mais indicado em procedimentos longos é verificar a glicemia no
pré-operatório, no trans-operatório e no pós-operatório.

Jejum
Baixo ou nenhuma reserva de glicogênio hepático.
O jejum é diversificado, por serem animais de metabolismo alto se
ficar muito tempo sem energia, corre o risco de hipoglicemia. .
AVES MENORES QUE 100G: não indicado.
AVES DE 100 A 1000G: até 4 horas (ver necessidade).
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AVES CARNÍVORAS: de 6 a 24 horas.
Quanto menor a ave, menor será o jejum.
Duda, por que é feito o jejum?
O jejum é realizado com o intuito de esvaziar o trato
gastrointestinal superior, para que assim não haja riscos de
regurgitação e aspiração do conteúdo.
Porém, o jejum nas aves é contraditório por
ter relatos de animais que apresentaram
hipoglicemia durante a anestesia por terem
taxa metabólica alta e baixa reserva de
glicogênio hepático.

TABELA DE RESTRIÇÃO ALIMENTAR


AVES < 100G: SEM RESTRIÇÃO
AVES CARNÍVORAS: 12 HORAS
RATITAS: 12 - 24 HORAS
GRANDES PSITACÍDEOS: 1 - 2 HORAS
GRANDES PSITACÍDEOS: 2 - 3 HORAS
A restrição não é uma regra, pode adaptar de acordo com o
paciente, sendo que alguns anestesistas evitam a restrição
alimentar nas aves devido ao risco de hipoglicemia.
Fazer glicose quando necessário.
Paciente que não se alimenta bem costumamos fazer uma
fluidoterapia antes do procedimento para tentar manter a
glicemia do paciente adequada.
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O anestésico ideal tem que ter todas as características


de indução rápida, volume reduzido, facilidade de
aplicação, ampla margem de segurança, ausência de
toxicidade, estabilidade cardiorrespiratória, analgesia
potente, controle fino do plano anestésico, boa qualidade
de recuperação e possibilidade de reversão.
MAS TODAS ESSAS CARACTERÍSTICAS NÃO ESTÃO
PRESENTES EM UM ÚNICO ANESTÉSICO, POR ISSO
UTILIZAMOS A ASSOCIAÇÃO DE ANESTÉSICOS.

Duda, com qual frequência usamos os anestésicos injetáveis?


Os anestésicos injetáveis são mais utilizados para
produzir anestesia e analgesia , além de ter uma rápida
administração, baixo custo e necessidade mínima de
equipamentos.
Duda, com qual frequência usamos a anestesia inalatória?
Possui como vantagens o melhor controle dinâmico da
profundidade anestésica e a sua eliminação não é
dependente das vias metabólicas ou excretoras.

Anestesia Equilibrada
Sempre trabalhamos com a anestesia equilibrada e
associada, essas associações reduzem as doses dos
fármacos, promovem um retorno rápido, relaxamento
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muscular, analgesia e sinergismo.

Raramente indicado para aves!


Evitamos a medicação pré-anestésica (MPA) por causar um
estresse grande no paciente, com isso, alguns anestesistas
costumam fazer as medicações todas juntas na mesma injeção,
podendo ser feito intramuscular ou intravenosa em bólus.
Pode ser feito na mesma seringa a sedação,
relaxantes musculares, anti-inflamatórios,
analgésicos e dissociativos para ser aplicado
tudo junto em um bólus em uma única injeção,
porém isso depende do procedimento feito e
da duração do procedimento.
A MPA é raramente indicada em aves de
pequeno porte e que podem ser contidas, pois pode
deprimir a respiração e prolongar a
recuperação do paciente.
Mas, pode ser indicada em aves com longa nuca para
reduzir os traumas físicos e antes da indução da anestesia
com máscara para reduzir o estresse e agitação.
Porém, pode desencadear o estresse, então é mais vantajoso
utilizar um agente inalatório que cause uma rápida indução e que
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seja eliminado de forma rápida.
AVES GRANDES: diazepam, midazolam, alfa-2 agonistas, pequenas
doses de zoletil.
TRANQUILIZANTES BENZODIAZEPNÍCOS
Midazolam: pode ser usado a dose de 2 mg/kg em gansos
canadenses que promove uma sedação de 20 minutos.
Causa mínimas alterações cardiovasculares e respiratórias.
Os seus efeitos se prolongam por várias horas após o
término da anestesia em aves de rapina e pombos.
Diazepam: tem como vantagem a curta duração de ação e rápida
recuperação.
A sua dose sofre divergências na literatura!
A dose pode ser desde 0,5 a 2,5 mg/kg, sendo importante ponderar
a dose utilizada em cada espécie.
Sedação por Via Intranasal
Animal muito estressado podemos trabalhar para
diminuir o estresse deixando-o em uma área mais
tranquila ou pode ser feito uma sedação.
PODE SER UTILIZADO A ADMINISTRAÇÃO DE
BENZODIAZEPÍNICOS POR PROMOVEREM UMA RÁPIDA
E EFETIVA SEDAÇÃO EM AVES. CASOS DE
RECUPERAÇÕES LONGAS, PODEM SER USADOS O
REVERSOR QUE É O FLUMAZENIL.
Podemos utilizar diversos protocolos para a sedação por
via intranasal, podendo ser utilizado o midazolam
em psitacídeos.
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A dose irá mudar de acordo com a espécie, como por


por exemplo:
2 mg/kg de midazolam é um protocolo interessante para
manter os psitacídeos tranquilos, enquanto que em pombos
pode usar a dose de 2 a 3 mg/kg e, em uma codorna até 5mg/kg.
Essa dose também pode ser utilizada por via
intramuscular.
A função da sedação é para possibilitar um
exame clínico, coleta de amostra,
posicionamento correto na radiografia.
Calculamos a dose e puxamos o volume obtido na seringa,
após isso, faz um GOTEJAMENTO EM CADA NARINA , com
uma gota de cada vez.
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Assim que a gota encosta na narina, ela irá se espalhar na mucosa
e inicia a ação do fármaco.
Faz esse movimento de uma gota em cada narina até acabar o
volume.
EXISTE UM RISCO DE CAUSAR UMA LESÃO DEVIDO A
NARINA SER SENSÍVEL, PORÉM, QUALQUER FÁRMACO
APLICADO POR QUALQUER VIA PODE GERAR UMA
LESÃO LOCAL, POR ISSO É IMPORTANTE SABER SOBRE
O MEDICAMENTO QUE ESTÁ SENDO ADMINISTRADO.

MONITORAÇÃO
Monitoramos o paciente com base na frequência cardíaca
com a utilização do estetoscópio e o doppler para
pressão arterial . Também aferimos a temperatura cloacal
das aves.
Se estiver com o monitor multiparâmetro, é possível
monitorar o eletrocardiograma e capnografia.
O valor normal de EtCO2 é de 30 a 45 mmHg em aves, sendo a
fração expirada de gás carbônico.
Se o animal aumentar o gás carbônico pela
diminuição da respiração, irá aumentar a
frequência cardíaca.

Possui um baixo custo, facilidade do uso e rapidez.


Geralmente utilizados para anestesia de procedimentos
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curtos, como por exemplo, radiografia, reparação
de feridas e laparoscopia ou para a indução de
anestesia inalatória.
Porém, pode causar overdose, dificuldade na manutenção sem
depressão cardiopulmonar e recuperação prolongada.
EM AVES, A DIFERENÇA ENTRE A DOSE ANESTÉSICA E A
DOSE LETAL É MENOR QUANDO COMPARADO COM OS
MAMÍFEROS.

Dependendo do procedimento, pode usar algum anestésico


injetável para a indução por via IV e IM, depois
manter com inalatória ou aprofundar a anestesia
com outro anestésico injetável.
Duda, quais são as indicações?
É indicado somente quando os anestésicos inalatórios não são
viáveis, como nos procedimentos de toracotomias com
abertura de sacos aéreos e procedimentos que envolvem
os rins pelo risco de perfuração desses sacos.

Cetamina
A cetamina é um anestésico dissociativo, quando associada
a um relaxante muscular pode ser utilizada para a
CONTENÇÃO QUÍMICA em qualquer via parenteral.
Indicada para procedimentos diagnósticos ou
cirurgias pouco invasivas.
As doses utilizadas variam de 10 a 200 mg/kg de acordo com a
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espécie e da via de administração.
Seu uso isolado pode causar pouco
relaxamento muscular, contrações musculares
involuntárias, opistótono e recuperações
prolongadas.
A sua associação com diazepam , midazolam ou
xilazina , proporciona relaxamento muscular
adequado.
Propofol
O propofol possui um curto período de latência com uma
recuperação variável entre as espécies. Sua administração pode
ser em bólus ou infusão contínua.
DEVE TOMAR CUIDADO PORQUE PODE CAUSAR
HIPOVENTILAÇÃO, APNEIA OU HIPOXEMIA, SENDO
NECESSÁRIO UM MONITORAMENTO MINUNCIOSO E
CONTÍNUO.

TABELA DE FÁRMACOS
Fármaco Espécie Dose Via de Indicação
(mg/kg) administração
DIAZEPAM maioria das 0,2 - 2 IV, IM sedação,
espécies anticonvulsivante
MIDAZOLAM maioria das 0,2 - 2 IV, IM sedação,
espécies anticonvulsivante
MIDAZOLAM canário, papagaio, 2-8 intranasal sedação
OU DIZEPAM periquito
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Fármaco Espécie Dose Via de Indicação


(mg/kg) administração
FLUMAZENIL maioria das 0,02 - 0,1 IV, IM antagonista
espécies benzodiazepínico

psitacídeos,
CETAMINA pombos, ratitas 20 - 30 IV, IM, SC imobilização
e galinhas química

maioria das 5 – 30 / IV, IM imobilização


espécies 0,5 – 2 química
CETAMINA/ IV
tucanos 20 / 1 imobilização para
DIAZEPAM
procedimentos
curtos
CETAMINA/ maioria das 10 – 40 / IM imobilização
MIDAZOLAM espécies 0,2 – 2 química
analgesia e
redução do
BUTORFANOL maioria das 2-4 IM
requerimento dos
espécies anestésicos gerais
METADONA/ galinhas 3-6 IM analgesia e
MORFINA redução do
requerimento dos
anestésicos gerais
PROPOFOL aves de rapina, 5 - 15 IV anestesia geral
pombos, galinhas

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Importante lembrar que a anestesia inalatória não gera


analgesia!
O anestésico inalatório pode ser fornecido por
uma câmara ou máscara , o animal irá
ficar parado e contido, mas lembre-se que esses
fármacos não geram analgesia.
Possui uma rápida ação e recuperação, mas tem
que associar protocolos analgésicos.
Os vaporizadores calibrados são específicos
para cada fármaco halogenado, enquanto que o
vaporizador universal pode ser usado para qualquer anestésico
halogenado.
Precisa ter uma fonte de oxigênio conectada,
esse oxigênio passa pelo equipamento e
fluxômetro, mantendo um fluxo próximo a 200
a 300 ml/kg por minuto. Depois que o oxigênio
passa pelo fluxômetro irá se direcionar ao
vaporizador e se misturar com o anestésico
inalatório para depois ir para o animal.

Podemos manter o animal em uma CAIXA DE INDUÇÃO , como uma


caixa acrílica e ligamos o sistema no interior da caixa. É
interessante de se utilizar em algumas situações, porém tem o risco
de contaminar o ambiente.
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Normalmente utilizamos o sistema de Baraka que é um tubo de
traqueia com duas extremidades, sendo uma extremidade com o
balão volumétrico e a outra com a saída do gás para o animal.
Para pacientes pequenos é
interessante trabalhar com os
espaços reduzidos, como o
Baraka neonatal.
Podemos usar em caixas fechadas ou máscaras.

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Possui uma rápida indução e rápida recuperação, sempre


utilizar com oxigênio.
Pode ser usado halotano e isoflurano.
O halotano pode ter uma indução mais tranquila devido
ao seu odor não ser tão forte, pois alguns pacientes com
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isoflurano podem entrar em apneia.

Isoflurano
É indicado iniciar com uma concentração na indução que pode ser
de 2,5% e, depois fazer a manutenção com a concentração de 1% a
2%. Se está associando outros fármacos ou analgesia essa
manutenção vai reduzir.

A entubação pode ser feita com tubos sem balonete ou


sondas uretrais e cateteres .
AS AVES APRESENTAM UMA TRAQUEIA TOTALMENTE
FECHADA, OU SEJA, COM OS ANÉIS TRAQUEAIS
COMPLETOS, POR ISSO NÃO PODEMOS UTILIZAR TUBOS
COM BALONETES PORQUE IRÃO DISTENDER A
TRAQUEIA PODENDO ROMPÊ-LA. É MAIS COMUM USAR
CATETER OU SONDA URETRAL PARA MANTER O
PACIENTE ENTUBADO.

Pelo fato das aves manterem os ANÉIS TRAQUEAIS COMPLETOS ,


significa que não podemos usar o cuff que é um
balonete presente na extremidade do traqueotubo.
É importante usar um traqueotubo com um diâmetro
semelhante ao da traqueia para não ter um espaço de
escape grande, porém, esse tubo não pode ocupar
todo esse espaço para que a ave consiga inspirar
e expirar adequadamente.
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O número 2 do traqueotubo é o menor tamanho comercial,
porém para animais muito pequenos será muito grande, então
podemos usar sondas uretrais ou cateteres.
Não precisa introduzir todo o traqueotubo, poucos centímetros
introduzido já será o suficiente para estar dentro do
sistema respiratório
Na base da língua tem a glote e essas aves
não apresentam epiglote, sendo fácil a
entubação nesses animais.
Tem um órgão na traqueia que é a siringe , se lesionar o órgão
com o tubo pode causar uma dificuldade de fala e canto na ave.

É POSSÍVEL MENSURAR A PRESSÃO ARTERIAL, PORÉM A


SISTÓLICA DAS AVES FICAM EM TORNO DE 90 A 150
MMHG, SENDO POSISIONADO O MANGUITO NA REGIÃO
UMERAL. PORÉM, AO COMPARAR ESSE SISTEMA COM O
INVASIVO, ELE SERÁ MENOs EFICAZ E A SUA
ACURÁCIA É MENOR.

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A ave será mantida em um fluxo em torno de


10 ml/kg/h , porém, devemos observar o tempo que
será mantido o animal na anestesia,
anestesias longas reduzimos o volume para 3 a
4 ml/kg/h.

Colocamos o animal ENVOLTO DE UMA FOLHA DE JORNAL OU PAPEL ,


não é para apertá-lo, é somente para reduzir os movimentos dele
para que não se machuque.

Imagem: Internet.
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Pode ser utilizado em algumas situações emergenciais e quando


fazemos procedimentos em traqueia .
Acessa o saco aéreo pelo lado esquerdo do animal,
pega um cateter de grosso calibre ou uma cânula
dependendo do tamanho do paciente, perfura a pele e
procura o espaço entre a última costela e a região pélvica
do animal, entramos com o instrumento para ventilar o
animal. Pode ser fixado com uma sutura e devemos tomar
cuidado com a higienização do local.

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Opioides
São derivados do ópio (papoula), sendo hipnoanalgésicos . Os
opioides são fármacos usados para analgesia e sedação,
existem classes de opioides como agonistas puro que agem no
kappa (κ) e no receptor mi (μ).

AGONISTA PURO
MORFINA , meperidina, tramadol, fentanil, metadona,
etorfina, carfentanil, tiafentanil.
Cuidado com a morfina por conta da potência, podendo
gerar nas aves efeitos de regurgitação e desmaios.
O receptor mi nas aves não tem uma boa
função analgésica, por isso os opioides puros
não tem uma boa eficácia ou pode gerar
efeitos deletérios.

AGONISTA PARCIAL
BUPRENORFINA.
Os agonistas parciais irão agir somente no receptor mi.

AGONISTA-ANTAGONISTA
BUTORFANOL E NALBUFINA.
Os agonistas e antagonistas não agem no receptor mi, mas irão
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agir no receptor kappa.
É o grupo mais interessante para aves.
ANTAGONISTA
NALOXONA E NALTREXONA.

OPIOIDES (DOR AGUDA)


Butorfanol: 1 a 5 mg/kg.
Nalbufina: 10 a 12 mg/kg.
Tramadol: 10 a 30 mg/kg.
É IMPORTANTE PESQUISAR A DOSE PARA O GRUPO DE
ANIMAL QUE ESTARÁ SENDO ANESTESIADO.

EFEITOS
Rápido: 1 a 2 horas (rapinantes).
Maior que 3 horas em psitacídeos .

Anti-inflamatório não esteroidal


DOR CRÔNICA E PÓS OPERATÓRIO
MELOXICAM: 0,5 a 2 mg/kg a cada 12 - 24 horas.
Mais utilizado e o mais seguro.
CARPROFENO: 1 a 4 mg/kg a cada 12 horas.
Risco nefropatia.
CETOPROFENO: 2 a 5 mg/kg a cada 12 horas.
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Risco nefropatia.
FLUNIXIM MEGLUMINE: 2 a 4 mg/kg.
Mais usado em ratitas.

É uma técnica muito utilizada, possuindo diversas técnicas em


diferentes espécies citadas na literatura. Pode ser usado lidocaína
e bupivacaína.
Lidocaína: < 4 mg/kg.
Bupivacaína: < 2 mg/kg.
O tempo de indução após a aplicação da lidocaína é de 7 a 10
minutos.
A aplicação é realizada entre o processo espinhoso da vértebra
mais próxima da articulação umeral, sendo aplicado no meio desse
caminho. Além disso, também pode entrar pela via axilar.

Para um protocolo ideal é necessário verificar a espécie


que está sendo trabalhada, a condição do indivíduo, a
situação e o procedimento que será realizado, além
de analisar os fármacos disponíveis.

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CETAMINA + MIDAZOLAM
Relaxamento muscular.
Estabilidade cardiovascular.
Utilizado para a contenção química para
procedimentos pouco invasivos ou prévio a
anestesia geral (MPA).
Tempo de contenção: 20 a 40 minutos.
Para analgesia deve ser associado os opioides.

CETAMINA + ALFA 2 AGONISTA


CETAMINA ALFA-2 AGONISTA
Anestesia Dissociativa Sedação
Taquicardia Bradiarritmia
Analgesia Somática Analgesia Visceral
Espasmos Musculares Relaxamento Muscular Central
Contenção química para procedimentos pouco mais invasivos e
curtos.
Tempo de contenção: 40 minutos.
A cetamina é um anestésico dissociativo e pode ser associado
com um alfa-2 agonista (xilazina, detomidina e
dexmedetomidina).
A combinação entre esses dois grupos pode
ser utilizada em aves por terem efeitos de
sinergia. Não possui uma analgesia
extremamente potente.
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CETAMINA + ALFA 2 AGONISTA +


BENZODIAZEPÍNICO
Redução de doses.
Recuperação mais rápida.
Redução dos efeitos cardiorrespiratórios.
Como benzodiazepnico temos principalmente o diazepam e
o midazolam, sendo que o midazolam possui melhores e
mais rápido efeitos, sendo o mais usado.
ESSE PROTOCOLO CAUSA REDUÇÃO DE DOSES, SENDO
IMPORTANTE LEMBRAR QUE NO BULÁRIO COM O NOME
DO MEDICAMENTO É COM A SUA UTILIZAÇÃO ISOLADA,
EM ASSOCIAÇÕES A DOSE SERÁ MENOR DO QUE A DO
BULÁRIO.
Se utilizar essas doses isoladas em uma associação, o
efeito será maior e mais potente, podendo ter um
efeito deletério de parada cardíaca e respiratória.
Esse protocolo não gera uma analgesia potente, serve
como uma contenção química ou medicação pré-
anestésica.
ALFA 2 AGONISTA +
BENZODIAZEPÍNICO + OPIOIDE
Totalmente reversível.
Sedação profunda.
Associação de dissociativo usamos uma dose baixa.
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Esse protocolo causa um plano anestésico mais
profundo.
Esse protocolo é totalmente reversível, gera
uma sedação profunda e dependendo do
opioide e da dose pode possibilitar um
procedimento mais invasivo, mas é válido
lembrar que o animal está somente sedado.

O alfa-2 agonista tem como antagonista o atipamezol e


ioimbina .
Como opioide temos o naloxona .
QUANDO ASSOCIAMOS UM FÁRMACO A DOSE
INDIVIDUALIZADA PRESENTE NO BULÁRIO IRÁ
REDUZIR, PODENDO ATÉ MESMO EM ALGUNS CASOS
UTILIZAR SOMENTE 30% DA DOSE.
Essa dose varia muito conforme o paciente, situação do paciente e as
associações que serão utilizadas, quanto mais associação usamos
mais diminuímos as doses.

ANOTAÇÕES

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ANESTESIOLOGIA EM

Répteis

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É importante lembrar que qualquer réptil em situação de estresse


pode tentar atacar.
Pode ser realizado a contenção física , contenção química ,
anestesia e analgesia .
Os quelônios não devem ser contidos
de cabeça para baixo ou com a cabeça
inferior ao corpo por muito tempo.
Corre o risco de causar dificuldades respiratórias e ser
bastante estressante para o paciente.

Contenção Física
É feito a contenção com o ANIMAL CONSCIENTE por meio
de equipamentos e para isso precisamos que tenha um
planejamento.
O risco de acidente é iminente, sendo a contenção física um dos
primeiros passos para o manejo de répteis na maioria dos casos.
Essa contenção pode ser feita de diversas
maneiras, por exemplo, a toalha úmida sobre
os olhos, o uso de luvas de couro, ganchos,
tubos, cordas e fitas podem ser utilizados.

Contenção Química
A contenção química possibilita a eliminação das reações
por meio da utilização de fármacos, sendo importante
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conhecer sobre a farmacologia dos medicamentos.
Para a realização da contenção química é importante conhecer a
fisiologia e biologia para o êxito do procedimento.

Anestesia
Promove a perda de consciência, amnésia e
analgesia por meio da utilização de fármacos.

Analgesia
Com a utilização de fármacos promovemos a PERDA E
DIMINUIÇÃO DA SENSIBILIDADE À DOR .

Equipamentos para a Contenção


Se iremos anestesiar uma serpente ou lagarto, tem como
manejar com o pinção , gancho ou cambão .
É importante saber manejar os equipamentos de
contenção para não gerar um acidente.
Pinção Gancho Cambão

Posicionamos o gancho na cabeça do animal, mas se a pessoa


não tiver um bom controle pode machucar o animal rapidamente.

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laço de Lutz para a contenção de serpentes

Serpente imobilizada com o uso de tubo de contenção

Podemos fazer com que o animal entre em um tubo transparente


para a sua contenção, podendo até ser usado como uma CÂMARA
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DE INDUÇÃO.
Serpente suspensa com o auxílio de um gancho

O risco de conter alguns animais é por conta do envenenamento, a


glândula de veneno é muito intensa em
algumas espécies e podem projetar o veneno.

QUANDO REALIZADO A CONTENÇÃO MANUAL DEVEMOS


EVITAR O RISCO DE ACIDENTES, ENTÃO NUNCA DEIXAR
ALGUMA PARTE DO CORPO ABAIXO DO CRÂNIO POR
CONTA DO RISCO DA PRESA ALCANÇAR O DEDO.

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Contenção de lagartos

Em lagartos não contemos a cauda porque pode ocorrer o


desligamento das fibras musculares, possibilitando que o animal
fuja.
Contenção de jabuti
A contenção de jabuti é segurando o corpo do
animal pela região de carapaça e plastrão, porém
devemos ter cautela com animais grandes cima de
20kg porque a contenção não é facilitada.

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Os répteis possuem diversas características, sendo


a mais marcante é a possibilidade de evenenar e
usar a peçonha que alguns grupos apresentam.
Outros répteis são fortes, agéis e agressivos, como
por exemplo os crocodilos.
São animais de baixo metabolismo quando
comparado a outros grupos.
Temos uma gama grande de animais pertencentes no grupo de
répteis, sendo atualmente descrito 8 mil espécies
de répteis.
As questões anatômicas e fisiológicas são
extremamente importantes. Uma das suas características é que
tanto os répteis quanto as aves não tem epiglote , isso na
teoria facilita a entubação.
A sua traqueia é de fácil visualização e não possuem diafragma.
Apresentam uma capacidade de fazer RESPIRAÇÃO
ANAERÓBIA , ou seja, são animais que quando
sentem o cheiro de anestésico inalatório podem
entrar em apneia, essa apneia pode ser de 30 a 40 minutos.
AS VEZES PODE FAZER UMA MPA PARA O PACIENTE
SEDAR E RELAXAR, DEPOIS O MANTEMOS NA ANESTESIA
INALATÓRIA, DESSA FORMA NÃO TEM A
SENSIBILIDADE RESPIRATÓRIA DE SENTIR O CHEIRO
DO ANESTÉSICO E ENTRAR EM APNEIA.
Possuem o sistema porta renal semelhante ao das aves , porém
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p.59
devemos tomar mais cuidado ao fazer a medicação em membro
pélvico, sendo mais realizado em membro torácico.
São animais ectodérmicos , dessa forma, a
monitoração da temperatura do ambiente é
primordial.
Ao movimentar o membro pélvico e o membro torácico irá ajudar o
organismo a estimular a distensão e contração do pulmão, em
cirurgias mais prolongadas ou que não tem o
estímulo respiratório sozinho, pode ser feito
essa movimentação.
É possível entubar com sondas uretrais e não pode
tampar toda a traqueia do paciente para conseguir
inspirar e expirar sem dificuldade.

Quelônios
O SISTEMA RESPIRATÓRIO do jabuti tem o pulmão
localizado dorsalmente, próximo a carapaça
do animal.
Com isso, se deixar o animal com a carapaça virada para baixo
todas as vísceras irão pressionar o pulmão, então, se
esse animal tiver alguma alteração pulmonar, ao fazer esse
movimento irá potencializar uma depressão respiratória maior.

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Sua respiração está ligada com a contração muscular .


Os ramos musculares trabalham ativamente para que o jabuti
respire.
Ao usar um fármaco essa musculatura tende a
relaxar, esse relaxamento faz com que haja
uma diminuição ou até mesmo que cesse esse
movimento respiratório.
A questão respiratória será mais afetada no réptil
do que nos outros animais, por isso devemos ter
um cuidado maior no trans-anestésico e fazer
movimentos corretos para a ventilação do animal.
Um jabuti tem um VOLUME RESPIRATÓRIO DE 15 A 30 ML/KG , e a
PRESSÃO EM TORNO DE 10CM DE H20 , isso é importante porque ao
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usar a ventilação temos que controlar através desses dados
iniciais.

Lagartos
São animais de diversas espécies, sendo que a sua
anatomia se assemelha a do cão quando comparada.
O seu sistema respiratório é evoluído, possuindo um
volume respiratório grande.
Possui pulmões saculares , sendo que na parede do saco teremos a
região que ocorre a hematose .
Na porção mais caudal do pulmão tem uma diminuição
da celularidade, resultando em uma estrutura
semelhante ao saco aéreo, isso acontece nos lagartos
e nas serpentes.
Essa alteração ocorre para aumentar o aporte de ar no interior da
cavidade celomática, resultando em um maior aproveitamento e
ventilação.

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Serpentes
O seu pulmão direito é o funcional, sendo que o
pulmão esquerdo pode ser hipotrofiado ou nem existir,
esse pulmão vai até um pouco depois do terço médio.
A serpente ao respirar terá a cavidade celomática
praticamente inteira se expandindo.

Sistema Circulatório
Os répteis apresentam 3 câmaras cardíacas , sendo
2 átrios e 1 ventrículo, sendo esse ventrículo muito
especializado.

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Esse sangue vindo do átrio direito e esquerdo irá


adentrar o ventrículo e no fim se misturar.
Em outras espécies, essa mistura de sangue no interior do
ventrículo não seria compatível com a vida, mas esse shunt
cardíaco nos répteis irá variar de acordo com o metabolismo deles,
sendo importante.
POR CONTA DAS SEPTAÇÕES O SANGUE FLUI PARA A
PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO, PODENDO SE
MISTURAR POUCO OU MUITO, DEPENDENDO DO
METABOLISMO DO ANIMAL.

Esse sangue pode vir da grande circulação e se


misturar com a pequena ou vice-versa, isso é
importante porque o animal consegue diminuir
bastante a sua capacidade respiratória, chegando
até em apneia.
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Para que consiga isso, um dos mecanismos para esse suporte ser
efetivo é o shunt cardíaco.

Essa condição fisiológica e natural do animal, na parte de


anestesia pode causar complicações. Se o animal está em uma
SITUAÇÃO DE ESTÍMULO DE MERGULHO ou de
resposta de mergulho, está ocorrendo esse
shunt que diminui a perfusão em direção aos
pulmões, esse sangue do lado direito que iria para
os pulmões irá direto para o lado esquerdo, desviando o caminho.
Com isso, na anestesia inalatória o sangue não irá chegar no
pulmão onde ocorreria a hematose e a transferência do anestésico
para a corrente sanguínea, não havendo isso tem um maior tempo
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p.65
do efeito da anestesia inalatória e maior tempo de recuperação.
Esses animais tem uma condição de ter um aporte
de ATP e contratilidade através de impulso elétrico
por mais tempo do que outras espécies, com isso,
gera um problema de identificar se o réptil veio a óbito.
Não ocorre a circulação, tem a contratilidade que gera
o som após o óbito.
CIRCULAÇÃO PORTA-RENAL
A circulação portal renal é muito discutida em répteis. Essa
circulação são algumas válvulas que fazem com que o sangue
vindo do membro pélvico seja direcionado para os rins .
Ocorre do sangue vindo da cauda com uma proporção maior e
dos membros em uma proporção menor.
Ao levar para o rim pode ser que não haja
uma metabolização correta do fármaco, mas
na prática não é uma rotina intensa.
Outros estudos apontam que o mais importante da
circulação posterior é o risco desse sangue passar pelo
fígado por outra circulação, sem ser a porta-renal.
Indo direto para o fígado irá sofrer a metabolização,
passando por um efeito de primeira passagem, sendo uma
circulação muito rápida antes de passar para grande circulação.
Se for possível, utilizar os membros anteriores ou
terço cranial para a administração de fármacos.
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Ecdise
Ao fazer um procedimento anestésico no animal,
devemos realizar um bom exame clínico e se
atentar as particularidades, como a ecdise .
OS RÉPTEIS FAZEM ESSA TROCA DA PORÇÃO MAIS
EXTERNA DE QUERATINA PARA TER A CAPACIDADE DE
EXPANSÃO DO SEU CORPO.

A ecdise completa indica que existe um grau


de saúde bom.
Animais desidratados ou com hiporexia irá gerar
um processo de acúmulo dessa camada externa, isso mostra que o
animal não está bem para um procedimento anestésico.

Temperatura
Necessitam de um CALOR EXTERNO para conseguir controlar o seu
gradiente de temperatura corporal.
Essa temperatura pode ser ofertada no
ambiente de forma generalizada , porém
é complicado manter a qualidade, mas pode ser
ofertado a temperatura de forma focal com lâmpadas e
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p.67
e aquecedores.
Devemos tomar cuidado ao controlar a temperatura,
essa temperatura deve ser mantida para que o animal
mantenha o metabolismo de uma forma que consiga
melhor aproveitar o fármaco aplicado.
A temperatura que mantemos antes, durante
e depois do procedimento é para manter um
metabolismo ótimo.
Não existe um número único de temperatura, mas a grande
maioria das espécies tem uma temperatura ótima em torno de
26ºC a 30ºC , mas precisa conhecer a espécie trabalhada para
escolher a melhor temperatura.
ANIMAL COM UMA TEMPERATURA MUITO BAIXA, SE
INICIAR O PROCEDIMENTO E A ADMINISTRAÇÃO DOS
FÁRMACOS, PODEMOS NÃO TER UM EFEITO OU
DEMORAR MUITO TEMPO PARA QUE O EFEITO OCORRA,
ISSO ACONTECE DEVIDO AO METABOLISMO BAIXO.

As vias de acesso no réptil não são difíceis,


porém a dificuldade é chegar perto dos locais
de acesso em animais como crocodilos e
lagartos devido a perucolosidade dessas
espécies.

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Quelônios
Nos quelônios temos a possibilidade de aplicar por
via intramuscular (IM) ou subcutânea (SC) ,
sendo que priorizamos fazer no terço cranial.

Fazemos a administração intramuscular entre as placas, nunca


devemos perfurar as placas dos quelônios.
As patas dianteiras são os locais indicados de
injeções intramusculares em quelônios e
lagartos, principalmente as área do antebraço
ou bíceps

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Para a ADMINISTRAÇÃO SUBCUTÂNEA em quelônios
temos as regiões de dobras inguinal e
ventral do pescoço como locais preferenciais, porém,
qualquer dobra de pele disponível é aceitável.

Também podemos usar o acesso subcarapacial que


é uma anastomose de vasos que ocorre na
região.
Pressionamos a cabeça para o interior do corpo, assim surge a
possibilidade de acessar o tecido mole, a agulha é colocada em
direção as vértebras a 45ºC, sendo um acesso de tentativa e erro.

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Também temos a possibilidade de acessar a veia jugular , sendo


um acesso visível e palpável. Porém, um animal hígido não permite
esse acesso, então é necessário sedá-lo para ter acesso a essa
veia.
A veia caudal dorsal na linha média também pode ser
utilizada.
Lagartos
No lagarto temos os músculos
mais proximais do membro
torácico, como BÍCEPS e
TRÍCEPS .
Porém, devemos tomar
cuidado em animais pequenos
devido o risco de lesão, então
animais muito pequenos
preferimos a aplicação
subcutânea .

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Em lagartos temos a possibilidade de fazer


intravenoso na veia jugular, não é uma veia visível,
precisa saber alguns aspectos anatômicos para acessá-la.
Um dos ramos vasculares na face ventral se localiza na linha alba
nos lagartos, conseguimos fazer colheitas, administração e deixar
como acesso. A veia lateral abdominal é possível manter o acesso
no trans-anestésico.

Serpentes
Nas serpentes podemos fazer subcutâneo (SC) ou
intramuscular (IM) , sendo a via IM a mais fácil em
serpentes.
Priorizamos fazer a aplicação no terço cranial.
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Intramuscular

Os MÚSCULOS EPAXIAIS são usados em cobras e estão localizados


no meio do caminho entre a linha média dorsal e a face lateral da
cobra.
Subcutâneo

Duda, qual o mais utilizado?


O acesso mais utilizado e com menor risco de dano é a veia caudal ,
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tanto pela via ventral ou lateral conseguimos acessar esse
ramo vascular.
Nas serpentes, na linha média ventral,
encontramos a veia cava caudal.
Se for macho o pênis passa na região caudal, precisando ter
cautela para não machucar o paciente.
Um outro ramo é o plexo paravertebral , sendo um plexo
localizado próximo as vértebras. É um acesso realizado
por tentativa e erro, é possível obter um bom fluxo de
colheita e administração de fármacos.
Existe na literatura a punção intracardáaca, não sendo um acesso
muito rotineiro e indicado.

Crocodilos
Nos crocodilianos temos dois acessos possíveis, o
primeiro é o SEIO OCCIPITAL localizado após o crânio,
entramos com a agulha a 90ºC, mas devemos tomar
cuidado nesse acesso.
E a VEIA CAUDAL também pode ser utilizada, sendo fácil fazer o
acesso e mantê-lo.

Via Intra-Óssea
A via intra-óssea é um acesso importante, sendo mais utilizado a
ulna, fêmur e úmero . Introduzimos a agulha ou cateter nos ossos
longos, sendo um acesso interessante para emergências.
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O manejo é um dos itens da avaliação


pré-anestésica muito importante.
Um exame clínico bem detalhado para verificar
a presença de alguma anormalidade, sendo realizado o
hemograma e bioquímico sérico.
A radiografia pode ser feita para verificar a condição
pulmonar do paciente ou para outras alterações.
O ultrassom pode ser solicitado em quadros de aumento e para
verificar a cavidade celomática.
É IMPORTANTE AVALIAR A DOR NO RÉPTIL, PORÉM,
MESMO COM A PRESENÇA DE MECANISMOS
APROPRIADOS PARA A SENSIBILIDADE AO ESTÍMULO
DOLOROSO E OS RECEPTORES, A PERCEPÇÃO DA DOR
EM UM RÉPTIL SERÁ DIFERENTE DE OUTROS ANIMAIS,
POR CONTA DISSO NÃO CONSEGUIMOS PADRONIZAR.

Tabela de Reconhecimento da
Dor
SERPENTES: postura incomum, aumento da agressividade e
caquexia.
LAGARTOS: marcha incomum, manter as pálpebras fechadas e
caquexia.
QUELÔNIOS: manter as pálpebras fechadas, marcha incomum e
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caquexia.

Comportamento de Dor em
Répteis
Diminuição ou ausência de comportamentos normais.
Postura curvada.
Diminuição da ingestão de alimentos.
Claudicação.
Diminuição da atividade.
Diminuição ou ausência de comportamentos interativos.
Descoloração ou escurecimento da pele
(camaleões e dragões barbudos).
Esfregar área afetada.
Cabeça estendida ou afastada do corpo.
Olhos maçante/fechados.
Diminuição da tendência à bobina (cobras).
Aerofagia.
Agressividade em animais passivos.
Comportamento passivo em animais agressivos.

Anestésico Ideal
Um anestésico ideal tem que ter uma indução rápida, volume
reduzido, facilidade de aplicação, ampla margem de segurança,
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ausência de toxicidade, estabilidade cardiorrespiratória,
analgesia potente, controle fino do plano anestésico, boa
qualidade de recuperação e possibilidade de
antagonismo.
Não temos todas essas características em um único anestésico, por
isso trabalhamos com a anestesia equilibrada.

Anestesia Equilibrada
Fazemos a associações de fármacos para tentar chegar
nas características do anestésico ideal.
Com a associações visamos a redução das doses,
retorno rápido, relaxamento muscular e analgesia, isso
tudo ocorre por conta do sinergismo dos fármacos.

É realizada para facilitar a manipulação, acesso


venoso, reduzir o estresse de manipulação e os
efeitos adversos devido a administração de altas
doses de fármacos para a indução e manutenção.

Opioides
O seu uso isolado parece não produzir sedação ou anestesia geral
em répteis, porém, apresenta propriedades analgésicas e ao usar
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associado com outros fármacos pode potencializar a anestesia
geral.

Anti-Inflamatórios Não
Esteroidais
Podem ser usados no controle da dor crônica em
répteis. Tem como vantagem a sua longa duração e o
efeito anti-inflamatório.
Pode ser usado o cetoprofeno ou o carprofeno para
analgesia em répteis que sofrem de dor crônica.
A clearance prolongada dos fármacos
parentéricos contraindicam em alguns casos o
seu uso na pré-medicação com sedativos e
tranquilizantes não reversíveis, devendo evitar
os fenotiazínicos.
Enquanto que os alfa-2 agonistas, como a xilazina, se
usado de forma isolada irá promover uma sedação
mínima e uma imobilização questionável do paciente,
porém, se combinada com um anestésico dissociativo,
como a cetamina, irá causar uma imobilização química.

Baixo custo e facilidade do uso, porém tem uma dificuldade em


manter um plano adequado, pode causar overdose e recuperação
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longa.
VIA INTRAMUSCULAR OU INTRAVENOSA: cetamina, tiletamina e
propofol.

Propofol
É um dos fármacos de escolha quando temos um acesso
intravenoso.
Dose: 5 a 10 mg/kg IV.
Essa dose causa indução em 1 a 5 minutos.
Esse anestésico causa uma pequena redução na
frequência e pressão arterial . A depressão
respiratória é dose-dependente.
BAIXAS DOSES APLICADAS LENTAMENTE CAUSAM
MENOS APNEIA QUANDO COMPARADAS COM ALTAS
DOSES ADMINISTRADAS EM BÓLUS RÁPIDOS.

Apresenta um baixo efeito analgésico , devendo ser associado


a um fármaco analgésico.
DURAÇÃO DA ANESTESIA: doses baixas de 5mg/kg possui
uma duração de 20 a 30 minutos, enquanto que doses
altas de 10mg/kg promove longos períodos de recuperação.

Cetamina
É um anestésico dissociativo comumente utilizado no
protocolo anestésico em répteis, seu objetivo é
causar imobilização e induzir a anestesia.
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p.79
A dose efetiva depende da temperatura corporal, sendo que baixas
temperaturas corporais requererem baixas doses do fármaco, porém
causam maiores tempos de indução e de recuperação
Doses recomendadas: para a sedação varia de
12 a 44 mg/kg IM e, para a indução do plano anestésico de
55 a 88 mg/kg. Seu efeito é obtido depois de 30 minutos da
injeção intramuscular.
Contra-indicado em pacientes desidratados ou com
problemas renais e/ou hepáticos.
A maior desvantagem do seu uso tem relação
com os longos períodos de recuperação. Este
tempo depende da dosagem, podendo atingir
os 7 dias em doses muito elevadas.

Tiletamina/Zolazepam
É um anestésico dissociativo de longa ação e potência
relativamente elevada (2 a 3 vezes maior que a da
cetamina), normalmente está associado ao
benzodiazepínico de ação longa, o zolazepam.
DOSES BAIXAS (2-5 MG/KG): podem ser úteis para a
sedação prévia de manipulação ou entubação.
ESSA COMBINAÇÃO NÃO É INDICADA PARA A MAIORIA
DAS ESPÉCIES DEVIDO AO SEU EFEITO PROLONGADO
DE MAIS DE 24 HORAS.

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Protocolos de Sedação
Comumente Usados em Répteis
DOSE VIAS DE
(MG/KG) ADMINISTRAÇÃO

Quelônios
MIDAZOLAM 2 SC sedação leve e efeitos
incosistentes
DEXMEDETOMIDINA 0.1 + 1.0 SC sedação leve a
+ MIDAZOLAM moderada
DEXMEDETOMIDINA sedação moderada a
+ MIDAZOLAM + 0.1 + 1.0 + 2.0 SC profunda
CETAMINA

MEDETOMIDINA + 0.1 + 5.0 IM sedação profunda


CETAMINA

MEDETOMIDINA +
CETAMINA + 0.15 + 2.5 + 1.0 SC sedação profunda
MORFINA

MEDETOMIDINA + sedação moderada a


MIDAZOLAM + 0.2 + 2.0 + 1.0 SC profunda
MORFINA

PROPOFOL 2.0 a 5.0 IV sedação moderada -


anestesia leve

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DOSE VIAS DE
(MG/KG) ADMINISTRAÇÃO

Lagartos
DEXMEDETOMIDINA 0.1 + 1.0 SC sedação moderada
+ MIDAZOLAM

DEXMEDETOMIDINA 0.05 – 0.1 +


+ MIDAZOLAM + 1.0 + 3.0 SC, IM sedação profunda
CETAMINA

PROPOFOL 3.0 a 5.0 IV sedação profunda -


anestesia leve
Cobras
MIDAZOLAM 1.0 a 2.0 SC, IM sedação leve e efeitos
inconsistentes
TELAZOL 2.0 a 5.0 SC, IM sedação leve a
moderada
CETAMINA 5.0 a 10.0 SC, IM sedação leve a
moderada
PROPOFOL 3.0 a 5.0 IV sedação moderada -
anestesia leve

Na anestesia inalatória temos o vaporizador universal e o


vaporizador calibrado dependendo do aparelho de anestesia
inalatória.
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No vaporizador calibrado conseguimos controlar a
concentração de anestésico enviado para o animal.
Os dois sistemas necessitam de uma fonte de oxigênio,
esse oxigênio irá entrar no equipamento, se misturar
com os anestésicos inalatórios e se direcionar para o
animal.
Um sistema comumente utilizado é o sistema Baraka
sendo mandado boa parte do gás para o meio exterior.
Para animais muito pequenos,
menor que 500g, é interessante
usarmos o BARAKA NEONATAL
para diminuir o espaço morto e promover uma maior efetividade.
A anestesia inalatória promove uma indução e recuperação mais
rápida, fácil entubar com tubos sem balonete.
Anestésicos: halotano, isoflurano e sevoflurano.

Protocolos de Anestesia
Comumente Usados em Répteis
DOSE VIAS DE
(MG/KG) ADMINISTRAÇÃO

Quelônios
MEDETOMIDINA + 0.15 + 0.5 + SC anestesia cirúrgica,
MIDAZOLAM + aprofundar com
CETAMINA +
10 + 0.5 anestesia inalatória,
HIDROMORFONA se necessário.
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p.83

MEDETOMINA + 0.2 + 10.0 IM anestesia cirúrgica


CETAMINA
MEDETOMINA + 0.1 + 10.0 + IM anestesia cirúrgica
CETAMINA +
1.5
MORFINA
agente de indução;
use dose mais baixa
PROPOFOL 2.0 a 10.0 IV em tartarugas
grandes
indução 5%,
ISOFLURANO 2 a 5% manutenção 2% a
3%
indução 7% a 8%,
SEVOFLURANO 2.5 a 8% manutenção 2,5% a
4,5%

Lagartos
agente de indução,
PROPOFoL 5.0 a 10.0 IV duração da ação
aproximadamente 20
a 30 min (5 mg/kg)

agente de indução,
ALFAXALONA 9.0 a 10.0 IV manter com
anestésico inalatório
ISOFLURANO 2 a 5% indução 5%,
manutenção 2% a 3%

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indução 7% a 8%,
SEVOFLURANO 2.5 a 8% manutenção 2,5% a
4,5%
Cobras
agente de indução,
ALFAXALONA 6.0 a 15.0 IV manter com
anestésico inalatório
agente de indução,
PROPOFOL 3.0 a 5.0 IV manter com
anestésico inalatório

agente de indução,
TELAZOL 2.0 a 6.0 IM manter com
anestésico inalatório
ISOFLURANO 2.0 a 5.0% indução 5%,
manutenção 2% a 3%
indução 7% a 8%,
SEVOFLURANO 2.5 a 8% manutenção 2,5% a
4,5%
Pode ser usado a indução através de câmaras anestésicas ,
sendo um compartimento fechado que deixamos o
animal, após isso, liberamos o gás para o interior
da câmara.
Alguns animais como os quelônios e lagartos tendem a fazer
apneia, com isso demora para que o efeito seja atingido.
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p.85

Pode ser feito a contenção física e colocar a máscara direto, se o


animal manter a ventilação normal terá o efeito, mas se diminuir a
respiração de forma autônoma e entrar em apneia, irá demorar
mais.

Os principais anestésicos inalatórios utilizados


são o isoflurano e o sevoflurano.

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p.86

Após isso, podemos entubar os pacientes, essa


entubação é realizada de forma fácil pela glote ser
mais rostral e por não apresentar epiglote.

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Os crocodilos tem a VÁLVULA PALATAL que se assemelha a


epiglote.

AS SERPENTES E LAGARTOS AO ABRIRMOS A BOCA É


POSSÍVEL OBSERVAR NA BASE DA LÍNGUA A GLOTE,
SENDO MAIS FÁCIL ENTUBAR ESSES PACIENTES.

As serpentes e os lagartos apresentam os anéis


traqueais incompletos, por isso podemos
utilizar em grandes animais o cuff, porém o
quelônio tem os anéis traqueais fechados, não
sendo usado o cuff nos quelônios.
Ao abrir a cavidade oral não conseguimos observar a glote
nos quelônios, porém podemos abaixar a língua para
visualizar melhor a glote e realizar a entubação.

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Duda, e a ventilação?
A ventilação atua garantindo a inspiração e expiração.
Quando utilizamos o fármaco nesses animais tem uma tendência de
diminuir a respiração podendo chegar a apneia, nesse caso
precisamos corrigir e ventilar.
Na entubação acompanhamos a frequência cardíaca
e a frequência respiratória, havendo a necessidade
iremos ventilar. Porém, a frequência respiratória
irá variar de acordo com a espécie.

Na literatura observamos números de 1 a 4


ventilações por minuto, porém trabalhos mais
específicos por espécie mostra que
dependendo da espécie pode chegar a uma
respiração a cada dois minutos, ou seja, esse
padrão ira alterar de espécie para espécie.

Anestesia Local
A analgesia é interessante antes do estímulo doloroso ,
fazemos protocolos analgésicos prévio a cirurgia.
Além disso, a analgesia tem que ser multimodal ,
então trabalhamos com fármacos e classes diferentes
que ao se somar irá se potencializar e, com isso,
utilizaremos doses mais baixas.
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p.89
Os anestésicos locais mais comuns são a LIDOCAÍNA e
BUPIVACAÍNA , tendo poucos relatos de utilização e de efeitos
tóxicos.
Lidocaína: dose de 2 a 5 mg/kg, sendo a dose máxima de 10 mg/kg.
Bupivacaína: dose de 1 a 2 mg/kg, sendo a dose máxima de 4
mg/kg.
Podemos usar os anestésicos locais como por exemplo
para prolapso de pênis, sendo feito o bloqueio intratecal
e usado somente o anestésico local.

BLOQUEIO INTRATECAL

O bloqueio intratecal é feito na região da


cauda. A cauda estará retilínea e uma boa
antissepsia deve ser realizada, o animal
estará sedado, podendo ser utilizado uma
cetamina + midazolam ou o o propofol por conta da recuperação
rápida (3 a 5 mg/kg na via subcarapacial).
Entraremos com o anestésico no terço médio e na linha
média.
Podemos fazer o cálculo do comprimento curvilíneo da carapaça, a
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p.90
cada 5 cm usamos 0,1 ml de lidocaína.
ACESSA O ESPAÇO ENTRE AS VÉRTEBRAS CAUDAIS, AO
SENTIR A TEXTURA DE PLÁSTICO ROMPIDO, FAZEMOS
O MOVIMENTO DE INJETAR O ANESTÉSICO.

Duda, também pode ser realizado nos quadros de papilomatose?


Sim! É possível fazer o bloqueio local na base dos tumores para a
incisão, fazemos com o paciente sedado.
Além disso, o anestésico local pode ser feito
para bloqueio do plexo braquial idem. E pode
ser útil em outras situações, como
esofagotomia para a introdução de sonda.

Opioides
São derivados do ópio (papoula), sendo hipnoanalgésicos.
Sendo os seus principais efeitos a analgesia e sedação .
Dentre os opioides temos os opioides específicos relacionados aos
receptores e onde atua, sendo os principais receptores o mi e o
kappa.
AGONISTA PURO
Os opioides puros fazem a INTEGRAÇÃO NO MI E NO KAPPA .
O receptor mi tem um efeito mais exacerbado relacionado ao
efeito analgésico, então causará uma analgesia mais evidente e
mais forte.
Morfina .
Tramadol.
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Fentanil.
Meperidina.
Metadona.

AGONISTA PARCIAL
Buprenorfina não tem no Brasil.

AGONISTA-ANTAGONISTA
É agonista de kappa e antagonista de mi, sendo a sua potência
analgésica menor com uma potência sedativa.
Butorfanol.
Nalbufina.

ANTAGONISTA
Naloxona.
Corta o efeito dos opioides por tomar o local do seu receptor.

Anti-Inflamatórios Não
Esteroidais
Esses fármacos auxiliam no procedimento analgésico.
No mamífero normalmente usamos um anti-inflamatório
que seja mais seletivo para COX-2, enquanto que nos
répteis existem estudos que em um processo de injúria
tecidual a COX-1 e a COX-2 irão atuar, então costumamos usar
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p.92
mais anti-inflamatórios não específicos, são aqueles que atuam em
COX-1 e COX-2, sendo o mais comum o carprofeno e
cetoprofeno .
Analgesia em Répteis
OPIOIDES DOSE VIAS DE INTERVALO
(MG/KG) ADMINISTRAÇÃO

BUPRENORFINA 0,075 - 0,1 SC, IM a cada 24 horas


0,02 - 0,1
BUTORFANOL 1,0 - 20,0 SC, IM
0,4 - 8,0
FENTANIL 12,5 mcg/h transcutânea um patch por 24-72
2,5 mcg/h horas
HIDROMORFONA 0,5 - 1,0 SC, IM a cada 24 horas
MEPERIDINA 1,0 - 5,0 SC, IM a cada 24 horas
10,0 - 50,0
METADONA 3,0 - 5,0 SC, IM a cada 24 horas
MORFINA 1,0 - 40,0 SC, IM a cada 24 horas
TRAMADOL 5,0 a 10,0 via oral a cada 48 a 72 horas

ANTI-INFLAMATÓRIO DOSE VIAS DE INTERVALO


NÃO ESTEROIDAL (MG/KG) ADMINISTRAÇÃO

CARPROFENO 0,1 SC, IM


1,0 - 4,0
CETOPROFENO 2,0 SC, IM >31 horas
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p.93

MELOXICAM 0,2 - 0,3 IV, SC, IM, VO


Duda, e a contenção por hipotermia?
Antigamente os répteis eram anestesiados por
hipotermia, hoje em dia isso é muito falho, pois um
animal que chega a uma hipotermia estará prejudicando
suas estruturas nervosas mais sensíveis.
Não é indicado a contenção por hipotermia.

Deve ser feito o jejum, mas o seu período depende da situação.


Casos emergenciais não conseguimos seguir esse processo de jejum,
mas situações eletivas precisamos conhecer o animal para definir o
jejum.

Serpentes
Alguns locais fazem a alimentação semanal, outros a
cada quinze dias e, alguns fazem essa alimentação
mensal, sendo variado.
Quando realizamos um procedimento em serpentes, é interessante
que ela tenha se alimentado 5 a 7 dias antes, sendo uma semana
de jejum o mínimo de tempo ideal.
Além disso, também podemos esperar o animal defecar para saber
se teve a passagem do alimento.

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p.94
Jabuti e Lagartos
Em torno de 24 A 48 HORAS de jejum.

Crocodilos
Em torno de 1 a 2 semanas de jejum.

O eletrocardiograma é uma monitoração


possível, a curva irá se assemelhar com a curva de
um mamífero. Conseguimos acompanhar os padrões,
sendo posicionado prévio e posterior ao coração.
O DOPPLER é usado para fazer o acompanhamento,
posicionamos o sensor na região cardíaca ou de um
grande vaso.
Pode ser feito a capnografia e a capnometria
para verificar a ventilação, pode ser utilizado e dará
números se está subindo ou diminuindo a quantidade
de CO2, nos mostrando a condição respiratória que o
animal se encontra.
A leitura no oxímetro não é fidedigna.
Conseguimos acompanhar a pressão arterial, mas na maioria das
vezes usamos a pressão arterial não invasiva, porém, o seu valor
não será fidedigno.
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p.95

Na recuperação desligamos o oxigênio e mantemos o


animal ventilando no ar atmosférico. A extubação
que é a remoção do tubo é simples para animal não
peçonhento, quando é peçonhento e está começando a
se movimentar, fazemos através de uma caixa.

Decidimos os protocolos com base em algumas perguntas, sendo


elas:
Qual espécie?
Qual indivíduo?
Qual a situação?
Qual o procedimento?
Quais fármacos disponíveis?

Sugestão de Protocolos
Cetamina + Alfa 2 agonista (dexmedetomidina).
Cetamina + Alfa 2 agonista + Benzodiazepínico (midazolam).
Alfa 2 agonista + Opioide.
Butorfanol como opioide tem um pouco de controvérsia, usamos
mais os opioides como morfina e tramadol.
Alfa 2 agonista + Opioide + Benzodiazepínico.
Totalmente reversível, causa uma sedação profunda e ao associar
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p.96
com dissociativos diminui as doses.

ANOTAÇÕES

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@apostilavet

ANESTESIOLOGIA EM
Roedores e
Lagomorfos

p.97
Licenciado para Vitória Paiva de Souza, CPF: 469.986.818-52
p.98

Reino: Animalia.
Filo: Chordata.
Subfilo: Vertebrada.
Classe: Mammalia.
Ordem: Rodentia. Ordem: Lagomorpha.
São animais vertebrados e mamíferos, sendo que iremos
abordar duas ordens.
O RODENTIA são a ordem dos roedores e a ordem
LAGOMORPHA são a dos lagomorfos, sendo abordado
nessa parte somente a espécie do coelho.

Roedores
Camundongo (Mus musculus)
Rato (Rattus norvegicus)
Porquinho-da-índia (Cavia porcellus)
Hamster (Mesocricetus auratus)
Chinchila (Chinchilla laniger)

Lagomorfos
Coelho (Oryctolagus cuniculus)

Roedor X Lagomorfos
A diferença entre um roedor e lagomorfo macroscopicamente está
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relacionada a quantidade de incisivos, sendo que
os roedores possui dois dentes incisivos, enquanto
que nos lagomorfos temos quatro dentes incisivos,
sendo dois superiores e dois inferiores.
Além disso, temos dentições, conformações e musculaturas que
diferem entre esses dois grupos, essas musculaturas que recobrem
tem correlação com a potência da mordida.

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Roedores
FAMÍLIA MURIDAE
Camundongo - Mus musculus.

PESO MÉDIO: 20 a 40g.


LONGEVIDADE: 1,5 - 3 anos.
Essa família são dos camundongos, sendo animais
muito pequenos com uma longevidade curta, são
bastante utilizados na pesquisa cientifica.
Rato - Rattus norvegicus

PESO MÉDIO: 400 a 800g.


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LONGEVIDADE: 2,5 a 3,5 anos.

FAMÍLIA CAVIIDAE
Porquino-da-índia - Cavia porcellus

PESO MÉDIO: fêmea de 600 a 900g e macho de 700


a 1200 g.
LONGEVIDADE: 4 a 5 anos.

FAMÍLIA CRICETIDAE
Hamster - Mesocricetus auratus

PESO MÉDIO: fêmea de 95 a 150 gramas e macho de 95


a 150g.
LONGEVIDADE: 1,5 - 2 anos.

FAMÍLIA CHINCHILIDAE
Chinchila - Chinchilla laniger

PESO MÉDIO: fêmea de 400 a 700g e macho


de 400 a 500g.
LONGEVIDADE: 10 a 20 anos.

Lagomorfos
FAMÍLIA LEPORIDAE
Coelho - Oryctolagus cuniculus

PESO MÉDIO: 3 kg.


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LONGEVIDADE: 6 a 8 anos.

Idade dos Ratos em Anos no


Humano
IDADE DOS RATOS EM MESES IDADE DO HUMANO EM ANOS
6 MESES 18 ANOS
12 MESES 30 ANOS
18 MESES 45 ANOS
24 MESES 60 ANOS
30 MESES 75 ANOS
36 MESES 90 ANOS
42 MESES 105 ANOS
45 MESES 113 ANOS
48 MESES 120 ANOS

É MUITO IMPORTANTE OBSERVAR A IDADE DO ANIMAL,


DEVE SER LEVADO EM CONSIDERAÇÃO PORQUE A
ANESTESIA EM UM ANIMAL NOVO É DIFERENTE DA
ANESTESIA DE UM ANIMAL IDOSO.

As condições fisiológicas são diferentes em um animal


jovem e idoso, sendo importante fazer uma adequação do
protocolo de contenção física e da anestesia nos animais
idosos.

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Nutrição e dietas.
Adaptação ao ambiente.
Taxas metabólicas.

Metabolismo
Quanto menor o animal, maior será a
taxa metabólica.
São animais muito pequenos e isso faz com que
sua taxa metabólica seja bastante elevada.
Esses animais apresentarão uma função sistêmica acelerada ,
sendo que quando fazemos a anestesia iremos intervir
nessa função sistêmica, isso pode ser um problema
porque podemos não ter o efeito do fármaco ou ter
de forma acelerada, podemos ter recuperações
rápidas ou lentas, tudo isso irá depender da dose administrada.
Além disso, devemos tomar maiores cuidados na anestesia .

Os efeitos adversos podem acontecer, além de


quadros emergenciais também.

O seu metabolismo elevado irá refletir nas doses, AS DOSES DOS


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ROEDORES SÃO MAIS ELEVADAS , por exemplo, a cetamina pode
chegar na dose de 75 a 100 mg/kg dependendo do animal e do
protocolo utilizado.
AS DOSES BAIXAS NOS ROEDORES NÃO CAUSAM O
EFEITO PRETENDIDO, COM ISSO, FICAR
SUPLEMENTADO IRÁ POTENCIALIZAR OUTROS RISCOS,
A LONGO PRAZO TRARÁ CONSEQUÊNCIAS AO PACIENTE.

A analgesia nesses animais tem que ser realizada com


cautela, em alguns casos o protocolo anestésico tem uma
frequência de efeito de 2 a 3 horas, tendo que ficar
fazendo direto o tratamento para que o animal não sinta
dor.

Animais Noturnos
Alguns desses animais são noturnos, como os roedores.
Ratos, camundongos, hamster, chinchila.
Noturnos.
Comportamento diurno ("inativo").
Esses animais podem sofrer adaptações
dependendo da criação, mas a biologia dessas
espécies é de ser um animal noturno, então terá
um comportamento diurno inativo ou de baixa
intensidade, sendo que a sua atividade quando
comparada com as horas de escuro será mais baixa no período
diurno.
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Coelhos
amanhecer ao anoitecer (crepuscular).

Durante a fase clara o consumo de alimentos e


água existem, mas ao se comparar com a fase
escura terá um pico de atividade e ingestão
de alimento.
Essas características trazem informações relacionadas a decisão do
procedimento fazem com e o acompanhamento no pós-cirúrgico.
Esses animais a noite devem ter uma alta atividade e ingestão de
alimentos, mas devido ao pós cirúrgico e a dor,
essa atividade estará diminuída, isso pode
acarretar até mesmo no óbito do animal.
UM ROEDOR NO PÓS CIRÚRGICO DEVE SER OBSERVADO
DE FORMA INTENSA, PRINCIPALMENTE NA FASE
ESCURA DO DIA.

Se o animal não estiver se alimentando na fase escura , devemos intervir


e essa decisão não pode demorar muito.
Animal hipoglicêmico no trans-operatório irá continuar
hipoglicêmico no pós-operatório se não tiver sido estabilizado,
esse animal pode estar com dor e isso causa uma
diminuição da ingestão, essa hipoglicemia
prolongada pode culminar no óbito do paciente.

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Consumo
CICLO CIRCADIANO
O ciclo circadiano é o ciclo de um dia.
Da mesma forma da ingestão de alimentos, o consumo
de água será similar e deve ser observado. A
observação do consumo de água é realizando a
medição, dessa forma, conseguimos saber se está
ocorrendo uma mudança no consumo de água

Esses animais em uma resposta de dor terá


uma diminuição de 50% do seu consumo.

Em algumas situações fazemos a medicação na água


desses animais, então para conseguir fazer um bom
cálculo de diluição precisa ter uma média de consumo,
tanto do animal sadio quanto do animal debilitado
que ingere 50% do consumo de água e alimento.
RATO ADULTO CAMUNDONGO ADULTO
ÁGUA 10-20 ml/dia 3-7 ml/dia
RAÇÃO 10-20 g/dia 4-5 g/dia
Nos HAMSTERS o consumo de água (ml/100g de peso vivo/dia) é
de 20 e o consumo de alimentos (g/100g de peso vivo/dia) é de 15.
No PORQUINO-DA-ÍNDIA o consumo de água (ml/100g de peso
vivo/dia) é de 10 e o consumo de alimentos (g/100g de peso
vivo/dia) é de 6.
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No CHINCHILA o consumo de água (ml/100g de peso vivo/dia) é
de 8 e o consumo de alimentos (g/100g de peso vivo/dia) é de 3 a
6.

Glândula de Harder
(Harderiana)
Os roedores apresentam essa glândula de Harder que está alojada
na parte posterior do globo ocular.

Essa glândula tem uma função de secretar substâncias que atuam


como marcador e estímulo. Os animais normalmente utilizam essa
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secreção que passa pelo corpo e locais que estão, sendo uma
função biológica.

Existe um distúrbio da limpeza ou de controle do esvaziamento da


glândula. Essa glândula esvazia em direção ao globo ocular,
normalmente a secreção irá ficar alojada na região periocular,
então, o animal ao passar as patas e passar pelos locais, irá deixar
essa secreção marcando o ambiente.
Se o animal começa a ter um acúmulo intenso dessa secreção no
olho que é chamada de cromodacriorreia , sendo um acúmulo
intenso de porfirina . A porfirina é uma secreção avermelhada
oriunda da glândula de Harder.
Esse acúmulo nos mostra que o animal pode estar doente e
não esta fazendo a limpeza ou, até mesmo, que ele está
estressado, sendo situações que interferem na anestesia.
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Gordura Marrom
A gordura marrom se localiza em alguns pontos específicos e
depende da espécie. Enquanto a gordura amarela propicia uma
energia para o animal, a GORDURA MARROM tem uma função
prioritária na formação de calor.
ESSA GORDURA GERA CALOR PARA ESSES ANIMAIS,
COMO ELES POSSUEM UM METABOLISMO ALTO, TAMBÉM
TERÁ UMA TEMPERATURA MAIS ELEVADA. ENTRETANTO,
ANIMAL DOENTE PODE TER ESSA FUNÇÃO ALTERADA.
Quando usamos os fármacos, fazemos a tranquilização e
anestesia, estaremos diminuindo o metabolismo da
produção de calor da gordura marrom. Como esses
animais tem uma rápida perda de calor, irão chegar a
uma hipotermia rápida, sendo importante ter cuidado e
controle no procedimento.

Óstio Palatal
Os roedores e coelhos tem uma entubação mais difícil , pois
anatomicamente eles apresentam uma fusão
entre a base da língua e o palato mole, isso
forma uma estrutura única chamada de
óstio palatal .
Esse óstio atua reduzindo o diâmetro da região
mais próxima a laringe.
Teremos um espaço reduzido para a entubação do animal, é
possível fazer a entubação, porém tem um risco de gerar trauma e
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edema na região.

Armazenamento do Alimento
O hamster tem bolsas específicas para guardar
os alimentos, porém, outros animais também podem
manter os alimentos dentro da cavidade oral.
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Qualquer roedor temos que fazer a inspeção e


limpeza da cavidade oral para o procedimento
anestésico.

PORQUINHO- RATO HAMSTER CHINCHILA


DA-ÍNDIA

FC 180 bpm 250 bpm 350 bpm 130 bpm


FR 100 mpm 75 mpm 80 mpm 60 mpm
TEMPERATURA 38,5ºC 37,5ºC 37ºC 38ºC
Legenda: FC - frequência cardíaca; FR - frequência respiratória.

As tabelas podem sofrer variações de acordo com os diferentes


trabalhos acadêmicos.
CAMUNDONGO RATO COELHO
PESO ADULTO (G) 25 - 40 200 - 400 2000 - 4000
TEMPERATURA 36,5 - 38ºC 36 - 37,5ºC 38 - 39,5ºC
FR 80 - 200 mpm 70 - 115 mpm 30 - 60 mpm
FC 350 - 750 bpm 250 - 450 bpm 135 - 325 bpm
PRESSÃO ARTERIAL 80 - 1O0 mmHg 90 - 110 mmHg 60 - 90 mmHg
Temos uma limitação em fazer alguns acompanhamentos
de parâmetros, por mais que temos alguns monitores
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específicos para roedores, esses monitores chegam no máximo a
500 bpm.
ANIMAL ANESTESIADO TEM UMA DIMINUIÇÃO DE
TODOS OS PARÂMETROS DEVIDO A ANESTESIA E,
QUANDO TEM UMA DOENÇA DE BASE TAMBÉM IRÁ
AUXILIAR NA REDUÇÃO DOS PARÂMETROS.

São animais de alto metabolismo, mas a sua pressão


arterial sistólica não será tão alta por conta do porte
do animal, mas, deve ser controlada.
É importante fazer a monitoração, controlar temperatura,
respiração e batimentos cardíacos, eventualmente pode ser
necessário a administração de fluidoterapia.

A área corporal é proporcionalmente elevada


quando comparada ao seu tamanho, isso faz com que
ocorra uma EVAPORAÇÃO INTENSA DE FLUIDOS ,
principalmente no trans-cirúrgico.
Esses animais em estado de desidratação elevada, terá um déficit
circulatório que irá prejudicar o coração.
É importante fazer a reposição hídrica adequada
nesses animais.
Se não identificar nenhum grau de desidratação,
consideramos 5% porque se tiver mudanças no ambiente
ou na rotina, irá diminuir a sua ingestão hídrica.
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% DESIDRATAÇÃO SINAIS DETECTÁVEIS


< 5% não detectável
5% perda sutil de elasticidade da pele
atraso definitivo no retorno da pele à posição
6 - 8%
normal
10 - 12% a pele tensa permanece no lugar, os olhos fundos
12 - 15% sinais de colapso e depressão severa, risco de morte

O jejum no roedor e no lagomorfo não é


necessário fisiologicamente , pois o intuito do
jejum na maioria dos casos é de evitar o refluxo e
diminuir o risco de aspiração do conteúdo, entretanto,
nesses animais não é comum ocorrer esses quadros.
DEVIDO AO SEU ALTO METABOLISMO, TEM UM RISCO
DE HIPOGLICEMIA SE FEITO UM JEJUM LONGO. COM
ISSO, MAIS DE 3 HORAS SEM INGERIR ÁGUA E
ALIMENTO, TEM O RISCO DE HIPOGLICEMIA E
DESIDRATAÇÃO.
O jejum é feito se for realizar um procedimento no
trato gastrointestinal, pois queremos esvaziar o
conteúdo desse trato.
O jejum não será longo , um jejum prolongado será
de até 4 a 5 horas e em um coelho de até 6 horas.
Quando estamos preparando o paciente e até o início do
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procedimento cirúrgico, esse paciente irá passar por um breve
jejum. Então, contabilizamos um jejum funcional de 1 a 2 horas,
sendo que para esses animais muito pequenos essas horas podem
impactar e deve ser acompanhado a glicemia .
Se chegar a um quadro de hipoglicemia ,
corremos o risco de um maior tempo de
recuperação anestésica . Então, um animal
hipoglicêmico demora para recuperar e pode causar
uma falha sistêmica maior, podendo chegar até
mesmo ao óbito.
ATENÇÃO: os alfa 2 adrenérgicos e isoflurano são
fármacos que podem levar a uma hiperglicemia
durante o período trans-anestésico.
A média normal de glicemia nos ratos é de 100 a 110.
No início do procedimento se o paciente estiver hipoglicêmico
e administrar esses fármacos, quando medir a glicemia no trans-
cirúrgico irá verificar que o animal se encontra com uma taxa
normoglicêmica .
Por conta do fármaco utilizado houve uma hiperglicemia e
chegou nos níveis de glicose próximos ao normal, porém, no
pós-cirúrgico irá voltar a uma taxa hipoglicêmica e por
achar que está com uma taxa normal no trans-
cirúrgico, o paciente não estará com um cuidado
intensivo.

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O alfa 2 e o isoflurano apresentam um efeito


hiperglicemiante, pois irão interferir no
metabolismo da insulina, ou seja, irá reduzir a
concentração de insulina sistêmica e a glicose
invés de entrar na célula, irá ficar circulante
na corrente sanguínea.

Tem um risco grande de hipotermia, pois também perde calor


pela massa corporal diminuída com a área superficial
elevada .
Duda, quais são os riscos?
Recuperação anestésica prolongada.
Distúrbios cardíacos, causada pela arritmia
por conta da hipotermia ou, até mesmo, por
uma desidratação severa.
Cuidado com o colchão térmico porque pode causar queimaduras
nos pacientes.

A contenção é sempre feita com o animal apoiado,


podemos segurar a cauda e depois em direção ao
dorso do animal para segurá-lo.

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Animais maiores conseguimos fixar mais a mão, existem algumas


posições possíveis de contenção.

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Enquanto que o PORQUINHO-DA-ÍNDIA na maioria das vezes são
tranquilos e aceitam o manejo.

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A contenção física dos chinchilas normalmente é feita imobilizando


os membros anteriores e posteriores, além disso, também pode
esconder a cabeça do animal para tranquilizá-lo.

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Se o paciente for mais agressivo ou se mexer muito, o mais
importante é fazer a contenção e imobilização total, segurando a
região do crânio e dos membros posteriores.

Existem algumas posições de contenção física em coelhos .


Porém, tem que segurá-los com cuidado e com firmeza porque se
estiverem assustados ou tentarem fugir, irão usar uma energia
grande principalmente nos membros posteriores para tentar.

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Subcutâneo
Quanto menor o animal, mais utilizado essa via será.
Utilizado na REGIÃO DORSA , CERVICAL e de
FLANCO .
Para protocolo anestésico e de contenção química utilizaremos
essa via com mais frequência em animais menores, como hamster,
camundongos e ratos. Esses animais facilmente terão uma prega
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de pele disponível.

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Intramuscular
É possível de ser realizada até mesmo em animais
pequenos, porém, se for pacientes muito pequenos
como hamster e camundongo não utilizaremos a via
intramuscular.
A partir de um rato essa via é possível, mas ainda
assim, preferenciamos a via subcutânea em ratos.
A VIA INTRAMUSCULAR É A MAIS RÁPIDA, PORÉM
COMO SÃO ANIMAIS COM UM RÁPUDO METABOLISMO,
ATÉ MESMO AS APLICAÇÕES POR VIA SUBCUTÂNEA
IRÃO POSSUIR UM RÁPIDO EFEITO DO FÁRMACO.

Aplicamos o anestésico em membro posterior pela


face caudal . Porém, é importante lembrar que
não é qualquer volume que conseguimos utilizar
essa via para administração.

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Em coelhos, também podemos fazer na musculatura epaxial
que corre paralela a coluna.

Intravenosa
Conseguimos fazer em animais menores, mas
priorizamos essa via em animais maiores.
Os ratos apresentam uma cauda proeminente que é um
ótimo acesso venoso, sendo utilizado as VEIAS LATERAIS
CAUDAIS .
As veias são fáceis de serem encontradas em
animais normotérmicos e hipertérmicos.
Animais hipotérmicos essas veias diminuem
de calibre, pois a sua termorregulação ocorre
principalmente em regiões mais distais e, a cauda no rato
participa da termorregulação.
O mais comum na rotina é a safena lateral que
passa na região de joelho do animal,
conseguimos observá-la, é um vaso
pequeno, mas é possível de acessar.

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No membro torácico podemos usar a veia braquial para acesso,


porém tem um diâmetro menor e os animais são mais sensíveis no
membro torácico, então não recorremos tanto a ela em roedores
pequenos.
Em um coelho fazemos na veia safena lateral,
lembrando que esses animais são sensíveis a
tricotomia e pode gerar uma dermatite.
Nos coelhos também podemos fazer o acesso pela orelha . Na
orelha encontramos 3 grandes vasos, um central e
dois nos bordos, sendo o vaso medial o mais
calibroso.
Porém, esse vaso de maior diâmetro é a artéria
central da orelha, então não mantemos o animal no acesso
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e na infusão por esse vaso central, no máximo ele será utilizado
com muito cuidado para a coleta de sangue.
FAZEMOS O ACESSO PELAS VEIAS MARGINAIS
AURICULARES, TANTO A MEDIAL QUANTO A LATERAL,
SENDO MAIS COMUM FAZERMOS NA VEIA MEDIAL.

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A veia jugular para manutenção não será a via de acesso
primária, fazemos esse acesso para colheita e administração em
emergências.
Existem outras técnicas na literatura, sendo interessantes para
conhecimento, porém, não é muito utilizado na rotina.
Na face mais ventral do pênis tem a VEIA PENIANA , sendo um
local de coleta ou administração de fármacos, porém, não é muito
utilizada.
É uma técnica muito agressiva pela região ser mais sensível, ao
utilizar essa via podemos gerar um hematoma e incômodo posterior
ao procedimento.

Intraperitoneal
Via mais indicada para hamsters e camundongos.
É uma via muito interessante e é utilizada em pesquisas cientificas,
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sendo uma via relatada para procedimentos anestésicos, porém
deve tomar cuidado por ser a que traz mais riscos.
Existe um risco de lesionar uma alça intestinal,
vesícula urinária, grande vaso e afins, tendo o
máximo de cautela ao utilizar essa via.
É importante seguir a técnica correta para minimizar os riscos.
Duda, como é a técnica?
Utilizamos o lado direito do ventre do animal em um quadrante de
médio para caudal, nunca adentramos toda a agulha, quando
adentrar com a agulha devemos fazer uma aspiração para
verificar se não atingiu nenhuma alça, vesícula urinária ou grande
vaso, depois de se certificar que não atingiu nenhuma estrutura
que aplicamos o fármaco.

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Intraóssea
É uma via de emergência, sendo que essa via é feita em
pacientes hipotensos , hipotérmicos ou em choque , sendo
importante analisar se o paciente apresenta esses sinais para
optarmos por esse acesso.
Existem alguns locais possíveis de ser feito, como o membro pélvico.
Sendo uma das possibilidades no membro pélvico é fazer na tíbia ,
sendo um osso palpável.
Procuramos a crista da que é mais ventral, fugimos da articulação
e entramos mais direcionado a crista para acessar a medula óssea.
O tamanho da agulha irá depender do tamanho do
paciente, nunca devemos entrar pela articulação.
Podemos fazer na crista da tíbia , depois é feito a fixação do
acesso sendo possível de ser mantido até 3 dias com a correta
manutenção e limpeza interna ou externa. Pode usar uma solução
heparinizada para evitar a formação de coágulos no interior do
cateter.
A velocidade de infusão nesse acesso é diferente, a
via intravenosa quando administra os fármacos o
vaso será dilatado, enquanto que na via intraóssea
não dilata, sendo usado um volume pequeno e uma
taxa de fluidoterapia diluída no tempo.
Pode ser feito também o acesso da via intraóssea
pelo FÊMUR , essa via femural é interessante para
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animais maiores, sendo procurado a fossa trocantérica.
USAMOS A AGULHA HIPODÉRMICA E PODE SER FEITO
COM UM GUIA PARA NÃO OBSTRUIR A AGULHA COM
NENHUM FRAGMENTO ÓSSEO.

Não é recomendado esse acesso em situações de


infecção generalizada, pois o risco do acesso causar
uma osteomielite é alta.

Volumes Máximos
ESPÉCIES SUBCUTÂNEO INTRAMUSCULAR INTRAPERITONEAL INTRAVENOSO

CAMUNDONGO 2 - 3 ml 0,05 ml 2 - 3 ml 0,2 ml


RATO 5 - 10 ml 0,3 ml 5 - 10 ml 0,5 ml
HAMSTER 3 - 4 ml 0,1 ml 3 - 4 ml 0,3 ml
COELHO 30 - 50 ml 0,5 - 1,0 ml 50 - 100 ml 1 - 5 ml
Os volumes são extremamente baixos, sendo que essa tabela indica
que são volumes reduzidos.

Sempre que fizer um procedimento em algum


roedor ou lagomorfo, precisaremos nos
atentar a temperatura corporal do paciente.
Um animal anestesiado e deixado na mesa cirúrgica
sob algum pano, ou seja, sem que a sua superfície corpórea esteja
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diretamente em contato com a superfície da mesa, se
não estiver sendo realizado nenhum mecanismo de controle
de temperatura , o paciente terá uma queda da
sua temperatura corporal ao longo do
procedimento.
E, se utilizado uma manta com a face metálica será com o intuito de
reter o próprio calor do animal para controlar a temperatura,
porém, estudos verificaram que essa manta reflexiva apresenta
resultados semelhantes aos dos animais que não
estavam com nenhum mecanismo de controle de
temperatura .
Essa manta reflexiva com o seu uso isolado
para o controle de temperatura não será
eficaz para manter a temperatura do animal.
Paciente colocado sob um colchão com água corrente quente , esse
colchão irá manter uma temperatura constante.
Esse colchão de água quente na sua potência
média irá manter uma uniformidade da
temperatura do início ao fim do
procedimento .
Mas quando acabar o procedimento, não pode tirar o animal de
forma brusca desse colchão porque sua temperatura irá cair de
forma rápida.
Enquanto que o colchão de água quente na potência máxima teve
um aumento de temperatura ao longo do procedimento.
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As bolsas de gel geram uma temperatura mais elevada, tendo que
tomar cuidado em organismos sensíveis. É válido
lembrar que o animal não fica em contato direto com
as bolsas de gel, passamos em volta da bolsa um
plástico bolha para não queimar o paciente. A bolsa de
gel causa um aumento da temperatura do animal .
NO CONTROLE DE TEMPERATURA BUSCAMOS QUE A
TEMPERATURA SE MANTENHA, OU SEJA, QUE FIQUE EM
UMA TEMPERATURA ÓTIMA. PORÉM, É IMPORTANTE QUE
O ANIMAL INICIE O PROCEDIMENTO EM
NORMOTERMIA.
O aumento de temperatura em alguns procedimentos irá preocupar,
pois gera um desconforto no animal e pode gerar uma hipertermia.
Um paciente que não teve nenhum controle de
temperatura e a sala está em um ambiente mais
fresco de 22ºC, se o animal estava normotérmico
inicialmente e com menos de 10 minutos de
procedimento entrou em hipotermia, no final do
procedimento estará hipotérmico, essa hipotermia
causa uma dificuldade na recuperação anestésica, além de
sequelas fisiológicas de redução da vascularização periférica.
Além disso, pode ser usado um disco plástico aquecido no microondas
envolto por um pano, dessa forma não deixa o paciente em
contato direto com a superfície aquecida, porém permite a
passagem de calor. Sendo visto que o disco inicialmente aumenta
a temperatura e depois estabiliza .
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Pode ser usado papel alumínio nos membros


em conjunto com uma bolsa de água quente
ou gel, pois são mecanismos viáveis para
controlar a temperatura, além da monitoração
constante ao longo do procedimento.

A entubação orotraqueal é utilizada principalmente em


situações de emergência que o animal teve uma parada
cardiorrespiratório e em anestesiais.

Instrumentos para Entubação


É comum adaptarmos o OTOSCÓPIO por ser mais focal e por ter
uma fonte luminosa, dessa forma facilita a entubação.
É necessário diversos tamanhos de traqueotubos , além de
cateteres para pacientes pequenos, como os camundongos.
Também pode ser utilizado as sondas uretrais como a nº4, 6 e 8. A
partir da sonda uretral nº8 já teremos um tamanho próximo ao
traqueotubo nº2.
Esses materiais adaptados tem que serem descartados após a
utilização.
É importante dessensibilizar a região com
lidocaína que é um anestésico local. Porém,
um jato desse spray para um pequeno animal pode
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ser um grande volume para ele, sendo importante tomar cuidado
com a sua utilização.
A LIDOCAÍNA É EXTREMAMENTE RECOMENDADA PARA
DAR UM CONFORTO MAIOR PARA O PACIENTE E
AUXILIAR NA ENTUBAÇÃO, PORÉM DEVE SER FEITA
COM CUIDADO.

Camundongos
Uma das técnicas que podem ser feita é às cegas,
pois o espaço é muito pequeno. Entretanto, é
muito difícil conseguir realizar a entubação às
cegas sem muito treino anterior.
Se fizer tentativas aleatórias irá acertar os tecidos
moles ao redor e, nessas tentativas estará gerando
uma lesão que pode causar um edema, hemorragia e
outras complicações.
Duda, um animal que respira irá ventilar bem?
Um animal que está respirando não significa que está ventilando
bem, por exemplo, um animal antes do procedimento estará
respirando e com uma boa amplitude da cavidade torácica, porém,
depois que é anestesiado terá uma expansão da cavidade torácica
durante a respiração menor.
Isso significa que o animal teve um relaxamento
e depressão respiratória, mas não deixou de
respirar, porém sua qualidade ventilatória é
baixa, ou seja, a capacidade de passar o ar
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pelos alvéolos e fazer a hematose estará reduzida.

Imagem: Kent Scientific


O posicionamento do animal é muito importante
para ser possível a entubação, então,
normalmente para os pequenos roedores
deixamos o ANIMAL INCLINADO EM DECÚBITO
DORSAL . Para essa posição existem aparatos
que a possibilitam, mas podemos adaptar com pastas ou outros
itens que mantenha o animal em um ângulo de 45ºC a 70ºC.
Deixamos o animal em decúbito dorsal e a sua cabeça ficará
retilínea ao corpo, conseguindo obter um ângulo mais favorável a
entubação, sendo essa a posição mais descrita em trabalhos.
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Esse ângulo podemos adaptar com outros


materiais invés de comprar essa mesa,
lembrando que devemos prender o animal pelo
incisivo superior.

Ratos

A técnica não difere muito da realizada nos


camundongos.
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Algumas técnicas citam que uma luz intensa
nessa região cervical irá auxiliar na
visualização para a entubar o paciente,
lembrando que o paciente é segurado pelo
incisivo superior.
Posicionamos o animal para que o seu corpo fique angulado, com a
cabeça estendida e sendo segurado pelos incisivos
superiores, com isso, irá formar um ângulo reto da
cabeça com o corpo. Para segurar a língua podemos
usar uma gaze no dedo ou um swab, o swab irá
proporcionar um volume menor de material próximo a
cavidade oral.

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PARA DESSENSIBILIZAR A REGIÃO PODEMOS ESTILAR


PEQUENAS GOTAS DE LIDOCAÍNA COM UMA SERINGA
DE INSULINA OU USAR UM SWAB ENCHARCADO COM
ESSE ANESTÉSICO LOCAL, APROXIMAMOS E
ENCOSTAMOS O SWAB NA REGIÃO, DEPOIS DE ALGUNS
MINUTOS TERÁ A REGIÃO DESSENSIBILIZADA.

COMPLICAÇÕES
Podemos ter algumas complicações oriundas da intubação, porém
irá depender da experiência do veterinário, dos equipamentos
utilizados, da condição do animal e de outros fatores.
As complicações podem ser: entubação dificultosa ,
pneumotórax e extubação traumática .
Por utilizarmos cateteres que possuem um diâmetro reduzido para
a entubação, esses animais podem produzir muco que, em
alguns casos obstruem a traqueia. Então, uma das
complicações é a formação do plug de muco que
irá fechar parcialmente ou totalmente o
traqueotubo.
Os fármacos como os alfa-2 agonistas podem causar um excesso
de produção e exacerbar a possibilidade de formação de plug na
traqueia e no traqueotubo .
A EXTUBAÇÃO TRAUMÁTICA está relacionada ao movimento de
extubação com o traqueotubo, se movimentar de um lado para o
outro pode lesionar as paredes e tecidos moles próximos a glote.
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A entubação esofágica é um dos problemas


comuns, então, invés de acertarmos a glote,
iremos para o esôfago pelo direcionamento
errado.
Pode causar edema de laringe e epiglote, sendo
passíveis de ocorrer pelas tentativas e erros da
entubação.
Esse edema pode evoluir para um laringoespasmo , que pode estar
associado a um erro de manipulação excessiva ou anestesia
inadequada.
Nesses animais é interessante visualizar as estruturas
para a entubação.
Um dos equipamentos que possibilita e auxilia na
entubação dos ratos é o limpador de ouvido com
lanterna de LED, sendo um equipamento barato e
possível de reutilizar nos pacientes.
Esse limpador gera uma fonte de luz e é um suporte
rígido que auxilia no posicionamento correto das estruturas moles
para evidenciar a glote, dessa forma, facilita a entubação.

Porquinho-da-índia
Os porquinho-da-índia e os chinchilas , sua base da língua
irá fundir com o palato mole formando o óstio palatal , isso faz
com que a visibilidade seja reduzida.
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Quando entubamos um animal queremos acessar o sistema
respiratório, sendo importante que esse sistema esteja
dentro da traqueia e que seja um diâmetro
compatível, lembrando que o traqueotubo não
precisa chegar próximo ao pulmão e que quanto
mais o introduzimos mais causamos um risco de lesão, mas
cuidado ao introduzir pouco porque qualquer movimento o paciente
pode extubar.
Pode utilizar um otoscópio para facilitar a entubação. Além disso,
também podemos utilizar um fio guia, para isso,
introduzimos o fio guia e depois retiramos o
otoscópio, permanece o fio guia e depois passamos
o traqueotubo pelo fio guia de forma que esse fio estará no
interior do traqueotubo.
Medimos o traqueotubo até no máximo o início do
esterno, depois cortamos o que sobra.
Outra técnica comum é utilizando o endoscópio, colocamos o
endoscópio no traqueotubo para conseguir introduzi-lo.

Coelhos
Existem diversas técnicas possíveis para
a entubação.
Os coelhos apresentam uma cavidade oral com
uma amplitude reduzida e profunda.

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ENTUBAÇÃO TRAQUEAL COM PRÉVIA
CANULIZAÇÃO ESOFÁGICA
Uma das técnicas é a ENTUBAÇÃO DUPLA ou fazendo
previamente a ENTUBAÇÃO ESOFÁGICA . Primeiro faz
a passagem de um traqueotubo para o esôfago e, em
seguida, fazemos uma segunda entubação que
possivelmente terá acesso primário a glote, sendo uma
técnica às cegas .
Entubação do esôfago

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Entubação da traqueia

LARINGOSCÓPIO
Uma outra técnica é com a utilização de um
laringoscópio reto e mais comprimido, o animal estará em
posição de esfinge com uma hiperflexão do crânio, introduz o
laringoscópio reto e em uma determinada posição e
movimento da mão será possível observar a glote e fazer a
entubação por visualização ou inspeção.
Depois, introduzimos o traqueotubo, para facilitar pode usar um fio
guia no interior deixando-o mais rígido.
Geralmente usamos um traqueotubo sem o cuff, então temos que
usar um traqueotubo com um diâmetro compatível com o da
traqueia do animal.
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ENTUBAÇÃO ÀS CEGAS COM FIO GUIA


A entubação com uma sonda com um fio guia é uma entubação às
cegas, podemos usar o posicionamento lateral com a cabeça do
animal em posição normal.
Para entrar na traqueia teremos um ângulo
fechado, sendo assim, modelamos o guia na
extremidade mais distal do traqueotubo pois
teremos um ângulo mais fechado, fazemos essa
modelação para auxiliar na entubação.
Na hora que o animal inspirar introduzimos
somente o traqueotubo, ou seja, não é introduzido o guia junto.

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DEPOIS DA ENTUBAÇÃO FAZEMOS OS TESTES COM UMA


GAZE, ESPELHO OU OUTRAS POSSIBILIDADES.

Duda, quais são as complicações?


Existem trabalhos que falam de aspiração do traqueotubo
quando o animal está em recuperação ou não está bem
anestesiado, com isso, o paciente pode acabar mordendo o
traqueotubo e rompê-lo, para evitar isso deve manter o animal em
um bom plano anestésico.
Uma outra situação é o traqueotubo se desconectar do circuito e o
paciente aspirar.

ENTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL
Faz a dessensibilização, lubrificação do canal e da
sonda, sendo que a sonda tem que ser flexível e mais
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fina. Pela narina do animal introduzimos ela até em direção a
traqueia, podendo ser uma entubação alternativa para
procedimentos odontológicos.

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MÁSCARA LARÍNGEA
Outra técnica que pode ser feita é a utilização da máscara
laríngea que é um substituto da entubação.
O traqueotubo ao ser introduzido irá lesionar a
traqueia, por isso podemos optar por essa
máscara laríngea. Entretanto, essa máscara não é
muito acessível no Brasil e é um produto caro.
A sua vantagem é ser um material reutilizado, é um
tubo que tem uma conexão para o circuito de uma
anestesia inalatória ou ventilação, tem um comprimento que
finaliza com uma concha flexível que faz a curvatura e "abraça" a
laringe do animal, o orifício da concha estará conectado a glote.
Existem tamanhos variados da máscara laríngea para diferentes
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portes de coelhos.

Imagem: Internet

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Nessas espécies, as avaliações mais comuns são


pinçamento dos dedos e pinçamento das orelhas .
O reflexo palpebral não é indicado porque é
um reflexo que demora bastante para ser
perdido e, caso perca, devemos prestar atenção
porque o paciente pode estar em um plano muito profundo. Além
disso, a rotação do globo ocular não será um dado muito
importante para esses animais.
Depressão na frequência cardíaca e respiratória não significa que
o animal está de fato em um bom plano anestésico, essas alterações
irão depender do agente utilizado.
O PINÇAMENTO DO REFLEXO INTERDIGITAL E DA
CAUDA TEM QUE SER REALIZADO COM CUIDADO, POIS
SÃO ESTRUTURAS DELICADAS E PEQUENAS, CASO SEJA
FEITO COM UMA FORÇA INTENSA, IRÁ GERAR UMA
LESÃO, PODENDO ATÉ MESMO LUXAR OU FRATURAR.

Existe a possibilidade de usar o estetoscópio esofágico , mas


sempre terá um risco.
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Tem o risco de lesionar o óstio de um porquinho-da-índia ou
chinchila, além disso, se o animal estiver em uma sedação leve ou se
recuperando, pode morder e romper o material.
A COLORAÇÃO DAS MUCOSAS é um parâmetro importante de ser
observado, porém, se administrar dexmedetomidina em doses mais
elevadas, iremos perceber que rapidamente o paciente irá ficar
roxo.
Inicialmente verificamos a frequência cardíaca,
frequência respiratória, temperatura e a
coloração das mucosas.
Outros parâmetros são o eletrocardiograma (ECG), doppler e
pulso-oximetria.
A temperatura deve ser monitorada de forma
constante durante o procedimento, pois a perda
de calor pode ser intensa se não estiver dando
algum suporte para mantê-lo.

Pulso Oxímetro
É interessante de utilizar, sendo que existem
alguns equipamentos específicos para a
utilização.
Irá fazer a leitura da circulação periférica por
meio de uma luz, depois irá traduzir o quanto de
oxigênio está diluído na circulação periférica.

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ANIMAL BEM VENTILADO E COM UMA BOA RESPIRAÇÃO


ESTARÁ PRÓXIMO A 100% DE OXIMETRIA, SE O
PACIENTE ESTIVER COM UM PREJUÍZO NA
RESPIRAÇÃO, ESTARÁ EM TORNO DE 90 A 95.

Menor que 90 precisamos nos atentar devido ao


risco maior.
Pode ser acoplado nas extremidades do animal, na cauda,
nos membros, na língua e orelha dos coelhos.

Eletrocardiograma
Com o ECG verificamos a frequência cardíaca e
a qualidade dos batimentos cardíacos através
das ondas, sendo um exame que pode facilmente
ser feito nesses animais.
Consegue usar os adesivos do eletrocardiograma na sola e na
palma dos pacientes, sendo possível adaptar os adesivos e deixar a
face ventral em contato direto com a região sem pelo do paciente,
isso torna possível uma ótima leitura do ECG,

Pressão Arterial
É um dos itens mais interessantes de
monitoração para procedimentos próximos
de uma hora ou mais, pois dependendo do
protocolo terá uma queda de pressão.
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CAMUNDONGO RATO COELHO


PRESSÃO ARTERIAL 80 - 1O0 mmHg 90 - 110 mmHg 60 - 90 mmHg
O principal órgão que sofre com o decréscimo de pressão arterial
são os rins, pois o fluxo sanguíneo para os rins
será diminuído tanto para a filtração como
para o aporte sanguíneo para as células renais,
podendo culminar em situações graves de nefropatias.
A pressão arterial invasiva é complicada de ser realizada em
animais menores, mas em coelhos tem a vantagem da artéria
auricular que pode ser uma via de mensuração dessa pressão,
porém geralmente utilizamos métodos não invasivos.
A largura do manguito vai ser praticamente 40% da
largura do local que ele será colocado.

Temperatura Retal
O ideal é fazer o acompanhamento constante da
temperatura retal, podendo ser feita com o
termômetro digital ou com um sensor que tem a pobre de
um monitor para fazer esse acompanhamento constante.

Capnometria
É a leitura de quanto tem de CO2 na expiração do
animal, sendo importante porque diz a qualidade de
ventilação do animal.
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Normocapnia: 35 a 45 mmHg.
Tem que ter um equipamento mais especializado, pois alguns dos
equipamentos que existem fazem a leitura em um volume de ar
grande, porém um camundongo terá um volume de ar expirado
menor, então, existem equipamentos mais especializados para
fazer a leitura com um volume reduzido de gás carbônico.
Duda, o que é a capnografia?
A capnografia é o gráfico da leitura de quanto de gás carbônico
tem na expiração do animal.
Não existe um único protocolo ideal para
todos os animais com as doses padronizadas,
trabalhamos com os fundamentos e a partir
disso conseguimos extrapolar para o quadro
do animal e chegar no protocolo correto.
Os roedores e lagomorfos são animais que escondem
todo e qualquer sinal de doença, por exemplo, um cão
ao ficar doente começa a apresentar sinais no início,
enquanto que os roedores e lagomorfos escondem
a doença, ou seja, semiologicamente e clinicamente esses animais
esconde os sinais da doença por um tempo.
É muito importante fazer uma boa avaliação do paciente antes do
protocolo anestésico.

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Contenção Física
A contenção física tem o ANIMAL CONSCIENTE ,
sendo uma técnica interessante para alguns
momentos, como colheita de amostras.
O animal estará consciente, sendo passível ter uma elevação do nível
de estresse, liberação de catecolaminas e outros metabólitos do
estresse, isso posteriormente trará uma sequela para o organismo
do paciente.
Para essa contenção física é importante ter um bom planejamento,
equipamentos e técnicas, sendo importante ter cautela e usar EPI.

Contenção Química
É a contenção feita através da utilização de fármacos , pois
buscamos eliminar a reação do animal.
Então, qualquer fármaco usado isolado ou associado,
quando aplicado irá diminuir a reação, realizando
uma contenção química. Não necessariamente o animal
virá à decúbito ou irá ficar imóvel.
Quando chega em um grau mais profundo que é a anestesia, os
riscos serão potencializados, se não há a necessidade de colocar o
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animal sob um plano anestésico cirúrgico em um procedimento
superficial e rápido, faremos a contenção química.

Anestesia
Ao associar alguns fármacos ou aumentar as doses dos fármacos
chegamos a anestesia , dessa forma, buscamos a perda de
consciência , amnésia e analgesia.
Não são todos os fármacos que são anestésicos ou
tranquilizantes, se associar não significa que chegará a
uma boa anestesia, pois o nível de analgesia é intrínseca
para cada grupo de fármaco, sendo importante associar
outros fármacos para obter a analgesia.

Analgesia
Só é possível sob a UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS , sendo utilizado
para causar uma perda ou diminuição da sensibilidade à
dor.

Farmacocinética
É o caminho que o medicamento faz no organismo , desde o
momento da sua administração, absorção,
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biotransformação, biodisponibilidade e excreção.

Farmacodinâmica
É a área que estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos no
organismo , por exemplo, qual o mecanismo de ação? qual a
relação entre concentração e efeitos? qual é o efeito das drogas
nos tecidos?
LEMBRANDO QUE EXISTEM SUBSTÂNCIAS ENDÓGENAS
QUE INTERAGEM E INTERFEREM NESSA
PADRONIZAÇÃO.

Existem denominações em tranquilizantes maiores


e menores que estão relacionados para quais problemas
irão servir, principalmente para tratamentos em humanos.
Dentro dos tranquilizantes temos os fenotiazínicos e
benzodiazepínicos.
TRANQUILIZANTES MAIORES: tratamento de psicoses e são os
fenotiazínicos.
TRANQUILIZANTES MENORES: tratamento de neuroses e são os
benzodiazepínicos.
Tranquilizantes Maiores
Seu mecanismo de ação está relacionado com o bloqueio de
receptores dopaminérgicos do sistema nervoso central.
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Duda, quais são seus principais efeitos?
Catalepsia - perda de mobilidade voluntária.
Indiferença e estímulos exteriores.
Ausência de efeito hipnótico ou perda de consciência.
Diminuição da agressividade.
Podemos usar os tranquilizantes maiores como
medicação pré-anestésica (MPA) ou associados
a outros fármacos que irão gerar uma
neuroleptoanalgesia
Causam efeitos cardiorrespiratórios , como depressão de
reflexos vasomotores, hipotensão e taquicardia reflexa.
Porém, esses efeitos indesejáveis se sobrepõe a qualidade do
fármaco, sendo que muito anestesistas de silvestres não
recomendam.
USO EM ROEDORES: acepromazina.

Tranquilizantes Menores
São os benzodiazepínicos!
Seu mecanismo de ação é realizando a modulação do
ácido gama-aminobutírico (GABA), que é o principal
neurotransmissor inibitório do sistema nervoso
central. Tem ações mais específicas por conta dos
receptores específicos de benzodiazepínicos.
Duda, quais são seus principais efeitos?
Relaxamento muscular.
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Ansiolítico.
Sedação/hipnose.
Anticonvulsivante.
Algumas espécies é citado a condição de amnésia.
TEM EFEITOS CARDIORRESPIRATÓRIOS MÍNIMOS, SE
OCORRER OS EFEITOS É ASSOCIADO A CONDIÇÃO
INDIVIDUAL DO ANIMAL, POIS O FÁRMACO NÃO
PREDISPÕE A EFEITOS COLATERAIS DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR E RESPIRATÓRIO.
Uso em roedores:
Midazolam é um dos mais utilizados na rotina, também
apresenta um bom efeito para quadro convulsivo agudo.
Diazepam.
Zolazepam.
O zolazepam é um benzodiazepínico mais potente
que o midazolam e o diazepam, porém, não
encontramos no mercado o zolazepam isolado, então
no mercado está associado a tiletamina que é um
anestésico dissociativo.
Essa associação tem uma potência maior que os
outros fármacos, quando utilizado em animais de
alto metabolismo teremos efeitos muito rápidos,
então, se for efeitos deletérios também serão rápidos e
potentes que podem gerar problemas.
Por ser uma associação, a tiletamina terá uma velocidade de
absorção maior que a do zolazepam, isso pode causar efeitos da
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tiletamina primeiro e o animal pode apresentar alguns sinais
frente a isso.
ANTAGONISTA: flumazenil.
Uma das vantagens desse grupo é ter o antagonista
específico que é o flumazenil, porém a sua desvantagem é
que ele é caro.

Seu mecanismo de ação é específico, possui os receptores


alfa-2 pré-sinápticos e pós-sinápticos dependendo
da região do organismo.
Receptores centrais pré-sinápticos e receptores
periféricos pós-sinápticos.
Esses fármacos agem nesses receptores que fazem feedback negativo
nas vesículas sinápticas impedindo a liberação principalmente de
noradrenalina, causando seu efeito por evitar que a adrenalina
seja liberada na sinapse.
Duda, quais são seus principais efeitos?
Sedação.
Miorrelaxante - mais potente que os tranquilizantes.
Analgesia visceral.
Aumento do tônus vagal.
Esse certo grau de analgesia não significa que não iremos utilizar
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analgésicos, essa analgesia tem um limiar e para procedimentos
cruentos, invasivos ou dolorosos ela não será eficiente no controle
da dor do paciente.
Aumentando o tônus vagal trará algumas sequelas sistêmicas,
sendo os seus efeitos cardiorrespiratórios :
bradicardia.
bloqueios atrioventriculares.
inicialmente, dependendo do alfa 2, gera uma hipertensão e
posteriormente leva a uma hipotensão.
redução da frequência respiratória e do volume corrente.

Uso em Roedores
Xilazina.
Dexmedetomidina: relação α1:α2 - 1.600:1.
Potencializam os efeitos anestésicos de maneira mais
eficiente que os tranquilizantes.
A xilazina é um medicamento mais antigo e um dos primeiros
utilizados, enquanto que a dexmedetomidina é mais
recente que a xilazina e tem várias qualidades em
relação aos efeitos cardiorrespiratórios, porém,
devemos ter cautela porque independente de ser
xilazina ou dexmedetomidina os efeitos cardiorrespiratórios são
passíveis de ocorrer.
Dependendo da dose que utilizar, pode levar o animal a uma
parada cardiorrespiratória por depressão ou uma depressão
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cardíaca intensa.
Outra vantagem que traz nos protocolos é a
capacidade de potencializar os efeitos dos
outros fármacos.

Antagonistas
Ioimbina.
Atipamezol.
Possuem antagonista, sendo dois no mercado, a ioimbina
e o atipamezol. Sendo o atipamezol o mais potente
quando utilizado para o antagonismo da
dexmedetomidina.
Esses antagonistas são caros, mas o seu volume nesses
pacientes é reduzido.
O ATIPAMEZOL É UM ANTAGONISTA ESPECÍFICO DA
DEXMEDETOMIDINA, ENQUANTO QUE A IOIMBINA É UM
BOM ANTAGONISTA PARA A XILAZINA, NÃO SENDO UM
ANTAGONISTA MUITO ESPECÍFICO DA
DEXMEDETOMIDINA.

Atropina
A ATROPINESTERASE é uma enzima que consome a atropina.
É uma enzima evolutiva dos coelhos porque em
determinadas regiões algumas raças consomem as
plantas que produzem a atropina, isso evolutivamente
fez com que esses animais tivessem essa enzima.
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Alguns protocolos indicam usar a atropina para qualquer animal
quando envolve alfa-2, pois algumas pessoas
acreditam que ela irá minimizar os efeitos
deletérios desse fármaco por terem efeitos contrários,
porém, não significa que obrigatoriamente a atropina irá
conseguir minimizar esses efeitos.
Além disso, alguns anestesistas contraindicam
a atropina porque estará usando altas doses
para obter algum resultado, podendo
potencializar riscos pelas doses mais altas.
Não é 100% dos coelhos que irão apresentar a
atropinerestase.

São derivados do ópio (papoula), sendo hipnoanalgésicos. Seu


mecanismo de ação envolve receptores específicos de opioides,
como o mi (μ) e o kappa (κ), além deles, também tem o sigma e o
delta.
Duda, quais são seus principais efeitos?
Analgesia.
Sedação.

Agonista Puro
São aqueles fármacos que fazem a ligação total com os receptores
mi e kappa.
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Morfina .
Metadona.
Tramadol.
Fentanil.
A morfina por ser a mais potente é a mais perigoso
de usar, pois o risco de ter depressão respiratória, sequelas e
distúrbios gastrointestinais é intenso com o uso da morfina.

É INDICADO INICIAR O PROTOCOLO COM OPIOIDES


COM O FENTANIL OU METADONA.

Agonista Parcial
Só tem conexão com o receptor mi, sendo o fármaco indicado a
BUPRENORFINA , porém, não está sendo comercializada no Brasil.
A buprenorfina tem um ótimo efeito para esses animais, boa
qualidade analgésica e com um bom tempo de duração.

Agonista-Antagonista
Eles possuem ação no receptor kappa, porém, bloqueia o
receptor mi, ou seja, antagoniza a possibilidade de
utilização do receptor mi.
Butorfanol.
Nalbufina.
O butorfanol é muito citado e tem muita
possibilidade de utilização em roedores.
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Por ser agonista-antagonista, o seu efeito analgésico não é muito
potente, mas causa um ligeiro efeito sedativo. Porém a
sua função antagonista irá gerar um antagonismo
para outros agentes analgésicos no organismo
animal, se usar um butorfanol não adianta usar a
metadona porque ele estará antagonizando os
efeitos desse fármaco.

Antagonista
Tem os antagonistas dos opioides que é a naloxona , atua
bloqueando os receptores mi e kappa.

Efeitos Cardiorrespiratórios
Os efeitos cardiorrespiratórios podem ser intensos
de bradicardia e depressão respiratória . Tem a
possibilidade de causar até mesmo uma apneia intensa se
utilizado em doses elevadas de opioides potentes.
Os opioides quanto mais potente, maior será o risco
de propiciar uma diminuição da motilidade
gastrointestinal, pois os roedores, principalmente os
chinchila, porquinho-da-índia e lagomorfos são muito
suscetíveis a parada dessa movimentação intestinal, essa
parada é extremamente prejudicial no pós-cirúrgico.

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Os derivados de ciclo-hexaminas são a cetamina e


tiletamina . Podendo ser usado em roedores a cetamina
e a tiletamina, sendo a tiletamina vendida associada ao
zolazepam.
Duda, qual o mecanismo de ação?
Tem uma ação diversa, faz antagonismo de receptores NMDA do
sistema nervoso central, faz uma perca do contato do sistema
nervoso com o corpo.
condução dos impulsos sensoriais espinhal, talâmico, límbico,
subcortical (gânglio da base) e cortical.
Um animal usando somente esse fármaco não está
conseguindo responder o meio, mas captam o som do
meio sem conseguir reagir, por isso, atualmente usamos
esses medicamentos associados, não trabalhamos com os
anestésicos dissociativos sozinhos.
Também possuem uma ação gabaérgica indireta, bloqueio dos
receptores opioides sigma na medula espinhal e antagonismo dos
receptores muscarínicos do sistema nervoso central.
Duda, quais são seus principais efeitos?
Bloqueio dos estímulos sensitivos no tálamo.
Estimulação de áreas límbicas (fenômenos do tipo
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epileptiformes e espasmos musculares).
Interrupção do fluxo de informações.
Ausência de hipnose/perda de consciência.
Manutenção dos reflexos oculares, oral, laríngeo e de
deglutição.
Salivação profusa.
Analgesia somática.

Gera uma anestesia por colocar o paciente em um


plano, o seu MECANISMO DE AÇÃO é com base na interação com
GABA e aumenta a duração da abertura de canais de íons cloro.
Duda, quais são seus principais efeitos?
Ações hipnóticas e sedativas.
Perda de reflexos protetores.
Duda, quais são os efeitos cardiorrespiratórios?
Depressão respiratória.
Apneia.
Hipotensão arterial.
Se utilizarmos uma dose baixa, podemos não atingir o
plano pretendido, porém não terá efeitos colaterais.
Mas, se aumentarmos a dose, começará a ter
efeitos mais potentes de chegar a planos, isso pode
acarretar em depressões respiratórias e cardíacas.

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Uso em Roedor
Indução de anestesia geral.
Manutenção - infusão contínua.
Utilizamos esse fármaco principalmente para a
indução .
A indução é fazer o animal chegar em um plano mais
profundo da anestesia para conseguir entubar, no entanto, se
está fazendo a indução desses animais existe um risco da
depressão respiratória e apneia, então precisa ter a capacidade
técnica de entubar esses animais caso entre em parada respiratória.
O propofol é muito bom, em doses mais baixas
pode auxiliar no controle da agitação do
paciente, mas se usar doses mais altas será para
a indução, porém, o anestesista precisa estar
preparado para entubar o animal.
Pode utilizar esse fármaco para a manutenção,
mas com animais de alto metabolismo alguns
anestesistas não entram com essa técnica.

Seu mecanismo de ação completo é pouco conhecido, porém,


promove alterações na produção, liberação e captação de diversos
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neurotransmissores do sistema nervoso central.
Duda, quais são seus principais efeitos?
Anestesia geral.
Controle fino do plano anestésico.
Recuperação rápida.
Eliminação por via respiratória.
Manutenção de procedimentos longos.
Não possuem efeito cumulativo.
UMA FRAÇÃO PEQUENA SERÁ BIOTRANSFORMADA,
SENDO PRATICAMENTE TODO ELIMINADO POR VIA
RESPIRATÓRIA E O ORGANISMO NÃO SOFRE COM
SEQUELAS DESSES ANESTÉSICOS.

O ISOFLURANO tem um cheiro pungente, um pouco alcoólico e


forte, com isso, o animal pode prender a respiração e ficar
estressado, mas depois que o animal está respirando o seu tempo
para fazer efeito não é muito demorado.
Enquanto que o sevoflurano não possui um cheiro desconfortável e
o animal aceita mais tranquilamente, porém, os efeitos são muito
rápidos podendo perder até mesmo o controle da administração,
pois se o animal chega em um plano muito rápido pode também
chegar em um plano profundo muito rápido antes de perceber.
A depressão respiratória é um efeito concentração
dependente, ou seja, dose dependente.
É muito indicado e utilizado em roedores e lagomorfos, sendo o seu
ponto negativo a dependência de equipamentos.
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Além disso, é necessário que o anestesia tenha experiência e que
faça um monitoramento contínuo do plano anestésico.
Ausência de efeito analgésico.

Todos os fármacos trabalhados são passíveis de serem


fármacos para MPA , os protocolos associados
para fazer a anestesia irá depender do objetivo
que se deseja no procedimento.
Deve ser realizado um exame clínico prévio.
Em relação a EXCITABILIDADE DO PACIENTE , se conseguir ter uma
adaptação do paciente ao meio e ao local melhor será, pois irá nos
auxiliar em um bom resultado final no pós-
operatório. Pode aparentar que o animal está se
recuperando bem, porém, fisiologicamente tem
sequelas dos roedores e lagomorfos que temos que
controlar.

Um anestésico ideal que queremos é um que tem uma


indução rápida, volume reduzido, facilidade de aplicação,
ampla margem de segurança, ausência de toxicidade,
estabilidade cardiorrespiratória, analgesia potente,
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controle fino do plano anestésico, boa qualidade de recuperação e
possibilidade de reversão.
Porém, não existe nenhum fármaco com todas essas características,
por isso fazemos uma anestesia equilibrada.
Duda, o que é uma anestesia equilibrada?
Uma anestesia equilibrada é feita com associações anestésicas que
promovem uma redução das doses, retorno rápido, relaxamento
muscular e analgesia. Então, buscamos o sinergismo do efeito de
todos os fármacos associados.

Cetamina + Midazolam
Esse protocolo promove relaxamento muscular e
estabilidade cardiovascular , porém é uma
contenção química para procedimentos pouco
invasivos ou prévio a anestesia geral.
TEMPO DE CONTENÇÃO: 20 a 40 minutos.
Para analgesia devemos fazer associação de opioides .

Tiletamina + Zolazepam
Promovem uma indução rápida mesmo com um volume
baixo, além disso, causa uma estabilidade
cardiorrespiratória . Os animais podem ficar
excitados na indução e recuperação, sendo até
mesmo seguro para a equipe.
TEMPO DE CONTENÇÃO: 40 a 80 minutos.
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80 minutos de contenção para doses muito


altas, quanto maior a dose maior o tempo de
recuperação.
Pode associar com alfa-2 agonista mesmo já tendo um.

Cetamina + Alfa-2 Agonista


Cetamina Alfa-2 Agonista
Anestesia dissociativa Sedação
Taquicardia Bradiarritmia
Analgesia somática Analgesia visceral
Espasmos musculares Relaxamento muscular
central
Contenção química para procedimentos pouco invasivos e curtos.
TEMPO DE CONTENÇÃO: 40 a 60 minutos.

Cetamina + Alfa-2 Agonista +


Benzodiazepínico
Redução de doses.
Recuperação mais rápida.
Redução dos efeitos cardiorrespiratórios.

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Alfa-2 Agonista + Opioide
Benzodiazepínico
Totalmente reversível e promove uma sedação profunda. Pode ser
associado com dissociativos, reduzindo ainda mais as doses.
Nesse protocolo todos os fármacos possuem
antagonistas, se necessário, pode associar com
anestésicos dissociativos assim reduzimos ainda mais as
doses.
A VANTAGEM DE ANTAGONIZAR É QUE EM UM MOMENTO
DE EMERGÊNCIA VOCÊ CONSEGUE RECUPERAR DE
FORMA RÁPIDA O PACIENTE, PORÉM, TEM QUE SABER
PORQUE E QUANDO IREMOS ANTAGONIZAR.
Se antagonizar todos os efeitos, incluindo da analgesia, o
animal irá sentir dor, por isso precisamos racionalizar
quando antagonizar.
Duda, e o protocolo ideal?
O protocolo ideal o anestesista quem decide!
Mas, para isso, deve ser feito algumas perguntas, como: qual
espécie? qual indivíduo? qual a situação? qual o procedimento?
quais fármacos disponíveis?

O mecanismo de dor se inicia pela transdução que é o inicio


do surgimento do estímulo doloroso, depois passa pela
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transmissão, ocorre a modulação e depois no cérebro a
percepção.
Analgesia Preemptiva
É a ANALGESIA FEITA ANTES DO ESTÍMULO DOLOROSO , então,
trabalhamos analgesiando preventivamente.
Não esperamos o início do procedimento cirúrgico para
fazer a aplicação do analgésico, realizamos a
aplicação antes do estímulo inicial da dor, isso
auxilia para manter o plano anestésico e auxilia o
paciente a não passar pela experiência negativa, com
isso, terá uma recuperação melhor.
Administre a medicação antes, ao invés de depois da lesão,
sempre que possível.
Impede o "aumento da dor", impedindo que estímulos nocivos
cheguem ao sistema nervoso central.

Analgesia Multimodal
Os mecanismos de dor envolvem várias vias e uma
variedade de neurotransmissores, sendo que nenhum
medicamento ou classe de medicamentos podem ser
usados para tratar todas as dores, depende de
combinações de medicamentos para proporcionar maios alívio da
dor.
Ao combinar agentes, muitas vezes usa doses mais baixas e, com
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isso, reduz o risco de efeitos colaterais indesejáveis.
É possível usar um opioide de ação relativamente curta, como o
butorfanol, simultaneamente com um AINE para fornecer analgesia
mais prolongada.
Muitos opioides agem rapidamente dentro de
10 a 15 minutos da injeção, ao passo que pode
demorar 1 hora antes de efeitos analgésicos
significativos do AINE.

Sinais de Dor
Relutância em se mover.
Apetite diminuído.
Vocalização (fácil percepção).
Letargia/agressividade.
Pelos desorganizados.
Taxa respiratória elevada.
Postura anormal.
Perda de peso.
Hipersensibilidade.
Isolamento social.
Lambendo/coçando a área dolorida.
Frequência cardíaca elevada.
ESPÉCIES AGENTE DOSE (MG/KG) VIAS DE FREQUÊNCIA
ADMINISTRAÇÃO

CAMUNDONGO Buprenorfina 0,1 - 0,5 SC 4 - 6 horas


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ESPÉCIES AGENTE DOSE (MG/KG) VIAS DE FREQUÊNCIA


ADMINISTRAÇÃO

CAMUNDONGO Tramadol 80 SC 24 horas


Carprofeno 5 SC 12 horas
20 SC 24 horas
Meloxicam 5 - 10 SC 8 - 12 horas
Cetoprofeno 20 SC 24 horas
RATOS Buprenorfina 0.05 SC 6 - 8 horas
0,5 - 0,6 VO 24 horas
Tramadol 20 - 40 VO 24 horas
5 SC 24 horas
Carprofeno 5 SC 24 horas
Meloxicam 1 SC 12 - 24 horas
Cetoprofeno 5 SC 24 horas
PORQUINHO- Buprenorfina 0,05 SC 6 horas
DA-ÍNDIA
Carprofeno 4 SC 12 - 24 horas
Meloxicam 0,2 SC 12 - 24 horas

Para roedor é muito indicado procedimentos envolvendo


inicialmente ou exclusivamente a anestesia inalatória.
Se for um procedimento doloroso devemos associar uma analgesia,
na sendo exclusivo somente o uso de anestesia inalatória.
Na anestesia inalatória precisamos dos equipamentos, sendo que o
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anestésico inalatório é vaporizado junto com gases, sendo o gás o
oxigênio.
O vaporizador pode ser o universal ou calibrado , sendo
que no calibrado conseguimos controlar a
concentração do anestésico que está indo para o
animal.
A literatura traz que a dose para indução para qualquer
roedor é em torno de 2 a 5% de isoflurano ou de 4 a 6% de
sevoflurano. Porém, é uma indução que alguns anestesistas
consideram alta, sendo indicado induzir na dose de no máximo
até 3%, depois que o animal induziu, essa dose precisa ser
reduzida para estabilizarmos o paciente. Para MANUTENÇÃO a
dose é em torno de 1 a 1,7% de isoflurano e, em alguns casos,
pode ser até mesmo menor que 1% se tiver associado a outros
fármacos.

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Câmara Anestésica
É uma alternativa para pequenos e médios roedores, sendo uma
câmara que precisamos ter visibilidade do animal.
O fluxo de gás com anestésico é lançado para o
interior da caixa, quando o animal estiver sob
efeito, o retiramos da caixa e podemos mantê-lo sob
a máscara ou já realizar a entubação.

Circuito "Baraka"
É o aparato que liga o animal ao aparelho anestésico que libera o
gás, normalmente usamos circuitos abertos, como o circuito
Baraka .
UTILIZAMOS O CIRCUITO ABERTO PORQUE NÃO
QUEREMOS QUE O ANIMAL INALE O GÁS CARBÔNICO
NOVAMENTE.

O Baraka é uma traqueia que tem nas extremidades


dois conectores em "T",
porém, o tamanho do Baraka
para esses pequenos animais que são vendidos comercialmente
para pets terá muito espaço morto para o pequeno roedor, sendo
que a expiração e inspiração desses animais é pequena e irá gerar
um espaço morto grande, para coelhos esse circuito é até
adequado, mas para menores que coelhos usamos o Baraka
pediátrico .
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Agentes Injetáveis Associados


CETAMINA 80 - 120 mg/kg + XILAZINA 5 - 10 mg/kg.
Período hábil de 30 minutos.
Procedimentos cruentos (opioides + AINE ou anestésico local).
Cetamina 50 - 70 mg/kg + dexmedetomidina 0,5 - 1 mg/kg.
Cetamina 100 mg/kg + midazolam 5 mg/kg.
PROPOFOL 10 mg/kg (5 minutos).
Anestesia cirúrgica.

Agentes Injetáveis Associados


Cetamina 50 mg/kg + Xilazina 5 - 1O mg/kg.
Período hábil de 30 minutos.
Procedimentos cruentos, adicionar os opioides.
A xilazina em ratos está deixando de ser utilizada
porque muitos estudos relatam hipotensão, essa
hipotensão faz com que haja uma diminuição do fluxo
sanguíneo hepático, causando lesões que elevam ALT e
AST, essa hipotensão também gera diferença do fluxo
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renal, diminuindo a circulação de sangue nos glomérulos e a
filtração, gerando aumento de ureia e creatinina.
Cetamina 50 mg/kg + Midazolam 5 mg/kg.
Leve anestesia.
CETAMINA 10 mg/kg + MIDAZOLAM 0,4 mg/kg + 0,5 BUTORFANOL
Propofol 10 mg/kg (5 minutos).
Anestesia cirúrgica.

ANESTESIA LOCAL POR TUMESCÊNCIA


Quando o animal apresentar massas, sendo um
quadro comum em roedores, um protocolo que é
interessante de fazer é: sedação , protocolo
analgésico e anestesia local por tumescência .
Sendo a tumescência um volume maior que é aplicado na
região da incisão. Usamos a mesma dose de lidocaína como se
fosse para fazer uma anestesia local, porém, diminuímos o
anestésico mais em água para injeção ou solução fisiológica, dessa
forma, conseguimos fazer uma tumescência circundando todo o
processo na região que fará a incisão.
Lidocaína: 4 mg/kg.
Bupivacaína: 1 - 2 mg/kg.
A dose de lidocaina não pode passar de 4 mg/kg.

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Medicação Pré-Anestésica
ATROPINA 0,04 mg/kg SC, IM, IP (intraperitoneal).
DIAZEPAM OU MIDAZOLAM: 5 mg/kg IP.
ACEPROMAZINA: 3 - 5 mg/kg IM.
A atropina não é a mesma situação dos
coelhos, porém, a atropina é mais usada para
controle de algum problema maior.

Possui respostas variáveis e podem ter complicações pós-


anestésicas, como distúrbios respiratórios e digestivos,
depressão generalizada e inapetência.
São fáceis de manejar e conter.
Via intravenosa difícil: metatársica e auricular.

VIA SUBCUTÂNEA, INTRAMUSCULAR E


INTRAPERITONEAL SÃO MELHORES OPÇÕES.

Agentes Inalatórios
Câmara anestésica ou máscara facial.
Intubação.
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CETAMINA + XILAZINA 50 mg/kg de cetamina + 5 mg/kg de xilazina


IM ou SC
CETAMINA + DEXMEDETOMIDINA 40 mg/kg de cetamina + 0,25 mg/kg de
dexmedetomidina IM ou SC

CETAMINA + MIDAZOLAM 20 - 50 mg/kg de cetamina + 2 mg/kg de


midazolam IM ou SC
CETAMINA + DIAZEPAM 20 - 50 mg/kg de cetamina + 3 - 5 mg/kg
de diazepam IM ou SC

DEXMEDETOMIDINA + MIDAZOLAM + 0,1 mg/kg de dexmedetomidina + 2 mg/kg de


BUTORFANOL midazolam IM ou SC
TELAZOL® (TILETAMINA + 10 - 30 mg/kg IP
ZOLAZEPAM)

OPIOIDES DOSE VIA DE ADMINISTRAÇÃO DURAÇÃO

BUTORFANOL 1 - 2 mg/kg SC 4 horas


MORFINA 2 - 5 mg/kg SC 4 horas

AINE'S DOSE VIA DE ADMINISTRAÇÃO DURAÇÃO

CARPROFENO 4 mg/kg SC ou IM 24 horas


CETOPROFENO 1 mg/kg SC ou IM 12 - 24 horas
MELOXICAM 0,1 - 0,3 mg/kg SC ou VO 24 horas

Anestésicos Locais
Lidocaína: 4 mg/kg (0,4 ml/kg de uma solução a 1%).
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Bupivacaína: 1 - 2 mg/kg (0,4 a 0,8 ml/kg de uma solução de
0,25%).

FÁRMACOS DOSE

Meloxicam 0,1 - 0,3 mg/kg SC ou VO


0,2 - 0,4 mg/kg SC ou VO
4 mg/kg SC
Carprofeno 1 - 4 mg/kg SC
1 - 2 mg/kg SC ou VO
Cetoprofeno 1 mg/kg SC ou IM

Medicação Pré-Anestésica
BENZODIAZEPÍNICO: sedação e relaxamento muscular.
2 mg/kg IV.
4 mg/kg IM.
OPIOIDES:
Butorfanol: 1 mg/kg SC ou IP.
Fentanil: 10 μg/kg IV.
ALFA-2 AGONISTA: boa sedação e pouca analgesia.
Xilazina: 2 a 5 mg/kg IM.
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Anestésicos Injetáveis
Cetamina: analgesia somática e hipertonia muscular, associar com
benzodiazepínicos, opioides e alfa-2 agonistas.
25 a 50 mg/kg IM.
Propofol: procedimentos longos, infusão contínua.
10 mg/kg IV.

Alfa-2 Agonista + Opioide +


Benzodiazepínico
É um protocolo indicado para coelhos. O alfa-2 agonista que
podemos utilizar é a dexmedetomidina na dose de 20 a 40
μg/kg. O benzodiazepínico que pode ser administrado é o
midazolam na dose de 0,3 a 0,4 mg/kg e, o opioide pode ser o
butorfanol ou metadona , sendo a metadona na dose máxima
de 1 mg/kg.

Agentes Inalatórios
DICAS
Usar sistema aberto.
Indução direta pode causar apneia de até 2 minutos.
Sonda endotraqueal de 2 a 4mm.
Intubação é dificultada pelos aspectos anatômicos.
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NÃO ESQUEÇA DE PROTEGER OS OLHOS DOS ANIMAIS,


COMO NÃO FICAM DE OLHOS FECHADOS PODEM TER UM
RESSECAMENTO E GERAR UMA ÚLCERA DEPOIS,
PROTEGEMOS COM ALGUM FÁRMACO LÍQUIDO OU
POMADA/GEL, ISSO DEVE SER FEITO NO PRIMEIRO
MOMENTO DA ANESTESIA DO PACIENTE.

Metoclopramida: 0,5 mg/kg VO ou SC, TID.


Ranitidina: 2 - 5 mg/kg VO.
A metoclopramida é indicada quanto mais potente for a utilização
de opioides e alfa 2, no mínimo fazer nas primeiras 12h. Também
pode associar uma ranitidina.

GLICOSE 50%: 500 mg/kg.


IV (lento).
GLICOSE 2,5 A 5%: para infusão.
Duda, qual o valor da glicemia normal?
100 a 140 mg/dl.

A taxa de fluidoterapia em coelhos é em torno de 80 ml/kg/dia,


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porém, quanto menor o animal, maior será essa taxa,
podendo chegar até 150 ml/kg/dia.
No trans-operatório mantemos entre 2 ml/kg/hora até
mesmo a 10 ml/kg/h, essa taxa depende do procedimento
que será feito e do animal.
Deve ser considerado o déficit de desidratação e as perdas,
porém, deve ter cautela no cálculo de perdas para não acarretar
em uma hemodiluição.
O ideal é fazer a fluidoterapia com uma bomba de infusão ou
bomba de infusão seringa para controlar melhor o volume
administrado.

ANOTAÇÕES

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