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Funções Executivas e Atencionais: modelos

teóricos e avaliação neuropsicológica

Prof. Dr. Arthur A Berberian


Programa Stricto Sensu em Psicologia Educacional – UNIFIEO
Programa de Esquizofrenia (PROESQ) - UNIFESP
Objetivos da aula
 Atenção
 O que é atenção
 Processamento consciente e não-consciente
 Tipos de atenção
 Raciocínio clínico e avaliação da atenção

 Funções executivas
 O que são funções executiva (FE)
 Natureza subjacente e orientação a objetivos de modo
automático e não automático
 Habilidades relacionadas as FE
 “Sindromes executivas”
 Raciocínio clínico e avaliação das FE
Atenção e orientação
Homem de 60 anos, sofreu AVC e se recuperou
bem. Porém, sua esposa dizia que ele não
conseguia mais “ver” as coisas, sendo que
esbarrava nas coisas e não conseguia se orientar
nos cômodos da casa.
Atenção e orientação

A médica fez alguns testes Até que pegou um


pente e mostrou para o Paciente. Ela disse: “o que
você vê?”?

“Um pente”.
Atenção e orientação
Pegou uma colher e fez o mesmo procedimento.
“Eu vejo uma colher”. A médica colocou os dois
objetos juntos e perguntou novamente: “Bem... Eu
acho que vejo uma colher”. Depois cruzou os
objetos, de tal forma que se sobrepusessem, mas
eram visíveis: “Eu vejo um pente”. E a colher?
Disse a médica. “Sim, lá está ela, eu vejo a colher
agora”.
Atenção e orientação
Esse é um caso que apresenta incapacidade de perceber
visualmente mais de um ou dois estímulos
simultaneamente. Pode ocorrer devido a lesão adquirida
ou devido a degeneração progressiva.

Chama-se Síndrome de BALINT ou simultagnosia. Mas


o problema não é na percepção, mas na atenção visual,
que impede a pessoa de separar visualmente objetos.
Uma vez que fixa em algo, tem grande dificuldade de “ver”
outras coisas. Para leitura, há grande dificuldade de juntar
letras e perceber as palavras.
Recorte epistemológico

 Neuropsicologia clínica: necessariamente


funcionalista.

 Toda habilidades cognitivas deve ser vista em termos da


função que possui (telos), que sempre terá a função que
possibita a adaptação do indivíduo ao meio.

 Diferente de um recorte plenamente científico ou de


pesquisa, como o estruturalismo.
Atenção: definição clássica

“É a tomada de posse pela mente, de modo claro e


vívido, de um entre o que parecem ser vários objetos
ou linhas de pensamentos simultaneamente possíveis”.

“Implica em se afastar de algumas coisas para lidar


efetivamente com outras”.

William James
Atenção: definição do construto
 Capacidade de se processar ativamente uma
quantidade limitada de informação a partir da enorme
quantidade de informação disponível por meio dos
sentidos, da memória armazenada e de outros
processos cognitivos (Posner & Fernandez-Duque, 1999).
 Atenção é um mecanismo cognitivo que possibilita
alguém processar informações, pensamentos ou
ações relevantes, enquanto ignora outros irrelevantes
ou dispersivos.

 Quantidade e tempo. O tempo é modulado por


fatores emocionais como a motivação.
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO/processos
cognitivos/controlados e não controlados

Consciência

Memória sensorial
Atenção e orientação

A atenção possui três propósitos:

1) ajuda a monitorar as interações da pessoa com o


ambiente;

2) Ajuda a estabelecer uma relação com o passado


(lembranças) com o presente (sensações) para dar
sentido de continuidade da experiência;

3) Ajuda no controle e planejamento das ações futuras.


Pré-consciência e atenção
Informações (memórias) armazenadas que não estão
sendo usadas num dado momento, mas que podem ser
acessados quando necessário;

Ex: diga qual é a cor da parede do seu quarto. Ou o


formato do portão de sua casa ou prédio. Seu carro tem
direção hidráulica, mecânica ou elétrica?

Ou ainda, você esta ciente das sensações em


seu pé direito? Provavelmente não, mas estas
sensações estão disponíveis.
Pré-consciência e atenção

Fenômeno conhecido como priming (ativação).


Quando uma decisão ou processamento ocorre
devido a influência (viés) de outros estímulos
inconscientes, ocorre o fenômeno priming.
Exemplo: ANTENA

Priming e depressão, priming e delírios

Assim, o priming facilita, induz ou dificulta o reconhecimento


Pré-consciência e atenção
Pessoas com cegueira em partes do campo visual
(devido a lesão de córtex), se forçados a darem palpites
sobre a localização de objetos, parecem conseguir
acertar a posição e localização de objetos.

Se são forçados a pegar coisas que estão na “região


cega”, pré-ajustam a mão ao tamanho do objeto,
mesmo sem vê-los. “Assim, parecem que podem captar
informações, mas não conscientemente”
(Weiskrantz, 1994)
Pré-consciência e atenção

Fenômeno na “ponta da língua”

Habituação ou procedimentalização
Processos controlados vs. automáticos

Atenção voluntária – capacidade de intencionalmente


focar em algo, é serial e limitada. Demanda esforço
mental;

Atenção automática, não se dá conta que ocorrem (mas


pode-se estar consciente que ocorrem), são múltiplas e
paralelas. Demanda pouco ou nenhum esforço mental.

Posner & Snyder (1975)


MÉTODOS EM NEUROCIÊNCIA
Estudo de Steinberg (1975)

Queria saber se a atenção voluntário é um processo


simultâneos ou sequencial
MÉTODOS EM NEUROCIÊNCIA

Ele apresentou um conjunto de LETRAS para a pessoa


memorizar, com duas, três e quatro sequências

(ex: A K L M)

Depois uma única letra é apresentada e a pessoa deve


decidir, apertando um botão, se a letra fazia parte da
sequência ou não
Hipóteses de Steinberg
Steinberg postulou que para responder essa tarefa,
devemos ter 4 funções ativas:

1 – o alvo deve estar codificado - sensação;


2 – uma representação mental do alvo deve ser
comparada às representações dos itens na memória;
3 – Decisão deve ser feita se o alvo combina com um
dos itens memorizados;
4 – uma resposta deve ser gerada.
MÉTODOS EM NEUROCIÊNCIA

Possíveis respostas ao estudo:

Se fosse simultâneo (sistema paralelo), o tempo de


reação não poderia deve ser rápido, independente da
quantidade de informação da tarefa (duas, três ou
quatro).

Se fosse sequencial – deve haver maior tempo de


resposta.
MÉTODOS EM NEUROCIÊNCIA

De fato, quanto maior a quantidade de itens, maior o


tempo para resposta, confirmando que essa ação
voluntária era sequencial.
MÉTODOS EM NEUROCIÊNCIA

ESTUDO DE MICHAEL POSNER (1986)


Duas letras são apresentadas simultaneamente.
A tarefa é avaliar se ambas são vogais, ambas são
consoantes ou uma vogal e uma consoante.

AA Aa AU SC AS
MÉTODOS EM NEUROCIÊNCIA
AA Aa AU SC AS

Note: identidade física , identidade fonética e duas


condições da mesma categoria.

Respondemos mais rápido a condição de identidade


física (AA-aa-EE)
Depois a mesma letra (Aa)
Depois Ambas vogais (AU)
Depois Ambas consoantes (SC)
Depois Ambas diferentes (AS)
PROCESSAMENTO AUTOMMÁTICO
EXERCÍCIO

Pegue um papel e caneta. Escreva seu nome nele,


enquanto se lembra de como era sua casa quando
você tinha 10 anos de idade. Enquanto você
continua a escrever o nome, faça uma viagem
mental de consciência para observar suas
sensações corporais, começando do dedão do pé,
seguindo pela perna, cruzando o torso ate o ombro
e descendo pelo braço. Você sente a pressão do
chão nos pés? Sente o sapato e roupa na pele?
Você ainda está conseguindo escrever seu nome
enquanto acessa essas sensações ficam
conscientes?
Características das duas atenções
Processos
Processos
atencionais
atencionais
conscientes –
inconscientes –
serial, demanda
paralelos, não
esforço mental,
demanda esforço
limitado, levam
mental, múltiplo,
mais tempo para
não são
serem realizados,
intencionais
intencionais
Atenção OCULTA
Estudo de Helmoltz (1894) – construiu uma tela muito
grande com letras espalhadas, sendo impossível
enxergá-la totalmente sem movimentar os olhos.

Descobriu um evento chamado de atenção oculta. Isto é,


ele poderia fixar seu olho no centro da tela, mas prestar
atenção em outra parte da mesma, sem movimentar os
olhos.
Helmoltz (1894)
Atenção e orientação
EFEITO COQUETEL – Modelo clássico
Cherry (1953) – Como podemos, no meio de uma festa,
com muito barulho, conseguir concentrar em uma única
conversa?

A conversa é mais saliente por causa da proximidade


entre o locutor e o ouvinte?
Atenção e orientação
EFEITO COQUETEL – Modelo clássico

Não! Aqui ocorre a atenção oculta auditiva, isto é, a


pessoa consegue, sem retirar-se do ambiente (manter o
ouvido sendo estimulado pelo ambiente), focar a atenção
em uma única conversa.
Atenção e orientação
Moray (1959) aprimorou este experimento, colocou
informações relevante no ouvido desatento (como o
nome da pessoa), também podia entrar no
processamento de atenção. Isto é, há simultânea
atenção.

Isso fez os cientistas da época acreditarem que toda a


informação é atendida.
Tipos de Atenção
Método nomotético e idiográfico
Avaliação da Atenção
Nível de alerta e ativação (Alertness ou arousal):

Corresponde à intensidade que uma pessoa está acordada e


alerta.

Aspecto tônico: Mecanismo interno (alerta) que regula a


resposta global à estimulação ambiental (sono-vigília) e
potencial para responder ao ambiente. Quanto a pessoa está
acordada para responder.

Aspecto fásica: modificações momentâneas na responsividade


(para estímulos internos externo).

TDA/H – hipótese de baixa ativação.


Aspectos de atenção

Atenção seletiva

Atenção sustentada

Atenção alternada

Atenção dividida
Peculiaridades da avaliação da atenção

Velocidade de processamento

Atenção sustentada e seletiva (juntas na avaliação?)

Impulsividade

Validade ecológica

O déficit é primário ou secundário (ex: transtornos de


humor)
Testes
 Dígitos direto
 Stroop
 AC
 Tavis-3
 CPT-IP
 D2
 Índice de resistência a distração (WISC)
 Trilhas A e B
 Testes de cancelamento
 Tarefas de Wechsler
 TAS, AD e AS
TESTE CPT

Casos de déficit de atenção


Funções executivas
 Caso 1

 “Perdi meu EGO” – jovem formado em direito em


uma universidade de sua escolha, muito bem
sucedido, com boletim acadêmico brilhante, jogava
tênis, por horas, festas e muitas namoradas.

 Após terminar o curso, houve uma mudança drástica:


houve perda da motivação em continuar a trilhar este
caminho. Em verdade, já tinham se passado 4 anos
da formatura e nem o exame da ordem havia sido
feito. Nem estágio em escritórios de advocacia. Ao
contrário, foi contratado para dar aulas de tênis em
um clube.
Funções executivas
Caso 1

Família estava perturbada. Será uma crise de


meia-idade. Depressão? Déficit de atenção?
Afinal muita gente se rebela contra o estilo
capitalista e ocidental de viver.

Mas o tempo passou e o paciente permaneceu a


deriva. Incapaz de sustentar qualquer
comportamento. Pedia dinheiro emprestado ao
irmão, como um “empréstimo temporário”.
Funções executivas
O neurologista logo pode verificar que se tratava de um
homem inteligente, com capacidade de narrar detalhes
de sua vida e que percebia que algo estava errado com
ele. Percebia que não conseguia permanecer em
empregos. Mesmo no tênis, logo após iniciar uma
partida, logo ficava indiferente e seus amigos ficavam
chateados

A tempos estava sem interesse por mulheres, e isso


era algo muito comum durante a graduação. Não
apresentava qualquer preocupação com seu futuro.
Funções executivas

Houve um episódio de convulsão durante o último ano de


direito, mas os exames não mostraram qualquer alteração.
O neurologista suspeitou de algo específico. Logo, realizou
uma tomografia computadorizada, e a suspeita foi
confirmada.

O paciente tinha um tumor pré-frontal esquerdo enorme,


que vinha das fibras do corpo caloso. Também havia
invadido partes do pré-frontal direito.

Tinha aproximadamente um ano de vida. A família ficou


arrasada. Mas o paciente, apesar de boa crítica, não
demostrou qualquer preocupação ou reação, nem quis
tomar qualquer atitude.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
 Mais complexa habilidade da cognição humana.

 Responsáveis pelo comportamento orientado


para um objetivo e regulação do mesmo;
Regulação dinâmica

 São requisitadas sempre em que o indivíduo está


enfrentando uma situação nova ou quando há
formulação de planos de ação, que devem seguir
etapas e esquemas para chegar a um fim.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
 Shallice e Burgess (1991) sugerem que há cinco
situações específicas de uso das FE:

(1) Aquelas que envolvem planejamento ou tomada


de decisão;
(2) aquelas que envolvem correção de erros;
(3) situações novas;
(4) situações de dificuldade técnica ou perigosa; e
(5) situações que requerem a superação de uma
resposta fortemente habitual ou resistência à
tentação
Outros autores
 “O termo FE é usado para se referir as capacidades
cognitivas de ordem superior, por exemplo, julgamento,
tomada de decisões, planejamento, e conduta social”
(Tranel, Anderson & Benton, 1994);

 “As FE envolvem habilidades de solução de problemas


tais como abstração, planejamento, pensamento
estratégico, início e término de comportamento e auto-
monitoramento” (Troyer, Graves, & Cullum, 1994, p. 45);

 “FE consistem na capacidade que permite uma pessoa


se engajar com sucesso em comportamento proposital,
independente e de auto-serviço” (Lezak, 1995, p. 42);
Outros autores
FE incluem processamentos cognitivos tais como seleção de um objetivo,
planejamento, monitoramento, sequenciamento e outros processos
supervisores que permitem o indivíduo impor organização e estrutura sobre
seu ambiente” (Foster, Black, Buck, & Bronskill, 1997, p. 117);

“FE são geralmente referidas como o mais complexo dos comportamentos,


sendo primariamente relacionado com planejamento e organização de
comportamento proposital” (Tuokko & Hadjistavropoulos, 1998, p. 143);

“FE incluem as seguintes habilidades: 1. formulação de objetivos relacionados


à consequências de longo-prazo; 2. geração de múltiplas respostas
alternativas; 3. escolha e iniciação de comportamento direcionado a objetivos;
4. auto-monitoramento da adequação e correção do comportamento; 5.
correção e modificação de comportamento quando as condições mudam; 6.
persistência frente à distração” (Malloy, Cohen & Jenkins, 1998, p. 574);

“FE são habilidades de ordem superior das capacidades cognitivas, e são


requisitadas para formular novos planos de ação, seleção, programação e
monitoramento apropriado de seqüência de ação” (Perry & Hodges, 1999);
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Assim, temos muitas outras definições
(tais como Lúria (1973); Norman e Shallice (1986);
Benton e Stuss (1986); Duncan (1986); Damásio
(1985), etc.).

Cada um possui sua peculiaridade o que torna


difícil a tomada de decisão do clínico. E MUITOS
TESTES
Instrumento Autor
Teste de Labirintos Stern & White (2003)
Teste Torre de Londres Shallice (1982)
Teste Torre de Hanói Domínio público
Teste da figura complexa de Rey Rey (1999)
Behavioural Assessment of the Wilson et al. (1996)
Dysexecutive Syndrome (BADS)

Iowa Gambling task Bechara, Damásio, Damásio (2000)


Teste de categorização Wisconsin Heaton et al. (1993)
Fluência verbal fonética Domínio público
Letter memory task Morris & Jones (1990)
Keep track task Yntema (1963)
Tone monitoring task Larson, Merritt, & Williams (1988)
Plus–minus task Jersild (1927)
Number–letter task Rogers & Monsell (1995)
Local–global task Navon (1977)
Teste de trilhas –forma B Domínio público
Antisaccade task Roberts et al. (1994)
Teste de geração semântica Capovilla et al. (2007)
Stop-signal task Logan (1994)
Go/no-Go task Domínio público
Operation span task Turner & Engle (1989)
Bateria de Avaliação Frontal (FAB) Dubois et al. (2000)

Teste de Stroop Stroop (1935)


FUNÇÕES EXECUTIVAS
 Imagine que uma pessoa vai preparar um jantar para receber
amigos:

 Deve ter um plano para organizar este evento;


 Deve seguir etapas;
 Definir o prato – comprar os ingredientes – preparar, descascar,
pensar no tempo que levará, quantidade, qualidade, ver se há
espaço na cozinha, arruar a casa após a cozinhar, preparar a mesa,
a bebida, a sobremesa, etc.).
 Durante a execução, deve ser capaz de monitorar os passos e
regular o comportamento, caso perceba que esteja ocorrendo falhas.
 Assim deve flexibilizar e encontrar novas soluções;
 Deve ter uma boa memória de trabalho;
 Ao mesmo tempo, demanda inesperadas podem ocorrer, como o filho
chegar sujo do futebol em cima da hora, e ter que tomar banho, ou
uma panela quebra, etc.). Assim resolução de problemas devem
ocorrer.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Sua Natureza

EX: rele de poste (não se vê o rele, mas se a luz ascende, sabe-se que
ele está funcionando).

Natureza SUBJACENTE

Task Impurity problem


FUNÇÕES EXECUTIVAS
Goldberg (2002): as FE são uma espécie de diretor de
uma empresa ou maestro na orquestra.

A orquestra pode tocar e funcionar sem o maestro, mas fica sem


coordenação dos diversos setores e membros, e a musica pode
ser completamente comprometida.
FUNÇÕES EXECUTIVAS

HC: Habilidades cognitivas Goldberg (2002)


FUNÇÕES EXECUTIVAS
Miyake et al. (2000): são fracionadas já em nível
subjacente. Pois há diferentes perfis de déficits
executivos
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Lezak et al., (2004) as FE são constituídas de quatro
etapas:

(1) Volição: intenção da pessoa;


(2) Planejamento: engloba a identificação das etapas e dos
elementos necessários para se alcançar um objetivo;
(3) Ação proposital: transição da intenção e do
planejamento para o comportamento em si
(concretização externa das duas etapas anteriores);
(4) Desempenho efetivo: Capacidade de se automonitorar,
autocorrigir, regular a intensidade, o tempo e outros
aspectos qualitativos da produção comportamental
orientada.
O que o clínico precisa saber?
Déficits em Fe também incluem dificuldades em:
1 - tomada de decisões;
2 - traças metas realistas sem prever consequências;
3 – dificuldade em controlar impulsos;
4 – distração em excesso;
5 – Insensibilidade as consequências de seus
comportamentos e avolição (apatia);
6 – Não sustento das ações, organização prejudicada;
7 – Incapacidade de lidar com o novo;
8 – sintomas depressivos ou eufóricos, afeto
descontextualizado.
SAS e CCS (Normal & Shallice)
 Supervisory Attentional System (SAS) was
proposed by Norman and Shallice47. It assumes
the existence of an attentional control of voluntary
behavior to achieve internally generated goals. It
comprises the lower component – the Contention
Scheduling System (CSS) – that is responsible
for routine activities and overlearned behaviors
and the higher component or the SAS that
modulates the CSS when overlearned schemas
are nor sufficient for adaptable responses.
Como a cognição influencia
o dia-a-dia
Focar atenção;
parar ou iniciar

Controle cognitivo

Ativação
Ativação de Ações
Interna
um esquema rotineiras
(Intenção e
existente
objetivo)
Fazer um Risoto
Ativação
Interna Controle cognitivo
(Intenção e METACOGNIÇÃO (Funções
objetivo) executivas)

Mudar ou
implementar
coisas na ação
de rotina

Ativação de
um esquema
Ações não
existente
rotineiras ou
novas
O que o clínico precisa saber?

NÃO HÁ NECESSIDADE DE APRESENTAR TODOS


ESTES SINTOMAS, SUA APRESENTAÇÃO
DEPENDE DE QUAIS CIRQUÍTUOS ESTÃO
DANIFICADOS
Síndromes executivas
TIPO DISEXECUTIVO (SITEMA de CONEXÃO
DORSOLATERAL)

Sintomas:
Diminuição do julgamento, planejamento, insight,
organização temporal, perseveração cognitiva,
programação motora (incluindo apraxias e afasias),
diminuição de autocuidados.
Síndromes executivas
TIPO DESINIBIDO (SITEMA de conexão
ORBITOFRONTAL)

Sintomas:
Diminuição de insight social, distração, instabilidade
emocional, comportamento orientado por estímulos
externos.
Síndromes executivas
TIPO APÁTICO (SISTEMA MESIAL FONTRAL)

Sintomas:

Diminuição da espontaneidade, da fluência verbal


(incluindo mutismo), diminuição do comportamento
motor, incontinência urinária, perda sensorial, perda
da prosódia e aumento da latência de resposta;
Habilidades relacionadas as FE
 Atenção sustentada;
 Controle inibitório;
 Memória de trabalho
(atualização/monitoramento);
 Flexibilidade coginitiva
 Planejamento;
 Tomada de decisão;
TESTES de FE
 STROOP
 GERAÇÃO
 MAIS E MENOS;
 LETRA E NÚMERO
 DíGITOS – WAIS – III
 LISTA DE PALAVRAS e LETTER MEMORY
 CPT;
 FIGURAS COMPLEXAS DE REY
 LABITINTOS – MATRICS;
 SPAN SPATIAL
 WISCONSIN
 TRILHAS
 FLUENCIA – corrigir com os clusters
 IRMÃO DE PACIENTES CO M ESQUIZOFRENIA
PODEM TER ALTERAÇÕES de FE?

 Capítulo
 Raciocínio para diagnóstico

Cognição em ação
Contribuição da psicologia
cognitiva

Memória sensorial (visual e verbal)

CONSCIÊNCIA/ Memória de curto prazo e de


trabalho

Memória de longo prazo / experiências / esquemas de


comportamento
Exemplo

Qual a cor da
Golden Gate
Bridge?
COGNIÇÃO AUTOMÁTICA

CONSCIÊNCIA
Cognição online

Parietal area

Working memory
buffer – online and
metacognition Temporal-occipital

Inferior
temporal area

Knowledge
base
Neste nível, quais são os possíveis problemas?

1. Limite da capacidade de processar itens;

2. Nos mecanismos de acesso a base do conhecimento


experiências = MLP (acessar estratégias já aprendidas);

3. Numa menor capacidade de integrar informações da MLP e


do ambiente (buffer de MCP limitado);

4. Em habilidades específicas e responsáveis por manter a


consciência ativa (atenção seletiva, controle
inibitório,atenção sustentada);
Que permite a intenção
 De onde ela vem?

 Seleção;
 Sustentação;
 Inibição de concorrência;
 Aprimorar os recursos para poder concretizar
essa intenção no meio
Metacognição
Metacognição = pensar sobre o pensar; conhecer
quais habilidades necessito para executar uma
tarefa e usá-las para ser mais eficiente;
regulação ou monitoramento dos próprios
processos cognitivos (representações
secundárias da realidade; funções executivas;
auto-monitoramento, regulação).

Em um modo simplista, capacidade de inibir o


automatismo e aprimorar minha adaptação ao
meio.
Cognição online
Buscar informações
na MLP - Evocação
Parietal area

Funções básicas
Working memory
buffer – online and Atenção sele; sust
metacognition inibitório Temporal-occipital

Inferior
temporal area
Buffer reduzido

Knowledge
base
a.berberian@unifesp.br

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