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Sumário

MODULO 1................................................................................................................... 3
1.1 NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................. 3

1.2 REGIME DE TRIBUTAÇÃO ................................................................................ 8

1.3 ASPECTOS BÁSICOS DO ICMS/IPI/ISS .......................................................... 12

MODULO 2................................................................................................................. 18

2.1 CÁLCULO E APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL........................................ 18

2.2 (DAS) ................................................................................................................ 21

2.3 ASPECTOS GERAIS DE PIS/PASEP E COFINS ............................................. 22

MODULO 3................................................................................................................. 25

3.1 NOÇÕES GERAIS DE IRPJ E CSLL................................................................. 25

3.2 DECLARAÇÕES OBRIGATÓRIAS ................................................................... 28


MODULO 1

1.1 NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

O direito tributário é um ramo do direito público que tem como propósito


regular como ocorre a cobrança de tributos pelo Estado das pessoas naturais e
jurídicas.

A tributação no Brasil é alvo de muita dúvida e questionamento por parte


da população, mas é extremamente necessária para a manutenção do Estado.
Para estudar e observar o balanço entre a relação fisco/contribuinte, o direito
tributário se mostra imprescindível.

O direito tributário, como todas as áreas do direito, obedece e se interliga


com os demais ramos do ordenamento jurídico brasileiro, mas apresenta não só
um objeto de estudo muito específico, como também é guiado por princípios
próprios, que dão a ótica necessária para a análise das normas que permitem a
criação e recolhimento de tributos.

O que é o direito tributário?

O direito tributário é um ramo do direito público que tem como propósito


regular como ocorre a cobrança de tributos pelo Estado das pessoas naturais e
jurídicas.

Assim, o direito tributário é o estudo jurídico e legal da tributação, que é


uma das formas com que o Estado mantém financeiramente a sua administração
sobre o território nacional. Estuda-se, nessa área, a formação dos tributos, a
competência tributária, os modelos de arrecadação e a fiscalização dessa
relação compulsória.

Entretanto, é importante definir que o direito tributário tem como objetivo


de estudo exclusivo a relação entre a definição de tributos e sua efetiva
cobrança, não levando em consideração a aplicação e divisão desses recursos
pelo Poder Público.

Qual é a função do direito tributário?

Nesses termos, a função do direito tributário dentro do ordenamento


jurídico brasileiro é analisar a natureza dos tributos, avaliando se os tributos
criados tem previsão legal, destino amplamente indicado e se são
constitucionais.

O espectro de estudo desse ramo do direito, então, começa na criação


dos tributos, abrangendo temas como competência tributária e imunidade
tributária, e acaba na efetiva arrecadação deles pelo Estado, que os cobra da
sociedade.

Princípios do direito tributário

A Constituição Federal prevê princípios norteadores de toda relação


jurídica dentro do país. Esses princípios são universais dentro dos ramos do
direito, uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro é um só, com todas as
áreas do direito se interligando.

Mesmo assim, a Carta Maior brasileira possui um artigo inteiro, o 150, que
apresenta as limitações que o Estado tem no poder de tributar a sociedade.
Essas limitações, que servem para restringir o alcance da tributação, são levadas
também como princípios do direito tributário.

Os princípios são fundamentais dentro do ordenamento jurídico, porque


apresentam a perspectiva que deve ser adotada pelos aplicadores do direito ao
analisar, estudar, interpretar e aplicar os dispositivos legais e normativos que
existem sobre a matéria específica.
Embora a doutrina tenda a separar os princípios de maneiras distintas,
apresentando-os de forma mais detalhada ou não, trabalharemos neste artigo
os sete principais: o da legalidade, da isonomia, da irretroatividade, da
anterioridade, do não-confisco e da liberdade de tráfego e o da capacidade
contributiva.

1- Princípio da legalidade

O princípio da legalidade, dentro das limitações da tributação impostas ao


Estado dentro da Constituição Federal, está exposto no inciso I do artigo 150,
que afirma:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”.

Isso quer dizer, de forma clara, que é permitido ao Estado criar ou


aumentar o valor de tributos sem uma lei específica que permita isso.

Esse princípio é muito importante por vários motivos: ele impossibilita a


aplicação abusiva de tributos sem destinação clara; não permite que o Poder
Executivo arrecade tributos sem o aval do Poder Legislativo, que deve criar a lei;
além de apresentar mais transparência na forma com que os tributos são
arrecadados e direcionados.

Assim, é inconstitucional o tributo que não possui formação legislativa


clara, apontando o seu propósito e o seu destino específico.

2- Princípio da isonomia tributária

O princípio da isonomia tributária, também conhecido com o princípio da


igualdade, está previsto no inciso II do artigo 150 da Constituição Federal:

“II – Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em


situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”.

O princípio da isonomia é comum em todo o ordenamento jurídico


brasileiro, inclusive na aplicação de tributos. Basicamente afirma que as pessoas
em pé de igualdade não devem receber tratamento desigual, criando um
atendimento igualitário entre os sujeitos da sociedade.

3- Princípio da irretroatividade

Esse princípio, também presente em outros ramos do direito, pode ser


observado no inciso III, item “a”, do artigo 150:

“III – cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que


os houver instituído ou aumentado”.

O princípio da irretroatividade dita que não é lícito cobrar impostos sobre


uma atividade ocorrida no passado, mas que teve lei específica de tributação
sobre ela no presente.

Assim, uma pessoa não pode ser tributada sobre algo que, no momento
em que foi feito, não havia legislação indicando recolhimento de tributo sobre o
ato.

4- Princípio da anterioridade

O terceiro princípio, da anterioridade, também conhecido como princípio


nonagesimal, ou dos noventa dias, está disposto também no inciso III, mas nos
itens “b” e “c”:

“b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b”.
Esse princípio protege o contribuinte de ter que arcar automaticamente
com um novo tributo ou com o aumento de um já existente no momento da sua
criação ou alteração.

Dessa forma, a Constituição prevê a necessidade de o Estado esperar,


no mínimo, 90 dias para poder começar a arrecadar recursos por meio do tributo.

5- Princípio do não-confisco

O princípio do não-confisco, como prevê o próprio nome, indica que o


Estado não pode utilizar a tributação com o objetivo de confiscar os bens ou
propriedades do contribuinte.

Ele pode ser observado no inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal de


1988:

“IV – Utilizar tributo com efeito de confisco”.

6- Princípio da liberdade de tráfego

O sexto princípio, o da liberdade de tráfego, pode ser analisado no inciso


V do artigo 150:

“V – Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público”.

Com o intuito de preservar o direito pétreo de ir e vir, é inconstitucional


aplicar tributação com o objetivo de limitar o tráfego de pessoas ou bens.

A única exceção a este princípio é a cobrança de pedágio para a utilização


de rodovias públicas, mantidas pelo Poder Público ou por entidades privadas,
por meio de concessão.

Essa tributação, então, tem como objetivo a preservação das vias e só


pode ser cobrada se existirem outras vias disponíveis para o público para chegar
ao destino específico.
7- Princípio da capacidade contributiva

Este é provavelmente o princípio mais importante da nossa Constituição,


e é o único abordado aqui que não consta no artigo 150 da Carta Magna.

O princípio da capacidade contributiva está previsto no parágrafo 1º do artigo


145 da Constituição Federal. Ele aponta que, sempre quando possível, os
tributos devem ter caráter pessoal, levando em consideração a capacidade
econômica do contribuinte.

“§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados


segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.

Dessa forma, podemos ver a caracterização, a partir da Constituição


Federal, da necessidade da aplicação de tributação progressiva, onde as
pessoas que tem menos condição econômica devem pagar menos tributos,
enquanto as que têm mais capacidade econômica pagam mais.

O direito tributário é uma vasta área do direito no âmbito jurídico brasileiro,


com várias possibilidades de aplicação profissional e acadêmica.

Trata-se de um ramo do direito muito importante para a manutenção da


sociedade e o equilíbrio dos três poderes, limitando a aplicação de tributação
sobre as pessoas naturais e jurídicas por meio da devida apresentação legal e
nos moldes constitucionais de cobrança.

Os princípios do direito tributário, então, se mostram imprescindíveis para


que a tributação seja feita em um balanço justo entre a arrecadação do Estado
para a realização de ações afirmativas em prol da sociedade e o peso monetário
que essas ações trazem para o bolso do contribuinte.

1.2 REGIME DE TRIBUTAÇÃO


O regime de tributação é um sistema que estabelece a cobrança de
impostos de cada CNPJ, de acordo com o montante da arrecadação. Além disso,
ele também vai depender de vários outros fatores inerentes ao negócio, como o
porte, o tipo de atividade exercida, o faturamento etc.

No Brasil são três os tipos de regime tributário mais adotados: Lucro


Presumido, Lucro Real e Simples Nacional.

1- Lucro Presumido

No Lucro Presumido, qualquer empresa pode se cadastrar. Contudo, o


seu faturamento anual neste regime tributário não pode ser superior a R$ 78
milhões. Neste caso, o Imposto de Renda e a CSLL incidem sobre uma alíquota
definida pela Receita Federal.

Nesse tipo de regime há uma forma de tributação simplificada para


estabelecer a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)
e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas.

Para os dois impostos as alíquotas podem variar conforme a atividade


exercida, sendo de 8% para atividades que envolvam a indústria e comércio e
de 32% nos casos de prestação de serviços.

O Lucro Presumido pode ser a escolha de empresas que faturam até R$


78 milhões por ano, além de, também, ser indicado para aquelas com lucro
elevado e que não apresentam a obrigatoriedade de se enquadrar no Lucro Real.

Sobre o PIS e COFINS, eles são mensurados de maneira cumulativa. Isso


significa que as compras da empresa não geram abatimentos desses impostos
e a alíquota é de 3,65% sobre o faturamento.

Pode ser um regime benéfico para empresas que tenham as margens de


lucro acima da presunção, poucos custos operacionais e uma folha de
pagamento baixa. Mesmo assim, é preciso averiguar se o Simples Nacional não
propicia maior vantagem quando comparado ao Lucro Presumido.
Mesmo que o CNPJ tenha adquirido uma margem de lucro maior, a
tributação incidirá somente sobre a margem prefixada. No entanto, é necessário
ter muita atenção, pois, se a margem de lucro efetiva for abaixo da prefixada, os
impostos serão mensurados sobre a margem presumida.

2- Lucro Real

Este regime é obrigatório para empresas com faturamento superior a R$


78 milhões e empresas com atividades voltadas para o setor financeiro. Neste
caso, as alíquotas são calculadas com base no lucro real, ou seja, receita menos
despesas. Por este motivo, é preciso que a empresa seja muito organizada com
suas contas.

Assim com o Lucro Presumido, é um regime tributário que tem como


finalidade mensurar o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas. Porém, incidem
sobre esse regime as alíquotas de 15% e 9%, respectivamente, — além do PIS
e COFINS que, dependendo da situação, podem ser de 0,65% a 7,60%.

No Lucro Real, o Imposto de Renda é definido por meio do lucro contábil


da empresa, acrescido dos ajustes requeridos pela lei fiscal. Por conta dessas
variações, é considerado um regime mais complexo e mais adequado para
empresas que têm margem de lucro menor que 32%, além de ser obrigatório
para alguns negócios, como:

• instituições bancárias;
• sociedades de crédito, financiamento e investimento;
• sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio;
• caixas econômicas;
• empresas de arrendamento mercantil;
• cooperativas de crédito;
• empresas de seguros privados e de capitalização;
• entidades de previdência privada, aberta, entre outras.
3- Simples Nacional

Neste regime tributário há duas grandes vantagens: uma refere-se aos


valores de alíquotas que são menores e a outra se refere à simplicidade da
agenda tributária, facilitando o controle. Neste caso, enquadram-se empresas
com receita bruta de até R$ 4,8 milhões. Este regime apresenta alíquotas
reduzidas, pois há a união de oito impostos e contribuições: PIS, Cofins, IPI,
ICMS, CSLL, ISS, Imposto de Renda da pessoa jurídica e, em alguns casos,
INSS patronal. Contudo, nem sempre este é o regime mais vantajoso,
especialmente para empresas prestadoras de serviços, que recolhem à parte a
contribuição do INSS e por isso suas alíquotas variam conforme a folha de
pagamento.

O Simples Nacional é um regime tributário instituído pela Lei


Complementar 123 de dezembro de 2006 com a finalidade de simplificar o
pagamento de tributos por Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno porte
(EPP), além de propiciar um tratamento diferente e simplificado para esses
pequenos empreendedores.

Suas alíquotas variam de 4% a 22,90%, divididas em seis anexos que


contemplam os mais variados ramos e atividades econômicas.

Diferenças entre os regimes Lucro Presumido, Lucro Real e Simples


Nacional

Em relação aos tributos sobre o lucro, enquanto no Lucro Real a base de


cálculo é contada do lucro mensurado na contabilidade, com algumas adições e
subtrações, no Lucro Presumido a base é adquirida por meio da aplicação de
percentuais preestabelecidos sobre a receita da pessoa jurídica — o que dá o
nome do regime, tendo em vista que se presume que o lucro seja o apontado.
Em relação aos tributos que recaem sobre o faturamento, no caso do
Lucro Presumido, o PIS e COFINS incidem sobre o faturamento e, na maioria
das situações, no Lucro Real também há essa incidência sobre o faturamento.
Entretanto, aqui, isso ocorre com uma alíquota mais alta e permitindo à empresa
deduzir da quantia a pagar créditos sobre suas aquisições. Dessa forma, no
segundo caso, a alíquota é maior e a base é menor.

Já o Simples Nacional é um regime de tributação simplificado, em que um


tributo é pago por meio da aplicação de uma alíquota sobre o faturamento do
mês. Uma das principais vantagens desse tipo de regime é a diminuição das
obrigações acessórias. Diversos impostos são recolhidos em uma única guia,
que é o Documento de Arrecadação do Simples Nacional, conhecida como DAS.

1.3 ASPECTOS BÁSICOS DO ICMS/IPI/ISS

1- ICMS

ICMS é a sigla referente ao imposto sobre circulação de mercadorias e


prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
comunicação. É também competência de cada estado brasileiro instituir e cobrar
os valores que devem ser tabelados referentes aos mesmos. Em alguns casos,
a receita com o ICMS é tão grande que acaba sendo a maior fonte de
arrecadação estadual.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços


(ICMS) é um tributo que incide sobre a movimentação de mercadorias em geral,
o que inclui produtos dos mais variados segmentos como eletrodomésticos,
alimentos, cosméticos, e sobre serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.

Os convênios de ICMS são regulamentados pelo Conselho Nacional de


Política Fazendária (CONFAZ) que é dirigido pelos Secretários de Fazenda,
Finanças ou Tributação de cada Estado e pelo Ministro de Estado da Fazenda,
e tem missão de promover a harmonização tributária entre os Estados da
Federação.

Dentre as mais importantes operações encontradas, estão a aquisição de


mercadorias em geral, a prestação de serviços de telecomunicação, os serviços
de transporte entre municípios ou estados brasileiros e também a importação de
mercadorias.

Este imposto incide também sobre a entrada de bens importados do


exterior, qualquer que seja seu fim. O fato de o bem ser objeto de compra e
venda ou doação, ter finalidade assistencial ou cultural, não altera a incidência
do ICMS. Apesar da rigidez do tributo, os estados têm direito de estabelecer
convênios para conceder e revogar diversos benefícios fiscais.

Sempre que uma mercadoria estiver em transporte de uma localidade


para outra, deve-se haver registro da titularidade e propriedade da mesma
através da nota fiscal, porém o simples fato de haver este registro não é
considerado o fator gerador para a instituição do imposto. É necessário haver
mudança da titularidade, ou seja, a mercadoria deve ser vendida e passada para
o nome de algum outro comprador. Desta forma a cobrança do imposto é lícita
e o valor devido será arrecadado pelo estado. Com exceção da energia elétrica
e dos derivados do petróleo, o imposto será cobrado no estado da origem da
mercadoria ou serviço.

Logo, o ICMS varia de acordo com cada estado. Por esse motivo, as
pesquisas referentes aos mesmos devem ser levadas em consideração de
acordo com a localização.

2- IPI

IPI é a sigla para Imposto sobre Produtos Industrializados, que incide


sobre itens nacionais e importados que passaram por algum processo de
industrialização. É um tributo de competência federal (somente a União pode
cobrá-lo) e tem caráter extrafiscal.

Um tributo com caráter extrafiscal tem como objetivo estimular ou


desestimular certos comportamentos sociais ou econômicos, como diminuir ou
aumentar o consumo de determinado produto.

Por causa disso, a presidência da República pode alterar a alíquota do IPI


a partir de um decreto como já aconteceu com carros importados e cigarros, por
exemplo.

Além disso, o imposto sobre produtos industrializados também tem como


função arrecadar fundos para o tesouro nacional.

Toda vez que uma mercadoria nacional sai de uma fábrica, o IPI é
cobrado. No caso dos produtos de procedência estrangeira, o imposto incide
quando o item passa pela alfândega brasileira.

Também é importante dizer que praticamente todos os produtos


industrializados estão sujeitos a serem taxados – independentemente da
modalidade.

Segundo o Decreto 7.212/2010, o imposto é obrigatório para:

• O importador, quando os produtos passam pela aduana brasileira;


• A indústria, quando as mercadorias saem do local onde foram produzidos;
• O estabelecimento equiparado a industrial (como importadores de
produtos e filiais de indústrias), quando as mercadorias saem do local;
• Quem consumir ou mandar para empresas que não sejam jornalísticas ou
editoras o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

Ainda de acordo com o decreto, é considerado fato gerador do IPI:

• O desembaraço aduaneiro de produtos fabricados no exterior (ou seja, o


processo para liberar a entrada de mercadorias no território brasileiro);
• A saída de mercadoria do estabelecimento industrial ou equiparado a
industrial (em outras palavras, quando o produto sai da indústria ou de
locais equivalentes).
A alíquota do IPI varia de acordo com cada produto. Todas, entretanto,
estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados.

Para fazer o cálculo do IPI a ser pago é simples:

Primeiro, é necessário consultar a tabela para saber qual é a alíquota do


produto em questão.

Depois, é preciso verificar qual é a base de cálculo. Ela é composta pelo


valor do produto + seguro + frete + demais despesas de produção. Após chegar
ao resultado, basta multiplicar pelo valor da alíquota.

Por exemplo: um produto que tem como base de cálculo (ou seja, a soma
do preço da mercadoria, seguros, fretes e outras despesas) o valor de R$
10.000,00 e alíquota de 5%, será tributado em R$500 de IPI.

Assim como outros tributos, o imposto sobre produtos industrializados é


pago por meio do DARF. Para quem está enquadrado no Simples Nacional,
entretanto, o pagamento é feito pelo DAS.

3- ISS

O Imposto Sobre Serviços (ISS), também conhecido como Imposto Sobre


Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), é um tributo recolhido pelos municípios
brasileiros e pelo Distrito Federal, que incide na prestação de serviços realizada
por empresas e profissionais autônomos.

A incidência deste imposto ocorre em diversos tipos de serviços, o que


faz dele extremamente importante. Para entender melhor o funcionamento deste
tributo, vale destacar que as suas regras gerais são subordinadas a Lei
Complementar 116/2003 e a Lei 11.438/1997.

A Lei Complementar Nº 116/2003 destaca que o ISS possui como fato


gerador – ou seja, o evento que dá origem essa obrigação tributária – a
prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador.

A referida lei contém uma lista extensa de atividades que o imposto incide.
Entre as diversas categorias, listamos alguns exemplos a seguir:

• Serviços de informática;
• Serviços de pesquisa e desenvolvimento de qualquer natureza;
• Serviços de saúde e assistência médica;
• Serviços de medicina e assistência veterinária;
• Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e similares;
• Serviços relativos à engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo,
construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e
congêneres;
• Serviços de hospedagem de qualquer natureza;
• Serviços de biologia, biotecnologia e química;

Todas as empresas e profissionais autônomos prestadores de serviços


que se enquadram nas obrigações da lei Nº 116/2003 devem pagar este imposto.

Aos Microempreendedores Individuais (MEI), o pagamento do ISS já está


inserido na taxa paga mensalmente pela pessoa jurídica. Portanto, não é
necessário recolher um valor específico de Imposto Sobre Serviço.

A taxa paga mensalmente varia conforme a atividade do MEI, empresas


de prestação de serviços pagam um valor de R$ 57,25 ao mês, que se refere ao
pagamento deste imposto e de várias outras obrigações tributárias. Vale
destacar que esses valores são corrigidos anualmente.

De forma semelhante ao MEI, outras empresas optantes pelo regime do


Simples Nacional, como as microempresas (ME), pagam o imposto sobre
serviços junto com outros tributos por meio do DAS. Assim, o pagamento do ISS
ocorre em uma alíquota única, calculada com base na receita bruta da empresa.

Já para as empresas que estão enquadradas nos regimes tributários do


Lucro Real ou Lucro Presumido, o ISS deve ser recolhido individualmente, ou
seja, a cada serviço prestado pela empresa.
Apesar do ISS ser um tributo obrigatório para vários empreendimentos,
há algumas categorias profissionais que estão isentas à incidência deste
imposto.

É o caso dos serviços de exportação, caracterizados por trabalhos que


são totalmente realizados no exterior, que começam em território internacional
ou ainda, os serviços que são prestados no Brasil, mas que refletem em
resultados no exterior.

A alíquota deste imposto é estabelecida pelo município e pode variar de


2% a 5%, dependendo do enquadramento da empresa e do tipo de serviço
prestado. As alíquotas são cobradas por tipo de trabalho ou serviço realizado.
Além disto, podem variar, dependendo do município em que ocorre o fato
gerador.

No caso dos trabalhadores autônomos, o pagamento do ISS é feito a cada


serviço prestado, sendo assim, durante a emissão da Nota Fiscal o tributo já
deverá ser cobrado.

Não precisa se preocupar: quando for emitir uma Nota Fiscal Eletrônica
pela sua cidade, o próprio sistema realiza o cálculo sobre a alíquota vigente e
gera automaticamente o valor a ser pago na forma de ISS.

O imposto sobre serviços é pago no município em que o serviço é


realizado. Ás vezes, pode ser que o imposto tenha uma alíquota fixa.
MODULO 2

2.1 CÁLCULO E APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL

Apesar de ser um regime de tributação simplificado para facilitar o


recolhimento dos tributos, muitos empresários enfrentam dificuldades para
compreender quanto devem pagar principalmente com as mudanças constantes
na legislação.

Entretanto, saber como calcular o Simples Nacional é fundamental para


evitar complicações com o poder público. Além disso, a informação sobre a
despesa com tributos também contribui para os controles financeiros da
empresa.

Todo o cálculo é baseado nas tabelas de faturamento disponibilizadas


pela Receita Federal que classificam as empresas de acordo com a atividade
desenvolvida e com sua faixa de faturamento.

Portanto, o primeiro passo é verificar em qual anexo está inserida a


empresa e posteriormente qual faixa do anexo. Então para isso, é preciso saber
o quanto ela faturou nos últimos 12 meses.

O valor de contribuição desse regime de tributação varia de acordo com


o faturamento, aumentando proporcionalmente.

Para saber qual alíquota deve ser paga pela sua empresa, é preciso
consultar a Tabela do Simples Nacional, que conta com anexos diferentes para
cada anexo, sendo:

• Tabela 1 do Simples Nacional: Anexo 1 – Comércio


• Tabela 2 do Simples Nacional: Anexo 2 – Indústria
• Tabela 3 do Simples Nacional: Anexo 3 – Prestadores de Serviço
• Tabela 4 do Simples Nacional: Anexo 4 – Prestadores de Serviço
• Tabela 5 do Simples Nacional: Anexo 5 – Prestadores de Serviço

Para fazer o cálculo do Simples Nacional, você deve seguir estes passos:

• 1º passo: calcular a receita bruta da sua empresa dos últimos 12 meses;


• 2º passo: identificar a alíquota e a parcela a ser deduzida;
• 3º passo: fazer o cálculo da alíquota efetiva;
• 4º passo: chegar ao valor do Simples Nacional a ser pago naquele mês.

1º passo: cálculo da receita bruta


Esse primeiro passo é bastante simples, pois basta identificar quanto o
negócio faturou no último ano.

No caso, estamos falando da receita bruta total (RBT ou RBT12) de uma


empresa, que corresponde a todas as entradas resultantes da venda de produtos
e/ou serviços dos últimos 12 meses.

2º passo: identificação da alíquota

Com o valor da RBT12 em mãos, o próximo passo para o cálculo do


Simples Nacional é consultar o anexo correspondente ao seu setor de atuação,
verificar em qual faixa a sua receita se encaixa e identificar a alíquota e a parcela
dedutível (PD).

Para ficar mais claro, vamos usar como exemplo uma empresa que faz
parte do Anexo 1, que é o voltado para comércio.

No caso, o faturamento anual desse negócio foi de R$ 340 mil, o que o


coloca na 2ª faixa desse anexo, e o faturamento do mês de cálculo de R$ 30 mil.

Assim, a alíquota para o cálculo do Simples Nacional desse exemplo é de


7,30%, e o valor a deduzir R$ 5.940,00

3º passo: cálculo da alíquota efetiva

Agora, é o momento de calcular a alíquota efetiva do Simples Nacional.


Para isso, você deve aplicar os valores e percentuais identificados até agora na
seguinte fórmula:

[(RBT12 x ALIQ) – PD] / RBT12

Seguindo com o nosso exemplo, temos então estes valores:

• RBT12: R$ 340.000,00
• ALIQ: 7,30%
• PD: R$ 5.940,00
• [(340.000,00 x 7,30%) – 5.940,00] / 340.000,00
• (24.820,00 – 5.940,00) / 340.000,00
• 18.880,00 / 340.000,00
• 0,055 ou 5,55%

O percentual foi de 5,55%, que corresponde à alíquota efetiva a ser cobrada.

4º passo: valor do Simples Nacional

Por fim, definida a alíquota efetiva, você conseguirá identificar o valor a


ser cobrado pelo Simples Nacional do mês em questão.

Considerando que o faturamento mensal da empresa desse exemplo foi


de R$ 30 mil, ao aplicar esse percentual temos o valor de recolhimento de R$
1.665,88.

2.2 (DAS)

DAS — Documento de Arrecadação do Simples Nacional, é uma guia de


pagamento que engloba todos os impostos municipais, estaduais e federais que
devem ser pagos por microempreendedores individuais (MEI), microempresas
(ME) e empresas de pequeno porte (EPP).

O Documento de Arrecadação do Simples Nacional engloba vários


impostos, facilitando a vida dos empreendedores. São eles:

• IRPJ — Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica: semelhante ao


Imposto de Renda de Pessoa Física que declaramos anualmente;
• IPI — Imposto sobre Produtos Industrializados: tributação sobre
produtos industrializados;
• CSLL — Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: tributo federal que
tem por objetivo apoiar a seguridade social, como aposentadoria, direitos
à saúde etc;
• Cofins — Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social:
outro imposto federal, visa recolher fundos para áreas sociais;
• Programa de Integração Social — PIS: arrecadação voltada para o
pagamento de abono salarial e seguro-desemprego;
• CPP — Contribuição Patronal Previdenciária: vinculado ao INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social), objetiva a manutenção da
Previdência Social;
• ICMS — Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação: imposto estadual
incidente sobre a circulação e venda de mercadorias;
• ISS — Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza: imposto
municipal voltado para prestadores de serviço.

O valor do DAS Simples Nacional para MEs e EPPs não é fixo. Isso
acontece porque o cálculo incide sobre as notas fiscais emitidas no mês, ou seja,
sobre o faturamento da empresa.

Dessa forma, se a empresa não tiver qualquer movimentação dentro do


mês, não é preciso emitir o DAS, pois não há imposto a ser pago.

Além disso, para chegar à quantia a ser paga é preciso identificar em qual
anexo e faixa, dentro do Simples Nacional, a empresa se encaixa. Aqui, vale
lembrar que isso faz com que cada empresa entre em uma alíquota diferente, de
acordo com a atividade.

Já para quem é MEI, o valor cobrado é o mesmo todos os meses,


diferenciando apenas de acordo com a atividade exercida.

2.3 ASPECTOS GERAIS DE PIS/PASEP E COFINS

PIS é a sigla para Programa de Integração Social. Pasep é a sigla para


Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. São programas pelos
quais as empresas e órgãos públicos depositam contribuições em um fundo
ligado aos seus empregados, o fundo do PIS/Pasep. O dinheiro desse fundo
atualmente vai para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que paga
benefícios como o abono salarial e o seguro-desemprego.

COFINS é a sigla para Contribuição para Financiamento da Seguridade


Social. O objetivo do Cofins é custear algumas esferas básicas da seguridade
social brasileira. Isto é: o que é arrecadado com o tributo é empregado em
investimentos com saúde pública, a previdência social e demais programas
nacionais de assistência social.

O PIS, ou Programa de Integração Social, é recolhido junto ao Cofins e,


por isso, muitas vezes é visto como a mesma coisa o que não é verdade. Os
dois tributos são somados e pagos em conjunto, mas ainda são distintos e
possuem cada um à sua função.

Estas duas contribuições incidem sobre a receita bruta das empresas


(pessoas jurídicas), com exceção aos microempreendedores e empresas de
pequeno porte, que contribuem pelo Simples Nacional.

O PIS e o COFINS possuem dois sistemas de tributação: regimes


cumulativo e não cumulativo.

Alíquotas de PIS e Cofins cumulativos

Pelo regime cumulativo as empresas pagam as alíquotas de PIS/PASEP


de 0,65% e COFINS de 3% de maneira integral sobre as saídas que devem ser
tributadas. No caso de empresas financeiras, o COFINS tem alíquota de 4%.

Participam deste regime as empresas que apuram o imposto de renda


com base no Lucro Presumido ou sobre o Lucro Arbitrado.

Alíquotas de PIS e COFINS não cumulativos


O regime não cumulativo possui as alíquotas de PIS/PASEP de 1,65% e
COFINS de 7,6%, mas desta vez a empresa passa a ter alguns créditos sobre
determinados custos ou despesas associados.

Estes créditos envolvem, por exemplo:

• Compra de mercadorias para revenda;


• Bens e serviços utilizados como insumos para fabricação ou prestação de
serviços;
• Custo de armazenagem de mercadorias, etc.

Para este regime se incluem as empresas que apuram o imposto de renda com
base no Lucro Real.

Outras alíquotas adicionais

Existem ainda outros modelos de pagamento que devem ser


considerados, como a tributação sobre importações de PIS/PASEP de 2,1% e
COFINS de 9,75% mais 1% adicional.

O PIS/PASEP possui ainda uma alíquota de 1% sobre a folha de


pagamento de funcionários de entidades sem fins lucrativos, como os de
sindicatos, igrejas, serviços sociais, etc.
MODULO 3

3.1 NOÇÕES GERAIS DE IRPJ E CSLL

IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica é um dos tributos de


competência da União que deve ser pago pelas empresas. É um tributo federal,
previsto no Art. 153, Inc. III da Constituição Federal, que incide sobre os lucros
obtidos por pessoas jurídicas (empresas) e equiparadas.

Dependendo do regime tributário da empresa, o IRPJ poderá incidir sobre


o faturamento ou sobre uma presunção do lucro, como detalharemos melhor ao
final deste artigo.

As empresas enquadradas no Lucro Real terão o IRPJ calculado sobre o


lucro, e as alíquotas neste regime são mais altas; há também diversas regras
para definir o lucro fiscal sobre o qual será calculado o imposto, nem toda
despesa da empresa é aceita como dedutível.

Já as empresas enquadradas no Lucro Presumido não precisam apurar o


lucro para calcular o IRPJ pois a RFB determinou uma presunção de lucro para
elas. Isto significa dizer que empresas prestadoras de serviço tem uma
presunção de que 32% do faturamento delas é lucro, então o IRPJ é calculado
sobre estes 32%. Se for comércio a presunção do lucro é de 8%.
Por fim, as empresas enquadradas no Simples Nacional têm o IRPJ
calculado sobre o faturamento, uma vez que o IRPJ está contido dentro da DAS,
que é o Documento de Arrecadação do Simples, englobando dentro dele
diversos tributos.

A legislação determina quais empresas estão obrigadas a pagarem esse


tributo, sendo elas:

I – As pessoas jurídicas:

• de direito privado domiciliadas no Brasil;


• filiais, sucursais, as agências ou as representações no país das pessoas
jurídicas com sede no exterior;
• empresas públicas, sociedades de economia mista e as suas subsidiárias;
• Sociedade em Conta de Participação (SCP), considerando que são
equiparadas às pessoas jurídicas;
• sociedades cooperativas de consumo que tenham por objeto a compra e
o fornecimento de bens aos consumidores.

II – As empresas individuais (visto também serem equiparadas a pessoas


jurídicas):

• empresários constituídos na forma estabelecida Código Civil;


• pessoas físicas que promovam a incorporação de prédios em condomínio
ou loteamento de terrenos;
• pessoas físicas que individualmente explorem, habitual e
profissionalmente, quaisquer atividades econômicas de natureza civil ou
comercial, com objetivo de lucro, pela venda a terceiros de bens ou
serviços.

CSLL - é a sigla para Contribuição Social sobre Lucro Líquido. Trata-se


de um imposto federal que também incide sobre as pessoas jurídicas
domiciliadas no Brasil e que tem por objetivo gerar recursos financeiros para a
Seguridade Social.
Ou seja, é um imposto que visa apoiar investimentos públicos
relacionados à aposentadoria, desemprego e outras questões relacionadas.

O cálculo do IRPJ e da CSLL seguem as mesmas normas de apuração e


pagamento.

Para chegar ao valor a ser arrecadado, ou restituído, é considerado o


regime de tributação da empresa, bem como a alíquota de IRPJ para cada um
deles.

Todas as empresas brasileiras devem pagar a CSLL. O modelo de


tributação, entretanto, varia conforme o regime tributário no qual a empresa está
enquadrada. São quatro atualmente:

• Simples Nacional: As empresas que se enquadram no regime Simples


Nacional também contribuem com a CSLL, porém não seguem as
alíquotas básicas de 9 ou 15%. No Simples, o recolhimento deste e de
outros tributos é feito em apenas uma única guia mensal, o DAS.

• Lucro Real: A Contribuição Social sobre Lucro Líquido é apurada a cada


três meses após os fatos desse período serem contabilizados. Isso inclui
as vendas, despesas, impostos, receitas e o lucro. Lembre-se de que a
base de cálculo precisa ser ajustada no LALUR (Livro de Apuração do
Lucro Real) conforme as normas do fisco. Após os ajustes, aplica-se a
alíquota da CSLL e se chega ao valor a ser pago. Em alguns casos, é
possível que a CSLL seja recolhida mensalmente nesse regime tributário.

• Lucro Arbitrado: Entende-se por Lucro Arbitrado o regime tributário


aplicado pela autoridade tributária quando uma empresa deixa de cumprir
suas obrigações acessórias que determinam seu Lucro Real ou Lucro
Presumido. Em outras palavras, esse modelo de tributação é utilizado
quando uma pessoa jurídica é optante por um dos outros regimes, porém,
não tem documentos (livro diário, livro inventário etc) que comprovem seu
faturamento. As alíquotas no Lucro Arbitrado são as mesmas do Lucro
Real, contudo o cálculo não é feito sobre o lucro, é feito sobre a receita
bruta.

• Lucro Presumido: No Lucro Presumido não há a necessidade de apurar


os fatos contabilmente. Isso porque o fisco utiliza as alíquotas de
presunção com a intenção de determinar o lucro da empresa no período.
Primeiramente, é apurado o faturamento do trimestre. Na sequência, para
saber o lucro, aplica-se a alíquota de presunção que pode ser de 32%
para serviços gerais (exceto transportes de carga e serviços hospitalares)
e 12% para atividades nos ramos imobiliário, hospitalar, industrial e
comercial. Depois desse cálculo, é necessário aplicar a CSLL em 9 ou
15% para determinar o valor a ser pago.

Quem é MEI (Microempreendedor Individual) também precisa pagar a


CSLL, mas esse tributo já está incluso no valor fixo mensal que precisa ser pago
pela guia DAS-MEI.

A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido varia entre 9 e


15% de acordo com o tipo da empresa.

Nas Pessoas Jurídicas enquadradas nos regimes do Lucro Real ou


Presumido, a alíquota é de 9% aplicada sobre o Lucro Antes do Imposto de
Renda (LAIR). Para as instituições financeiras, seguros privados e capitalização,
a alíquota é de 15%.

Uma empresa financeira optante pelo Lucro Real que teve um lucro de R$
300.000 antes de aplicar o imposto de renda, por exemplo, deverá pagar R$
45.000 de CSLL.

3.2 DECLARAÇÕES OBRIGATÓRIAS


Abrir e gerenciar uma empresa no Brasil é um grande desafio. Além de
lidar com uma das cargas tributárias mais altas do mundo, o empreendedor por
aqui precisa se organizar para cumprir uma série de obrigações acessórias.

Mais do que recolher tributos, periodicamente as empresas precisam


fornecer uma série de informações aos órgãos fiscais, previdenciários e
trabalhistas, através das declarações obrigatórias.

Com a tecnologia, boa parte dessas informações são transmitidas pelo


meio eletrônico, através de sistemas próprios, como é o caso do SPED Contábil
e Fiscal. Embora a tecnologia tenha facilitado, a verdade é que ela não substitui
o conhecimento. Por isso, saber quais são e por que você precisa entregar tais
obrigações também é importante.

Declarações obrigatórias – Lucro Real

As empresas que fazem parte do regime tributário Lucro Real, possuem


as seguintes obrigações acessórias:

• GIA – Substituição tributária;


• DCTF: Declaração de Débitos Tributários Federais;
• EFD Contribuições (contribuição para o PIS/Pasep, contribuição da Cofins
e escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a Receita
Bruta);
• SINTEGRA: Sistema Integrado de Informações sobre Operações
Interestaduais com Mercadorias e Serviços;
• EFD ICMS/IPI: Escrituração Contábil Digital;
• SEFIP/GFIP: Sistema Empresa de Reconhecimento do FGTS e
Informações à Previdência Social;
• CAGED: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados;
• ECD: Escrituração Contábil Digital;
• ECF: Escrituração contábil Fiscal;
• DIRF: Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte;
• RAIS: Relação Anual de Informações Sociais;
• DIRPF: Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física.

Declarações obrigatórias - Lucro Presumido

Empresas que tributam pelo Lucro Presumido contam com uma margem
de lucro pré-fixada na legislação. Essa margem serve de base para a tributação
do Imposto de Renda e também da Contribuição Social sobre o Lucro.

Nesse sistema, portanto, existe uma previsão de lucro que pode ser obtida
em um período anterior ao recolhimento, para que então, haja a definição dos
valores a serem pagos.

Nesse sistema, a empresa contribuinte também necessita prestar


algumas declarações obrigatórias que contam com prazos específicos:

• SPED FiscalDES: Declaração Eletrônica de Serviços;


• DCTF: Declaração de Débitos Tributários Federais;
• EFD Contribuições (contribuição para o PIS/Pasep, contribuição da Cofins
e escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a Receita
Bruta);
• SPED Fiscal;
• GIA Estadual: Guia de Informações e Apuração de ICMS;
• GIA – Substituição tributária;
• LFE: Livro Fiscal Eletrônico;
• SISCOSERV: Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços;
• ECF: Escrituração Contábil Fiscal;
• DIRF: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte;
• RAIS: Relação Anual de Informações Sociais;
• CAGED: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados;
• ECD (facultativa): Escrituração Contábil Digital;
• EFD ICMS/IPI: Escrituração Fiscal Digital;
• SEFIP/GFIP: Sistema Empresa de Fundo de Garantia e Informação à
Previdência Social.
Declarações obrigatórias – Simples Nacional

O SIMPLES Nacional é um regime de tributação simplificado que visa


unificar o recolhimento de tributos de forma única, de acordo com alíquotas que
variam conforme a atividade da empresa.

Como só podem tributar pelo SIMPLES Nacional empresas que possuem


um faturamento de até R$ 4,8 milhões, esse regime acaba sendo adotado
prioritariamente pela Micro e Pequenas Empresas. As obrigações são:

• DAS: Documento de Arrecadação do Simples Nacional;


• DEFIS: Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais;
• DIRF: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte;
• DESTDA: Declaração de Substituição Tributária;
• ECD (facultativa): Escrituração Contábil Digital;
• EFD ICMS/IPI: Escrituração Fiscal Digital;
• SEFIP/GFIP: Sistema Empresa de Fundo de Garantia e Informação à
Previdência Social;
• ECF: Escrituração Contábil Fiscal;
• RAIS: Relação Anual de Informações Sociais;
• CAGED: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

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