Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRIBUTÁRIO E CÓDIGO DE
PROCESSO TRIBUTÁRIO
AULA 3
2
As imunidades genéricas são encontradas no art. 150, VI, da Constituição
Federal: são a imunidade recíproca, a imunidade dos templos de qualquer culto,
a imunidade dos partidos políticos e das instituições educacionais ou
assistenciais e a imunidade dos livros, periódicos e do papel destinado à sua
impressão.
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal,
decorre diretamente do princípio da isonomia e do princípio federativo, e veda
aos entes políticos exercitarem suas competências sobre o patrimônio, a renda
e os serviços uns dos outros, sendo aplicado extensivamente às autarquias.
Já a imunidade dos templos de qualquer culto é uma reafirmação do
princípio da liberdade de crença e da prática religiosa, estabelecidos no art. 5º,
VI e VIII, da Constituição Federal, e, surge para que nenhum obstáculo seja
criado para impedir ou dificultar os direitos de todos os cidadãos, inclusive a
incidência de impostos.
Estabelecida no art. 150, VI, c, da Constituição Federal, está a imunidade
que veda ao poder público atingir por meio de imposto o patrimônio, a renda e
os serviços dos partidos políticos e instituições educacionais ou assistenciais,
desde que observados os requisitos da lei. Isto ocorre porque os partidos
políticos e as entidades educacionais e assistências são de extrema importância
para sociedade, desenvolvendo inclusive, atividades que seriam, a princípio,
obrigação do Estado desempenhar.
E por fim, há a imunidade dos livros, periódicos e do papel destinado à
sua impressão, estabelecida no art. 150, VI, d, da Constituição Federal, que visa
garantir a liberdade de comunicação e de pensamento, ao mesmo tempo em que
propaga a cultura e educação para toda a sociedade.
Além dessas hipóteses de imunidade, o texto constitucional estabelece
outros casos em que o legislador ordinário é incompetente para atribuir impostos
a pessoas, coisas ou estados de coisas; são as chamadas imunidades
genéricas.
3
Contudo, não se pode confundir tais conceitos, pois as imunidades, como
já demonstrado, são normas constitucionais que colaboram para o desenho da
competência tributária, atuando em um momento anterior à incidência da norma
tributária. Já as isenções decorrem de legislação infraconstitucional e atuam no
momento de incidência da norma tributária, reduzindo o campo de abrangência
dos critérios da hipótese de incidência ou do consequente tributário, da regra-
matriz de incidência do tributo.
Tratam-se, portanto, de institutos distintos.
De acordo com Harada (2017, p. 568):
4
TEMA 3 - CONCEITO DE PRINCÍPIO
5
4.1 Princípio da legalidade
6
empréstimo compulsório, instituído em caso de guerra e calamidade pública, e,
na faculdade que tem o poder executivo de alterar, dentro de determinados
limites, as alíquotas dos impostos de importação e exportação, IPI e IOF.
7
4.3 Princípio da anterioridade
1“Art.
150: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios [...] III - cobrar tributos [...] c) antes de decorridos
noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado
o disposto na alínea b.” (Brasil, 1988)
8
4.4 Princípio da igualdade
Sob uma perspectiva material, concreta, tal artigo é, até certo ponto vago,
pois, nenhum indivíduo está na mesma situação que outro, cada um tem a sua
peculiaridade, levando a uma análise muitas vezes equivocada do princípio da
isonomia tributária.
Para que a norma seja considerada isonômica, ela não pode singularizar
o destinatário da norma, ou seja, diferenciar o regime para um determinado
indivíduo ou grupo. A norma precisa ser genérica, e todo aquele que se
enquadrar em seus requisitos genéricos será destinatário, além disso, precisa
identificar o fator discriminador (responsáveis pela ruptura da ordem isonômica),
fator este que deve atender aos valores constitucionais e guardar pertinência
lógica entre o critério de diferenciação e a disparidade do regime tributário.
Em decorrência disso, admite-se o tratamento desigual de contribuintes,
desde que, a norma prescreva e o justifique. O contribuinte que está em situação
diferente pode pedir a subsunção em um regime tributário diferenciado,
respeitando principalmente a sua capacidade contributiva.
9
4.5 Princípio da capacidade contributiva
10
O princípio da seletividade consiste no estabelecimento de alíquotas na
razão inversa a necessidade dos produtos. Além do ICMS, o IPI, por força do
disposto no art. 153, parágrafo 3º, IV, também será seletivo.
Note que há uma preocupação do legislador em preservar a capacidade
contributiva ao onerar produtos tidos como essenciais de uma forma diversa
daqueles tido como dispensáveis.
José Roberto Vieira, tomando como exemplo o IPI, assim ilustra tal
situação:
11
Portanto, nota-se que tal princípio tutela de uma forma mais ampla todo o
interesse econômico nacional, o que só destaca a sua relevância para todo o
ordenamento jurídico.
12
“limitações ao poder de tributar”, assumem feição protetiva em favor do
contribuinte e não em favor do Estado. (Ávila, 2012, p. 271-272)
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
14
REFERÊNCIAS
HARADA, K. Direito financeiro e tributário. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
15