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PODER CONSTITUINTE

Conceito: é o poder de criar (PCO) e a competência (PCD) de reformar uma constituição.


Autor/Obra: Emanuel J Sieyes – revolução francesa, da qual se relaciona com a constituição aberta.
Titularidade: povo/nação – forma indireta de acordo com o artigo 17 da constituição em que há a
criação de partidos para que os políticos os representem.

Visão Geral
O PC desmembra-se em dois ramos:
Poder constituinte originário: histórico e revolucionário
Poder constituinte derivado: reformador e decorrente.

Poder difuso

Poder Supranacional

Poder Constituinte Originário


Conceito: é o poder de criar nova constituição, ou seja, desde o início.
Espécies: Momento histórico: em que se cria a primeira constituição; no caso brasileiro criou se a
primeira constituição em 1824 (uma breve constituição que logo foi alterada). Momento
Revolucionário: no sentido jurídico, é uma revolução jurídica, a qual não tem seguimento de “pegar
em armas”, mas o poder de criar nova constituição atrás de dialogo (ato de transformação da
constituição).
Características:
A] inicial: poder de fato – é o inicio de nova ordem jurídica, não há preocupação com outros códigos,
de modo que não há como basear-se no direito, ao passo que este ainda está a ser criado.
B] incondicionado: não condicionado a nenhuma lei, surge-se a partir de: revolução (guerra);
assembleia constituinte (deputados e senadores para a criação de nova constituição); aclamação (do
povo)
C] latente: não se esgota com o seu exercício permanente.
Obs: o poder constituinte originário é ilimitado e caracteriza-se por dois pontos: 1) positivo, quando
cria-se do zero nova const.; 2) negativo, pois a doutrina diz que este não é ilimitado, assim Manoel
Gonçalves aduz que tem limite, nos direitos naturais (vida, dignidade).

Poder Constituinte Derivado


Princípio da vedação do retrocesso
Conceito: competência de reforma uma constituição, é ilimitado, condicionado e tem forma prescrita a
ser seguida.
Características: secundário; condicionado e limitado.
Tem dois tipos de reforma da const.: Revisão const.; Emenda const.

Revisão Constitucional (PCD - REFORMADOR)


Art. 3º do ADCT
5 anos após a promulgação de 1993.
Para se fazer a revisão é necessário um quórum de maioria absoluta (3/5 de cada casa); sob uma sessão
unicameral – não há distinção dos votos de cada casa; tem os mesmos limites da emenda
constitucional – pois respeita as cláusulas pétreas (art.60 da CF).
Nova Revisão? Podemos ver que as doutrinas divergem-se em um ponto positivo e outro negativo,
assim: 1) não; pois enfraqueceria a força normativa da Const., STF; 2) sim; teoria da dupla revisão,
Manoel Gonçalves, você faz uma E.C. na constituição e muda o artigo 3º para revisão.

Emenda Constitucional
Expressa na cláusula pétrea, no artigo 60 da CF/88.

Limitações ao Poder Reformador


Limitações: materiais (clausulas pétreas); circunstancias (artigo 60 § 1º, fala sobre a intervenção do
Estado em estado de sitio e estado de defesa); formais/ procedimentais; temporais (não existe no
Brasil); implícitas.

Intertemporal
Conceito: é a relação da constituição com outras normas no tempo
São duas as situação: constituição nova X constituição anterior; constituição nova X legislação
infraconstitucional pretérito (passada).

Relação entre Constituição anterior X Constituição nova


Há três possibilidades:
A) REVOGAÇÃO: “lex posteriori derrogat lex anterior”; é a regra, pode ser expressa ou tácita.
B) DESCONTITUCIONALIZAÇÃO: só pode ser expressa, compatibilidade material, a norma
perde o status constitucional; ou seja, a norma anterior deve ter conteúdo semelhante para que
posso continuar na nova const.
C) VACATIO CONSTITUTIONS: só pode ser expressa (no todo da const. nova); ou pode ser
parcial (quando há o fenômeno da recepção material de norma constitucional).

OBSERVAÇÃO:
PCD DECORRENTE: Estado e Distrito Federal criam suas constituições; já o município tem lei
orgânica como expressa o artigo 25 da CF/88.
Condicionado (formas) e limitado (hierarquia) na construção da const. do Estado.
Poder Sensíveis: ensejam a assegurar ao povo – artigo 34, VII da CF.
PODER DIFUSO: é o poder de alterar o sentido (interpretação) da norma constitucional. Este poder é
de fato; que muda o sentido da norma – é uma mutação constitucional. Mudança informal, exemplo do
artigo 5º , XI da CF.
SUPRANACIONAL: é o poder de fazer uma constituição para diversos Estados Soberanos; exemplo
da Europa.
EXEMPLO: Constituição de 67 X Constituição de 88. Constituição anterior, por meio expresso da
nova constituição, adentra normas abaixo ou dentro da Constituição nova, porém as normas de 67
deveriam ser “recepcionadas” de Const. nova. Outro momento, a vacatio pode ser parcial, de modo
que, no artigo 34 do ADCT, em que a constituição 67 que ficou por um tempo valendo o sistema
tributário na nova constituição de 88, na qual é permitido.

Direito Constitucional Intertemporal


1) Constituição nova X Constituição anterior = REVOGAÇÃO/
DESCONTITUCIONALIZAÇÃO/ VACATIO CONSTITUTIONS
2) Relação da nova constituição com a legislação infraconstitucional pretérita (direito pré-
consitucional)
Conceito: é quando uma constituição é promulgada não quer dizer que toda legislação anterior é
imediatamente invalidada. Se fosse assim, significaria, na prática, fazer uma nova produção legislativa
para repor todas aquelas normas.
Princípio da continuidade do ordenamento jurídico.
Em análise de compatibilidade, pode ser ter: compatibilidade material e compatibilidade fomal.
QUESTÃO: após, a nova constituição, toda a legislação infraconstitucional pretérita deve ser
invalidada?
RESPOSTA: não, porque se entendermos que toda legislação anterior deve ser invalidada, isso
representaria na prática uma necessidade de fazer toda uma nova produção legislativa para repor
aquelas normas. Então, há um princípio da continuidade do ordenamento jurídico através do qual se
define a manutenção das normas anteriores. Para que essas normas sejam mantidas será necessária a
análise da compatibilidade da norma como nova constituição, o que se dá em duas perspectivas:
compatibilidade material (conteúdo) e formal (procedimento).

Compatibilidade Material (CONTEÚDO)


Conceito: é análise do conteúdo da norma.
- materialmente compatível? RECEPÇÃO
-incompatível? Não gera a recepção! Porém, não gera a inconstitucionalidade.
Consequências: novo fundamento de validade; assume o status normativo exigido (assume um grau
acima do tipo, exemplo do código penal que era decreto e agora é lei ordinária).

Compatibilidade Formal
É o procedimento em que se exige a norma.
- procedimental
-orgânico (municipal, estadual, união ou órgãos)

OBSERVAÇÃO: analisa-se a constituição quanto a sua matéria/conteúdo ao parâmetro de outras


legislações/normas. O fenômeno da recepção existe em detrimento do principio da continuidade do
ordenamento jurídico. Em entendimento do STF não se recepciona norma que não seja compatível
materialmente. Ao passo que a incompatibilidade não gera recepção, pois não gera a
infraconstitucionalidade de modo que o conteúdo material não é compatível ao da const. Na
modalidade difusa cabe a inconstitucionalidade com a const. anterior (parâmetro de validade com a
nova); STF.

NORMAS CONSTITUCIONAIS
Características da normas constitucionais:
a- Quanto a aplicabilidade;
Conceito: é a possibilidade de produção de efeito concretos

1- Quanto a aplicabilidade e eficácia: pode-se dizer que é uma classificação bipartidária:


a- Norma constitucional é autoaplicável
b- Normas constitucionais não autoaplicável. (não produzirá totalmente sua eficácia e
aplicabilidade da norma, mas refletira os efeitos mínimos)
EX. artigo 18 da CF/88

Crítica
Os efeitos mínimos das normas constitucionais
- efeito inibitório: desde o nascimento da norma constitucional, gera para o poder publico um limite
com efeito de impedir que o mesmo haja contrariamente a norma constitucional, gera para o Estado
uma obrigação de não fazer, uma eficácia negativa.
- efeito revogatório: é gerado de plano pela norma constitucional; sua simples vigência revoga
imediatamente as normas anteriores. Surge-se nova norma e revoga a anterior
- efeito interpretativo: relaciona-se ao fato de que a norma constitucional serve de parâmetro/
paradigma para interpretação de outras normas. Todas as normas da CF servem de paradigma de
controle, ou seja, serve de base para arguir qualquer inconstitucionalidade na norma nova.

CONCLUSÃO
É uma classificação tripartida
A norma constitucional de Eficácia: PLENA/ CONTIDA/ LIMITADA
A- Norma constitucional de Eficácia Plena: é a que produz todos os seus efeitos sem precisar de
complemento. Exemplo os artigo 2, 18 §1º e 57, caput. Equivale a autoaplicabilidade.
B- Norma constitucional de Eficácia Contida: é a que produz todos os seus efeitos, e é lei
infraconstitucional reduzida. (sinônimo de redutível/restringível). Exemplo do artigo 5º, XIII
(fala sobre o trabalho); e o STF no Re 511961 (lei que limita uma norma constitucional não
pode interferir no seu núcleo ou essência da norma [liberdade]). A restrição pode estar
definida em lei ou já definida na CF (artigo 5, XVI c/c 136 §1º). Produz os efeitos da plena,
porem uma lei a reduz em seus efeitos. Ex. estatuto da oab, lei que regulamenta uma profissão,
ou seja, a profissão deve ser regulamentada, porem se a não for não é considerada ilícita.
C- Norma constitucional de Eficácia Limitada: são aquelas que possuem aplicabilidade mediata.
Esta possui dois tipos de principio institutivo (ex. artigo 98 e 102) e o programático (meta a
ser seguida). São normas de organização ou estruturação do país.

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