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ÁREAS DO CONHECIMENTO PROGRAMA DE DISCIPLINAS

1) DIREITO CONSTITUCIONAL

Constituição Federal.

A Constituição: conceito, tipologia.

Podemos conceituar Constituição como sendo a lei fundamental e suprema


que rege o Estado. São diversas as concepções tais como sociológica, política,
material, jurídica, culturalista, aberta, pluralista e outras.

O objeto da Constituição é reger a vida em social do Estado e a sua


classificação ou tipologia pode ser classificada quanto à origem e a distinção
entre Constituição e Carta; quanto à forma, à extensão, ao conteúdo, ao modo
de elaboração, à alterabilidade, à sistemática (critério sistemático), quanto à
dogmática, à correspondência com a realidade (critério ontológico - essência),
quanto ao sistema, à função, à origem de sua decretação: heterônomas
(heteroconstituições) x autônomas ("autoconstituições" ou
"homoconstituições"), Constituições garantia, balanço e dirigente (Manoel
Gonçalves Ferreira Filho), Constituições liberais (negativas) e sociais
(dirigentes) - conteúdo ideológico das Constituições (André Ramos Tavar1es),
Raul Machado Horta (Constituições expansivas), como percebemos são várias
classificações para a Constituição.

O objeto das Constituições é basicamente os direitos e deveres do Estado e


dos cidadão, prevendo mecanismos de exercício e controle do poder, direitos e
garantias fundamentais, defesa da Constituição, do Estado e das Instituições
Democráticas e os fins socioecônomicos do Estado.

A aplicação da Constituição no tempo.

Quando há a elaboração de uma nova constituição, inaugura-se um novo


Estado com ela, havendo, portanto, um rompimento com a ordem jurídica
anterior e criando-se uma nova, compatível com os novos valores nela
consagrados.

Desse modo, a constituição anterior é integralmente revogada, as normas


infraconstitucionais materialmente incompatíveis são revogadas pelo novo
regime estabelecido e as normas infraconstitucionais materialmente
compatíveis são recepcionadas.

Logo, o Brasil não recepciona normas de constituição pretérita como normas


infraconstitucionais, fenômeno chamado de “desconstitucionalização”. Para que
ocorresse em solo pátrio, a Carta Magna deveria expressamente prever quais
normas da constituição anterior continuariam vigentes.

Quanto às normas materialmente incompatíveis, não se pode dizer que ocorre


inconstitucionalidade das mesmas, já que o Supremo Tribunal Federal declarou
que a inconstitucionalidade de uma lei ou dispositivo só pode ser analisada em
face da constituição que lhe rege.

Logo, se uma norma editada em 1970 é compatível com a constituição então


vigente, mas materialmente incompatível com a Constituição de 1988, com a
edição desta, a norma será revogada, e não declarada inconstitucional, como
alguns imaginam. Assim, pode-se dizer que a não recepção acarreta em
revogação.

Já as normas materialmente compatíveis serão recepcionadas com o status


que a Constituição lhes atribui. Um exemplo claro sobre o assunto e muito
discutido no âmbito do direito tributário é o do Código Tributário Nacional. Este
foi editado como lei ordinária em 1966. O diploma, no entanto, foi recepcionado
pela atual Lei Maior com status de lei complementar, e só pode ser modificado
por norma com igual classificação.

Teoria da norma constitucional: eficácia, interpretação e aplicabilidade.

Aplicabilidade Constitucional: é a capacidade de uma norma jurídico-


constitucional de produzir seus efeitos. Trata-se de ato de incidência que
somente haverá a aplicação de uma norma constitucional se esta for eficaz.

Eficácia Constitucional: meio pelo qual a norma constitucional gerará seus


efeitos jurídicos. Variará de acordo com o grau e a sua profundidade.

Espécies de eficácia constitucional:

a) Normativa: trata-se da simples possibilidade de aplicação e de vinculação da


norma constitucional.

A.1) Eficácia normativa de vinculação: estabelece o vinculo entre o legislador e


a regulamentação. Exemplo: art. 226, § 3, da CF/88: “Para efeito de proteção
do Estado, é reconhecia a união estável entre homem e mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.

A.2) Eficácia Normativa de aplicação: trata-se de norma jurídica autoaplicável.


Citamos por exemplo, o artigo 2º, CF: “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”

As principais características da eficácia normativa constitucional são: 1)


Imperativa; 2) Taxativa; 3) Cogente; 4) Mandamental.
Importante salientar que, não existe norma constitucional sem sua eficácia
jurídica ou normativa. Podemos citar, por exemplo, as normas programáticas e
limitadoras, que possuem um mínimo de eficácia, traçando por dever do
legislador regulamentá-las.

No tocante ao mínimo de eficácia, podemos entender como a possibilidade de


um preceito constitucional de produzir concretamente seus efeitos normativos,
sob pena de não ter sua vigência. Assim, mesmo que haja sua ineficácia social,
a norma jurídico-constitucional produzirá seus efeitos jurídicos.

B) Eficácia sociológica constitucional: é a incidência concreta das normas


constitucionais sobre determinados fatos sociais de modo a concretizar no seu
cumprimento prático, conforme o comando de vontade da Constituição.

Classificação da Aplicabilidade e Eficácia das Normas Constitucionais

Antes de elencarmos quanto as classificações de aplicação e eficácia das


normas constitucionais, devemos observar os efeitos que poderão variar
conforme: a) grau; b) profundidade; c) extensão. Cada uma dessas variantes
de efeitos será observada em cada espécie, conforme abaixo:

a) Normas constitucionais de eficácia absoluta e de aplicabilidade imediata;

b) Normas constitucionais de eficácia plena e de aplicabilidade imediata;

c) Normas constitucionais de eficácia contida e de aplicabilidade imediata;

d) Normas constitucionais de eficácia limitada e de aplicabilidade diferida;

e) Normas constitucionais de eficácia esvaída e de aplicabilidade esgotada

f) Normas constitucionais de eficácia exaurida e de aplicabilidade esgotada

A) Normas constitucionais de eficácia absoluta e de aplicabilidade imediata:

São aquelas que produzem supereficácia paralisante contra toda atividade


reformadora que venha expressa ou implicitamente contrariá-las. É inalterável
e funcionam como bloqueio, impedindo que leis ou atos normativos, direta ou
indiretamente afrontem. Não depende de lei para terem sua aplicação imediata,
direta ou integral. Exemplo prático: as clausulas pétreas, previstas no
artigo 60,§ 4º, da Constituição de 1988:

Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I- A forma federativa do Estado;

II- O voto direto, secreto, universal e periódico;

III- Separação dos Poderes;


IV- Direitos e Garantias Individuais.

B) Normas constitucionais de eficácia plena e de aplicabilidade imediata

São bases elementares provenientes de sua autoexecutoriedade, sendo direta


e integral. Podem ser aplicadas desde o momento em que entram em vigor,
traçam vínculos que se tornem exigíveis e independem de ato legislativo para
terem sua incidência.

Interessante denotarmos que, as normas constitucionais de eficácia plena e de


aplicação imediata podem ser revistas ou emendadas pela ação do poder
reformador, não apresentando efeitos absolutos, sendo que as normas de
eficácia absoluta são intangíveis.

C) Normas constitucionais de eficácia contida e de aplicabilidade imediata

São as que podem ser restringidas ou suspensas pelo legislador ordinário e


possuem clausula de redutibilidade, permitindo que leis subalternas
componham seu significado. Por exemplo, o artigo 184, da CF, caput:

“Compete a União desapropriar por interesse social, para fins de reforma


agraria, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante
prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos e cuja utilização
será definida em lei”.

§ 1º: As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

A Constituição Federal pode restringir ou suspendem a eficácia de acordo com


fatores específicos que influenciem os efeitos das normas contidas que
Inclusive, pode abrigar conceitos vagos, genéricos e indeterminados, como por
exemplo, o artigo 5º, XXII, da CF, que trata: “é garantido o direito de
propriedade”.

Na ausência de leis regulamentadoras, a aplicação será imediata. Exemplo


típico diz respeito a restrição de liberdade de locomoção previsto
constitucionalmente no artigo 5º, XV, da CF, pois, enquanto não houver lei que
restrinja a liberdade, sua aplicação será imediata.

É importante distinguir que, as normas constitucionais de eficácia contida pode


restringir seu alcance, enquanto que as normas de eficácia limitada ampliam o
alcance.

D) Normas constitucionais de eficácia limitada e de aplicabilidade diferida

São as que dependem de lei para regulamenta-las. Exemplo artigo 107, da CF,
que trata sobre a organização dos Tribunais Regionais Federais.
As nomenclaturas mais comuns são: normas de aplicação deferida, de eficácia
mediata e de eficácia relativa.

Elas podem aplicar o campo de abrangência de assuntos que assim


disciplinam, pois, enquanto não houver uma norma que viabilize o exercício do
direito ou benefício, permanecem inaplicáveis.

Portanto, dependem de lei para que, ter eficácia social, de modo que vinculam
o legislador infraconstitucional ao comando e paralisando os efeitos que assim
desrespeitarem.

Há uma classificação de normas limitadas, como:

a) de princípio institutivo; b) princípio programático.

a) Normas limitadas de princípio institutivo. Podem ser:

a.1) Impositivas: as que exigem do legislador a edição de lei integradora de sua


eficácia. Exemplo: artigo 88, CF: “A lei disporá sobre a criação e extinção de
Ministérios e órgãos da administração pública”

a.2) Facultativas ou Permissivas: são as que possibilitam ao legislador instituir


ou regular, mas sem imposição de qualquer dever. Exemplo: art 25, § 3º,
da CF/88:

“Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por
agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.

b) Normas limitadas de princípio programático: São diretivas ou diretórias que


estatuem programas a serem desenvolvidos pelo Estado. P. ex. art. 227,
da CF. São preceitos programáticos que produzem efeitos jurídicos que são
aplicáveis nos limites de sua eficácia.

Neste sentido, estabelecem ao legislador ordinário de regulamentar, criando


situações jurídicas subjetivas de vantagens ou mesmo desvantagens, mas
impende que seja editada norma em sentido diverso ao que previsto
constitucionalmente. Tem sua eficácia vinculante, ou seja, vinculam todas as
funções dos Poderes, como Legislativo, Executivo e Judiciário.

e) Normas constitucionais de eficácia esvaída e de aplicabilidade esgotada

São aquelas que a eficácia já se esgotou-se por completo, porém, não é o


mesmo sentido que uma norma constitucional de eficácia exaurida, visto que a
norma deixa de ser esvaída para tornar-se exaurida. A partir do momento que a
norma esvaída desvanece por completo, seus efeitos jurídicos e sociológicos
se transforma numa eficácia exaurida. Citamos por exemplo, o artigo 26 do
ADCT.

f) Normas constitucionais de eficácia exaurida e de aplicabilidade esgotada

São aquelas que já extinguiram a produção de seus efeitos, pois são normas
dissipadas ou desvanecidas. Por exemplo, art. 1º, 2º, 14, 20, 25 e 48 do ADCT.

Interpretação da Constituição.

Consolidada a jurisdição constitucional nos mais diversos quadrantes do


mundo jurídico — nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina, entre
outros —, e admitida a legitimidade do judicial review, uma prerrogativa que,
até certo ponto, os juristas e cientistas políticos tiveram de aceitar como
inerente ao exercício dessa jurisdição excepcional, todos voltaram suas vistas
para o problema da interpretação/aplicação da Lei Fundamental, do que
resultou substituírem-se os velhos debates sobre as origens do controle de
constitucionalidade pelas modernas discussões acerca dos métodos e critérios
— serão jurídicos, políticos ou jurídico-políticos? — de que se utilizam as cortes
constitucionais para dar a última palavra sobre a Constituição. Rigorosamente
vistas as coisas — com sinceridade e realismo —, impõe-se reconhecer que
essa última palavra não é sobre a Constituição, antes é a Constituição, porque
os seus enunciados normativos, como quaisquer outros, não falam por si, mas
apenas pela boca dos seus intérpretes/aplicadores e, no caso das cortes
constitucionais, ninguém pode corrigir — embora possa apontar — eventuais
erros de “tradução” cometidos pelos seus juízes. E a tal ponto chegou essa
aproximação/identificação do pensamento das constituições com o
pensamento desses tribunais extraordinários, que um juiz da corte
constitucional da Colômbia chegou a afirmar que entre as ideias da
Constituição e as ideias da sua corte constitucional, não caberia sequer uma
folha de papel.15

Nesse contexto de controvérsias e de incômodo político, em que a única


concordância parece residir em proclamar-se que essas cortes, estando
situadas fora e acima da tradicional tripartição de poderes, a rigor não
conhecem limites no exercício de suas atribuições, diante dessa realidade,
juristas das mais diversas tendências têm se esforçado por controlar as
decisões desses super-tribunais — verdadeiras constituintes de plantão —
mediante a formulação de cânones hermenêuticos, cuja observância, se
tornada efetiva, poderia reduzir a um mínimo democraticamente tolerável
o resíduo incômodo de voluntarismo e de irracionalidade que se faz presente
em toda decisão judicial, mormente nos veredictos dos órgãos da jurisdição
constitucional, cuja tarefa consiste muito mais em concretizar do que
em interpretar as pautas axiologicamente abertas e linguisticamente
plurissignificativas, que integram a parte dogmática das constituições.

Noutras palavras, sob essa perspectiva, pode-se dizer, desde logo, que a
formulação dessas regras e o empenho em torná-las efetivas respondem à
necessidade de se racionalizar e/ou tornar transparente, quanto possível, a
atividade hermenêutica, que é tanto mais engenhosa e criativa quanto menos
precisos ou mais abertos forem os enunciados a demandarem interpretação.

Afinal de contas, como se costuma dizer, os intérpretes trabalham com


a textura aberta e o excesso de significados de toda linguagem normativa e, no
caso particular da exegese constitucional, num contexto em que se exaltam (1)
mais a Constituição do que as leis; (2) mais os juízes do que os legisladores;
(3) mais os princípios do que as regras; (4) mais a ponderação do que a
subsunção; e (5) mais a concretização do que a interpretação.16

diferentes, mas, em geral, reciprocamente complementares, o que confirma o


caráter filosóficas, metodológicas, epistemológicas Preliminarmente,
invocando os ensinamentos de Gomes Canotilho, devemos esclarecer que,
atualmente, a interpretação das normas constitucionais é um conjunto de
métodos, desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência com base em
critérios ou premissas unitário da atividade interpretativa.17

Em razão dessa variedade de meios hermenêuticos e do modo, até certo ponto


desordenado, como são utilizados pelos seus operadores, o primeiro e grande
problema com que se defrontam os intérpretes da constituição parece residir,
de um lado e paradoxalmente, nessa riqueza de possibilidades e, de outro, na
inexistência de critérios que possam validar a escolha dos seus instrumentos
de trabalho e resolver os eventuais conflitos entre eles, seja em função (1)
dos casos a decidir, (2) das normas a manejar ou, até mesmo, (3)
dos objetivos que pretendam alcançar em dada situação hermenêutica, o que,
tudo somado, aponta para a necessidade de complementações e restrições
recíprocas, num incessante ir e vir ou balançar de olhos, que tenha o seu eixo
no valor justiça, em permanente configuração.

Não por acaso, Gustavo Zagrebelsky afirma que não existe na literatura, nem
na jurisprudência, uma teoria dos métodos interpretativos da Constituição que
nos esclareça se é possível e necessário adotar-se um método previamente
estabelecido ou uma ordem metodológica concreta, o que, se não configura
uma lacuna inexplicável, por certo reflete a consciência de que não tem maior
significado nos aproximarmos da interpretação através dos seus métodos.18

Em suma, desprovidos de uma teoria consistente, que lhes dê sustentação e


confiança na seleção de métodos que organizem o seu acesso à constituição ─
um panorama "desolador" na expressão de Canosa Usera19 ─, os intérpretes
e aplicadores acabam escolhendo esses instrumentos ao sabor de sentimentos
e intuições pessoais, critérios que talvez lhes pacifiquem a consciência, mas
certamente nada nos dirão sobre a racionalidade dessas opções.

Afinal de contas ─ para ficarmos apenas no âmbito das leituras da lei


fundamental ─ o que significam, objetivamente, expressões tais como unidade
da constituição, concordância prática, interpretação conforme, exatidão
funcional ou máxima efetividade, com que se rotulam os princípios da
interpretação constitucional, se essas locuções, também elas, estão sujeitas a
contradições e conflitos de interpretação?20

A que resultados, minimamente controláveis, podemos chegar partindo de


métodos assemelhados e cuja esotérica denominação ─ e.g. tópico-
problemático, hermenêutico-concretizador, científico-espiritual ou normativo-
estruturante ─, mais confunde do que orienta os que adentram o labirinto da
sua utilização? Como aplicar, com segurança, por exemplo, o multifuncional
princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, essa espécie de vara de
condão de que se valem as cortes constitucionais ─ e não apenas elas ─ para
operar milagres que espantam gregos e troianos? Como usar a velha tópica
jurídica, se não existe acordo nem mesmo sobre o que significam os
seus topoi e se todos os que dela se utilizam o fazem na exata medida em que,
para qualquer problema, essa vetusta senhora fornece enunciados a gosto do
freguês?21

Apesar das incertezas daí decorrentes, autores existem, hoje em maioria, que
enaltecem as virtudes dessa riqueza instrumental com o argumento ─ que
registramos linhas acima ─ de que, em face da extrema complexidade do
trabalho hermenêutico, todo pluralismo é saudável, não se constitui em
obstáculo, antes colabora, para o conhecimento da verdade
e, racionalmente aproveitado, ao invés de embaraçar os operadores jurídicos ─
como tudo levaria a crer ─ acaba ampliando o seu horizonte de compreensão e
lhes facilitando a tarefa de aplicar o direito.22

Por tudo isso, talvez se devesse reconhecer, sem constrangimentos lógicos ou


axiológicos, que, a serviço do direito, pelo menos na visão particular de alguns
dos seus operadores, tanto os fins parecem justificar os meios, quanto os
meios parecem justificar os fins, embora ninguém possa dizer, em sã
consciência, qual deles deva ter precedência, nem como são manipulados
pelos sujeitos da interpretação. O que se pode dizer, sim, é que neste terreno
qualquer pretensão de objetividade é ilusória ou ingenuamente neutra, razão
pela qual o máximo que se deve almejar é construir uma honesta e prestante
intersubjetividade, assim considerada aquela convergência de entendimento,
entre sujeitos independentes, sobre uma dada realidade, a partir de pontos de
vista que são distintos, mas nem por isso menos defensáveis.23

entre objeto e método, no caso, entre os diferentes métodos, de que se utiliza


a hermenêutica constitucional, de um lado e, de outro, os distintos conceitos e
teorias da constituição. recíproca e constante Com estas considerações, que
servem de advertência sobre as dificuldades da interpretação constitucional,
passemos ao exame dos principais métodos que balizam essa importante
atividade hermenêutica, assinalando que o seu manejo, nem sempre de forma
consciente, reflete a conexão 24

Quanto aos métodos de que se valem os intérpretes/aplicadores da


Constituição, tal como recenseados, entre outros, por Böckenförde e Gomes
Canotilho25, são eles, fundamentalmente, os seguintes: método jurídico ou
hermenêutico-clássico; tópico-problemático; hermenêutico-concretizador;
científico-espiritual; e normativo-estruturante, cujos traços mais significativos
resumiremos a seguir, adiantando que todos eles, embora disponham de
nomes próprios, a rigor não constituem abordagens hermenêuticas autônomas,
não passando, como salientado anteriormente, de simples concretizações ou
especificações do método da compreensão como ato gnosiológico comum a
todas as ciências do espírito.26

Poder constituinte.

O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma Constituição,


estabelecendo uma organização jurídica fundamental, dando forma ao Estado,
constituindo poderes e criando normas de exercício de governo, tal qual o
estabelecimento de seus órgãos fundamentais, os limites da sua ação e as
bases do ordenamento econômico e social.

O titular desse poder é o Povo, representados por um órgão colegiado


(Assembleia Constituinte). A legitimação destes é a representação da
democracia de um Estado soberano, onde a premissa do ubi societas e ibi
ius encontram-se límpidas na forma de criação de um Estado.

O Poder Constituinte causa um rompimento com a ordem jurídica anterior,


fazendo com que o Estado precedente à que o povo estava sendo submetido
seja substituído por uma nova legitimação maior, através de sua Carta Magna.

Quanto à Natureza Jurídica do Poder Constituinte, os positivistas acreditam


que é um poder político, que tem a sua força extraída não de normas jurídicas,
mas de forças sociais consolidadas, sendo um poder de Fato. Já para
os jusnaturalistas, o poder Constituinte está acima do direito positivo, sendo um
direito inato do homem, partindo do seu direito natural que é eterno, universal e
imutável.

Existem, para tanto, duas formas de manifestação do Poder Constituinte: o


Poder Originário e o Poder Derivado.
1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

O Poder constituinte originário é aquele responsável pela criação integral de


uma nova Constituição, inaugurando uma nova ordem jurídica. Este tem várias
características, sendo ele: a) Inicial, porque inicia uma nova ordem jurídica,
posto que também é chamado de Poder Constituinte Genuíno ou de Primeiro
Grau; b) Ilimitado, porque não sofre qualquer limite anterior, ao passo que pode
desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento vigente anterior;
c) Autônomo, da forma que só cabe a ele estruturar os termos da nova
Constituição; d) Incondicionado e Permanente, por conta de não se submeter a
nenhum processo predeterminado para sua elaboração, bem como que não se
esgota com a realização da nova Constituição, podendo o legislador deliberar a
qualquer momento pela criação de uma nova.

Sob uma perspectiva subjetiva, o Poder Constituinte Originário é exercido


quando o povo é titular do seu poder, conforme preleciona o Art. 1˚ da
Constituição Federal de 1988 (visão de Rosseau):

TÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Para Emmanuel Joseph Sieyès, cuja obra mais importante foi o


panfleto Qu'est-ce que le tiers état, o titular do poder é a Nação. Doravante,
quando o Poder Constituinte não é exercido pelos seus titulares de Direito,
sendo exercido por entes estranhos, como a Igreja, Militares, Grupos
econômicos e etc. o poder passa a ser ilegítimo.

Sob uma perspectiva objetiva, a Assembleia Constituinte não tem liberdade de


criar normas de maneira esparsa, injustificada, mas somente àquelas que
correspondam a realidade jurídica e cultural da sociedade à que estão
inseridas, sendo um reflexo do seu Povo e da sua ordem natural. Esse é o
pensamento de José Joaquim Gomes Canotilho.

2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO

O Poder Constituinte Derivado é o poder já estabelecido na própria


Constituição pelo poder Originário, que está inserido com o objetivo de
legitimar a sua alteração quando necessária.

Conforme ensina Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

Embora grupo constituinte algum cuide de preparar a substituição da ideia de


direito que incita a agir, a experiência faz prever a necessidade futura de
alterações ou complementações no texto que edita. Por isso é que dispõe
sobre a revisão da Constituição, atribuindo a um poder constituído o direito de
emendá-la. Esse poder instituído goza de um Poder Constituinte Derivado do
originário. Sua Modalidade principal é o poder de modificar formalmente a
Constituição.

O Poder Constituinte Derivado tem várias formas, podendo ser reformador,


revisor ou decorrente.

Poder Constituinte Derivado Reformador

É poder responsável pela alteração e ampliação do texto constitucional, que se


manifesta através das emendas constitucionais, bem como os tratados de
Direitos Humanos com força de emenda constitucional.

A titularidade desse poder emana do povo, que, por sua vez, será representado
pelo Congresso Nacional (Art. 60, CF/88). Tem por principais características
ser: a) Subordinado, porque retira a sua força do poder originário, previamente
estabelecido; b) Limitado, porque tem os seus limites definidos pelo poder
originário, que estabeleceu o texto base constitucional; c) Condicionado, sendo
que o seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas na
Constituição.

Esta forma de reforma está subordinada a diversas limitações materiais quando


ao seu procedimento, devendo seguir diversos requisitos para a sua
legitimidade, sendo estes a:

a) Iniciativa: são titulares para apresentarem o projeto de emenda


constitucional (Art. 60, I a III, CF/88): o Presidente da República; 1/3 dos
membros da Câmara dos Deputados ou 1/3 dos membros do Senado Federal;
mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades dos Estados, cada
uma delas, manifestando-se pela maioria relativa dos seus membros.
b) Deliberação: a proposta deve ser discutida e votada em cada casa do
Congresso Nacional em 2 (dois) turnos, sendo aprovada se obtiver, em ambas,
3/5 dos votos dos respectivos membros, ou seja, a maioria qualificada (Art. 60,
§2, CF/88).

c) Promulgação: as emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

O Poder constituinte derivado reformador está sujeito a limites, estes que


tratam tanto da matéria do conteúdo da emenda, até os procedimentos formais
da promulgação, são estes os limites: a) Material, ao passo que é proibido ser
matéria de emenda constitucional a abolição das chamadas "cláusulas pétreas"
(forma federativa do Estado; voto direto, secreto, universal e periódico;
separação dos Poderes e direitos e garantias individuais - Art. 60, §4, CF/88);
b) Circunstancial, é defeso que a Constituição Federal seja alterada durante
diversas situações em que o Estado esteja vivendo, como a vigência do estado
de sítio, estado de defesa ou intervenção federal (Art. 60, §1, CF/88);
c) Temporal, ao passo que uma proposta de emenda constitucional é rejeitada
ou prejudicada, a mesma matéria não pode ser tratada através de nova
proposta até nova sessão legislativa (Art. 60, §5, CF/88).

Poder Constituinte Derivado Revisor ou Revisional

Encontra normatividade no Art. 3˚ da ADCT (Atos das Disposições


Constitucionais Transitórias), que dispõe sobre a necessidade do Congresso
Nacional realizar uma "revisão constitucional" após 5 (cinco) anos da
promulgação da Constituição Federal.

É um poder de revisar a Constituição por um processo legislativo menos


dificultoso à forma das emendas constitucionais. Tem eficácia exaurível, ao
passo que fora realizada em 1993, originando 6 (seis) emendas de revisão.
Logo, este poder não mais poderá ser exercido, sendo que qualquer mudança
na Constituição Federal atualmente só poderá ser feito através de emendas,
pelo poder Reformador.

Poder Constituinte Derivado Decorrente

Trata-se do poder de cada Estado-Membro (unidade federativa) em criar a sua


própria Constituição estadual, sendo, todavia, respeitada a supremacia da
Constituição Federal.

Cada Assembleia Legislativa, com os poderes constituintes definidos, deveriam


elaborar a sua Constituição do Estado dentro do prazo de 1 (um) ano, à partir
da promulgação da Constituição Federal.
Difere o Distrito Federal, que, de acordo com o art. 32 da CF/88, se auto-
organiza através de leis orgânicas, votadas em 2 (dois) turnos com intervalo
mínimo de 10 (dez) dias, aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa.

Limitações ao poder de reforma constitucional.

O poder derivado reformador tem a função de modificar as normas


constitucionais por meio de emendas. As limitações impostas a este poder
estão consagradas no artigo 60 da Constituição Federal de 1988:
a) Limitações procedimentais ou formais: referem-se aos órgãos
competentes e aos procedimentos a serem observados na alteração do texto
constitucional.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da


Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.

(...)

2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,


em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos
dos votos dos respectivos membros.

3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

(...)

5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa

b) Limitações circunstanciais: são limitações consubstanciadas em normas


aplicáveis a situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre
manifestação do poder derivado reformador possa estar ameaçada.
Art. 60, 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
c) Limitações materiais: impedem a alteração de determinados conteúdos
consagrados no texto constitucional. São as denominadas cláusulas pétreas.
Art. 60, 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

OBS: A Carta Magna de 1988 não consagrou limitação temporal para o poder
derivado reformador. A limitação temporal consiste na proibição de reforma de
determinados dispositivos durante certo período de tempo após a
promulgação da Constituição, com a finalidade de assegurar-lhe maior
estabilidade, evitando-se alterações precipitadas e desnecessárias. A CF
apenas trouxe esta limitação para o poder derivado revisor (art. 3º, ADCT).

Fiscalização da constitucionalidade das leis: o controle difuso e o concentrado.

A Constituição se coloca em relação às demais normas legais em posição


proeminente, de supremacia, de sorte que todo o sistema jurídico há de estar
com ela conformado (princípio da supremacia da Constituição). Como
requisitos fundamentais do controle de constitucionalidade é necessário uma
Constituição rígida (processo de alteração mais difícil que o da Lei ordinária) e
a atribuição de controle a um órgão supremo. O controle (análise de
compatibilidade vertical) decorre, então, da rigidez e supremacia da
Constituição, que pressupõe a noção de um escalonamento normativo onde a
Constituição ocupa o topo da pirâmide (Kelsen), sendo, por isso, fundamento
de validade de todas as outras normas.

A inconstitucionalidade pode dar-se por ação quando há atos do Poder Público


ou Leis em contraposição à Constituição. A inconstitucionalidade por ação
pode ser material (conteúdo do ato normativo é contrário à Constituição) ou
formal (inobservância da competência legislativa, do processo legislativo). Dá-
se, por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão quando há inércia
legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.

Assim, como instrumento básico da estrutura do Estado, necessário que sejam


estabelecidos mecanismos de defesa da Constituição e, a esses mecanismos
dá-se o nome de controle de constitucionalidade das leis. O controle da
constitucionalidade se apresenta nos sistemas político, jurisdicional e misto.
Dá-se o controle político quando essa função está entregue a um órgão de
natureza política, como o próprio parlamento, ao Senado, ou mesmo a uma
corte especial, constituída através do processo político para esse exame. O
controle jurisdicional – judicial review – é o sistema que entrega aos órgãos do
Poder Judiciário essa defesa da Constituição, é o sistema adotado no Brasil. Já
no sistema misto, algumas leis são controladas por um órgão político e outras
por órgão jurisdicional.

No nosso sistema podemos identificar também um controle preventivo e um


repressivo. O controle preventivo se dá no processo de elaboração legislativa,
através das comissões do Congresso Nacional, e da atuação do Presidente da
República, na oportunidade da sanção ou veto da lei. Busca-se, aí, evitar que a
norma eventualmente inconstitucional venha a integrar o sistema jurídico. O
controle repressivo se dá a partir da edição da lei. Depois de promulgada, com
ou sem sanção, e publicada, a lei pode ser objeto de demanda constitucional. E
neste controle temos dois critérios: o difuso e o concentrado.

Oportuno salientar que não se deve confundir declaração de


inconstitucionalidade, que se dá contra lei ou ato normativo criados após a
existência da Constituição de 1988, com a constatação de não-recepção da
norma pela Constituição de 1988, nos casos de leis ou atos normativos
anteriores a ela, já que não existe inconstitucionalidade superveniente.

Controle difuso

Por esse critério, a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo


federal, estadual ou municipal fica a cargo de qualquer órgão do Poder
Judiciário. Essa inconstitucionalidade da norma legal será arguida em uma
outra ação cujo objetivo seja distinto da inconstitucionalidade, isto é, em outra
relação jurídica de direito material.

No controle difuso, o interessado arguirá a inconstitucionalidade da lei e o juiz,


a reconhecendo, afastará a incidência da norma assim considerada no caso
concreto. A repercussão, por isso, é inter partes. A norma tida por
inconstitucional continuará vigente, exceto para aquele caso concreto.

O processo em que é arguida a inconstitucionalidade da norma pode, através


de recursos, especialmente do recurso extraordinário disciplinado no art. 102,
III da CF, chegar ao Supremo Tribunal Federal. Se o STF declarar
inconstitucional aquela norma, em decisão definitiva, comunicará essa decisão
ao Senado Federal que, nos termos do art. 52, X da CF poderá suspender a
sua execução. Com essa suspensão de execução pelo Senado Federal, aí sim
a norma dada por inconstitucional e assim declarada no método difuso não
mais terá eficácia. A decisão que antes tinha incidência inter partes passa a tê-
la erga omnes. Essa incidência, entretanto, se dá ex nunc, isto é, a partir da
suspensão procedida pelo Senado Federal.

Controle concentrado

O art. 102 da CF atribui ao Supremo Tribunal Federal precipuamente a guarda


da Constituição, cabendo-lhe, dentre outras competências, processar e julgar
originariamente a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal (art. 102, I, "a").

Essa ação direta de inconstitucionalidade, também chamada de ADIN, constitui


o efetivo controle concentrado. Através dele será proposta ação perante o
Supremo Tribunal Federal, cujo objeto é a declaração de inconstitucionalidade
da lei ou ato normativo federal ou estadual.

Para a propositura dessa ação, a CF fixa a legitimação exclusivamente para os


órgãos relacionados no art. 103. Antes da CF/88, a legitimação era exclusiva
do Procurador Geral da República, mediante representação. Como esse órgão
era cargo de confiança do Presidente da República que o podia nomear e
demitir livremente, tinha-se que, na verdade, quem detinha a competência para
desencadear o processo de controle era exclusivamente o Poder Executivo.
Agora, com o restabelecimento do sistema democrático, essa legitimação está
distribuída por diversos órgãos.

Assim, estão legitimados o Presidente da República e o Governador de


Estado(Poder Executivo); as mesas do Senado Federal, da Câmara dos
Deputados e de Assembleia Legislativa (Poder Legislativo); o Procurador Geral
da República (Ministério Público); Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil, partido político com representação no Congresso Nacional e
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (a sociedade
civil, através de órgãos dela representativos).

Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo federal ou


estadual, essa decisão se dá erga omnes, isto é, alcança a todos e ex tunc, o
que quer dizer que a lei é extirpada do sistema jurídico, como se nunca tivesse
existido. O processo para o julgamento dessa ação está regulado na Lei
9.868/99, de 10/11/99.

Cabe salientar que nem sempre os efeitos da decisão são retroativos (ex tunc),
pois ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, tendo em vista
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Essa é a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade.

Será objeto de controle de constitucionalidade: emendas à Constituição, leis


complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos, resoluções, tratados internacionais e demais atos normativos que
sejam genéricos e abstratos. Quanto à súmula vinculante, por ter um
procedimento próprio de revisão, não se usará a técnica de controle de
constitucionalidade contra ela.

Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADECON ou ADC)

Essa ação foi introduzida pela EC 3/93. Nos governos instalados depois da
CF/88, várias medidas foram questionadas em todo o país, perante os diversos
órgãos do Poder Judiciário, ocorrendo profusão de medidas liminares. Para
ilustrar esse fato basta lembrar o Plano Collor, em que os depósitos de
poupança foram bloqueados em todo o país. A medida era a todos os títulos
inconstitucional e grande número de prejudicados propuseram ações,
principalmente de mandado de segurança contra ela. E o governo ficou, assim,
acuado.

Optou-se por criar a ação declaratória de constitucionalidade. Assim, toda vez


que uma norma federal estiver sendo questionada quanto a constitucionalidade
em diversos órgãos do Poder Judiciário, passou-se a ter um mecanismo que
vai provocar a intervenção do Supremo Tribunal Federal. Assim, quaisquer dos
órgãos relacionados nos incisos do art. 103 poderão propor a ação, conforme
expressa o "caput" deste artigo que foi alterado pela emenda constitucional 45
de 2004. Se o STF deferir o pedido e declarar constitucional essa norma,
nenhum órgão do Poder Judiciário mais poderá acolher ações no sentido da
inconstitucionalidade. O STF, entretanto, poderá, no julgamento, declarar a
inconstitucionalidade da lei e esse julgamento terá o mesmo efeito da ADIN.

Essa ação declaratória de constitucionalidade só tem pertinência se a norma


legal estiver sendo questionada. Tanto que a Lei nº 9.868/99 estabelece que o
requerente deverá indicar a controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da
disposição. Não atende a essa relevância o fato de ocorrer esporadicamente
um questionamento da lei. Isso se explica também pelo fato de que toda lei se
presume constitucional. Vale dizer que a lei goza da presunção de
constitucionalidade e, assim, não demanda que a mesma seja declarada.

Cabe pedido de cautelar, assim, o Supremo Tribunal Federal, por decisão da


maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar
na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de
que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que
envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu
julgamento definitivo. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal
Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte
dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao
julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua
eficácia.

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN)

Prevista na primeira parte do artigo 102, I, "a" da Constituição Federal, esta


ação visa a declaração da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual perante a própria Constituição. Sua competência originária é do
Supremo Tribunal Federal e seu procedimento está previsto na Lei nº 9.868/99.

Se a arguição pela inconstitucionalidade versar sobre lei estadual ou municipal


perante a Constituição Estadual, terá por competência originária o Tribunal de
Justiça do Estado em questão, conforme prevê o artigo 125, §2° da CF.

Por exemplo, se uma lei aprovada na cidade de Sorocaba (SP) fere a


Constituição Estadual de São Paulo, deve ser impetrada uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça de São Paulo.
A ADIN admite pedido cautelar que salvo no período de recesso, a medida
cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos
membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos
órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado,
que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. O relator, julgando
indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da
República, no prazo de três dias. No julgamento do pedido de medida cautelar,
será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e
das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma
estabelecida no Regimento do Tribunal. Em caso de excepcional urgência, o
Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das
autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Concedida
a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial
do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da
decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade
da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento
estabelecido na Seção I deste Capítulo. A medida cautelar, dotada de eficácia
contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender
que deva conceder-lhe eficácia retroativa. A concessão da medida cautelar
torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa
manifestação em sentido contrário. Havendo pedido de medida cautelar, o
relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a
ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das
informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da
União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco
dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de
julgar definitivamente a ação.

Ação de Inconstitucionalidade por Omissão

Prevista no artigo 103, §2° da Constituição Federal, tem por objetivo suprir uma
omissão dos poderes constituídos que deixaram de elaborar normas para
regulamentar a possibilidade de exercício de determinado direito previsto na
Constituição Federal. O §2° deste artigo em questão institui que "declarada a
inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-
lo em trinta dias".

Assim sendo, quando a omissão for administrativa, o órgão competente será


cientificado para que providencie a edição e complementação da mesma.
Entretanto, se esta for legislativa, o Congresso Nacional deverá ser
comunicado da mora, mas não será estipulado nenhuma prazo para a
elaboração da norma complementadora que, de certa forma, é considerada
indispensável para o exercício do direito previsto, porém não aplicado por falta
de previsão legal pela Constituição Federal.

A omissão pode ser total ou parcial, sendo total quando não houver uma norma
regulamentadora possibilitando o exercício de determinado direito e parcial
quando a norma apenas possibilitar parte do exercício do direito previsto na
CF.

Exemplo de omissão total pode ser encontrado no artigo 7°, XI, da CF que
prevê a participação do trabalhador na gestão da empresa e isto não ocorre até
hoje, pois não há norma regulamentadora. E, um exemplo de omissão parcial
pode ser encontrado no artigo 7°, IV, também da Constituição Federal, que
prevê uma série de direitos garantidos ao cidadão, por meio do salário mínimo,
que não pode ser atingido devido o fato de este possuir um valor muito irrisório.

A decisão proferida em decorrência de uma ação de inconstitucionalidade só


terá caráter mandamental quando a omissão for meramente administrativa, já
que este órgão deverá proceder sua edição no prazo máximo de 30 dias,
conforme estabelece o artigo 103, 2°, da CF, já mencionado. E se assim não
agir, responderá pela prática do crime de desobediência.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão é regulamentada pela Lei


12.063/09, que acrescenta à Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999, o
Capítulo II-A.

Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva

Deve ser proposta como pressuposto para haver a decretação da intervenção


federal ou até mesmo estadual, pelos Chefes do Executivo, por não terem sido
observados alguns princípios essenciais estabelecidos pelas Constituições
(Federal e Estadual).

Diz-se, assim, que a ADIN interventiva visa a resguardar os princípios


sensíveis: forma republicana; sistema representativo e regime democrático;
direitos da pessoa; autonomia municipal; prestação de contas da administração
pública, direta ou indireta; aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
impostos estaduais, na manutenção e desenvolvimento do ensino e da saúde.

ADIN interventiva federal

O objeto desta ação é a lei ou ato normativo estadual ou distrital que não
respeita os princípios sensíveis estabelecidos pela Constituição Federal, sendo
estes os elencados no artigo 34, VII, isto é, quando a lei estadual contrapor-se
a:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
A legitimidade ativa para propor esta ação é do procurador geral da república e
o Supremo Tribunal Federal é o detentor da competência para julgá-lo.

ADIN interventiva estadual

Esta, por sua vez, deve ser impetrada quando a lei municipal desrespeitar os
princípios indicados na Constituição Estadual e por isso, o Estado necessitar
intervir, servindo também como pressuposto desta intervenção. A competência
para o julgamento desta ADIN é do Tribunal de Justiça do Estado que teve os
princípios de sua Constituição desrespeitados, devendo ser proposta pelo
Procurador Geral de justiça, conforme prevê o artigo 129, IV, da Constituição
Federal.

Arguição de descumprimento de preceito fundamental

Prevista no artigo 102, §1°, da Constituição Federal, a arguição de


descumprimento de preceito fundamental é de competência do Supremo
Tribunal Federal, o qual deve apreciá-la e julgá-la. Esta ação será sempre
subsidiária, ou seja, não pode ser admitida se houver outro meio válido para
sanar a lesividade, conforme dispõe o artigo 4°, 1° da Lei nº 9.882/99.

Por exemplo, só poderá ser proposta se não for cabível uma ADIN, ADECON,
mandado de segurança, recurso extraordinário, ação popular, entre outros.

Têm legitimidade ativa para propor esta arguição todos os elencados no artigo
103 da Constituição Federal, sendo estes:

 o Presidente da República;
 a Mesa do Senado Federal;
 a Mesa da Câmara dos Deputados;
 a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
 o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
 o Procurador-Geral da República;
 o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
 partido político com representação no Congresso Nacional;
 confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

É inteiramente facultativo, mas os demais interessados podem solicitar a


propositura desta arguição mediante representação ao Procurador Geral da
República. E esta ação pode ser proposta:

a) para reparar ou até mesmo evitar lesão a um preceito fundamental


decorrente de ato ou omissão do poder público (não definição do que é
preceito fundamental na Lei, tarefa que caberá à doutrina e à jurisprudência);
b) quando for importante salientar o fundamento da controvérsia constitucional
sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal anteriores à
Constituição Federal.

Pertinência temática

Segundo Rodrigo Rebello Pinto, "é a relação existente entre a norma


impugnada e a entidade que ingressa com a ação direta de
inconstitucionalidade", ou seja, a pessoa ou o órgão interessado que impetrar
uma ação de controle de constitucionalidade deve demonstrar um interesse
real em obter a declaração almejada da norma impugnada.

Conforme decisões do Supremo Tribunal Federal, a pertinência temática tem


se tornado um pressuposto da legitimidade ativa para a ação de
inconstitucionalidade. São considerados autores interessados, que precisam
demonstrar esta pertinência temática:

 as Mesas das Assembleias Legislativas;


 as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional; e
 os Governadores de Estado.

Já, por sua vez, são considerados autores neutros, ou seja, não precisam
demonstrar nenhuma pertinência temática uma vez que possuem legitimidade
ativa universal:

 o Presidente da República;
 o Procurador geral da República;
 as Mesas do Senado Federal;
 as Mesas da Câmara dos Deputados;
 o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; e
 o partido político com representação no Congresso Nacional.

Princípios Fundamentais da Constituição Federal. Direitos Fundamentais.


Direitos e deveres constitucionais individuais e coletivos. Dos instrumentos de
garantia dos direitos constitucionais. Dos direitos sociais. Da nacionalidade e
da cidadania. Dos direitos políticos e dos Partidos Políticos. Da Organização do
Estado. O Estado Federal - a União, os Estados Federados, os Municípios e o
Distrito Federal e Territórios. Distribuição das competências: exclusivas,
privativas, comuns e concorrentes. Da Administração Pública. Organização e
atribuições dos Poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
As funções essenciais à Justiça. A Defesa do Estado e Instituições
Democráticas: Estado de defesa e Estado de Sítio. Da Tributação e do
Orçamento. Da Segurança Pública. Da Ordem Econômica e Financeira:
princípios gerais da atividade econômica. Da Política Urbana, Agrícola e
Fundiária e da Reforma Agrária. Da Ordem Social: seguridade: saúde,
previdência e assistência social; Educação, cultura e desporto. Do meio
ambiente. Da família, da criança, do adolescente e do idoso. Constituição do
Estado de Santa Catarina: A Segurança Pública. Súmulas vinculantes e
Repercussão Geral.

2) DIREITO ADMINISTRATIVO - Direito Público e Direito Privado. Direito


Administrativo: conceito. Administração Pública: órgãos e agentes públicos.
Princípios básicos e administração pública: uso e abuso de poder. Poderes
administrativos. Ato Administrativo: conceito, classificação e invalidação.
Contrato Administrativo: princípios gerais, espécies e rescisão. Licitação.
Serviços Públicos: princípios gerais. Administração direta e indireta. Servidor
público. Domínio público, intervenção na propriedade e no domínio econômico.
Responsabilidade civil da administração. Administração em juízo. O controle da
administração pelo Judiciário. Processo Administrativo. Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92).

3) DIREITO PROCESSUAL PENAL - Lei de Introdução ao Código de Processo


Penal. Princípios gerais de Direito Processual Penal. Do inquérito policial. Da
ação penal. Da ação civil. Da competência. Das questões e dos processos
incidentes. Sequestro de bens (Decreto-Lei n. 3.240/41). Da prova. Do Juiz e
do Ministério Público. Do acusado, do seu defensor, do assistente, dos
auxiliares da justiça. Da prisão, das medidas cautelares e da liberdade
provisória. Da prisão temporária (Lei n. 7.960/89). Das citações e intimações.
Da sentença. Do procedimento comum. Dos procedimentos especiais e
sumários previstos no Código de Processo Penal (Decreto-Lei n. 3.689/41) e
nas Leis extravagantes. Do Tribunal do Júri. Das nulidades e dos recursos em
geral. Do habeas corpus. Da graça, do indulto e da anistia. Disposições gerais
do Código de Processo Penal. Da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84). Da
Lei dos Crimes Hediondos (Lei n 8.072/90). Dos Juizados Especiais Criminais
Estaduais (Lei n. 9.099/95) e Federais (Lei n. 10.259/2001). Das organizações
criminosas (Lei n. 12.850/13). Da interceptação telefônica (Lei n. 9.296/96). Da
proteção a testemunhas (Lei n. 9.807/99). Do mandado de segurança em
matéria penal (Lei n. 12.016/09). Da identificação criminal (Lei n. 12.037/09).
Do sigilo das operações de instituições financeiras (Lei Complementar n.
105/2001). Da violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n. 11.340/06
– Maria da Penha). Da investigação criminal conduzida pelo Delegado de
Polícia (Lei n. 12.830/13). Do processo e julgamento colegiado em crimes
praticados por organizações criminosas (Lei n. 12.694/12).
4) DIREITO PENAL - A Dogmática Penal (origens e funções). Lei de Introdução
ao Código Penal. Código Penal: Parte Geral. Norma penal: conceito, fontes e
classificação. Analogia. Hermenêutica Penal. Vigência e aplicação da lei penal.
Crime: tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade e todas as suas categorias.
Pena e Medida de Segurança: cominação, aplicação e execução. Extinção da
punibilidade. Reabilitação. Crimes em espécie previstos no Código Penal:
contra a pessoa; contra o patrimônio; contra a dignidade sexual; contra a
família; contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos; contra a
incolumidade pública, paz, fé e administração pública. Crimes da lei de
recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade
empresária (Lei n. 11.101/05). Crimes de abuso de autoridade (Lei n.
4.898/65). Crimes de responsabilidade dos prefeitos e vereadores (Decreto-Lei
n. 201/67). Crimes de Drogas (Lei n. 11.343/06). Crimes relativos ao
parcelamento do solo urbano (Lei n. 6.766/79). Crimes resultantes de
preconceito de raça e cor (Lei n. 7.716/89). Crimes contra a pessoa portadora
de deficiência física (Lei n. 7.853/89). Crimes hediondos (Lei n. 8.072/90).
Crimes contra a criança e o adolescente (Lei 8.069/90). Crimes contra o
processo licitatório (Lei n. 8.666/93). Crimes da Lei de Responsabilidade Fiscal
(Lei Complementar n. 101/00). Crimes contra o consumidor e relações de
consumo (Lei n. 8.078/90), contra a economia popular (Lei n. 1.521/51), contra
a ordem tributária, econômica e relações de consumo (Leis n. 8.137/90,
8.176/91). Crimes contra o meio ambiente, fauna, flora, águas e pesca (Lei n.
9.605/98). Crimes contra a propriedade industrial (Lei n. 9.279/96). Da
interceptação telefônica (Lei n. 9.296/96). Crimes do Código de Trânsito
Brasileiro (Lei n. 9.503/97). Crimes de Tortura (Lei n. 9.455/97). Crimes
eleitorais (Leis n. 4.737/65, 6.091/74 e 9.504/97). Crimes de remoção ilegal de
órgãos, tecidos e partes do corpo humano (Lei n. 9.434/97). Crimes contra a
propriedade intelectual de programas de computador (Lei n. 9.609/98). Crimes
de lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/98). Estatuto do Desarmamento (Lei n.
10.826/03). Crimes contra o idoso (Lei n. 10.741/2003). Das organizações
criminosas (Lei n. 12.850/13). Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei n.
3.688/41). Direito Penal Militar (noções gerais).

5) DIREITOS HUMANOS - Teoria geral dos direitos humanos: conceito,


terminologia, estrutura normativa, fundamentação. Afirmação histórica dos
direitos humanos. Direitos humanos e a responsabilidade do Estado. Direitos
humanos na Constituição Federal. Garantias processuais dos direitos
humanos: Habeas corpus; Habeas data; Mandado de Segurança, Ação
Popular, Ação Civil Pública; Mandado de Injunção; Ações Coletivas. Princípios
Processuais Constitucionais. Interpretação e aplicação dos tratados
internacionais de proteção aos direitos humanos. A natureza jurídica da
incorporação de normas internacionais sobre direitos humanos ao direito
interno brasileiro. Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU – 1948).
Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanas ou Degradantes (1984).

6) FUNDAMENTOS E NOÇÕES GERAIS DE DIREITO - Lei de Introdução às


Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/42). Hermenêutica Jurídica:
interpretação, integração e aplicação do Direito. Fontes do Direito (material e
formal). Hermenêutica e interpretação do Direito: lacunas e antinomias do
Direito. Princípios fundamentais (irretroatividade, direito adquirido, coisa
julgada, ato jurídico perfeito). Direito, Comunicação Social e opinião pública.
Conflitos sociais e mecanismos de resolução. Sistemas não-judiciais de
composição de litígios. Responsabilidade administrativa, civil e criminal dos
Delegados de Polícia. Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90).
Estatuto do Torcedor (Lei n. 10.671/03 e Decreto n. 6.795/09). Estatuto da
Criança e do Adolescente. (Lei n. 8.069/90). Estatuto do Idoso (Lei n.
10.741/03).

7) CRIMINOLOGIA - Criminologia. Conceito. Métodos: empirismo e


interdisciplinaridade. Objetos da criminologia: delito, delinquente, vítima,
controle social. Funções da criminologia. Criminologia e política criminal. Direito
penal. Modelos teóricos da criminologia. Teorias sociológicas. Prevenção da
infração penal no Estado democrático de direito. Prevenção primária.
Prevenção secundária. Prevenção terciária. Modelos de reação ao crime. A
pena como instrumento de política penal (problemas). As funções da pena. A
prisão como pena hegemônica e as alternativas à prisão. Os problemas
relacionados à prisão (superlotação, estigmatização, violência, abusos). A
situação carcerária brasileira e catarinense (população carcerária e localização
dos estabelecimentos prisionais). Problemas atuais de Política Criminal:
drogas, violência policial e corrupção.

8) MEDICINA LEGAL - Conceitos importâncias e divisões da Medicina Legal


Corpo de Delito, perícia e peritos em Medicina Legal. Documentos Médico-
Legais. Conceitos de identidade, de identificação e de reconhecimento.
Principais métodos de identificação. Lesões e mortes por ação contundente,
por armas brancas e por projéteis de arma de fogo comuns e de alta energia.
Conceito e diagnóstico da morte. Fenômenos cadavéricos. Cronotanatognose,
comoriência e promoriência. Exumação. Causa jurídica da morte. Morte súbita
e morte suspeita. Exame de locais de crime. Aspectos médico-legais das
toxicomanias e da embriaguez. Lesões e morte por ação térmica, por ação
elétrica, por baropatias e por ação química. Aspectos médico-legais dos crimes
contra a liberdade sexual, da sedução, da corrupção de menores, do ultraje
público ao pudor e do casamento. Asfixias por constrição cervical, por
sufocação, por restrição aos movimentos do tórax e por modificações do meio
ambiente. Aspectos médico-legais do aborto, infanticídio e abandono de recém-
nascido. Modificadores e avaliação pericial da imputabilidade penal e da
capacidade civil. Doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, perturbação mental. Aspectos médico-legais das lesões corporais e
dos maus-tratos a menores e idosos.

9) LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL - Princípios institucionais, organização e


atribuições do Delegado de Polícia. Carreira, deveres, direitos, prerrogativas e
garantias dos Delegados de Polícia. Regime disciplinar. Constituição Federal.
Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia (Lei n. 12.830/13).
Constituição do Estado de Santa Catarina. Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado de Santa Catarina (Lei n. 6.745/85). Estatuto da Polícia Civil do
Estado de Santa Catarina (Lei n. 6.843/86). Plano de Carreira dos Policiais
Civis de Santa Catarina (LC n. 453/09). Sistema Remuneratório dos Membros
da Carreira de Delegado de Polícia do Estado de Santa Catarina (LC n.
609/13).

10) LÍNGUA PORTUGUESA - Leitura, interpretação e análise de textos de


diferentes gêneros textuais, verbais e não verbais. Efeitos de sentido
produzidos nos textos. Coesão e coerência textual. Ortografia: acentuação
gráfica, grafia dos vocábulos e hifenização. Pontuação. Uso dos "porquês".
Morfologia: flexão verbal e nominal, classes de palavras (substantivo, artigo,
numeral, adjetivo, pronome, verbo, advérbio, conjunção, preposição). Sintaxe:
análise sintática. Colocação pronominal. Regência verbal e nominal.
Concordância verbal e nominal.

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