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Direito Administrativo I (2ºfrequência) A nível funcional garantir a colaboração da

1ºPP Administração com os particulares, e os seus


Organização administrativa direitos de participação na atividade
A CRP é uma constituição programática pois tem administrativa
uma determinada visão das funções do Estado. Art. 11 e 12 CPA dessa participação
Não é neutra, pois toma uma posição. Dá
orientações sobre a organização da AP – art. 267 Princípio da descentralização
e 6 da CRP (organização do Estado). - Através da chamada administração autónoma
(autarquias locais e associações públicas) são
Princípios constitucionais sobre a organização prosseguidos os interesses públicos próprios das
administrativa diferentes pessoas coletivas públicas que a
Princípio da desburocratização constituem
- A AP deve organizar-se e funcionar de acordo - Por isso, essas pessoas coletivas públicas
com padrões de eficiência na prossecução do dirigem-se a si mesmas (autoadministração),
interesse público definindo com independência a orientação das
- A AP deve organizar-se e funcionar na perspetiva suas atividades, sem sujeição a hierarquia ou a
de facilitar a vida dos particulares que com ela se superintendência do Governo (apenas sujeita ao
relacionam poder de tutela – art. 242 CRP)
- Este princípio impõe que a administração se
renove permanentemente nas suas estruturas e Princípio da desconcentração
métodos de funcionamento - Sistema em que o poder decisório se reparte
entre o superior e um ou vários órgãos
Princípio da aproximação dos serviços às subalternos da mesma pessoa coletiva pública, os
populações quais, todavia, permanecem, em regra, sujeitos à
- A estruturação da AP deverá, em termos de direção e supervisão daquele
localização dos seus serviços, estar próxima dos - Efetuado por via de criação de serviços
seus serviços, estar próxima dos seus desconcentrados ou através da figura da
destinatários delegação de poderes
- Proximidade geográfica e outras formas de - Limites aos princípios da descentralização e
aproximação (postura recetiva às populações...) da desconcentração - Art.267º, nº2, CRP. Assim
- Potencialidade da “administração pública não são princípios absolutos, mas sim princípios
eletrónica” (e-government) sujeitos a limites, pois devem ser entendidos sem
prejuízo da necessária eficácia e unidade de
Princípio da participação dos interessados na ação da Administração.
gestão da AP
- Significa que os cidadãos não devem intervir na A Administração Central do Estado
vida da Administração apenas através O Estado e a sua Administração Direta
da eleição dos respetivos órgãos, mas devem sim, Estado
ser chamados a intervir no próprio - Aceção internacional (o Estado soberano, titular
funcionamento quotidiano da AP de direitos e obrigações na esfera internacional);
- Não existe com isto uma intenção de promover - Aceção constitucional (o Estado como
uma democracia direta em comunidade de cidadãos que, nos termos do
detrimento de uma democracia representativa poder constituinte que a si própria se atribui,
(democracia representativa e direta) assume uma determinada forma política para
- Significa que deve haver esquemas estruturais e prosseguir os seus fins nacionais);
funcionais da participação dos - Aceção administrativa (o Estado é a pessoa
cidadãos no funcionamento da Administração. coletiva pública que, no seio da comunidade
A nível estrutural a A.P. deve ser organizada de nacional, desempenha, sob a direção do Governo,
tal forma que nela existam os órgãos em que os a atividade administrativa).
particulares participem, para poderem até tomar
parte nas decisões a adotar;
regiões autónomas, das empresas públicas e do
setor privado;
Estado-administração - Prática de atos jurídicos (ex. contratos) por
- Estado como pessoa coletiva (pública) parte do Estado;
- Delimitação do património do Estado
- Estado ≠ Governantes (bens e direitos patrimoniais do Estado, enquanto
- O Estado é uma organização permanente pessoa coletiva) face a outros patrimónios
- Os governantes são os indivíduos que públicos ou privados, individuais ou coletivos;
transitoriamente desempenham as funções - Inexistência de litispendência (quando se
dirigentes dessa organização repete uma causa, estando a anterior ainda
pendente) ou caso julgado (a decisão sobre a
- Estado ≠ funcionários relação material controvertida, transitou em
- Estado é uma pessoa coletiva, com julgado) entre o Estado r outras pessoas coletivas
património próprio públicas;
- Funcionários são indivíduos que atuam ao - As restantes pessoas coletivas públicas são,
serviço do Estado, mas que mantêm a sua para efeitos de responsabilidade civil, terceiros
individualmente humana e jurídica face ao Estado.

- Estado ≠ outras entidades administrativas Espécies da administração do Estado


- Regiões autónomas, autarquias locais e - Administração central do Estado (órgãos e
associações públicas serviços com competência em todo o território
- Institutos públicos e empresas públicas nacional)
- Administração local/periférica do Estado (órgãos
- Estado ≠ cidadãos e serviços com competência territorialmente
- Estado (autoridade) como sujeito ativo face limitada) ≠ administração autárquica e reginal
aos cidadãos (administrados), a quem impõe - Administração direta do Estado (atividade
deveres exercida por serviços integrados na pessoa
- Cidadãos como sujeitos ativos, exercendo coletiva Estado) – presidência do conselho,
direitos face ao Estado ministérios, secretários do Estado, etc
- Administração indireta do Estado (atividade
Estado como pessoa coletiva pública exercida por pessoas coletivas distintas do Estado,
- Exemplos de normas constitucionais de que, embora realizando fins deste) – Estradas de
explícita ou implicitamente, decorre essa Portugal, Instituto Português da Juventude, etc
qualificação (art. 3°/3; 5°/3; 18°/1; 22°; 27°/5; - Art. 199, d CRP
41°/4; 48°/2; 54°/5/f; 65°/4; 84°/2; 199°/d;
201°/1/b; 201°/2/b; 269°/1 e 2; 271°/1 e 4; Estado (administração direta) – características
276°/6. - Unicidade
- Consequências da qualificação de Estado como - O Estado é a única espécie deste género
pessoa coletiva pública - Assim, enquanto ao conceito de autarquia
- Distinção entre o Estado e outros sujeitos local correspondem alguns milhares de entes
de direito (pessoas físicas ou pessoas coletivas); autárquicos, ao conceito de Estado pertence
- Enumeração, constitucional e legal, das apenas um ente – o próprio Estado
atribuições do Estado;
- Estabelecimento, por via constitucional ou - Caráter originário
legal, de órgãos do Estado; - Todas as outras pessoas coletivas públicas
- Definição das atribuições e consequências são sempre criadas ou reconhecidas por lei ou
a cargo dos diversos órgãos do Estado; nos termos da lei
- Possibilidade de distinção entre órgãos e - O Estado não o foi – a pessoa coletiva Estado
representantes, permanentes ou ocasionais, do não é criada pelo poder constituído
Estado; - Por isso, tem natureza originária (≠ natureza
- Distinção entre funcionários/trabalhadores derivada)
da AP, do Estado, das autarquias locais, das
- Em consequência, vários dos seus órgãos –
designadamente, o Governo – são órgãos de
soberania
- Territorialidade - Personalidade jurídica una
- O Estado é uma pessoa coletiva de cuja - Existe, como se observou, multiplicidade das
natureza faz parte um certo território – o atribuições, pluralismo dos órgãos e serviços e
território nacional divisão em ministérios
- O Estado é a primeira, e a mais importante, - Porém, o Estado mantém sempre uma
das chamadas “pessoas coletivas de população e personalidade jurídica una
território” - Ou seja, todos os ministérios pertencem ao
- Todas as parcelas territoriais, mesmo que mesmo sujeito de direito, não são sujeitos de
afetas a outras entidades – como regiões, direito distinto (os ministérios e as direções-gerais
autarquias locais, administrações territoriais não têm personalidade jurídica)
diversas – estão sujeitas ao poder do Estado
- Todos os indivíduos residentes no território - Instrumentalidade
nacional, mesmo que estrangeiros ou apátridas, - A administração do Estado é subordinada,
estão submetidas aos poderes do Estado- não é independente nem autónoma (salvo casos
administração excecionais)
- Constitui um instrumento para o
- Multiplicidade de atribuições desempenho dos fins do Estado
- O Estado é uma pessoa coletiva de fins - Consequentemente, a CRP (art. 199, d)
múltiplos submete a administração direta do Estado, civil e
- Pelo que pode e deve prosseguir diversas e militar, ao poder de direção do Governo
variadas atribuições ≠ Administração indireta (superintendência e
- Nisto se distingue de algumas outras tutela governamental)
pessoas coletivas públicas, que só podem ≠ Administração autónoma (simples poder de
prosseguir fins singulares tutela)
Consequências:
- Pluralismo de órgãos e serviços - Subordinação da administração à
- São numerosos os órgãos do Estado, bem política
como os serviços públicos que auxiliam esses - Dever de obediência dos funcionários
órgãos relativamente aos governantes
- O Governo, os membros do Governo - Repercussões diretas das mutações
individualmente considerados, os diretores- políticas (≠ autarquias ou politécnicos)
gerais, etc, são órgãos do Estado
- Os ministérios, as secretarias de Estado, as - Estrutura hierárquica
direções-gerais, etc, são serviços públicos do - A administração direta do Estado estrutura-
Estado se em termos hierárquicos
- Isso significa uma estruturação de acordo
- Organização em ministérios com um modelo de organização administrativa
- Os órgãos e serviços do Estado- constituído por um conjunto de órgãos e agentes
administração, a nível central, estão estruturados ligados por um veículo jurídico que confere ao
em departamentos superior o poder de direção e ao subalterno o
- Esses departamentos estão organizados por dever de obediência
assuntos ou matérias - A estruturação hierárquica justifica-se não
- Tendo a designação de ministérios apenas por considerações de eficiência, dado o
- Este tipo de organização é diferente nas elevado número de funcionários e agentes que
autarquias locais ou nos institutos públicos, de trabalham no Estado, mas também por razões de
estrutura mais flexível (vereadores ou dirigentes coerência com o princípio da instrumentalidade
de topo, conforme o caso, podem dirigir serviços - Se os subalternos não se achassem
e áreas diferentes ao longo do mandato) vinculados a um dever de obediência, claro e
preciso, face às ordens e instruções dos seus
superiores, a administração do Estado deixava de - Atribuições sociais, incluindo a saúde, a
ser subordinada e passava a ser autónoma ou segurança social, a habitação, o urbanismo, o
independente (relação com a responsabilidade ambiente, a proteção do trabalho, etc
política do Governo perante o Parlamento) - Atribuições educativas e culturais,
incluindo o ensino, a investigação científica, o
- Supremacia fomento do desporto, da cultura, das artes, etc
- O Estado-administração (dado o seu caráter
único, originário e instrumental em relação aos - Atribuições auxiliares (são instrumentais
fins do Estado), exerce poderes de supremacia relativamente às anteriores) – “funções logísticas”
não apenas em relação aos sujeitos de direito - Gestão do pessoal (recursos humanos)
privado, mas também sobre as outras entidades - Gestão do material
públicas - Gestão financeira
- O grau ou a intensidade desses poderes - Funções jurídicas e de contencioso
varia conforme a maior ou menor autonomia que - Funções de arquivo e documentação
a ordem jurídica pretende conceder às várias
pessoas coletivas públicas - Atribuições de comando (visam a preparação
- Assim, os institutos públicos e as empresas e acompanhamento das decisões dos dirigentes)
públicas estão sujeitos à superintendência do - Estudos e planeamento
Governo, as autarquias locais à tutela - Previsão
administrativa do Estado, as regiões autónomas a - Organização
uma limitada fiscalização dos órgãos de soberania - Controlo
e do Tribunal Constitucional - Relações públicas (comunicação)
- Mas em todos os casos o Estado afirma, nos
termos da lei, a sua supremacia Principais órgãos centrais do Estado (órgãos
- Por isso se chama ao Estado ente público administrativos vs. órgãos não administrativos)
máximo ou supremo - Presidente da República (órgão não
- Enquanto às demais pessoas coletivas administrativo, pertence ao poder político/órgão
públicas se dá a designação de entes públicos político)
menores ou de entes públicos subordinados - Assembleia da República (órgão não
administrativo, pertence ao poder
Atribuições do Estado (fins ou objetivos que o legislativo/órgão legislativo)
Estado se propõe a atingir, resultantes da lei são:) - Governo (órgão administrativo, pertence ao
- Numerosas poder executivo/órgão executivo)
- Complexas - Tribunais (órgão não administrativo, pertence ao
- Dispersas (≠ integradas, como acontece nas poder judicial/órgão judicial)
outras pessoas coletivas públicas)
Outros órgãos do Estado (Administração Central)
- Atribuições do Estado sob a direção do Governo
- Atribuições principais do Estado - Diretores-gerais, diretores de serviços, chefes de
(correspondem aos grandes objetivos divisão, etc
constitucionais e legais que o Estado se propõe - Chefe do Estado-Maior-Geral das Forças
alcançar) Armadas e os chefes dos vários ramos das FA
- Atribuições de soberania, incluindo - Comandantes das forças de segurança
defesa nacional, relações externas, polícia, - Procurador-Geral da República e adjuntos
prisões, e outras - Inspetores-gerais e adjuntos
- Atribuições económicas, incluindo as - Dirigentes de gabinetes, centros e institutos
relativas à moeda, ao crédito, ao imposto, ao (sem personalidade jurídica) pertencentes à
comércio externo, aos preços, e à produção nos administração central
diversos setores produtivos, tais coma a - Comissões temporárias ou permanentes (de
agricultura, o comércio, a indústria, a pesca, os ministérios ou interministeriais)
transportes, as telecomunicações, etc
Órgãos do Estado independentes - Dirigir os serviços e a atividade da
- Provedor de Justiça (art.23 CRP) administração direta do Estado, civil e militar,
- Conselho Económico e Social (art.92 CRP) superintender na administração indireta, e
- Entidade Reguladora para a Comunicação Social exercer a tutela sobre esta e sobre a
(art.39 CRP) administração autónoma – al. d)
- Comissão Nacional de Eleições - Praticar todos os atos exigidos pela lei
- Comissão de Acesso aos Documentos respeitantes aos funcionários e agentes do Estado
Administrativos e de outras pessoas coletivas públicas – al. e)
- Comissão Nacional de Proteção de Dados
- Outros órgãos semelhantes: ANACOM, ERSE, - Promover a satisfação das necessidades
ERS, CMVM, etc. coletivas
- Promoção da satisfação das necessidades
Governo coletivas, designadamente através do
É o principal órgão permanente e direto do desenvolvimento económico, social e cultural do
Estado, com caráter administrativo. país – al. g)

Governo como órgão O governo, enquanto órgão principal da


- Político administração pública portuguesa
- Legislativo - Dirige a administração direta do Estado
- Administrativo - Superintende e tutela a administração indireta
- Numa ditadura os governos exercem uma do Estado
função mais administrativa. Numa democracia os - Tutela a Administração autónoma (entidades
governos exercem uma função mais política. não pertencentes ao Estado)
- Nos vários modelos de regime democrático o
Governo é presidencialista (órgão administrativo), Competência do Governo e o seu exercício
parlamentar (órgão político) e - Competência “normal” dos Governos
semipresidencialista (órgão político). - Competência limitada dos Governos de gestão
(art. 186, 5 CRP)
Principais funções do Governo
Quais são os poderes funcionais que a Modos de exercício da competência
Constituição e as leis conferem ao Governo, governamental
enquanto órgão da Administração? - Forma colegial - Conselho de Ministros (art. 184
e 200 da CRP), soluções adotadas por consenso
Artigo 182 CRP ou por maioria
“o Governo é o órgão de condução da política - Exercício individual – Pelos vários membros do
geral do país e o órgão superior da administração Governo (art. 201 CRP), Primeiro-Ministro,
pública”. Ministros, Secretários de Estado ou
Subsecretários de Estado
- Artigo 197 (competência política do Governo)
- Artigo 198 (a competência legislativa) Estrutura do Governo – art. 183 CRP
- Artigo 199 (a competência administrativa) - Primeiro-Ministro
- Vice-Primeiros-Ministros
Principais funções administrativas - Ministros
- Garantir a execução das leis - Secretários de Estado
- Defender a legalidade democrática – al. f) - Subsecretários de Estado
- Regulamentar as leis – al. c)
Primeiro-Ministro De Chefia
- Assegurar o funcionamento da Administração - Art.201 CRP
Pública - Funções administrativas
- Elaborar e fazer executar os planos – al. a)
- Fazer executar o Orçamento do Estado – al. De gestão
b) - Exercício de funções de chefia
- Dirige o funcionamento do Governo e
coordena e orienta a ação da cada um dos
Ministros
- Preside ao Conselho de Ministros (por isso é Ministros
que por vezes o chefe do governo se denomina - Membros do Governo que participam no
“Presidente do Conselho de Ministros” Conselho de Ministros e exercem funções
- Referenda os decretos regulamentares políticas e administrativas
(quanto aos decretos-leis, não fazem parte da - Princípio de organização do Governo, o princípio
função administrativa) da igualdade dos Ministros, segundo o qual todos
- Intervém pessoalmente na nomeação de os Ministros são iguais entre si, em categoria
certos altos funcionários do Estado oficial e em estatuto jurídico
- Artigo 201, 2 CRP
- Exercício de funções de gestão - Competências
- Administra ou gere os serviços próprios da - Fazer regulamentos administrativos no
Presidência do Conselho (a Presidência do âmbito da atuação do seu ministério
Conselho é um departamento com numerosos - Nomear, exonerar e promover o pessoal que
serviços públicos) trabalha no seu ministério
- Orienta as diferentes Secretarias de Estado - Exercer os poderes de superior hierárquico
que estejam integradas na Presidência do sobre todo o pessoal do seu ministério
Conselho - Exercer poderes de superintendência ou de
- Tradicionalmente, o Primeiro-Ministro ocupa- tutela sobre as instituições dependentes do seu
se em especial de determinados assuntos ministério ou por ele fiscalizadas
administrativos - Assinar em nome do Estado os contratos
- Direção da função pública (a organização do celebrados com particulares ou outras entidades,
Estado e do funcionalismo público são problemas quando versem sobre matéria das atribuições do
que, em regra, estão colocadas diretamente sob seu ministério
as ordens do Primeiro-Ministro, bem como a - Em geral, resolver todos os casos concretos
administração financeira do Estado e, em que, por lei, devam correr por qualquer dos
especial, a elaboração e execução do Orçamento) serviços que pertençam ao seu ministério

Vice-Primeiro-Ministro Secretários de Estado (Estatuto jurídico)


- Art. 183, 2; 184, 1 CRP - Não participam das funções política e legislativa
- Não participam, em regra, no Conselho de
Nota: Ministros, Secretários de Estado e Ministros, salvo em substituição do Ministro
Subsecretários de Estado (relação de supremacia respeito, mas podem participar nos Conselhos
ou subordinação política ≠ hierarquia em sentido especializados
jurídico) - Só exercem competência administrativa
delegada, sob a orientação direta dos respetivos
Razões da diferenciação de categorias dentro do Ministros
Governo - Não são hierarquicamente subordinados aos
- Complexidade e acréscimo de funções do Estado Ministros, mas estão sujeitos à supremacia
moderno, o que sobrecarrega excessivamente os política destes (a sua competência é maior ou
Ministros, a ponto de ser necessário fornecer-lhes menor conforme o âmbito da delegação recebida,
auxiliares nas suas funções mas não podem nunca revogar, modificar ou
- Propensão centralizadora do nosso sistema e suspender os atos dos Ministros).
dos governantes, que tendem a chamar tudo a si
e por isso não têm tempo de tudo estudar e de Subsecretários de Estado
tudo decidir - Categoria protocolar menos elevada que os
- Necessidade de libertar do despacho corrente os Secretários de Estado
Ministros para que estes se possam dedicar, - Em regra, não despacham com o respetivo
sobretudo, às suas funções políticas e de alta Ministro
administração - Normalmente, não substituem os Ministros
- Tendência para serem em número muito que funcionam como seções do Conselho de
reduzido ou mesmo inexistentes Ministros
- Exemplos: “Conselho de Ministros para os
Funcionamento do Governo Assuntos Económicos” ou “Conselho de Ministros
- O Governo é constituído, nomeado e, a seguir à para os Assuntos Comunitários”
tomada de posse, tem de elaborar o seu - Art. 200, 2 CRP
programa – o Programa do Governo (art. 187 e - Funções (preparar as reuniões do CM, tomar
188 CRP) decisões em nome do CM e executar as decisões
- Apresenta o Programa do Governo à Assembleia do CM ou controlar a sua execução)
da República para debate e eventual votação (art.
192 CRP) – adoção do Programa do Governo 2ºPP
- O Conselho de Ministros define as linhas gerais A composição do Governo e os Ministérios
da política governamental [art. 200, 1, al. a)], e da - Lei orgânica do Governo (ficha de trabalho nº8)
sua execução - Organograma do XXIII Governo
- O Primeiro-Ministro exerce, em relação ao - Comunicados do conselho de Ministros
funcionamento do Governo, duas funções
importantes: - A presidência do conselho
1- dirige o funcionamento do Governo - Os ministérios (departamentos da administração
2- coordena e orienta a ação dos Ministros central do Estado dirigidos pelos Ministros
respetivos)
Modalidade de coordenação ministerial - Classificação dos ministérios
- Coordenação por acordo entre serviços dos - Ministérios de soberania
diferentes ministérios - Ministérios económicos
- Coordenação por comissões interministeriais - Ministérios sociais
- Coordenação por acordo entre os Ministros em - Ministérios técnicos
causa
- Coordenação por um Vice-Primeiro-Ministro, O Estado e a sua Administração Direta
Ministro de Estado ou equivalente Lei nº 4/2004, de 15 de Janeiro
- Coordenação pelo Primeiro-Ministro Estabelece os princípios e normas a que deve
- Coordenação pelo Conselho de Ministros obedecer a organização da administração direta
- Coordenação por Conselhos de Ministros do Estado (artigo 1 – objeto)
especializados
- Por acordo os órgãos ou serviços normalmente Âmbito da administração direta do Estado (art. 2)
competentes - Serviços centrais e periféricos que, pela natureza
- Por intervenção de uma entidade individual para das suas competências e funções, devam estar
tanto habilitada sujeitos ao poder de direção do respetivo
- Por intervenção superior de um órgão colegial membro do Governo
- Serviços de cujas atribuições decorra,
Conselho de ministros designadamente, o exercício de poderes de
- Órgão colegial constituído pela reunião de todos soberania, autoridade e representação política do
os Ministros (e Vice-Primeiros-Ministros, se os Estado ou o estudo e conceção, coordenação,
houver) apoio e controlo ou fiscalização de outros serviços
- Sob a presidência do Primeiro-Ministro administrativos
- Competindo ao PM desempenhar as funções - Forças Armadas, forças militarizadas e serviços
políticas e administrativas que a Constituição ou a do Sistema de Informações da República
lei atribuam coletivamente ao Governo Portuguesa (com as necessárias adaptações – nos
- Art. 200, 1 CRP termos das leis orgânicas respetivas)

Conselhos de ministros especializados Lei nº4/2004, de 15 de Janeiro


- Órgãos secundários e auxiliares do Conselho de Constituição e âmbito geográfico da
Ministros, formados por alguns membros deste, e administração direta (art. 2º,1)
- A Administração Direta é constituída pelos Constituição da estrutura hierarquizada (art.
serviços centrais e periféricos 21)
- Que se encontram sujeitos ao poder de direção - Unidades orgânicas nucleares (direções de
dos membros do Governo, serviços)
- Exercendo os serviços centrais a sua - Unidades orgânicas flexíveis (divisões)
competência em todo o território nacional e os - Podendo, na área administrativa, dispor de
periféricos numa área territorial restrita seções

Princípios que regem a Administração Direta do Constituição da estrutura matricial (art. 22)
Estado (art. 3) - Equipas multidisciplinares
- Princípio da unidade e da eficácia (Poderes - Com base na mobilidade funcional
hierárquicos, poderes de direção, substituição e - Coordenadas por um chefe de equipa (cujo
revogação) estatuto remuneratório é equiparado ao de
- Aproximação dos serviços às populações diretor de serviços ou ao de chefe de divisão)
(desconcentração territorial)
- Desburocratização Constituição das estruturas de missão (art. 28)
- Racionalização dos meios - Estruturas “ad hoc”
- Eficácia na afetação dos recursos públicos - De natureza temporária
- Melhoria quantitativa e qualitativa do serviço - Criadas por Resolução do Conselho de Ministros
prestado - Quando estejam em causa objetivos que não
- Garantia de participação dos cidadãos possam ser prosseguidos pelos serviços existentes
(art. 22)
Lei nº 4/2004, de 15 de Janeiro
Ministérios (art. 4) Cargos dirigentes (art. 23)
- Cada Ministério dispõe de uma lei orgânica - Os dirigentes máximos dos serviços detêm, em
própria regra, cargos de direção superior de 1º grau (ex:
- Na qual são fixadas as respetivas atribuições diretor-geral), sendo coadjuvados por dirigentes
- Em que se identifiquem os serviços que com cargos de direção superior de 2º grau (ex:
integram a administração direta e a administração subdiretor-geral)
indireta [Lei nº 2/2004, de 15 de Janeiro (alterada por
diplomas posteriores) que aprovou o estatuto do
Organização da administração direta do Estado pessoal dirigente dos serviços e organismos da
(art. 11) administração central, regional e local do Estado]
(critério da função dominante)
- Serviços executivos (art. 13 – 14) Órgãos e serviços de Vocação Geral
- Serviços de controlo, auditoria e fiscalização (art. Complementando o estudo da administração
15 – 16) central do Estado
- Serviços de coordenação (art. 17 – 19) - Órgãos consultivos (art. 7 Lei nº 4/2004)
- Conselho Consultivo da PGR
(art. 11º, 4) - Conselho Económico e Social
(critério da competência territorial)
- Serviços centrais - Órgãos de controlo
- Serviços periféricos - Tribunal de contas (art. 214/ 209º, 1, al. c)
- Serviços periféricos de caráter interno CRP)
- Serviços periféricos de caráter externo - Inspeção-Geral de Finanças [Inspeção-Geral
da Administração Local (extinta pelo DL nº 126-
Modelos de organização interna dos serviços A/2011 de Decreto-Lei nº 126-A/2011, de 29/12,
executivos e de controlo e fiscalização (art. 20) sendo as suas atribuições integradas na IGF)]
- Estrutura hierarquizada (Art. 21)
- Estrutura matricial (art.22) - Serviços de gestão administrativa
- Estrutura mista (combina as duas anteriores) - Reforma administrativa
- Estrutura de missão (art. 28) - Organização e pessoal
- Eleições e autarquias locais - Órgãos e serviços locais de institutos públicos e
- Estatísticas e planeamento de associações públicas
- Administração financeira e patrimonial - Órgãos e serviços externos do Estado
- Serviços de informações e relações públicas - Órgãos e serviços externos de institutos públicos
e associações públicas
- Órgãos independentes Administração periférica interna
- Comissão Nacional de Eleições - Órgãos e serviços locais do Estado (=
- Entidade Reguladora para a Comunicação Administração local do Estado)
Social - Órgãos e serviços locais de institutos
públicos e de associações públicas
A Administração Periférica Administração periférica externa
(Administração periférica ou administração local - Órgãos e serviços externo do Estado
do Estado?) - Órgãos e serviços externos de institutos
- Modo de designação das áreas territoriais, públicos e associações públicas
situadas fora da capital do País, em que a O conjunto dos órgãos e serviços locais e
Administração atua externos do Estado designam-se administração
- No centro (em princípio, em Lisboa) – órgãos e periférica do Estado
serviços centrais, com competência territorial
nacional Problemática da transferência de serviços
- Na periferia – órgãos locais (regionais, distritais, periféricos
concelhios ou de freguesias), com competência - Situação normal e corrente: serviços periféricos
territorial limitada estão na dependência dos órgãos próprios da
- Órgãos e serviços sediados no estrangeiro pessoa coletiva a que pertencem (os serviços
(embaixadas, consulados, serviços de turismo, periféricos do Estado são dirigidos por órgão do
núcleos de apoio a serviços de fomento da Estado, os serviços periféricos de um instituto
exportação, etc). público são dirigidos pelos órgãos desse instituto,
etc)
Conceito - Porém: a lei, num propósito de forte
Conjunto de órgãos e serviços das pessoas descentralização, pode atribuir a direção superior
coletivas públicas que dispõem de competência de determinados serviços periféricos a órgãos de
limitada numa determinada área territorial autarquias locais; estas terão então de gerir, não
restrita e funcionam sob a direção dos apenas os seus próprios serviços, mas também os
correspondentes órgãos centrais (art. 11º, 4, al. b; serviços periféricos de outra entidade, entregues
lei nº 4/2004) especialmente à sua administração – ex: Reino
Unido
Características - O caso das regiões autónomas: art. 227, 1, al. o)
- Constituída por um conjunto de órgãos e CRP
serviços (locais ou externos)
- Esses órgãos e serviços pertencem ao Estado (ou Administração local do Estado
a pessoas coletivas públicas de tipo institucional Baseia-se nos seguintes elementos
ou associativo) - A divisão do território
- A competência de tais órgãos é limitada em - Os órgãos locais do Estado
função do território (não abrange nunca a - Os serviços locais do Estado
totalidade do território nacional)
- Os órgãos e serviços da administração periférica Órgãos locais do Estado
funcionam sempre na dependência hierárquica São centros de decisão dispersos pelo território
dos órgãos centrais da pessoa coletiva pública a nacional, mas habilitados por lei a resolver
que pertencem. assuntos administrativos em nome do Estado,
nomeadamente, face a outras entidades públicas
Espécies e aos particulares em geral.
- Órgãos e serviços locais do Estado
Serviços locais do Estado Órgãos locais do Estado
São serviços públicos encarregados de preparar e São órgãos da pessoa coletiva Estado que, na
executar as decisões dos diferentes órgãos locais dependência hierárquica do Governo, exercem
do Estado. uma competência limitada a uma certa
circunscrição administrativa (competência local).
Divisões administrativas básicas da administração
local do Estado Elementos essenciais
(circunscrições administrativas) 1. Órgãos
- Distritos - Órgãos, isto é, podem por lei tomar decisões em
- Concelhos nome do Estado
- Não são meros agentes sem competência
Divisões da administração local autárquica própria
- Freguesias (art. 244 e ss CRP) - São órgãos que podem praticar atos
- Municípios (art. 249 e ss CRP) administrativos, os quais vinculam o Estado como
- Regiões Administrativas (art. 255 e ss e art 291, pessoa coletiva pública
1 CRP)
2. Do Estado (não órgãos autárquicos)
Divisões Administrativas Básicas - Não pertencem à administração local
- Distritos autárquica, mas antes à administração local do
- Concelhos Estado.
- Regiões Autónomas (insulares)
- Regiões Administrativas (continentais) 3. Competência meramente local (delimitada em
- Freguesias razão do território)
- NUTS II/CCDRs - Só podem atuar, em regra, dentro da
circunscrição administrativa a que a sua
NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais competência respeita.
para Fins Estatísticos) representam as sub-regiões
estatísticas em que se divide o território Magistrados administrativos
português e correspondem a três distintos níveis Órgãos locais do Estado que, nas respetivas
de desagregação territorial circunscrições administrativas desempenham a
- Ao primeiro nível (NUTS I) correspondem três função de representantes do Governo para fins
unidades territoriais – o território do Continente de administração geral e de segurança pública.
e o de cada uma das Regiões Autónomas - Exs. na história administrativa portuguesa:
- O segundo nível (NUTS II) compreende sete governador civil (nível distrital), administrador de
unidades territoriais – cinco regiões no concelho (nível concelhio) e regedor (nível de
Continente mais as duas Regiões Autónomas freguesia)
- Num terceiro nível (NUTS III) encontram-se - V. Art. 262 CRP
outras unidades territoriais, integradas em cada
uma das NUTS II, cada uma das quais resulta da Governador civil
agregação de vários concelhos - Art. 291, 3 CRP
- Magistrado administrativo que representava o
Problemática da harmonização das circunscrições Governo na circunscrição distrital
administrativas - Regime jurídico: Decreto-lei nº 252/92, de 19/11
- O problema da divisão do território em termos (alterado, entre outros, pelo Decreto-Lei nº
de reforma administrativa 213/2001, de 02/08)
- Questão da articulação entre as divisões básicas - O XIX Governo anunciou, ao tomar posse, que
do território (distritos e concelhos) não iria nomear novos governadores civis
- Necessidade de simplificação da divisão - Extinguiu-se, de facto, os governos civis
administrativa do território nacional mediante a aprovação de legislação que transfere
todas as competências destes órgãos para outros
órgãos administrativos (exs: câmaras municipais,
PSP, GNR, Proteção Civil)
- Anunciou-se que, em futura revisão reservada ao Governo a plenitude dos poderes
constitucional, se promoverá a extinção de jure decisórios para todo o território nacional)
dos governadores civis... - Centralização com desconcentração
- Áreas de competência que exercia (continuando a existir apenas a pessoa coletiva
- Representação do Governo pública Estado, as competências decisórias
- Aproximação entre o cidadão e a repartir-se-ão entre o Governo e órgãos
Administração subalternos do Estado)
- Segurança pública - Descentralização com concentração (existindo
- Proteção civil uma multiplicidade de pessoas coletivas públicas,
em cada uma delas haverá apenas um centro
Extinção dos governos civis decisório – o órgão superior de cada uma)
- Lei Orgânica nº 1/2011, de 30/11 (Transfere - Descentralização com desconcentração (à
competências dos governos civis e dos multiplicidade de pessoas coletivas públicas
governadores civis para outras entidades da somar-se-á, dentro de cada uma delas, a
Administração Pública em matérias de reserva de repartição de competência entre órgãos
competência legislativa da Assembleia da superiores e subalternos)
República)
- Decreto-Lei nº 114/2011, de 30/11 (Transfere Vantagens e inconvenientes da desconcentração
competências dos governos civis e dos administrativa
governadores civis para outras entidades da Vantagens
Administração Pública, liquida o património dos - Eficiência de serviços
governos civis e define o regime legal aplicável - Maior rapidez de resposta às solicitações
aos respetivos funcionários). dirigidas à Administração
- Melhor qualidade do serviço – especialização de
Sistemas de organização administrativa funções
- Concentração e desconcentração de poderes
(administração estadual direta – administração Desvantagens
central versus administração periférica) – art. 267, - Multiplicidade dos centros decisórios pode
2 CRP inviabilizar uma atuação harmoniosa, coerente e
- Integração e devolução de poderes concertada da Administração
(Administração estadual indireta – institutos - Redução do âmbito de atividades dos
públicos e empresas públicas) subalternos, gerando a sua desmotivação
- Centralização e descentralização administrativa - Subalternos por vezes menos preparados para
(Autarquias locais e associações públicas) assumir certas responsabilidades pode levar à
- Concentração de competência (ou diminuição da qualidade do serviço
administração concentrada) (Sistema em que o
superior hierárquico mais elevado é o único órgão Espécies de desconcentração
competente para tomar decisões, ficando os - Quanto aos níveis de desconcentração
subalternos limitados às tarefas de preparação e - Desconcentração a nível central (no âmbito
execução das decisões daquele) dos serviços da Administração central)
- Desconcentração de competência (ou - Desconcentração a nível local (no âmbito
administração desconcentrada) (Sistema em que dos serviços da Administração local)
o poder decisório se reparte entre o superior e - Quanto aos graus de desconcentração
um ou vários órgãos subalternos, os quais, - Absoluta (é tão intensa e é levada tão longe
todavia, permanecem, em regra, sujeitos à que os órgãos por ela atingidos se transformam
direção e supervisão daquele). de órgãos subalternos em órgãos independentes
– não há hierarquia)
Combinações (teoricamente) possíveis entre os - Relativa (a desconcentração é menos intensa
conceitos centralização/descentralização e e, embora atribuindo certas competências
concentração/desconcentração próprias a órgãos subalternos, mantém a
- Centralização com concentração (apenas uma subordinação destes aos poderes do superior –
pessoa coletiva pública o Estado – ficando
desconcentração e hierarquia coexistem – em lucrativa, que será gerida por conta e risco do
geral, é o caso português) concessionário, enquanto na delegação de
- Quanto às formas de desconcentração poderes o delegado passa a exercer uma
- Desconcentração originária (decorre competência puramente administrativa
imediatamente da lei, que reparte a competência - Delegação de serviços públicos
entre o superior e os subalternos) - Também tem em vista transferir para
- Desconcentração derivada (carece de entidades particulares, embora sem fins
permissão legal expressa e só se efetiva mediante lucrativos, a gestão global de um serviço público
um ato específico praticado para o efeito pelo de carácter social ou cultural
superior) – Delegação de Poderes - Não é esse o objeto nem o alcance da
delegação de poderes
Delegação de poderes (ou delegação de - Representação
competências) - Os atos que o representante pratica são
Ato pelo qual um órgão da Administração, realizados em nome do representado e os
normalmente competente para decidir em respetivos efeitos jurídicos vão-se produzir na
determinada matéria, permite, de acordo coma esfera jurídica deste
lei, que outro órgão ou agente pratiquem atos - Na delegação de poderes, o delegado exerce
administrativos sobre a mesma matéria – art. 44 e a competência delegada em nome próprio
ss CPA. - Os atos que se praticam ao abrigo da
delegação persistem sempre como atos seus e os
Requisitos respetivos efeitos inserem-se na esfera jurídica da
- Lei de habilitação (lei que preveja, pessoa coletiva pública a que o delegado
expressamente, a faculdade de um órgão delegar pertence
poderes noutro) – art. 111,2 CRP e art. 36 CPA - O delegado não é um representante do
- Existência de um órgão delegante (normalmente delegante, é um órgão da pessoa coletiva de que
competente) e um órgão delegado faz parte
(eventualmente competente) - Substituição
- Prática do ato de delegação propriamente dito. - Quando a lei permite que uma entidade
exerça poderes ou pratique atos que pertencem à
3 PP esfera jurídica própria de uma entidade distinta,
Delegação de poderes – Figuras afins de forma a que as consequências jurídicas do ato
- Transferência legal de competência recaiam na esfera do substituído (caso, por
- Forma de desconcentração originária, que se exemplo, da chamada “tutela substitutiva”),
produz ope legis, enquanto a delegação de quando este não exerce os seus deveres
poderes é uma desconcentração derivada, funcionais
resultante de um ato do delegante (em - Na delegação de poderes, o delegante não
conjugação com a lei) invade a esfera própria do delegado, nem este
- É definitiva, até que uma lei, porventura, invade a competência daquele
disponha em sentido contrário, enquanto a - Art. 43 CPA
delegação de poderes é precária, pois é - Suplência
livremente revogável pelo delegante - Quando o titular de um órgão administrativo
- Concessão não pode exercer o seu cargo, por “ausência, falta
- Em Direito Administrativo, tem de ou impedimento”, ou por vacatura do cargo, a lei
semelhante com a delegação de poderes a manda que as respetivas funções sejam
circunstância de ser um ato transitivo e de asseguradas, transitoriamente, por um suplente
duração em regra limitada - Não é o órgão impedido, ausente ou vago
- Difere dela na medida em que tem por que chama o suplente a desempenhar funções: o
destinatário, em regra, uma entidade privada, ao início destas dá-se automaticamente, ope legis
passo que a delegação de poderes é dada a um - Na suplência há um só órgão, que passa a
órgão ou agente da Administração ter novo titular, ainda que provisório
- A concessão destina-se a entregar a - Art. 42 CPA
empresas o exercício de uma atividade económica
- Delegação da assinatura Administração estadual indireta
- Por vezes a lei permite que certos órgãos da - Institutos públicos
Administração incumbam um funcionário - Empresas públicas
subalterno de assinar a correspondência expedida
em nome daqueles (a fim de os aliviar do excesso
de trabalho não criativo que de outra maneira os
sobrecarregaria)
- Não há delegação de poderes, porquanto
quem toma as decisões é o superior, cabendo ao
subalterno apenas assinar a correspondência
- Delegação tácita
- Por vezes, a lei, depois de definir a
competência de um certo órgão, determina que
essa competência, ou parte dela, se considerará
delegada noutro órgão, se e enquanto o primeiro
nada disser em contrário
Administração Estadual Indireta
Nota: (em sentido material ou objetivo)
- Habilitação Atividade administrativa do Estado realizada,
- Genérica (A lei permite que certos órgãos para a prossecução dos fins deste, por entidades
deleguem, sempre que quiserem, alguns dos seus públicas dotadas de personalidade jurídica
poderes em determinados outros órgãos (art. 44, própria e de autonomia administrativa ou
3 e 4 CPA) administrativa e financeira.
- Específica (Restantes casos)
(em sentido orgânico ou subjetivo)
- Espécies de delegação Conjunto das entidades públicas que
- Ampla (≠total) ou restrita desenvolvem, com personalidade jurídica própria
- Específica (caduca com a prática do ato e autonomia administrativa, ou administrativa e
delegado) ou genérica financeira, uma atividade administrativa
- Hierárquica (mais frequente) ou não destinada à realização de fins do Estado.
hierárquica
- Delegação propriamente dita ou Caracterização: aspetos materiais
subdelegação de poderes (delegação de poderes - Forma de atividade administrativa
delegados) - Realização de fins do Estado
- Transferência de uma atividade do Estado para
- Requisitos do ato de delegação outras entidades públicas (devolução de poderes)
- Conteúdo (art. 47, 1 CPA – especificação de - Essa atividade é exercida, por essas entidades,
poderes/ requisitos de validade – ato inválido) no interesse do Estado, mas em nome próprio
- Publicação (art. 17, 2 CPA/ requisito de (atos praticados, património, pessoal, etc)
eficácia – ato ineficaz) - Sujeição aos poderes de superintendência e de
tutela governamental (art. 199, d CRP)
- Poderes do delegante (art. 49 CPA)
Aspetos orgânicos
- Requisitos dos atos praticados por delegação - Conjunto de entidades públicas distintas do
(art. 48 CPA) Estado (com personalidade jurídica própria)
- A decisão de criação dessas entidades cabe ao
- Extinção da delegação (art. 50 CPA) Estado, nos termos da lei (Lei nº3/2004, de 15/01
– institutos públicos; Decreto-Lei nº133/2013, de
- Regime jurídico da subdelegação (art. 46 CPA) 3 de outubro – entidades públicas empresariais)
- Financiamento total ou parcial por parte do
Estado
- Autonomia administrativa e (em regra) - Serviços personalizados
financeira, em grau variável Institutos (art. 3, 1 e 2 LQIP)
Públicos - Fundações públicas
Espécies de organismos ou entidades que a (espécies) - Estabelecimentos públicos
integrem (ex. universidades)
- Institutos públicos
- Empresas públicas (entidades públicas
empresariais) Lei-Quadro dos institutos públicos (Lei 3/2004, de
15/01 – versão atualizada)
- Objeto
- Âmbito de aplicação
- Tipologia
- Conceito
- Princípios de gestão
- Fins
- Formas de criação

Empresas públicas

Regime jurídico do setor público empresarial

Decreto-Lei nº133/2013, de 3 de outubro

- Institutos públicos estaduais As empresas públicas são organizações


(administração estadual económicas de fim lucrativo, criadas e
indireta) controladas por entidades jurídicas públicas –
- Institutos públicos regionais setor público empresarial (SPE).
Institutos
(administração regional
Públicos
indireta)
- Institutos públicas municipais
(administração municipal
indireta)

Institutos Públicos
Definição:
- Pessoa coletiva pública, de tipo institucional,
criada para assegurar o desempenho de
determinadas funções administrativas de carácter
não empresarial, pertencentes ao Estado ou a O setor empresarial do Estado (SEE) abrange
outra pessoa coletiva pública. - Empresas públicas sob forma privada
(≠fundos e serviços autónomos – administração (sociedades controladas pelo Estado) – art. 5,1
estadual direta; - Empresas públicas sob forma pública –
≠institutos de utilidade pública – pessoa coletivas entidades públicas empresariais (pessoas
privadas). coletivas públicas) – art. 5,2 e art. 56 e ss.
- Empresas privadas participadas pelo Estado (não
Natureza jurídica: são empresas públicas, mas integram igualmente
- Substrato institucional autónomo o SEE) – art. 7
- Diferente do Estado ou dele destacado - A empresa pública como empresa
- Dotado por lei de personalidade jurídica - A empresa pública como entidade sujeita a
controlo público (maioria de capitais públicos ou
direitos especiais de controlo – influência - Centralização e descentralização administrativa
dominante) (autarquias locais e associações públicas)
- Motivos (políticos e económicos; administrativos - Integração de poderes (sistema em que todos os
e financeiros) de criação de empresas públicas interesses públicos a prosseguir pelo Estado, ou
- Domínio de posições-chave na economia pelas pessoas coletivas de população e território,
- Modernização e eficiência da Administração são postos por lei a cargo das próprias pessoas
- Aplicação de uma sanção política coletivas a que pertencem)
- Execução de um programa ideológico - Devolução (transmissão ou transferência, ≠
- Necessidade de um monopólio regresso ou retorno) de poderes (sistema em que
- Outros motivos todos ou alguns interesses públicos do Estado, ou
de pessoas coletivas de população e território,
Espécies de empresas públicas são postos por lei a cargo de pessoas coletivas de
- Quanto à titularidade (estaduais, regionais ou fins singulares)
locais)
- Quanto à natureza jurídica (regra: com Vantagens e inconvenientes da devolução de
personalidade jurídica; exceção: sem poderes
personalidade jurídica – ex; certos serviços Vantagens
autónomos do Estado ou os serviços - Eficiência na gestão
municipalizados) - Descongestionamento da pessoa coletiva
- Quanto à forma (pessoas coletivas públicas ou principal
privadas) - Desburocratização
- Quanto ao objeto (tenham ou não por objeto
um serviço público ou um serviço de interesse Desvantagens
económico geral, art. 48 e art. 55 do Decreto-Lei - Proliferação de centros de decisão autónomos
nº 133/2013, de 3/10). - Menor controlo global a nível financeiro e
patrimonial
Decreto-Lei nº 133/2013, de 3/10 - Desagregação e pulverização do poder
- Objeto - Necessidade de redução, quando excessivo, do
- SPE número de institutos públicos e de empresas
- Empresas públicas públicas
- Influência dominante
- Setores empresariais regionais e locais Devolução de poderes (regime jurídico)
- Formas jurídicas - Efetuada por lei
- Regime jurídico - Os poderes transferidos são exercidos em nome
- Entidades públicas empresariais (art. 56 ss) próprio pela pessoa coletiva pública criada
- No interesse da pessoa coletiva que os transferiu
Empresas públicas locais (Municipais e outras) e sob a orientação dos órgãos desta
Regime jurídico próprio - As pessoas coletivas públicas que recebem
Lei nº 50/2012, de 31/08 (Regime jurídico da devolução de poderes são entes auxiliares ou
atividade empresarial local e das participações instrumentais, ao serviço da pessoa coletiva de
locais) fins múltiplos qua as criou, sendo, por isso,
- Art. 62 ss do DL nº 133/2013 organismos dependentes (≠ organismos
independentes: ex. autarquias locais)
Sistema de organização administrativa - Autonomia administrativa e, frequentemente,
- Concentração e desconcentração de poderes autonomia financeira (≠ autodeterminação)
(administração estadual direta – administração - Sujeição à tutela administrativa (controlo) –
central versus administração periférica) – art. conjunto dos poderes de intervenção de uma
267/2 CRP pessoa coletiva pública (entidade tutelar) na
- Integração e devolução de poderes gestão de outra pessoa coletiva (entidade
(administração estadual indireta – institutos tutelada), a fim de assegurar a legalidade ou o
públicos e empresas públicas) mérito da sua atuação
- Sujeição à superintendência (orientação) – interesses públicos pertencentes a um grupo de
poder conferido ao Estado, ou a outra pessoa pessoas que se organizam para esse fim.
coletiva de fins múltiplos, de definir os objetivos e
guiar a atuação das pessoas coletivas públicas de Espécies:
fins singulares colocadas por lei na sua - Associações públicas de entidades públicas (ex.
dependência (poder mais amplo, mais intenso e comunidades intermunicipais – art. 63 da Lei nº
mais forte do que a tutela administrativa; 75/2013, de 12/09)
diferente também do poder de direções: - Associações públicas de entidades privadas (ex.
administração direta; relação hierárquica; ordens ordens e câmaras profissionais, associações de
ou instruções, dever de obediência) – art. 199, d) regantes, academias científicas, etc) – Lei nº
CRP 2/2013, de 10.01 (regime jurídico das associações
- Sujeição à superintendência, incluindo: públicas profissionais)
- Diretas (orientações genéricas, que definem - Associações públicas de caráter misto (ex.
imperativamente os objetivos a cumprir pelos centros de formação profissional de gestão
seus destinatários, mas que lhes deixam a partilhada).
liberdade de decisão quanto aos meios a utilizar e
às formas a adotar para atingir esses objetivos; ≠ Figuras afins:
ordens – comandos concretos, específicos e - Não são pessoas coletivas de direito público (ou
determinados, que impõem a necessidade de não têm natureza associativa ou nem sequer
adotar imediata e completamente uma certa possuem personalidade jurídica)
conduta) - ANMP, ANAFRE, partidos políticos, igrejas e
- Recomendações (conselhos emitidos sem a outras comunidades religiosas, sindicatos, CVP,
força de qualquer sanção em caso de federações desportivas, IPSS, etc...
incumprimento)
Autarquias locais
Administração autónoma Pessoas coletivas públicas de população e
Prossegue interesse públicos próprios das território, correspondentes aos agregados de
pessoas que a constituem e por isso se dirige a si residentes em diversas circunscrições do
mesma (autoadministração), definindo com território nacional e que asseguram a
independência a orientação das suas atividades, prossecução dos interesses comuns resultantes
sem sujeição a hierarquia ou a superintendência da vizinhança mediante órgãos próprios,
do Governo (apenas sujeita ao poder de tutela – representativos dos respetivos habitantes – art
art. 199, d; art 242). 235, 2 CRP.

Entidades que a compõem Elementos essenciais


- Pessoas coletivas de populações e território - Território
- Autarquias locais - Agregado populacional
- Regiões autónomas (caso especial – - Interesses comuns
descentralização política, com transferência de - Órgãos representativos
poderes legislativos)
- Pessoas coletivas de tipo associativo Conceito básico associado
- Associações públicas (substrato humano - Descentralização (em sentido jurídico – político)
destas entidades ≠ substratos - Autoadministração (≠ autogoverno das regiões
materiais/organizações de meios – serviços, autónomas)
patrimónios, estabelecimentos ou empresas – - Poder local (princípio da autonomia local: art.
caso de institutos e empresa públicas). 235 – 265 CRP; carta europeia da autonomia local
de 1985)
Associações públicas
Definição: Pessoas coletivas públicas, de tipo Espécies ou categorias
associativo, destinadas a assegurar - Município
autonomamente a prossecução de determinados - Freguesia (autarquia inframunicipal)
- Região administrativa (autarquia Órgãos:
supramunicipal) - Assembleia de freguesia (órgão
- art. 236 CRP deliberativo e representativo dos habitantes)
- Regime jurídico fundamental (fontes) - Junta de freguesia (órgão executivo)
- CRP (título VIII da Parte III – art. 235 e ss)
- Lei nº 75/2013, de 12/09 (regime jurídico Assembleia de freguesia (funções principais)
das autarquias locais, das entidades - Função eleitoral (compete à AF eleger a JF)
intermunicipais e do associativismo autárquico) - Função de fiscalização (AF acompanha a
- Lei nº 50/2018, de 16/08 (lei-quadro da atividade da junta, controlando e
transferência de competências para as autarquias superintendendo o seu funcionamento)
locais e para as entidades intermunicipais) – uma - Função de orientação geral (discussão e
reforma ainda em curso (2018-2021) aprovação de orçamento, contas, regulamentos,
- Lei nº 169/99, de 18/09 (estabelece o etc)
quadro de competências, assim como o regime - Função decisória (em assuntos que a lei
jurídico de funcionamento, dos órgãos dos considera mais relevantes)
municípios e das freguesias) – apenas as normas
não revogadas Junta de freguesia (funções principais)
- Lei nº 73/2013, de 3/09 (regime financeiro - Função executiva (execução das deliberações da
das autarquias locais e das entidades AF, das leis, dos regulamentos e dos planos)
intermunicipais) - Função de estudo e de proposta (problemas da
- Lei nº 27/96, de 1/08 (regime jurídico da freguesia e soluções para os mesmos)
tutela administrativa) - Função de gestão (gestão regular de bens,
- Outra legislação (ex. lei eleitoral para as serviços, pessoal, finanças e obras da freguesia)
autarquias) - Função de fomento (apoio a iniciativas sociais,
- Legislação sobre reorganização autárquica culturais, desportivas, etc, para o
(lei nº 22/2012, de 30/05 – reorganização desenvolvimento da freguesia)
territorial autárquica | lei nº 56/2012, 08/11 – - Função de colaboração (em geral e, em especial,
reorganização administrativa de Lisboa) no âmbito do ordenamento e urbanismo)
- Regime jurídico fundamental (traços gerais –
CRP) Município
- Divisão do território (art. 236/4) Definição: Autarquia local que visa a
- Descentralização (art. 237) prossecução de interesses próprios da população
- Património e finanças locais (art. 238/1) residente em cada circunscrição concelhia,
- Correção das desigualdades (art. 238/2) mediante órgãos representativos por ela eleitos.
- Órgãos dirigentes (art. 239/1 e 2)
- Referendo local (art. 240) Importância prática
- Poder regulamentar (art. 241) - Internacional
- Tutela administrativa (art. 242) - Histórica
- Pessoal (art 243/1 e 2) - Política
- Apoio do Estado (art. 243/3) - Económica
- Reserva de lei em matéria de autarquias - Administrativa
locais (reserva absoluta – art. 164, b, l, m, n, r; - Financeira
reserva relativa – art. 165, q, r, aa) - Jurídica
- Doutrinária
Freguesias
Definição: Autarquias locais que, dentro do Transferência de atribuições da Administração
território municipal, visam a prossecução de central para as autarquias
interesses próprios da população residente em Título IV (art. 11 e ss) da lei nº 75/2013, de
cada circunscrição paroquial. 12/09 (regime jurídico das autarquias locais, das
entidades intermunicipais e do associativismo
autárquico)
- A descentralização administrativa concretiza-se Serviços municipais
através da transferência por via legislativa de Serviços do município que, não dispondo de
competências de órgãos do Estado para órgãos autonomia, são diretamente geridos pelos órgãos
das autarquias locais e das entidades principais do município (em geral, pela CM) –
intermunicipais – Lei nº 50/2018 sentido estrito
- Em sentido amplo, abrangem os serviços
Órgãos municipalizados (“Os serviços municipalizados
- Órgãos representativos (das populações locais, integram a estrutura organizacional do
que os elege democraticamente) – art. 235/2 CRP município.” – art. 8/2 da Lei nº50/2012, de 31/08
- Órgãos deliberativos (tomam as grandes (Regime jurídico da atividade empresarial local)
decisões de fundo; órgãos colegiais amplos, tipo
assembleia) VS. Órgãos executivos (aplicam essas Regiões administrativas
orientações; gestão corrente; órgãos colegiais Definição: Autarquias locais supramunicipais
restritos ou órgãos singulares) – art. 239 CRP que visam a prossecução daqueles interesses
- Assembleia Municipal (órgão deliberativo próprios das respetivas populações que a lei
municipal – parlamento municipal) considere serem mais bem geridos em áreas
- Câmara Municipal (órgão colegial de tipo intermédias entre o escalão nacional e o escalão
executivo a quem está atribuída a gestão municipal (≠ regiões autónomas; art. 257 e 258
permanente dos assuntos municipais) CRP)
- Presidente da Câmara Municipal
Órgãos (art. 259 CRP)
Funções principais da Assembleia Municipal - Assembleia Regional
- Função de orientação geral do município - Junta Regional
(aprovação do plano e orçamento anuais)
- Função de fiscalização (da CM) Regiões autónomas – Açores e Madeira
- Função de regulamentação (aprovação de Pessoas coletivas de direito público, de
regulamentos municipais) população e território, que pela CRP dispõem de
- Função tributária (taxas e impostos) um estatuto político-administrativo privativo e de
- Função de decisão superior (urbanismo, órgãos de governo próprio democraticamente
património, etc) legitimados, com competências legislativas e
administrativas, para a prossecução dos seus fins
Funções principais da Câmara Municipal específicos – CRP art. 6 e 225 (fundamentos, fins
- Função preparatória e executiva e limites da autonomia regional).
- Função consultiva
- Função de gestão Algumas considerações gerais
- Função de fomento - Formas de Estado
- Função de decisão (atos administrativos: - Estados compostos ou complexos (estados
licenças, autorizações, adjudicações, etc; federais)
contratos administrativos; regulamentos/posturas - Estados simples ou unitários
municipais na sua área de competência) - Portugal como Estado unitário regional
- Figuras afins (regiões autónomas ≠ estados
Funções principais do Presidente da Câmara federados; ≠ regiões administrativas; ≠ regiões
Municipal CCDR; ≠ associações intermunicipais)
- Função presidencial - Evolução histórica – a CRP/1976
- Função executiva (execução das deliberações da
CM) Sistema de governo regional
- Função decisória (direção e coordenação dos - Órgãos de governo próprio (art. 231 CRP)
serviços municipais; superior hierárquico dos - Assembleia Legislativa
funcionários do município) - Governo Regional
- Função interlocutória (informação dos - Representante da república (art. 230 CRP)
vereadores e da AM) mais competências - Sistema de tipo parlamentar, com
delegadas particularidades decorrentes da integração num
Estado unitário (ex. poderes de intervenção do PR Instituições particulares de interesse público
– art. 133, b, j CRP) - O Direito Administrativo regula não apenas as
- Enquadramento constitucional das autonomias entidades públicas, mas também, em certa
regionais (art. 225 – 234) medida, algumas categorias de entidades
- Os estatutos político-administrativos das regiões privadas que prosseguem fins considerados de
autónomas interesse público
- Os governos regionais como órgãos executivos - Instituições particulares de interesse público –
de condução da política regional e órgãos pessoas coletivas privadas que, por prosseguirem
superiores da administração pública regional fins de interesse público, têm o dever de cooperar
- Administração regional direta e administração com a AP e ficam sujeitas, em parte, a um regime
regional indireta especial de DA

Relações entre o Estado e as Regiões Características


Autónomas - Pessoas coletivas privadas (entidades
- Não sujeição ao poder de tutela administrativa particulares) – perspetiva orgânica ou subjetiva
do Estado - Desempenham tanto atividades de gestão
- A cooperação prevista no art. 229/4 CRP e os privada como atividades administrativas de
“mecanismos de fiscalização aplicáveis” gestão pública – perspetiva material ou objetiva
- Os poderes de supervisão do governo da - Regime jurídico misto de direito privado e de
república sobre o cumprimento pelas regiões direito administrativo – ótica do direito aplicável
autónomas de leis aplicáveis em todo o território
nacional (competência legislativa reservada dos Espécies
órgãos de soberania) - Sociedades de interesses coletivo (empresas
privadas, de fim lucrativo, que por exercerem
Formas de organização administrativa poderes públicos ou estarem submetidas a uma
- Concentração e desconcentração de poderes fiscalização especial da AP, ficam sujeitas a um
(administração estadual direta – administração regime específico de DA; ex. concessionárias,
central versus administração periférica) – art. sociedades de economias mista – com
267/2 CRP participação minoritária do Estado, etc)
- Integração e devolução de poderes - Pessoas coletivas de utilidade pública
(administração estadual indireta – institutos (associações e fundações de direito privado que
públicos e empresas públicas) prossigam fins não lucrativos de interesse geral,
- Centralização e descentralização administrativa cooperando com a AP central ou local,
(autarquias locais e associações públicas) merecendo desta a declaração de “utilidade
- Centralização (sistema em que todas as pública”, ex. IPSS, misericórdias, associações de
atribuições administrativas de um dado país são bombeiros voluntários, associações desportivas,
por lei conferidas ao Estado) etc)
- Descentralização (Sistema em que a função
administrativa esteja confiada não apenas ao Pessoas coletivas públicas
Estado, mas também a outras pessoas coletivas Pessoas coletivas criadas por iniciativa
territoriais) pública, para assegurar a prossecução necessária
de interesses públicos e, por isso, dotadas em
Tutela administrativa nome próprio de poderes e deveres públicos
Conjunto de poderes de intervenção de uma - Estado, institutos públicos, empresas públicas
pessoa coletiva pública na gestão de outra pessoa (EPE), associações públicas, autarquias locais e
coletiva, a fim de assegurar a legalidade ou o regiões autónomas.
mérito da sua atuação – lei nº 27/96, de 1 de
agosto (regime jurídico da tutela administrativa) Órgãos:
- Órgãos singulares e colegiais (art. 20 – 35 CPA)
- Órgãos centrais e locais
- Órgãos primários (competência própria), órgãos
secundários (competências delegadas) e órgãos
vicários (em substituição)
- Órgãos representativos (eleitos) e não
representativos
- Órgãos ativos (decisórios e executivos),
consultivos e de controlo
- Órgãos permanentes e temporários
- Órgãos simples (singulares ou colegiais) e
complexos (ex. Governo)

Atribuições e competências
- Atribuições (fins ou interesses que a lei incumbe
as pessoas coletivas de prosseguir)
- Competência (conjunto de poderes funcionais
que a lei confere para prossecução das
atribuições das pessoas coletivas públicas – a
competência é delimitada em função da matéria,
da hierarquia, do território e do tempo (em regra,
em relação ao presente)

Serviços públicos
Organizações humanas criadas no seio de
cada pessoa coletiva pública com o fim de
desempenhar as atribuições desta, sob a direção
dos respetivos órgãos – organização horizontal
(entre as pessoas coletivas públicas), territorial e
vertical (ou hierárquica) dos serviços públicos
- Conceito da hierarquia
- Modelo de organização administrativa
vertical, constituída por dois ou mais órgãos e
agentes com atribuições comuns
- Ligados por um vínculo jurídico que confere
ao superior poder de direção e impõe ao
subalterno dever de obediência.

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