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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO


NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- LEI 5.810/94

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Vale dizer que não poderá haver dois Estados


exercendo seu poder num único território, e os
NOÇÕES DE DIREITO indivíduos que se encontram num determinado
território estão obrigados a se submeterem.
ADMINISTRATIVO - Governo Soberano: é o exercício do poder do Estado,
internamente e externamente. O Estado, dessa forma,
deverá ter ampla liberdade para controlar seus
recursos, decidir os rumos políticos, econômicos e
sociais internamente e não depender de nenhum outro
PROGRAMA: Estado ou órgão internacional. A essa
NOÇÕES DE DIREITO: autodeterminação do Estado dá-se o nome de
soberania. O Governo pode ser entendido em sentido
ADMINISTRATIVO - O Estado, Poderes e funções,
subjetivo ou formal como a cúpula diretiva do estado
Funções administrativas, Princípios da Administração
responsável pela condução das atividades do Estado, ou
Pública, Uso e abuso do poder: Poder de Polícia; Polícia
seja, o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. Já
administrativa e judiciária.
em sentido objetivo ou material é a atividade diretiva
do Estado, confundindo-se com o complexo de funções
básicas do Estado.

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O Estado assume em suas relações internacionais uma
personalidade jurídica (capacidade de tornar-se titular
de direitos e deveres) de direito público externo, dado o
De forma simplificada, o Estado é uma criação humana fato de reger-se pelas regras do direito público
destinada a manter a coexistência pacífica dos internacional.
indivíduos, a ordem social, de forma que os seres Já em se tratando das relações internas, ou seja, em
humanos consigam se desenvolver, e proporcionar o relação à regência em suas relações de direito público
bem estar a toda sociedade. interno, o Estado é representado, no caso do Brasil,
É o Estado o responsável por dar força de imposição ao pelos chamados entes da Federação – a União, os
Direito, pois é ele que detém o papel exclusivo de Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal
aplicar as penalidades previstas pela Ordem Jurídica. (Pessoas jurídicas de direito público interno).

Assim o Estado pode ser definido como o exercício de Isto porque quando se fala das Formas de Estado,
um poder político, administrativo e jurídico, exercido observa-se que ele pode assumir a forma de unitário
dentro de um determinado território, e imposto para (onde o poder político-administrativo é centralizado em
aqueles indivíduos que ali habitam. um único ente) ou composto, como é o caso do Estado
brasileiro (onde há a presença de diversos entes que
exercem, dentro de limitações territoriais, sua
Os elementos que caracterizam o Estado são: autonomia. Os Estados compostos podem ser
classificados em: Uniões Reais, Uniões Pessoais,
- População: entende-se pela reunião de indivíduos num Federações e Confederações).
determinado local, submetidos a um poder central. O
Estado vai controlar essas pessoas, visando, através do A maneira pela qual o poder é exercido dentro de um
Direito, o bem comum. A população pode ser Estado indica a Forma de Governo por ele adotada.
classificada como nação, quando os indivíduos que Assim, temos como formas de governo: a República e a
habitam o mesmo território possuem como elementos Monarquia. Na República, as principais características
comuns a cultura, língua, a religião e sentem que há, são a eletividade e a temporariedade dos governantes,
entre eles, uma identidade; ou como povo, quando há além da Responsabilidade do Estado. Enquanto na
reunião de indivíduos num território e que apesar de se Monarquia, os governantes são investidos por critérios
submeterem ao poder de um Estado, possuem de hereditariedade e permanecem vitaliciamente no
nacionalidades, cultura, etnias e religiões diferentes. exercício do poder, além de, em alguns casos, não
poderem ser responsabilizados (monarquias
- Território: espaço geográfico onde reside determinada absolutistas).
população. É limite de atuação dos poderes do Estado.

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Em resumo a organização e estrutura do Estado podem b.2) Função atípica de natureza legislativa: o Presidente
ser analisadas sob 3 aspectos: da República, por exemplo, adota medida provisória,
com força de lei (art. 32); a administração se vale dos
a) Forma de Governo - República ou Monarquia
chamados atos normativos, secundários, mas capazes
b) Sistema de Governo - Presidencialismo ou de impor regras gerais e abstratas; além da iniciativa de
Parlamentarismo lei, que em alguns casos é do chefe do executivo.
c) Forma de Estado - Unitário ou Federação. b.3) Função atípica de julgamento: o Executivo julga,
No BRASIL, o Estado é do tipo Federado ou Composto, apreciando defesas e recursos administrativos.
pois temos diferentes poderes políticos convivendo no
nosso território: um poder político central (União), um
C) PODER JUDICIÁRIO
poder político regional (Estados-Membros) e um poder
político local (Município), além do DF, que acumula as b.1) Função típica: julgar (função jurisdicional), dizendo
competências regionais e locais. o direito no caso concreto e dirimindo os conflitos que
lhe são levados, quando da aplicação da lei;
Na CF/88, a forma federativa de Estado constitui
cláusula pétrea, insuscetível de ser abolida pelo poder b.2) Função atípica de natureza legislativa: regimento
de reforma (art. 60, §4º, I). interno de seus Tribunais e as iniciativas de lei;
b.3) Função atípica de natureza executiva: administra
ao conceder licenças e férias aos magistrados e
Organização dos Poderes do Estado
serventuários, etc.
Poder significa força para que se possa fazer ou
executar certas coisas. Não há Estado sem poder. O
poder deve mostrar-se presente na vida dos governados ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a fim de manter, principalmente, a ordem social, a
Primeiramente há de se falar em ADMINISTRAÇÃO
segurança e a liberdade individual.
PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO, a qual diz respeito aos
O exercício do poder está concentrado em diversos órgãos do governo, os quais exercem a função política,
órgãos estatais. “São poderes da União, independentes bem como os órgãos e pessoa jurídicas que
e harmônicos entre si, - determina o art. 2.º, da CF - o desempenha função meramente administrativa.
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Sendo
Já ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO ESTRITO, diz
independentes, evitam-se eventuais abusos, ficando
respeito somente aos órgãos e as pessoas jurídicas que
cada um dentro da esfera de ação que lhe é traçada
exercem a função meramente administrativa, de
pela Lei Maior, impedindo, assim, que o poder venha
execução dos programas de governo.
ficar na mão de uma só pessoa, agindo, porém,
harmonicamente no desempenho das finalidades que
lhes são próprias. Para uma definição mais exata da expressão
“administração pública” devem-se considerar dois
sentidos: objetivo/ material/ funcional e o sentido
A) PODER LEGISLATIVO:
subjetivo/formal ou orgânico.
a.1) Função típica: legislar e fiscalização contábil,
No sentido objetivo, grafado com letra minúscula, a
financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo;
administração pública é a própria função administrativa
a.2) Função atípica de natureza executiva: ao dispor do Estado, ou seja, a própria gestão dos interesses
sobre sua organização, provendo cargos, concedendo públicos, seja por sua organização interna ou por sua
férias, licenças a servidores etc.; intervenção no campo privado.
a.3) Função atípica de julgamento: o Senado julga o
Presidente da República nos crimes de responsabilidade
As quatro funções básicas que a Administração Pública
(art. 52, I) e julga seus próprios servidores no
desenvolve são:
cometimento de atos de indisciplina.
1. O Fomento - incentivo ao desenvolvimento da
B) PODER EXECUTIVO:
iniciativa privada. São muitos os instrumentos de
b.1) Função típica: prática de atos de chefia de Estado e fomento, como a concessão de crédito, o
chefia de Governo;

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direcionamento para setores de infra-estrutura e São princípios explícitos: os princípios da legalidade, da


demais setores de interesse coletivo. impessoalidade, da moralidade administrativa, da
publicidade e eficiência (art. 37, caput, com redação
2. Os serviços públicos – atividades materiais internas às
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 4-6-98).
repartições, visando a satisfação das necessidades do
próprio funcionamento do Estado e os externos- São os princípios implícitos: supremacia do interesse
atividades materiais que visam a satisfação da público sobre o particular; indisponibilidade do
coletividade, como água, energia elétrica, transporte, interesse público, hierarquia; especialidade; presunção
etc. de legalidade ou de legitimidade dos atos
administrativos; motivação; razoabilidade e autotutela.
3. A Polícia – atividades preventivas e repressivas,
normativas e concretas, que limitam as ações do
particular em benefício da coletividade.
PRINCÍPIOS EXPRESSOS, EXPLÍCITOS OU
4. Intervenção - A exploração direta de atividade CONSTITUCIONAIS
econômica pelo Estado quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei. Princípio da legalidade
No sentido subjetivo/formal/orgânico o termo refere-se De acordo com o princípio da legalidade, o
ao conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que administrador não pode agir ou deixar de agir, senão de
têm a incumbência de executar as atividades acordo com a lei, na forma determinada.
administrativas, ou seja, os sujeitos da função
Assim, na relação administrativa, a vontade da
administrativa, quem a exerce de fato. Nesse sentido
administração pública (que se manifesta através dos
pode ser divida em direta e indireta.
atos administrativos) deve emanar da própria lei (art.
O Fim da Administração Pública é a satisfação do 5º, II da Constituição). Daí decorre a assertiva de que
interesse púbico e do bem comum, isto é, de todos, são diferentes os valores que movem a conduta do
incluídos brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros particular e da administração pública.
situados no País.
Nesse sentido, ao particular é permitido fazer tudo o
que não estiver proibido por lei. Já para a administração
pública só é permitido fazer aquilo que estiver previsto
em lei.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Dessa maneira, se a administração pública pretender
praticar certo ao e a lei não se manifestar sobre isto,
significa que não poderá fazê-lo, sendo, portanto,
proibido. Para o particular se não houver proibição,
Segundo o conceito de José Cretella Júnior, "Princípios haverá ampla liberdade para agir. Importante ressaltar
de uma ciência são as proposições básicas, que a doutrina costuma apontar como exceções ao
fundamentais, típicas que condicionam todas as princípio da legalidade as seguintes situações: medida
estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, provisória, estado de defesa e estado de sítio.
são os alicerces da ciência.”
Desse modo, o Direito Administrativo está informado
por determinados princípios, alguns deles próprios Princípio da impessoalidade
também de outros ramos do direito público e outros Em decorrência do princípio da impessoalidade, a
deles específicos. Os princípios representam papel administração pública deve servir a todos, sem
relevante nesse ramo do direito, permitindo à preferências ou aversões pessoais ou partidárias, não
administração e ao Judiciário estabelecer o necessário podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar
equilíbrio entre os direitos dos administrados e as determinadas pessoas, uma vez que o fundamento para
prerrogativas da administração. o exercício de sua função é sempre o interesse público.
A Constituição de 1988 inovou ao fazer expressa Também está determinado que os atos administrativos
menção a alguns princípios a que se submete a praticados devem ser atribuídos à administração
administração pública direta e indireta. Neste sentido, pública e não ao funcionário que os praticou. Para
existem princípios explícitos e implícitos. alcançar esse fim, a administração pública sempre
deverá tratar indistintamente os administrados que se

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encontrem na mesma situação, segundo o princípio da  Perda da função pública (responsabilidade
igualdade. disciplinar);
 Indisponibilidade dos bens (responsabilidade
Princípio da impessoalidade patrimonial);

Em decorrência do princípio da impessoalidade, a  Ressarcimento ao erário (responsabilidade


administração pública deve servir a todos, sem patrimonial).
preferências ou aversões pessoais ou partidárias, não O administrador público está sujeito à Lei n.º
podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar 8.429/1992 (Lei de improbidade administrativa). O Art.
determinadas pessoas, uma vez que o fundamento para 85, V, da Constituição Federal estabelece serem crimes
o exercício de sua função é sempre o interesse público. de responsabilidade os atos do Presidente da República
Também está determinado que os atos administrativos que atentem contra a probidade na administração.
praticados devem ser atribuídos à administração pública
e não ao funcionário que os praticou. Para alcançar esse
fim, a administração pública sempre deverá tratar Princípio da publicidade
indistintamente os administrados que se encontrem na
O princípio da publicidade, previsto na Constituição
mesma situação, segundo o princípio da igualdade.
Federal, determina que a administração pública tem a
Em resumo, a impessoalidade impõe: isonomia, obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
respeito à finalidade pública e a vedação da promoção salvo hipótese de sigilo previstas em lei, como por
pessoal dos agentes (dado seus atos serem imputados à exemplo, a defesa da intimidade e o interesse social
própria Administração Pública). (como no caso da segurança pública)
A publicidade é condição de eficácia do ato
administrativo e tem por finalidade propiciar seu
Princípio da moralidade administrativa
conhecimento pelo cidadão e possibilitar o controle por
O princípio da moralidade, explícito na Constituição todos os interessados. Ressalte-se, no entanto, que em
Federal, caracteriza-se por exigir do administrador alguns atos, os efeitos podem ser iniciados
público um comportamento ético de conduta, ligando- independente da publicação, como no caso da decisão
se aos conceitos de probidade, honestidade, lealdade, de um processo administrativo, cuja ciência se deu pelo
decoro e boa-fé. A moralidade se extrai do senso geral interessado pessoalmente, antes da divulgação em
da coletividade representada e não se confunde com a diário oficial, iniciando a contagem do prazo para
moralidade íntima do administrador (mora comum) e recurso a partir de então.
sim com a profissional (ética profissional).
Diz-se que o princípio da publicidade é um princípio
A moralidade administrativa pode ser conceituada, meio, pois visa assegurar o direito à informação
segundo Antonio Cecílio Moreira Pires, como sendo o ressaltado no texto constitucional, para tanto há meios
enfeixamento de regras e princípios norteadores da assecuratórios previstos pela CF para assegurar o
administração pública que deve informar toda a acesso: habeas data, direito de petição e obtenção de
atividade administrativa, sempre pautada por critérios certidões, além do próprio mandado de segurança, nas
de honestidade, de forma a atingir a consecução do hipóteses da solicitação de informação ser referente a
interesse público. dado de caráter geral, baseado no interesse público.
Em conformidade com o Art. 37, §4º da CF, os atos de
improbidade (desonestidade) administrativa importarão
Princípio da eficiência
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento Segundo o princípio da eficiência, a atividade
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem administrativa deve ser exercida com presteza,
prejuízo da ação penal cabível. perfeição e rendimento funcional, evitando-se atuações
amadorísticas.
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de
Consequências possíveis, devido a atos de improbidade
agir com eficiência real e concreta, aplicando, em cada
administrativa:
caso concreto, a medida, dentre as previstas e
 Suspensão dos direitos políticos; autorizadas em lei, que mais satisfaça o interesse
público com o menor ônus possível. Em decorrência

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disso, a administração pública está obrigada a Princípio da Indisponibilidade do interesse Público


desenvolver mecanismos capazes de propiciar os Os bens e interesses públicos não pertencem à
melhores resultados possíveis para os administrados. Administração Pública, nem a seus agentes. Cabe-lhes
Portanto, a administração pública será considerada apenas geri-los, e por eles velar em prol da coletividade,
eficiente sempre que o melhor resultado for atingido. O esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses
aludido princípio, apesar de ter sido introduzido na públicos.
Constituição apenas em 1998, através da EC 19, já era O princípio da indisponibilidade enfatiza tal situação. A
previsto em leis extravagantes tais como a Lei de administração não tem a livre disposição dos bens e
concessão de serviços públicos e o código de defesa do interesses públicos, porque atua em nome de terceiros.
consumidor. Por essa razão é que os bens públicos só podem ser
alienados na forma em que a lei dispuser. Da mesma
forma, os contratos administrativos reclamam, como
OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO regra, que se realize licitação para encontrar quem
possa executar obras e serviços de modo mais
vantajoso para a Administração.
Princípio da supremacia do interesse público sobre o
O princípio parte, afinal, da premissa de que todos os
particular
cuidados exigidos para os bens e interesses públicos
Esse princípio compreende não só a supremacia do trazem benefícios para a própria coletividade.
interesse público sobre o particular, mas também a
hegemonia do interesse público primário, que é o de
toda a coletividade (interesse social, em coletivo ou Princípio da hierarquia
geral), sobre o interesse público secundário, ligado ao De acordo com esse princípio os órgãos da
aparato administrativo do Estado, isto é, dos órgãos ou Administração são estruturados de tal forma que se cria
entidades que exercem funções públicas, que somente uma relação de coordenação e subordinação entre uns
pode ser atendido quando não contrastar com os e outros, cada qual com atribuições definidas em lei.
interesses primários da sociedade. Isto significa dizer que os órgãos e agentes de nível
hierárquico superior têm a faculdade de dar ordens,
O termo “supremacia” significa eliminação, supressão
rever, delegar ou avocar atos e atribuições dos órgãos
de direito particular para atender ao interesse coletivo.
de nível inferior.
Entretanto, isso não significa que a Administração
Pública tenha o poder de amesquinhar o direito do É importante destacar que esse princípio não se refere
particular. Em caso de lesão ao direito do particular, às funções legislativas e judiciais.
este pode sempre recusar ao Poder Judiciário, conforme
inscrito na Constituição Federal (art.5º, XXXV).
Princípio da Finalidade
Esse princípio está implícito na Constituição em diversos A finalidade única da Administração Pública é atingir o
dispositivos, como por exemplo, a requisição interesse público. A prática de qualquer ato que esteja
administrativa, desapropriação, função social da em descompasso com o interesse público encontra-se
propriedade, etc. com desvio de finalidade que é uma das formas de
Todas essas hipóteses conferem o atributo da abuso de poder.
indisponibilidade do interesse. Um interesse é
indisponível quando não puder ser alienado,
Princípio da especialidade
renunciado, transacionado, onerado, etc. No direito
privado, a existência dos direitos indisponíveis é a Este princípio incide sobre todas as pessoas jurídicas
exceção, enquanto no direito público é a regra. criadas por lei. De acordo com esse princípio, as
pessoas jurídicas não podem ter outras funções senão
Ao lidar com um interesse que não é próprio, mas aquelas para as quais foram especialmente criadas.
coletivo, o administrador deverá interpretar a norma Quando a administração pública descentraliza a
administrativa da forma que melhor garanta o prestação de um serviço público para uma autarquia, a
atendimento do fim público a que se dirige. Eventual lei que cria estabelece com precisão as finalidades que
renúncia ou disposição do interesse público só pode lhe incumbe atender, de tal forma que a atuação dos
ocorrer mediante autorização em lei. seus administradores não pode se afastar desses
objetivos legais.

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Princípio da presunção de legalidade relação de pertinência entre os fatos ocorridos e o
objeto do ato, tendo em vista os fins para os quais for
Este princípio, também conhecido como legitimidade,
ou foi praticado. Quanto aos demais requisitos, a
refere-se à presunção de que os atos administrativos
motivação deve ser clara e congruente a fim de permitir
são verdadeiros e praticados com a observância das
uma efetiva comunicação com seus destinatários, ou
normas legais pertinentes, até prova em contrário.
seja, uma motivação obscura ou contraditória poderia
Todos os atos administrativos presumem-se de acordo gerar incerteza sobre o conteúdo do ato, o que não
com a lei, já que estes só podem ser executados se permitiria ao administrado saber quais as reais razões
houver previsão legal. É uma presunção relativa, que da prática do mesmo ato.
admite prova em contrário, cujo ônus cabe a quem
Sobre a motivação é importante observar os dizeres do
impugnar o ato. A presunção da legalidade possibilita à
Art. 50 da Lei n.º 9784/99, a lei que regulamenta o
administração pública a execução imediata de seus
processo administrativo federal. Embora em tese
atos, conferindo, assim, celeridade e eficiência.
aplique-se somente à esfera da União, esta lei vem
sendo apontada com frequência pela doutrina no
Princípio da motivação tocante ao embasamento do princípio em estudo.

Este princípio determina que a administração pública “Art. 50. Os atos administrativos deverão ser
indique no ato administrativo os pressupostos de fato e motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
de direito que servem de fundamento ao ato que a jurídicos, quando:
levou a adotar determinada decisão. São as razões I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
jurídicas do ato (motivo = razão).
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
A motivação consiste, portanto, na obrigatoriedade da sanções;
administração pública indicar os motivos fáticos e de
III - decidam processos administrativos de concurso ou
direito que ensejam a edição de determinado ato, de
seleção pública;
forma clara, precisa e com explícita indicação das
peculiaridades e circunstâncias que revestem o caso em IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
concreto. processo licitatório;
A motivação, de acordo com os parâmetros do direito V - decidam recursos administrativos;
administrativo, deve ser necessariamente escrita, tendo
VI - decorram de reexame de ofício;
em vista que integra a formalização do ato. Contudo,
não exige forma específica, não precisando, VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
necessariamente, ser contextual, podendo até mesmo questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
ser realizada por órgão diverso daquele que praticou o e relatórios oficiais;
ato, em outro instrumento, também chamada VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
motivação aliunde. Assim, o ato administrativo pode convalidação de ato administrativo.
fundar-se em pareceres, laudos, relatórios ou
informações precedentes, ainda que formulados por § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
órgãos distintos. podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações,
Em regra, a motivação dos atos administrativos deve ser decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
formulada concomitantemente com o próprio ato ou integrante do ato.
antes da edição deste. A motivação ulterior é bastante
discutível e aceita com muitas reservas pela doutrina. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
Isso porque pode o administrador, a posteriori, “fabricar pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os
razões lógicas para justificá-lo e alegar que as tomou em fundamentos das decisões, desde que não prejudique
consideração quando da prática do ato” (BANDEIRA DE direito ou garantia dos interessados.
MELLO, 1999, p. 346). § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
Para Antônio Carlos de Araújo Cintra, são requisitos da comissões ou de decisões orais constará da respectiva
motivação a suficiência, a clareza e a congruência. Em ata ou de termo escrito.”
relação à suficiência, não basta a menção ao dispositivo
legal que ampara o ato, sendo necessária a
discriminação dos pressupostos de fato, bem como a

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Princípio da razoabilidade os por motivos de conveniência ou oportunidade de


forma justificada.
De acordo com este princípio os meios utilizados pela
administração pública, bem como os fins que deseja Sobre o tema, é importante observar o entendimento
alcançar, devem ser compatibilizados de forma a evitar do STF:
restrições desnecessárias ou abusivas, ou seja, com
Súmula 346  “A Administração Pública pode declarar
lesão a direitos fundamentais. Esta compatibilização
a nulidade dos seus próprios atos”.
deve ser aferida por padrões comuns dentro de nossa
sociedade diante do caso concreto e não da simples Súmula 473 “A Administração Pública pode anular os
interpretação literal da lei. seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos;
A lei prevê duas formas de condutas administrativas: a
ou revoga-los, por motivo de conveniência ou
vinculação e a discricionariedade.
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
A conduta é vinculada quando a lei disciplinar todos os ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
elementos da conduta, ou seja, a lei descreve todos os
requisitos do ato administrativo. A maior parte das
condutas está prevista em lei. Princípio da segurança jurídica
A conduta é discricionária quando a administração Este princípio tem por objetivo vedar a aplicação
pública puder praticar atos com liberdade de escolha de retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da
seu conteúdo, destinatário, conveniência, oportunidade Administração Pública. Essa idéia é expressamente
e modo de sua realização. observada quando da análise do art. 2º da lei do
processo administrativo, que impõe: “interpretação da
Assim, discricionariedade administrativa é a porção da
norma administrativa da forma que melhor garanta o
liberdade outorgada pela lei ao administrador público,
atendimento do fim público a que se dirige, vedada a
para que esse, mediante critérios de oportunidade e
aplicação retroativa de nova interpretação”.
conveniência, possa escolher a alternativa não há
liberdade para o administrador, pois sua liberdade de O princípio se justifica pelo fato de ser comum, na
atuação está sempre limitada pela lei. esfera administrativa, haver mudança de interpretação
de determinadas normas legais, com a conseqüente
A razoabilidade, que abrange também a
mudança de orientação, em caráter normativo,
proporcionalidade, significa que o administrador
afetando situações já reconhecidas e consolidadas na
público, ao praticar atos tanto discricionários como
vigência de orientação anterior. Essa possibilidade de
vinculados, deve observar uma relação de pertinência
mudança de orientação é inevitável, porém gera
entre a finalidade e os padrões de oportunidade e
insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem
conveniência, sendo, portanto, vedada a imposição de
quando a sua situação será passível de contestação pela
obrigações, restrições e sanções em medida superior
própria administração. Daí a regra que veda a aplicação
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
retroativa.
interesse público.

Princípio da continuidade do serviço público


Princípio da Tutela e Princípio da autotutela.
Por esse princípio entende-se que o serviço público,
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma, para
sendo a forma pela qual o Estado desempenha funções
assegurar que as entidades da administração indireta
essenciais ou necessárias à coletividade, não pode
observem o princípio da especialidade, elaborou-se
parar. Dele decorrem consequências importantes:
outro princípio: o de controle ou tutela, em consonância
com o qual a administração pública direta fiscaliza as 1. a proibição ou limitação de greve nos serviços
atividades dos referidos entes, com o objetivo de públicos;
garantir a observância de suas finalidades institucionais. 2. necessidade de institutos como a suplência, a
Esse é o conteúdo do princípio da tutela ou controle, delegação e a substituição para preencher as funções
que não se confunde com o princípio da autotutela. públicas temporariamente vagas;
Assim, o princípio da autotutela refere-se ao fato da 3. a impossibilidade, para quem contrata com a
administração pública poder, a qualquer momento, de administração, de invocar a exceptio non adimpleti
ofício ou provocadamente, rever os seus atos, contractus nos contratos que tenham por objeto a
anulando-os por questões de ilegalidade ou revogando-

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execução de serviço público, ou seja, a impossibilidade aplicação. Seu alcance é apenas de norma
de alegar exceção do contrato não cumprido e, complementar à lei; não pode, pois, a Administração,
portanto, não poder paralisar imediatamente as alterá-la a pretexto de estar regulamentando-a. Se o
atividades, mesmo nos casos de inadimplência da fizer, cometerá abuso de poder regulamentar,
Administração. Só é possível fazê-lo após 90 dias, ou invadindo a competência do Legislativo.
ainda, nem é possível, nos casos de contratos firmados
O poder regulamentar é de natureza derivada (ou
com dispensa de licitação – contratos de emergência –
secundária): somente é exercido à luz de lei existente.
que duram no máximo 180 dias.
Já as leis constituem atos de natureza originária (ou
4. a faculdade que se reconhece à Administração de primária), emanando diretamente da Constituição.
utilizar os equipamentos e instalações da empresa que
ATENÇÃO: Aqui os autores divergem, dado o fato de
com ela contrata, para assegurar a continuidade do
alguns considerarem o Poder Regulamentar uma
serviço;
prerrogativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo.
5. Com o mesmo objetivo, a possibilidade de Para estes autores, portanto, só têm Poder
encampação (retomada) da concessão de serviço Regulamentar o Presidente da República, o Governador
público, nos casos em que não haja outro particular e o Prefeito. Neste caso, o poder geral conferido à
interessado em dar continuidade à execução indireta da Administração para editar seus atos complementares à
atividade. lei é chamado de PODER NORMATIVO, do qual decorre
o Poder Regulamentar, este, portanto, uma espécie
daquele.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Formalização
A formalização do Poder Regulamentar se processa,
principalmente, por meio de decretos. Nesse sentido é
Os poderes administrativos são inerentes à que o art. 84, IV, da Constituição dispõe que ao
Administração Pública para que esta possa proteger o Presidente da República compete “expedir decretos e
interesse público. Encerram prerrogativas de regulamentos para a fiel execução das leis”. Pelo
autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem ser princípio da simetria constitucional, o mesmo poder é
exercidas nos limites da lei. São os poderes normativo conferido a outros chefes do Poder Executivo para os
(ou regulamentar), disciplinar, hierárquico e poder de mesmos objetivos.
polícia. Poderes discricionário e vinculado não existem Há também atos normativos que, editados por outras
como poderes autônomos. Discricionariedade e autoridades administrativas, estão inseridos no Poder
vinculação são, no máximo, atributos de outros poderes Regulamentar. É o caso das instruções normativas,
ou competências da Administração. Segundo Hely Lopes resoluções, portarias, etc. Tais atos têm,
Meirelles, “poder vinculado ou regrado é aquele que o frequentemente, um âmbito de aplicação mais restrito,
Direito Positivo – a lei – confere à Administração Pública porém, veiculando normas gerais e abstratas para a
para a prática de ato de sua competência, explicitação das leis, também são meios de
determinando os elementos e requisitos necessários à formalização do Poder Regulamentar.
sua formalização.” O agente está totalmente preso ao
previsto na lei. “Poder discricionário é o que o Direito
concede à Administração, de modo explícito ou Lei e poder regulamentar
implícito, para a prática de atos administrativos com
Os atos administrativos que regulamentam as leis não
liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade
podem criar direitos e obrigações, porque isso é vedado
e conteúdo.” (Direito Administrativo Brasileiro, p.
em dos postulados fundamentais de nosso sistema
102/103)
jurídico: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (CF, art. 5°,
II).
PODER REGULAMENTAR
É legítima, porém, a fixação de obrigações derivadas ou
Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à
subsidiárias – diversas das obrigações primárias ou
Administração Pública de editar atos gerais para
originárias contidas na lei – nas quais também
complementar as leis e possibilitar sua efetiva
encontra-se a imposição de certa conduta dirigida ao

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

administrado. Constitui, no entanto, requisito de tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta
validade de tais obrigações sua necessária adequação às dias” (art. 103, § 2º).
matrizes legais.

Lei pendente de regulamento


Controle dos atos de regulamentação
A regra legal que autoriza o Poder Executivo a
Visando coibir a indevida extensão do poder regulamentar a lei deve necessariamente apontar o
regulamentar, dispôs o art. 49, V, da CF, ser da prazo para ser expedido o ato de regulamentação.
competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os Nesse prazo, a lei ainda não se torna exequível
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do enquanto não editado o respectivo decreto ou
poder regulamentar ou dos limites da delegação regulamento, e isso porque o ato regulamentar, nessa
legislativa. hipótese, figura como verdadeira condição suspensiva
de exequibilidade da lei.
No que se refere ao controle judicial, há que se
distinguir a natureza do conteúdo do ato regulamentar. A omissão em regulamentar a lei é inconstitucional,
Tratando-se de ato regulamentar contra legem, ou seja, visto que, em última análise, seria o mesmo que atribuir
aquele que extrapole os limites da lei, viável apenas ao Executivo o “poder de legislação negativa”, ou seja,
será o controle de legalidade resultante do confronto de permitir que a inércia tivesse o condão de estancar a
do ato com a lei. Assim, incompatível, no caso, o uso da aplicação da lei, o que, obviamente, ofenderia a
ação direta de inconstitucionalidade. separação de poderes.
Se o ato, todavia, ofender diretamente a Constituição, Assim, se for ultrapassado o prazo de regulamentação
sem que haja lei a que deva subordinar-se, terá a sem a edição do respectivo regulamento, a lei deve
qualificação de um ato autônomo e, nessa hipótese, tornar-se exequível para que a vontade do legislador
poderá sofrer controle de constitucionalidade pela via não se afigure inócua e eternamente condicionada à do
direta, ou seja, através da ação direta de administrador. Nesse caso, os titulares dos direitos
inconstitucionalidade, medida a que possibilita a previstos na lei passam a dispor de ação com vistas a
impugnação de leis ou atos normativos que contrariem obter, do Judiciário, decisão que lhes permita exercê-
a Constituição. los, suprindo a ausência de regulamento.
Atualmente, entretanto, é cabível a impugnação direta A ausência, na lei, da fixação de prazo para a sua
de atos regulamentares pela arguição de regulamentação é inconstitucional, uma vez que não
descumprimento de preceito fundamental (ADPF), pode o Legislativo deixar ao Executivo a prerrogativa de
prevista no art. 102, § 1°, da CF, e regulamentada pela só tornar a lei exequível se e quando julgar
Lei 9.882/99, porque aqui o controle concentrado é conveniente. Primeiramente, não existe tal prerrogativa
mais amplo, abrangendo a inconstitucionalidade direta na Constituição. E depois tal situação equivale a uma
e a indireta, atos normativos autônomos e disfarçada delegação de poderes, o que é proibido pelo
subordinados e até mesmo atos administrativos vigente sistema constitucional.
concretos. A ADPF é uma ação subsidiária, ou seja,
somente pode ser utilizada nos casos em que não
houver outra medida judicial para sanar a ilegalidade ou Regulamentos autônomos
inconstitucionalidade do ato. Existe profunda divergência na doutrina sobre a
A omissão da Administração Pública em sua função possibilidade ou não, de o Executivo editar ou os
regulamentar pode ser controlada pelo Poder Judiciário denominados regulamentos autônomos, atos
por meio de duas ações constitucionais: o mandado de destinados a prover sobre situações não previstas na
injunção, que deve ser concedido “sempre que a falta lei.
de norma regulamentadora torne inviável o exercício Uma primeira posição defende sua existência no Direito
dos direitos e liberdades constitucionais e das Brasileiro como decorrência dos poderes implícitos da
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à Administração. Outros professam o entendimento de
cidadania” (art. 5º, LXXI); e a ação declaratória de que, conquanto possam teoricamente existir, os
inconstitucionalidade por omissão, na qual, se for regulamentos autônomos não são admitidos, pois a CF
considerada ausente “medida para tornar efetiva norma atribui ao Chefe do Poder Executivo o poder de editar
constitucional, será dada ciência ao Poder competente atos para a fiel execução das leis, razão porque só teria
para a adoção das providências necessárias e, em se admitido os regulamentos de execução.

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- LEI 5.810/94
Para que os regulamentos sejam caracterizados como PODER DISCIPLINAR
autônomos, é necessário que os atos possam criar e
O Poder Disciplinar refere-se à competência da
extinguir primariamente direitos e obrigações, isto é,
Administração Pública para apurar infrações e aplicar
sem prévia lei disciplinadora da matéria, suprimindo,
sanções aos servidores públicos e demais pessoas que
assim, lacunas legislativas. Inicialmente, a CF não previa
possuam um vínculo especial com o Poder Público,
nenhuma situação na qual a Administração Pública
submetidas à disciplina interna da Administração. Para
pudesse editar decretos autônomos. Porém, com a
os servidores, o poder disciplinar é uma decorrência da
Emenda Constitucional 32/2000, passou a ser prevista
hierarquia.
essa modalidade no art. 84, VI:
O poder disciplinar da Administração não deve ser
“VI – dispor, mediante decreto, sobre:
confundido com o poder punitivo do Estado , realizado
a) organização e funcionamento da administração por meio da Justiça Penal. O disciplinar é interno à
federal, quando não implicar aumento de despesa nem Administração, enquanto que o penal visa a proteger os
criação ou extinção de órgãos públicos; valores e bens mais importantes do grupo social em
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando questão. A punição disciplinar e a penal têm
vagos;” fundamentos diversos.

Portanto, é possível a existência de atos administrativos Vale lembrar que nenhuma penalidade pode ser
que não estão subordinados a nenhuma lei, desde que aplicada sem prévia apuração por meio de
cumpridos os seguintes requisitos: procedimento legal em que sejam assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e
a) o ato deve ser um decreto, editado pelo Presidente recursos a ela inerentes (art. 5º, LV, da CF).
da República e pelo Ministro ou Secretário da área. Nos
termos do princípio da simetria, essa possibilidade É importante ressaltar que o poder disciplinar pode ser
estende-se também aos chefes dos Poderes Executivos combinando tanto com o poder discricionário quanto
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal; com o vinculado. Será combinado com o poder
discricionário quando estivermos falando da escolha da
b) sua matéria deve ser somente a organização e o penalidade (quando permitida em lei), assim como nos
funcionamento da Administração Pública; casos em que a penalidade pode ser graduada (como no
c) mesmo no tocante à Administração Pública, não caso de uma suspensão que varia entre 1 e 90 dias, por
podem implicar em: exemplo). Além disso, os tipos de infração disciplinar
são mais discricionários que os tipos penais, por
I) aumento de despesa; exemplo, assim, também há discricionariedade na
II) criação ou extinção de órgãos públicos; e definição da infração; é como diz o saudoso Professor
Hely Lopes Meireles: “O poder disciplinar não é
III) extinção de funções ou de cargos públicos, exceto
vinculado à prévia definição em lei sobre a infração
quando vagos.
cometida e sua respectiva sanção”.
Apesar de editados pelo Presidente da República, que é
Por sua vez, será combinado com o poder vinculado no
o chefe da Administração Pública Federal, e não
tocante à apuração do suposto ilícito praticado pelo
estarem subordinados à lei, não são regulamentos
agente (a abertura de processo para investigação,
autônomos:
mediante a descoberta da irregularidade é obrigatória)
a) medidas provisórias, que não são leis, mas têm força e no que diz respeito à aplicação da penalidade ao
de lei, estando incluídas pela Constituição na seção agente faltoso, uma vez que comprovada a infração não
referente ao processo legislativo. São, portanto, atos se pode deixar de penalizar o responsável.
legislativos, excepcionalmente feitos pelo Poder
Executivo;
PODER HIERÁRQUICO.
b) decretos de intervenção (federal ou estadual), de
instauração do estado de defesa e do estado de sítio. A organização administrativa é baseada em dois
Esses decretos são atos políticos, pois se referem ao pressupostos: distribuição de competências e
governo e não à Administração Pública. hierarquia (relação de coordenação e subordinação
entre os vários órgãos que integram a Administração
Pública). Poder hierárquico, segundo Hely Lopes
Meirelles, é o de que dispõe o Poder Executivo para

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, nome do interesse coletivo. Esse é o definição dada
ordenar e rever a atuação de seus agentes, pelo Código Tributário Nacional:
estabelecendo a relação de subordinação entre os
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
servidores do seu quadro de pessoal. Da organização
administração pública que, limitando ou disciplinando
administrativa decorrem para a Administração Pública
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato
diversos poderes como, por exemplo, poder de dar
ou a abstenção de fato, em razão de interesse público
ordens aos subordinados que implica o dever de
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
obediência para estes últimos, ressalvadas as ordens
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
manifestamente ilegais; poder de controlar a atividade
exercício de atividades econômicas dependentes de
dos órgãos inferiores, para examinar a legalidade de
concessão ou autorização do Poder Público, à
seus atos e o cumprimento de suas obrigações,
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e
podendo anular os atos ilegais ou revogar os
aos direitos individuais ou coletivos.
inconvenientes ou inoportunos, seja ex officio, seja
mediante provocação dos interessados, por meios de
recursos hierárquicos; poder de avocar atribuições, Objeto e Finalidade: o objeto do poder de polícia
desde que estas não sejam da competência privativa do administrativa é todo bem, direito ou atividade
órgão subordinado; poder de delegar atribuições que individual que possa afetar a coletividade ou por em
não lhe sejam exclusivas etc. risco a segurança nacional, exigindo, por isso mesmo,
regulamentação, controle e contenção pelo Poder
Público; com esse propósito a Administração pode
PODER DE POLÍCIA
condicionar o exercício de direitos individuais, pode
Um dos poderes da Administração resulta exatamente delimitar a execução de atividades, como pode
do inevitável confronto entre os interesses público e condicionar o uso de bens que afetem a coletividade
privado e expressa a necessidade de impor restrições ao em geral, ou contrariem a ordem jurídica estabelecida
exercício dos direitos dos indivíduos. Quando o Poder ou se oponham aos objetivos permanentes da Nação; a
Público interfere na órbita do interesse privado para finalidade do poder de polícia é a proteção ao interesse
salvaguardar o interesse público, restringindo direitos público, nesse interesse superior não entram só os
individuais, atua no exercício do poder de polícia. valores materiais como, também, o patrimônio moral e
espiritual do povo, expresso na tradição, nas
De acordo com Bandeira de Mello (2004, p. 725-727), a
instituições e nas aspirações nacionais da maioria que
essência do poder de polícia é o seu caráter negativo:
sustenta o regime político adotado e consagrado na
“No sentido de que através dele, o Poder Público, de Constituição e na ordem vigente.
regra, não pretende uma atuação do particular,
pretende uma abstenção. (...) a utilidade pública é, no
mais das vezes, conseguida de modo indireto pelo Fases (ou ciclos) do poder de Polícia:
poder de polícia, em contraposição à obtenção direta a) norma de polícia (legislação): estabelece os limites do
de tal utilidade, obtida por meio dos serviços públicos”. exercício dos direitos individuais. Pode ser
constitucional, legal ou regulamentar;
Sentido amplo e restrito b) Consentimento de polícia: possibilita ao particular o
exercício de atividade controlada pelo Poder Público,
A expressão poder de polícia comporta dois sentidos,
através de permissões (discricionárias) e licenças
um amplo e um restrito. Em sentido amplo, poder de
(vinculadas). Nem sempre estará presente, dado o fato
polícia significa toda e qualquer ação restritiva do
de que nem todas as atividades do particular
Estado em relação aos direitos individuais. Esta é a
necessitam deste tipo de manifestação da
função do Poder Legislativo, incumbido da criação do
Administração Pública.
direito legislado, e isso porque apenas as leis podem
delinear o perfil dos direitos, aumentando ou reduzindo c) fiscalização: verificação do cumprimento das normas
seu conteúdo. e das condições estabelecidas na permissão de polícia;
Em sentido estrito, o poder de polícia é a atividade d) sanção de polícia: aplicação de penalidades àqueles
administrativa, consistente no poder de restringir e que descumprirem as normas e as condições da
condicionar o exercício dos direitos individuais em permissão de polícia. Também pode ser utilizada a
medida de polícia, com o objetivo de impedir a

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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - SOLDADO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- LEI 5.810/94
ocorrência de dano. Ex.: após fiscalização que comprova judiciária que se preordena à responsabilização dos
a existência de comida estragada em um restaurante, a violadores da ordem jurídica. Assim, a primeira terá por
Administração impõe uma multa (sanção) e destrói a objetivo impedir as ações anti-sociais, e a segunda,
comida estragada (medida de polícia). punir os infratores da lei penal.
Ressalte-se, no entanto, que embora o caráter de uma
seja EMINENTEMENTE preventivo e o de outra
Classificação do Poder de Polícia:
EMINENTEMENTE repressivo, ambas as formas de
Poder de polícia originário: seria aquele exercido pelas exercício de polícia possuem mecanismos tanto
pessoas políticas (entes da federação). repressivos quanto preventivos. Observe, por exemplo,
Poder de polícia derivado (ou delegado): aquele a polícia administrativa aplicando multas ou realizando
exercido pelas pessoas jurídicas que integram a apreensões, nestes casos ela não está mais prevenindo
administração indireta. e sim reprimindo. O mesmo ocorre quando se verifica a
ocorrência de fiscalizações preventivas de rotina da
A doutrina consagrou a expressão “poder de polícia Polícia Federal nos aeroportos, no âmbito dos voos
delegado”, muito embora o emprego da palavra possa internacionais.
causar alguma confusão. Com efeito, a hipótese é de
descentralização mediante outorga legal (também
chamada descentralização por serviços) e não de Finalidad Atuação Incidênc Regência
descentralização mediante delegação (chamada e ia
descentralização por colaboração). Esta última implica
transferir a particulares – não mediante lei, e sim, por Polícia Predis- Atua Sobre os Normas
meio de contrato administrativo – a execução de admi- põe-se por bens e adminis-
determinado serviço público. Nada tem a ver com o nistrativa unica- meio de direitos trativas
exercício do poder de polícia, que não pode ser mente a órgãos
conferido a particulares. impedir da
ou parali- Adminis
Costumeiramente, não se utiliza a expressão “poder de sar ativi- tração
polícia outorgado” no caso do poder de polícia atribuído dades
às entidades às entidades da administração indireta, e anti-soci-
sim “poder de polícia delegado”, embora elas recebem ais.
suas atribuições mediante outorga legal.
Polícia Preor- Atua Sobre Direito
judiciária dena-se à por pessoas Processu
Polícia administrativa e judiciária responsa- meio da al Penal
bilização polícia
Existem dois tipos de poder de polícia: administrativa e dos viola- de
judiciária. dores da seguran
O poder de polícia administrativa cuida da adequação ordem ju- ça
dos interesses individuais com o coletivo, podendo agir rídica
preventivamente (proibição de porte de arma, por
exemplo), sendo concretizada por intermédio de atos
da administração. Atua por meio de órgão e manifesta- Características ou Atributos do poder de polícia:
se por meio de atos normativos, tanto de alcance geral discricionariedade, auto-executoriedade e
(ex: portarias, regulamentos) como de efeitos concretos coercibilidade.
e específicos (ex: fechamento de estabelecimento A discricionariedade do poder polícia refere-se à
comercial irregular, guinchar veículos, etc.) faculdade da administração pública de decidir qual o
A polícia judiciária trata da repressão das infrações melhor momento de agir, qual o meio de ação mais
penais e é privativa de corporações especializadas, adequado e qual a sanção cabível diante das previstas
como a polícia civil e a federal. na norma legal.
A principal diferença que se costuma apontar entre as Porém, em outros casos, a lei já estabelece que, diante
duas está no caráter preventivo da polícia de determinadas situações a administração pública terá
administrativa, que se predispõe a impedir ou paralisar que adotar uma solução previamente estabelecida, sem
atividades anti-sociais, e no repressivo da polícia margem de opção; são hipóteses em que o poder de

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

polícia será vinculado (ex: licença – uma vez fiscalização, por outro lado, não realizam poder
preenchidos os requisitos previstos em lei a coercitivo e, por isso podem ser delegados. Observe a
Administração é obrigada a concedê-la). decisão:
A auto-executoriedade é a faculdade de a administração “ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO.
decidir e executar diretamente sua decisão por seus SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE
próprios meios, sem intervenção do poder judiciário. No ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. (...) 2. No que
entanto, é importante lembrar que para utilizar-se disto tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido
é necessária a expressa autorização da lei ou em casos amplo, poder de polícia pode ser conceituado como o
de medidas urgentes, situações em que poderá ocorrer dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e
um prejuízo maior para o interesse público. da liberdade em favor do interesse público. A
controvérsia em debate é a possibilidade de exercício
A coercibilidade significa a possibilidade da
do poder de polícia por particulares (no caso, aplicação
administração pública impor a decisão administrativa
de multas de trânsito por sociedade de economia
proferida, independentemente da manifestação de
mista). 3. As atividades que envolvem a consecução do
vontade por parte do particular, autorizando ainda, o
poder de polícia podem ser sumariamente divididas em
emprego de força para o seu cumprimento. O uso da
quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento,
força física pela administração, nas situações
(iii) fiscalização e (iv) sanção. 4. No âmbito da limitação
necessárias, é justificado por meio desse atributo,
do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito,
tornando-o, assim, indissociável da auto-
esses grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece
executoriedade.
normas genéricas e abstratas para a obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão
DELEGAÇÃO DO PODER DO POLÍCIA: da carteira corporifica a vontade o Poder Público
(consentimento); a Administração instala equipamentos
É importante ressaltar que a maioria da doutrina, eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade
baseada no entendimento de que o poder de império é estabelecida em lei (fiscalização); e também a
próprio e privativo do poder público, não admite a Administração sanciona aquele que não guarda
delegação do poder de polícia a pessoas da iniciativa observância ao CTB (sanção). 5. Somente o atos
privada, ainda que se trate de uma delegatária de relativos ao consentimento e à fiscalização são
serviço público. O STF no julgamento da ADI 1717/DF de delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à
2002, decidiu que o exercício do poder de polícia não sanção derivam do poder de coerção do Poder Público.
pode ser delegado a entidades privadas. 6. No que tange aos atos de sanção, o bom
É possível, no entanto, sua outorga a entidades de desenvolvimento por particulares estaria, inclusive,
Direito Público da Administração Indireta, como as comprometido pela busca do lucro - aplicação de
agências reguladoras (ANA, ANEEL, ANATEL, etc.), as multas para aumentar a arrecadação.” (STJ, REsp
autarquias corporativas (CFM, CFO, CONFEA, etc). Neste 817534 / MG)
caso a doutrina consagrou a expressão “poder de polícia
derivado” para referir-se ao exercício de polícia pelas
entidades públicas descentralizadas. FATOS ADMINISTRATIVOS

Controversa é a possibilidade do poder de polícia ser A noção de fato administrativo tem o sentido da
delegado a entidades integrantes da Administração atividade material no exercício da função
Indireta que tenham personalidade de direito privado – administrativa, que visa ter efeitos de ordem prática
Sociedades de Economia mista, Empresas Públicas e para a administração. Exemplos são: apreensão de
Fundações Públicas de direito privado. A orientação mercadorias, dispersão de manifestantes,
tradicional da doutrina é de que o referido poder só desapropriação de bens privados, etc. Enfim, refere-se a
pode ser exercido por pessoas jurídicas de direito tudo aquilo que altera a dinâmica da Administração, é
público. uma verdadeira movimentação na ação administrativa.

Porém, de acordo com recente entendimento do STJ, Pode-se constatar que os fatos administrativos podem
devem ser consideradas as quatro atividades relativas ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos
ao poder de polícia: legislação, consentimento, voluntários se materializam de duas maneiras:
fiscalização e sanção. Assim, legislação e sanção 1º Por atos administrativos – que formalizam a
constituem atividades típicas da Administração Pública providência desejada pelo administrador através da
e, portanto, indelegáveis. Consentimento e manifestação da vontade;

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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2º Por condutas administrativas – que refletem os
comportamentos e as ações administrativas, sejam, ou
não, precedidas pelo ato formal.
Já os fatos administrativos naturais são aqueles que se
originam de fenômenos da natureza, cujos efeitos se
refletem na órbita administrativa.
Assim, quando se fizer referência a fato administrativo,
deverá estar presente unicamente a noção de que
ocorreu um evento dinâmico da Administração.

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