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MATERIAL DE APOIO
DIREITO ADMINISTRATIVO II
Teoria do mandato:
O agente público mandatário da pessoa jurídica. Não prosperou.
Crítica: O Estado não pode outorgar mandato.
Teoria da representação:
O agente público é representante do Estado por força de lei, equiparando o agente
ao tutor ou curador que representam os incapazes. Também não prosperou.
Crítica: O Estado não é incapaz para ter representante.
Teoria do órgão:
A pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos seus órgãos e seus
agentes, de tal modo que, quando os agentes que os compõem manifestam a sua
vontade, é como se o próprio Estado o fizesse.
Substitui a ideia de representação pela de imputação direta ou a imputação
volitiva ou imputação objetiva.
Considera-se que o ato do funcionário é ato da pessoa ou do órgão e,
portanto, imputável à Administração.
Conforme observa a MARIA DI PIETRO, uma decorrência da teoria do órgão é o
reconhecimento da validade dos atos praticados por funcionário de fato, haja vista
que se considera que, nessa hipótese, houve atuação do órgão - a qual é imputada à
pessoa jurídica cuja estrutura ele integra.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
O "funcionário de fato" é o agente público cuja investidura no cargo ou função
pública foi maculada por alguma irregularidade.
Exemplo: Nulidade do concurso público, nomeação efetuada por servidor
incompetente, descumprimento de requisito essencial para a posse.
2. ÓRGÃOS PÚBLICOS
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
ERRADA
Classificação:
MUITO COBRADO EM PROVAS DE TÉCNICO E ANALISTA!
3
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
c) SUPERIORES:
São órgãos de direção, SEM autonomia administrativa, financeira e técnica.
Submetem-se aos órgãos independentes e autônomos.
Exemplos: Gabinetes; Procuradoria-Chefe; Secretarias do TJ’s.
d) SUBALTERNOS:
Exercem atividades materiais ou de execução, cumprindo ordens superiores.
Exemplos: Portarias e Zeladorias.
V – QUANTO ÀS FUNÇÕES:
a) ATIVOS:
É aquele que atua diretamente na execução da atividade pública.
b) CONSULTIVOS:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
É aquele órgão que emana pareceres, opiniões e decisões dentro da estrutura da
própria Administração.
c) CONTROLE:
É aquele que decorre da sindicabilidade.
3. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO:
UNIÃO, ESTADO,
DIRETA
MUNICÍPIO E DF
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INDIRETA
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
CENTRALIZADA:
A atividade é exercida pelo próprio Estado (ADMINISTRAÇÃO DIRETA).
O Estado presta serviços por seus próprios órgãos ou seus próprios agentes
em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade.
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia
A centralização consiste na execução de tarefas administrativas pelo próprio
Estado, por meio de órgãos internos e integrantes da administração pública direta.
CERTO
DESCENTRALIZADA:
A descentralização administrativa está diretamente relacionada à busca pela
eficiência no desempenho das atividades estatais.
Quando o Estado transfere o exercício de atividades que lhes são pertinentes
para:
PESSOAS JURÍDICAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:
Por meio da outorga (mediante lei); ou
PARA PARTICULARES FORA DA ADMINISTRATAÇÃO:
Por meio de delegação, mediante contrato.
Passando o Estado a atuar indiretamente, pois o faz por intermédio de outras
pessoas jurídicas ou físicas diversas do Estado, seres juridicamente distintos.
CESPE - 2019 - PGE-PE - Assistente de Procuradoria
A administração pública direta reflete uma administração centralizada, enquanto a
administração indireta reflete uma administração descentralizada.
CERTA
Logo, a descentralização pressupõe a existência de duas pessoas distintas.
Vide os planos de descentralização dado pelo Decreto-Lei 200/67:
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser
amplamente descentralizada.
§1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível
de direção do de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam
devidamente aparelhadas e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou
concessões.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Exemplo: União (Pessoa Jurídica) criou o INSS (Pessoa Jurídica - Autarquia) para
cuidar da Seguridade Social.
OBSERVAÇÃO: Não há hierarquia ou subordinação, há o dever do Estado de
fiscalizar (CONTROLE FINALÍSTICO OU DE TUTELA), dentro das hipóteses
prescritas em lei. Ou seja, não há hierarquia entre a União e uma Autarquia Federal.
Mais a frente tratamos sobre essa tutela.
DESCONCENTRAÇÃO:
É um fenômeno de distribuição interna de partes de competências
decisórias, agrupadas em unidades individualizadas, que não prejudica a unidade
monolítica do Estado, pois todos os órgãos e agentes permanecem ligados por
um sólido vínculo denominado hierarquia. Decorre do PODER HIERÁRQUICO.
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público
A distribuição de competências a órgãos subalternos despersonalizados, como as
secretarias-gerais, é modalidade de descentralização de poder.
ERRADO
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Os órgãos públicos que integram a organização administrativa, na
qualidade de “centros de competência para desempenho de funções
estatais”,
a) Encontram-se presentes na estrutura descentralizada da Administração pública e
configuram polos de decisões emitidas por agentes públicos que se
responsabilizam exclusiva e pessoalmente pelas consequências daquelas advindas.
b) São representados por agentes públicos, mas não se confundem com estes, pois
as consequências e conquistas são atribuídas àquelas unidades de competência e,
em consequência, às pessoas jurídicas que elas integram.
c) Possuem personalidade jurídica própria, mas não dispõem de autonomia, já que
dependem de autorização do comando da pessoa jurídica que integram.
d) Exercem os poderes inerentes à Administração pública, à exceção do poder de
polícia, restrito à Administração Central, porque indelegável em qualquer de suas
vertentes ou facetas.
e) São estruturas típicas de uma Administração pública que se organiza de forma
desconcentrada, que constitui entes ou órgãos dotados de personalidade jurídica
própria, para desempenho de competências específicas e constantes da lei
autorizativa de sua criação.
Descentralização Política:
É partilha ou repartição de competência político-constitucional, no Estado Federal,
entre os entes políticos que o compõe, realizada diretamente pela própria
Constituição.
Descentralização Administrativa:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
É a repartição de competências administrativas em cada um dos entes políticos,
procedida por lei da própria ente político.
Pode ser:
TERRITORIAL ou GEOGRÁFICA:
Por meio da criação de autarquias territoriais.
POR SERVIÇO, FUNCIONAL OU TÉCNICA:
Por um dos entes da Administração Indireta, mediante lei que cria esse ente
da Administração Indireta. Transfere-se a titularidade e a execução de
serviços públicos.
POR COLABORAÇÃO:
Por meio de contrato administrativo de concessão ou permissão, ou por meio
de ou de ato administrativo, transfere-se a execução de serviços públicos.
Quadro explicativo:
IMPORTANTE!
ATENÇÃO: A Lei Ordinária terá que ser específica. Não poderá abranger outras
temáticas ou outras matérias que não acerca da criação da pessoa ou autorização da
criação. Do contrário, a lei estará eivada de vício constitucional.
Lei complementar irá enumerar as finalidades das fundações criadas pela lei
ordinária.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
A criação de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado
por meio de atos de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública
dependa de autorização legislativa.
CERTO
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA:
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público
É admitida a criação de autarquia por iniciativa de deputado federal, desde que este
encaminhe o respectivo projeto de lei à Câmara dos Deputados e que a matéria verse
estritamente sobre a criação da entidade.
ERRADO
JUSTIFICATIVA CEBRASPE:
A Constituição Federal de 1988 dispõe que somente por lei específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação (art. 37, XIX, 1.ª parte).
Cabe observar que todas essas leis — seja para criação, seja para autorização —
devem partir da iniciativa do chefe do Poder Executivo (presidente da república,
governador ou prefeito), por força de expressa disposição constitucional (CF, art. 61,
II, ‘e’). Assim, não é cabível que um parlamentar proponha lei para a criação ou
autorização de criação dessas entidades ou suas subsidiárias, sob pena de ser
considerada inconstitucional, por vício de iniciativa.
Finalidade:
Para exploração de atividade econômica.
Para prestação de serviços públicos.
Não será lucrativa, inclusive quando exploradoras da atividade econômica.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos.
AUSÊNCIA DE HIERARQUIA:
Não há hierarquia ou subordinação entre a administração direta e a indireta.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Não confundir AUTOTUTELA, TUTELA E HIERARQUIA:
AUTOTUTELA:
Significa se autopoliciar, se autocontrolar, promover revisões acerca da condução
de si ou colocar o carrinho nos trilhos quanto um procedimento próprio.
Quando um órgão público promove revisões de suas decisões (voltando atrás)
por achar que cometeu uma ilegalidade ou a opção feita no passado não é mais
interessante (efetuando o que chamando, nesse caso, de revogação), dizemos
que ele exerce o seu poder de autotutela ou controle interno (ele mesmo se
autocontrola).
O poder de autotutela permite à administração pública rever os seus próprios
atos quando estes forem ilegais, inoportunos ou inconvenientes.
PODER DE TUTELA:
Consiste na fiscalização exercida por órgão da administração direta sobre
entidade da administração indireta, nos termos definidos em lei, para garantir o
cumprimento de suas finalidades institucionais.
HIERARQUIA:
Organização interna da Administração Pública.
Ocorre, por exemplo, em caráter excepcional pela Avocação e Delegação de
competências.
As entidades da Administração Indireta e a Administração Direta são pessoas
jurídicas distintas, não há hierarquia, há apenas supervisão ministerial, tutela, ou
também chamado de controle finalístico.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Também nomeando dirigentes delas, através do Presidente. Excepcionalmente
precisa de aprovação do Legislativo, como no Banco Central e nas Agências
Reguladoras.
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empreendedor particular que pretendia instalar um aterro sanitário para
receber resíduos sólidos. Inconformado, o particular impetrou o mandado de
segurança, indicando como autoridade coatora o presidente da autarquia,
que, ao prestar informações, alegou que a legitimidade passiva seria do
próprio estado membro.
Nesse contexto, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, a autarquia possui:
a) Personalidade jurídica própria de direito público, motivo pelo qual assiste razão a
seu dirigente, devendo ser indicado como autoridade coatora o Secretário Estadual
de Meio Ambiente;
b) Personalidade jurídica própria de direito privado, motivo pelo qual não assiste
razão a seu dirigente, que ostenta a legitimidade passiva para figurar como
autoridade coatora;
c) Autonomia administrativa, financeira e personalidade jurídica própria, distinta da
entidade política à qual está vinculada, motivo pelo qual não assiste razão a seu
dirigente;
d) Autonomia administrativa e financeira, mas não possui personalidade jurídica
própria, motivo pelo qual assiste razão a seu dirigente, devendo ser indicado como
autoridade coatora o Secretário Estadual de Meio Ambiente;
e) Autonomia administrativa e financeira, mas não possui personalidade jurídica
própria, motivo pelo qual assiste razão a seu dirigente, devendo ser indicado como
autoridade coatora o Governador do Estado.
6. AUTARQUIAS:
Conceito:
Decreto-Lei 200/67. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.
É pessoa jurídica de direito público, dotada de capital exclusivamente
público, com capacidade administrativa e criada para a prestação de serviço público
(realizam atividades típicas de Estado).
Prestam serviços públicos, mas típicas de Estado, ganhando a titularidade e a
execução do serviço.
Possuem autonomia administrativa e financeira, mas isso não impede que os
entes instituidores repassem recursos às suas autarquias, nos termos do art. 165,
§5º, I, da CF.
Ex.: INSS; INCRA; IBAMA; Universidades Federais do Brasil; Conselho de
Classe.
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Regime Jurídico:
a) CRIAÇÃO E EXTINÇÃO:
Por lei ordinária específica – art. 37, XIX, da CF;
b) CONTROLE:
Interno e Externo.
Sujeita-se à tutela, ou à controle ordinário ou à controle autárquico da
Administração Pública Direta a que pertence, tudo dependerá da lei que a criou. Tal
controle decorre do CONTROLE
Admite-se, ainda, o controle extraordinário (atos de intervenção e de destituição de
dirigentes autárquicos, p. ex.), em circunstâncias excepcionais, de verdadeiro
descalabro administrativo.
c) ATOS E CONTRATOS:
Seguem regime administrativo e obedecem à Lei 8.666/93.
d) RESPONSABILIDADE CIVIL:
É, em regra, objetiva (art.37, §6º, da CF), e subsidiária do Estado, ou seja, o
Estado responde objetivamente por atos das autarquias, desde que tenha sido
primeiro cobrado da autarquia, esta não possuindo recursos para arcar com a
responsabilidade, o Estado respondendo, assim, subsidiariamente.
Assim, o Estado continua respondendo objetivamente, mas de forma subsidiária.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
e) PRESCRIÇÃO QUINQUENAL:
Prazo de cinco (05) anos de suas dívidas passivas, contados da data do ato ou fato
do qual se originaram, conforme o Decreto-Lei nº 20.910/32.
f) BENS AUTÁRQUICOS:
Seguem regime de bem público (alienabilidade condicionada – atendidos alguns
requisitos pode ser alienado com a desafetação -, impenhorabilidade – não pode ter
arresto e nem sequestro –, impossibilidade de oneração – não pode ser objeto de
penhor e hipoteca – e imprescritibilidade – não pode ocorre a aquisição por
usucapião).
CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas
A natureza especial e típica da autarquia não retira o qualitativo público de seu
patrimônio, embora este possa ser alienado, onerado e utilizado para os fins da
entidade, bastando a prévia autorização do legislativo.
ERRADA
g) DÉBITOS JUDICIAIS:
Independente da natureza segue regime de precatório (art. 100 da CF),
documento que reconhece um crédito transitado e julgado, dentro da ordem
cronológica.
A fila de precatório da autarquia não se confunde com a fila da pessoa jurídica que
se vincula.
h) PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS:
Os prazos são dilatados, juízo privativo e reexame necessário.
Dilação de prazo idêntica ao das procuradorias da Administração Direta.
Nem todos os processos necessitam de reexame necessário, não aplicável quando
menos de 100.000 reais (segundo o novo CPC) e quando a matéria já estiver sido
julgado pelo pleno do Tribunal (a Súmula 620 do STF já está superada).
i) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA:
Somente para os impostos, em razão da imunidade recíproca do art. 150, VI,
“a”, CF, desde que ligada a sua finalidade específica, conforme o art.150, §2º da
CF, afora disto a autarquia paga taxas, contribuições e demais tributos.
j) PROCEDIMENTOS FINANCEIROS:
Segue as regras de contabilidade pública (Lei nº 4.320/64) e também se sujeita à
Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/00).
l) REGIME DE PESSOAL:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Os seus agentes são servidores públicos, podendo ser estatutários ou
celetistas, a depender da previsão legal.
O art. 39 da CF original o servidor estaria sujeito ao Regime Jurídico Único, o ente
teria que escolher um único regime.
Com a EC n.º 19/98, passa acolher regime múltiplos, cargo para estatutário e
emprego para celetista, dependendo do que a lei criar.
Com a Medida Cautelar nº 2.135 em ADI, dizendo que há inconstitucionalidade
formal do art. 39, tendo efeitos ex nunc, determinado que daqui para frente não
deveria se misturar mais ou não terá regimes múltiplos.
m) FALÊNCIA:
Em caso de insolvência de uma autarquia, o ente federado que a criou responderá,
de forma subsidiária, pelas obrigações decorrentes.
Autarquias Territoriais:
São os territórios federais.
Os Territórios Federais integram a União, constituindo-se em descentralizações
desse Ente Federativo, porém como descentralização política, não integrando a
Administração Pública Indireta. Apesar de existir autarquias territoriais como
descentralização administrativa em países unitários, o que não ocorre no Brasil.
A criação de territórios pelo ente estatal é manifestação da descentralização
política e não administrativa, pelo que as chamadas autarquias territoriais,
pela doutrina brasileira, não ostentam qualidade de entes da Administração
Indireta. (...) No Brasil, os territórios são desmembramento político e não
integram a Administração Descentralizada. CARVALHO, Matheus; Manual
de Direito Administrativo
Os territórios federais não são entes políticos, por isso por não possuírem
natureza de pessoa jurídica.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
2. Com a suspensão da redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/1998 ao
caput do art. 39 da Constituição Federal de 1988, no julgamento da Medida Cautelar
em Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.135/DF, o regime jurídico dos conselhos
profissionais deve ser, obrigatoriamente, o estatutário.
3. Os servidores dos conselhos de fiscalização profissional submetem-se ao regime
jurídico único, de modo que a aposentadoria ocorrida após a publicação das decisões
proferidas nas ADI n. 1.717/DF e ADI n. 2.135/DF, esta última em sede de liminar,
segue o regime estatutário.
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https://www.dizerodireito.com.br/2021/10/informativo-comentado-1027-stf-completo.html
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
porque a LC 179/2021 não dispôs sobre o regime jurídico dos servidores públicos do
Banco Central, que continua a ser disciplinado pela Lei nº 8.112/90e pela Lei nº
9.650/98. Não houve qualquer alteração normativa nessas leis. A LC 179/2021
tampouco criou ou extinguiu ministérios ou órgãos da Administração Pública. O Banco
Central continua a existir, com natureza jurídica de autarquia especial federal.
Na realidade, a LC nº 179/2021 transcende o propósito de dispor sobre servidores
públicos ou criar órgão público. Ela dá configuração a uma instituição de Estado – não
de governo –, que tem relevante papel como árbitro neutro, cuja atuação não deve
estar sujeita a controle político unipessoal.
STF. Plenário. ADI 6696/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 26/8/2021 (Info 1027).
7. AGÊNCIAS REGULADORAS:
Características:
Caracteriza-se por três elementos:
A maior independência;
A investidura especial (depende de aprovação prévia do Poder Legislativo);
e
O mandato com prazo fixo (conforme lei que cria a pessoa jurídica).
Função:
É responsável pela normatização (poder normativo), ou seja, normatização,
controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor
privado, ajustando a atividade econômica do país como um todo.
A normatização é de normas técnicas como forma de complementar à lei e se
limita ao prestador do serviço, não obriga o consumidor.
Regime Jurídico:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
a) REGIME DE PESSOAL:
Estatutário, Lei 10.871/04.
b) NOMEAÇÃO ESPECIAL:
Os dirigentes são escolhidos pelo Presidente e sabatinados pelo Senado Federal,
para, assim, o Presidente nomeá-los. Ocorre que estes são escolhidos não por
critérios técnicos, mas por critérios políticos.
Mandato:
Os dirigentes têm mandato por prazo fixo, com cada agência em sua lei
estabelecerá esse prazo.
O prazo de mandato é de 5 anos, vedada a recondução, salvo nos casos em que o
dirigente tenha sido desligado e substituído por um sucessor que poderá ficar pelo
prazo remanescente e será admitida a recondução.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Encerrado o mandato, o dirigente ficará afastado de atuar no setor privado no ramo
de atividade regulado pela Agência por um período de quarentena, quatro meses,
continuando recebendo pela Agência durante esta quarentena. Contudo, há Agências
de acordo com a sua Lei que determinam a quarentena de 12 meses.
Certa estabilidade:
Caso o dirigente cometa infrações, não poderá sair do mandato, somente no caso
de renúncia, de condenação judicial transitada em julgada ou de processo
administrativo disciplinar (Lei nº 9.986/2000, arts. 5º, 6º e 9º), gozando de certa
estabilidade.
c) LICITAÇÃO:
Obedece às normas da Lei 8.666/93.
Optando por modalidades específicas como o pregão e a consulta.
Apesar da Lei 9.472/97, que instituiu a ANATEL, estabelecer que agência
reguladora não estaria normatizada pela Lei de Licitação, que cada agência reguladora
optaria pelo processo licitatório próprio, a ADI 1668 declarou esta regra como
inconstitucional, devendo a agência reguladora ser regulada pela Lei de Licitação,
podendo, no entanto, ter modalidade específica de pregão e consulta.
Teoria da captura:
Desenvolvida de forma mais aprofundada nos Estados Unidos, a teoria
da captura regulatória (capture theory) é a abordagem teórica que ocorre
com as nossas agências reguladoras.
A referida captura da agência ocorre por influências políticas,
econômicas, empresariais, dentre outras.
Veja as seguintes citações doutrinárias:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
...a submissão da atuação de agência regulatória aos interesses mais imediatos de
empresas de setores regulados que, por concentrarem informações privilegiadas,
exercem pressão e acabam determinando o conteúdo da regulação que sofrerão em
detrimento de interesses coletivos.
NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2012. p.
559.
A doutrina cunhou a expressão 'captura' para indicar a situação em que a agência
se transforma em via de proteção e benefício para setores empresariais regulados.
A captura configura quando a agência perde a condição de autoridade
comprometida com a realização do interesse coletivo e passa a produzir atos
destinados a legitimar a realização dos interesses egoísticos de um, alguns ou todos
os segmentos empresariais regulados. A captura da agência se configura, então,
como mais uma faceta do fenômeno de distorção de finalidades dos setores
burocráticos estatais.
JUSTEN FILHO, Marçal. O direito das agências reguladoras independentes.
São Paulo: Dialética, 2002, PP. 369-370
8. AGÊNCIAS EXECUTIVAS:
Conceito:
São autarquias ou fundações públicas que, por iniciativa da Administração
Direta, recebem o status de Agência Executiva.
Sendo elaborado um plano estratégico de reestruturação para ela, que é levado à
Administração Direta, que celebra um contrato de gestão com a Agência, que
objetiva uma maior eficiência e redução de custos - Lei 9.649/98, esta lei que regula
a Ag. Executiva.
Ou seja, são autarquias ou fundações que estão ineficientes ou em déficit.
PAULO MODESTO diz:
A denominação de agência executiva designa um título jurídico que pode ser
atribuído a autarquias e a fundações públicas. A expressão não traduz uma
nova forma de pessoa jurídica pública. Nem é uma qualidade original de
qualquer entidade da administração indireta. Dizer de alguma entidade que
ela é agência executiva equivale a dizer que a entidade recebeu e
mantém o título de agência executiva. In Revista de Interesse
Público, nº 13, p. 126.
Há autorização constitucional:
Art. 37.
§8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - O prazo de duração do contrato;
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
II - Os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - A remuneração do pessoal.
9. FUNDAÇÃO PÚBLICA:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
tendo o regime jurídico a depender da natureza jurídica. Desta forma, há quem diga
que o dispositivo em comento não tenha sido recepcionado.
Ambas compõem a Administração Indireta e são instituídas pelo Poder Público.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
(STF) Sobre a nomeação e destituição de seus dirigentes:
IMPORTANTE!
Segundo o entendimento do STF, a CF permite que lei condicione a nomeação de
determinados titulares de cargos públicos à prévia aprovação do Senado Federal (art.
52, III). Logo, esse mesmo modelo poderá ser aplicado aos Estados-membros, por
força do princípio da simetria.
Em resumo, tanto nas fundações como nas autarquias é possível
estipulação de norma condicionante (prévia sabatina do legislativo) para a
nomeação de dirigentes.
Contudo, no mesmo caso o STF é inconstitucional a Lei estadual que prevê que os
dirigentes de agência reguladora somente poderão ser destituídos de seus cargos
por decisão exclusiva da Assembleia Legislativa, sem qualquer participação do
Governador do Estado.
Em resumo, não é possível norma que atribua exclusivamente a
Assembleia decidir sobre a destituição, sem o Executivo que nomeou decida.
É CONSTITUCIONAL lei estadual que prevê que os dirigentes de determinada
agência reguladora somente poderão ser nomeados após previamente aprovados
pela Assembleia Legislativa.
Por outro lado, É INCONSTITUCIONAL a lei estadual que estabelece que os
dirigentes de agência reguladora somente poderão ser destituídos de seus cargos
por decisão exclusiva da Assembleia Legislativa, sem qualquer participação do
Governador do Estado. Essa previsão viola o princípio da separação dos poderes
(at. 2º da CF/88).
STF. Plenário. ADI 1949/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
17/9/2014 (Info 759). Fonte: Dizer o Direito.
Classificação:
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há
pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na
forma regulada no Art. 37 da Constituição, são considerados estáveis no
serviço público.”
João, desde 1982, é empregado da Fundação Pública Beta de direito
privado, que não exerce atividade típica de Estado. João apresentou pleito
administrativo requerendo o reconhecimento de seu direito à estabilidade
excepcional de que trata o Art. 19 do ADCT, que foi indeferido pela Fundação
Beta, razão pela qual ajuizou ação judicial com o mesmo objetivo, pleiteando
também as vantagens dele decorrentes.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a pretensão
de João
a) Merece prosperar, eis que a citada estabilidade especial se estende aos servidores
e empregados da Administração Direta e Indireta, desde que observado o marco
temporal de cinco anos.
b) Merece prosperar, eis que a citada estabilidade especial se estende aos
trabalhadores das fundações públicas de direito público, fundações públicas de
direito privado e fundações privadas.
c) Merece prosperar, eis que a citada estabilidade especial se estende aos
trabalhadores das fundações públicas de direito público e fundações públicas de
direito privado, excluindo-se apenas as fundações privadas.
d) Não merece prosperar, eis que a citada estabilidade especial não se estende aos
empregados das fundações públicas de direito privado, aplicando-se apenas aos
servidores que integram a Administração Direta.
e) Não merece prosperar, eis que a citada estabilidade especial não se estende aos
empregados das fundações públicas de direito privado, aplicando-se, em matéria
de fundações, tão somente aos servidores das pessoas jurídicas de direito público.
EXEMPLOS:
29
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Fundação Centro de Formação de Servidores Públicos (FUNCEP);
Fundação da Casa Popular;
Fundação Brasil Central;
Fundação Nacional do Índio (FUNAI)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo;
Fundação Padre Anchieta Rádio e TV Educativas;
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
EXEMPLO:
2
https://www.dizerodireito.com.br/2020/12/informativo-comentado-997-stf.html
30
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Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder
Executivo (FUNPRESP-Exe); e
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder
Judiciário (FUNPRESP-Jud).
Conceitos:
É pessoa jurídica de direito privado.
Autorizada a sua criação por lei, através da formação de um
Estatuto Social após a autorização legislativa.
a) EMPRESA PÚBLICA:
CAPITAL EXCLUSIVAMENTE PÚBLICO;
CAPITAL FORMADO DE UM OU MAIS ENTES PÚBLICOS DE
QUAISQUER ESFERAS (ADMITIDO no capital a participação de
outras pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO);
QUALQUER MODALIDADE EMPRESARIAL;
SUBSIDIÁRIAS, via AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA (pode ser
na mesma lei que criou a primária);
Competência Cível das Empresas FEDERAIS: JUSTIÇA
FEDERAL.
Composta por capital exclusivamente público (Estatuto das
Estatais, art. 3º, caput), podendo ser de mais de um ente (Estatuto
das Estatais, art. 3º, parágrafo único).
Pode também assumir qualquer modalidade empresarial.
Ex.: ECT, BNDS, Caixa Econômica Federal, Casa da Moeda.
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica
de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio
próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça
em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município,
será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras
pessoas jurídicas DE DIREITO PÚBLICO interno, bem como de entidades
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Abrangência:
Hoje, temos o Estatuto das Empresas Estatais, criado pela Lei
13.303/2016, válido para todas as Entidades Políticas.
Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Algumas características:
Aplicável a todas as Entidades Políticas;
Poderes Executivos das demais Entidades Políticas poderão editar
atos que estabeleçam regras de governança para suas Estatais
dentro das diretrizes gerais da Lei;
34
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Finalidade:
Seria autorizada a criação para prestação de serviço público OU
exploração de atividade econômica, sempre com o fim de atingir o
interesse público.
Ocorre que se discute na doutrina que se seria somente para
exploração de atividade econômica, porque o certo é que podemos ter
exploração direta de atividade econômica pelo Estado, desde que seja
quando por segurança nacional, como o caso da exploração do petróleo,
ou por relevante interesse coletivo. Diz a CF:
CF. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
3
Curso de Direito Administrativo. 15ª edição. P. 174/175. Editora Malheiros.
4
Manual de Direito Administrativo. 9ª Edição. P. 219. Editora Juspoivm.
36
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Regime Híbrido:
As empresas estatais fazem parte da estrutura da administração
pública e mesmo não gozando das prerrogativas e privilégios do Estado.
Mas se submetem a todas as limitações do Estado, por isso que se diz
que mesmo sendo seus servidores celetistas e não tendo estabilidade,
mas dependem de concurso e não podem acumular emprego, os
contratos são civis, mas dependem de licitação e tem prazo determinado,
ou seja, se sujeitam aos princípios da administração pública.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Finalidade de Criação:
É certo que elas somente são criadas para:
Prestação de serviço público (art. 175, CF) OU
Exploração de atividade econômica (art. 173, CF).
A CF determina no art. 173 que essa exploração de atividades
econômicas será de caráter excepcional em nome de imperativos da
Segurança Nacional e de relevante Interesse Coletivo.
O desempenho de atividade econômica por meio de empresas estatais
pode ser feito com dois objetivos:
Intervenção no domínio econômico, isto é, atividade de natureza
empresarial; E
Prestação de serviços público.
Ou seja, mesmo as empresas prestadoras de serviço público
desempenham atividade econômica, visto que os serviços públicos
explorados por essas entidades são aqueles passíveis de gerar lucro e
que, por isso, também poderiam ser desempenhados pela iniciativa
privada.
Mas a Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas podem ter
lucros, mas não podem ser criadas com este fim.
CARVALHO FILHO ressalta, porém, que não são todos os serviços
públicos que poderão ser exercidos por sociedades de economia mista e
empresas públicas, mas somente os serviços que, mesmo sendo
prestados por empresa estatal, poderiam sê-lo pela iniciativa
privada.
40
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Criação de Subsidiárias:
As Empresas Estatais, autorizada pela CF e agora pelo Estatuto das
Estatais, podem criar subsidiárias, mas a CF exige também que seja
autorizada por lei autorizadora, como dito acima (STF/ADI 1.649/DF).
É dispensável a autorização legislativa para a criação de
empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na
própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz,
tendo em vista que a lei criadora é a própria medida
autorizadora. Ação direta de inconstitucionalidade julgada
improcedente.
STF. Plenário. ADI 1649, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgado
em 24/03/2004.
Veio a redação do Estatuto das Estatais e dispôs que depende de
autorização, basta saber se é necessária lei específica para a subsidiária,
creio que a redação é cópia do inciso XX, ou seja, se antes não
necessitava de lei específica, hoje também bastará lei genérica
autorizando:
Lei 13.303/2016. Art. 2º. §2º Depende de autorização
legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de
sociedade de economia mista, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar
relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37
da Constituição Federal.
No âmbito da União, além da autorização legislativa é necessária a
autorização do Conselho de Administração. (art. 7º do Decreto federal
8945/2016)
Regime falimentar:
Não estão sujeitos a este regime, segundo a interpretação
literal da Lei de Falências (art. 2º, I, Lei 11.101/05).
Lei de Falências. Art. 2o. Esta Lei não se aplica a:
41
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Regime Jurídico:
a) CRIAÇÃO E EXTINÇÃO:
São autorizadas por lei, dependendo para sua constituição do
registro de seus atos constitutivos no órgão competente (art. 37, XIX
da CF).
Assim, só adquirem personalidade após o registro do ato
constitutivo.
CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto
As pessoas jurídicas de direito privado que compõem a
administração pública são
a) Investidas de poderes de autoridade e encarregadas de realizar
funções de interesse público, a partir da descentralização de poderes.
b) Passíveis de integrar tanto a administração pública direta quanto a
indireta.
c) Criadas por atos de direito privado, mas a sua instituição depende de
autorização legislativa.
d) Instituídas para fins de desconcentração de poderes e de
competências administrativas.
b) CONTROLE:
Interno e Externo.
Tanto do MP, como do Tribunal de Contas, como do Ente político que o
criou.
c) CONTRATOS E LICITAÇÕES:
As Estatais, agora, utilizarão apenas subsidiariamente da Lei 8.666/93,
pois no Estatuto vem estabelecendo algumas regras de dispensa e
inexigibilidade de licitação diferenciadas das regras gerais da Lei
8.666/93.
Lei 13.303/2016. Art. 28. Os contratos com terceiros destinados
à prestação de serviços às empresas públicas e às sociedades de
economia mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à
aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
d) REGIME TRIBUTÁRIO:
Em regra, não têm privilégios tributários não extensíveis à
iniciativa privada, conforme o art. 173, §2º, CF.
Art. 173. §2º As empresas públicas e as sociedades de economia
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privado
CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia
Como entidades integrantes da administração pública indireta, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista gozam de
privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado.
ERRADA
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
49
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
5
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Sociedade de economia mista, cujas ações são negociadas na Bolsa, e que está voltada
à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não tem direito à imunidade tributária recíproca, mesmo que
preste serviço público. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/676b58765ad419a5b7af6a959d4de341 Acesso em:
06/03/2022
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
e) RESPONSABILIDADE CIVIL:
Quando tem como fim prestação de serviços públicos, é
responsabilidade objetiva, com base no art. 37, §6º, da CF,
respondendo o Estado subsidiariamente pelos prejuízos causados.
Quando exploradoras de atividade econômica, o regime será o
subjetivo. EXCETO se estiverem em uma relação regida por norma que
51
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
f) REGIME DE PESSOAL:
Há quem diga que sejam servidores de entes governamentais de direito
privado, titularizam emprego, seguindo o regime da CLT.
Todavia, são equiparados a servidores públicos, em razão de
algumas limitações:
Concurso público (para ser mandado embora, terá que ter
procedimento, mas não o típico do servidor público, Súmula 390
do TST, sem estabilidade, OJ 247 do TST, a dispensa é imotivada),
Teto remuneratório (salvo se tiverem seu próprio orçamento
sem repasse de subsídios para custeio, essa será exceção),
Acumulação,
Remédios constitucionais,
Fins penais,
Improbidade administrativa (Lei 8429/92) e outras.
OBSERVAÇÃO: Só há servidor público em pessoa jurídica de direito
público, só há cargo público em pessoa jurídica de direito público.
É preciso ser evitado o termo empregado público, que é comumente
usado nas pessoas jurídicas públicas da Administração Indireta.
CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário - Direito
A administração indireta inclui as sociedades de economia
mista, cujos agentes são
a) Empregados públicos regidos pela CLT e sujeitos às normas
constitucionais relativas a concurso público e à vedação de
acumulação remunerada de cargos públicos.
b) Empregados públicos regidos pela CLT que não se submetem às
normas constitucionais relativas a concurso público nem à
vedação de acumulação remunerada de cargos públicos.
c) Empregados públicos regidos pela CLT e sujeitos às normas
constitucionais relativas a concurso público, mas não à vedação
de acumulação remunerada de cargos públicos.
d) Servidores públicos estatutários sujeitos às normas
constitucionais relativas a concurso público e à vedação de
acumulação remunerada de cargos públicos.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
g) PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS:
Não gozam, obedecem às regras de processo (não há precatório e nem
prazo dilatado).
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
56
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Isso se justifica pelo que diz o inciso I do §1º do art. 173 da CF: As
empresas estatais que explorem atividade econômica seguem o mesmo
regime que as empresas privadas no tange às obrigações comerciais,
inclusive no que diz respeito à falência.
CF. Art. 173. §1º
II - A sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários;
Logo, não ostentará isenção de custas também.
Isso deve se aplicar também à Fundação Pública que tenha
personalidade de direito privado, já que ela se equipara às estatais. Isso
foi o que quis saber a FGV na seguinte prova:
FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Advogado
Foi criada, no Estado Alfa, a Fundação Pública de Saúde X,
instituída com personalidade jurídica de direito privado, para
execução de atividades de interesse social, especificamente na
área de saúde pública e assistência social.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em tema de
regime jurídico, tal fundação
a)Integra a Administração Direta estadual e a admissão de seu pessoal
ocorre por meio de concurso público.
b)Integra a Administração Indireta estadual e a admissão de seu pessoal
ocorre graças ao processo de livre contratação.
c) Não possui isenção de custas em processos judiciais, eis que ostenta
personalidade jurídica de direito privado.
d)Não se sujeita ao controle financeiro e orçamentário realizado pelo
Tribunal de Contas estadual, eis que ostenta personalidade jurídica de
direito privado.
e)Goza da garantia do duplo grau de jurisdição obrigatório e seus
débitos judiciais são pagos por meio do sistema de precatórios.
57
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
h) BENS:
São privados por isso são alienáveis, sujeitos de usucapião e
penhoráveis.
EXCETO se a empresa for prestadora de serviços públicos e o
bem estiver diretamente ligado à prestação de serviços públicos,
indispensáveis para a prestação, situação em que os seus bens estão
afetados e sujeitos ao princípio da continuidade, passando a ser
considerados como bens públicos.
O STF, ao decidir que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
empresa pública que não exerce atividade econômica em sentido estrito,
e sim presta serviço público da competência da União, conta com o
privilégio da impenhorabilidade de seus bens. Quanto aos bens que não
estejam diretamente a serviço do objetivo público da entidade, são
submetidos ao regime jurídico dos bens privados. (RE 220906,
Relator(a): MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em
16/11/2000)
CESPE / CEBRASPE - 2022 - MPE-SE - Promotor de Justiça
Segundo a jurisprudência do STF, o privilégio da impenhorabilidade dos
bens públicos não se aplica a empresa pública que preste serviço público,
ainda que ela não exerça atividade econômica.
ERRADA
j) PRESCRIÇÃO:
Aplica-se a prescrição quinquenal do Decreto nº 20.910/1932 às
empresas estatais prestadoras de serviços públicos essenciais, não
dedicadas à exploração de atividade econômica com finalidade lucrativa e
natureza concorrencial.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.635.716-DF, Rel. Min. Regina Helena
Costa, julgado em 04/10/2022 (Info 753). Dizer o Direito.
Não confundir:
REGRA: em regra, o prazo de prescrição quinquenal, previsto no
Decreto nº 20.910/1932 e no Decreto-Lei nº 4.597/1942, não se aplica
para as sociedades de economia mista e empresas públicas.
60
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Capital:
Empresa Pública: Capital Social Público (recursos da Administração
direta ou indireta).
OBSERVAÇÃO: Pode existir capital de ente público – um ente federal –
e o capital de outra entidade pública – uma autarquia –, ou seja, não
precisa ser 100 % de capital um ente público só.
Sociedade de Economia Mista: Capital Social Público e Particular.
Pode ser 50% por 50%, não precisa o capital social ser a maioria de
Público.
OBSERVAÇÃO: Prevalência acionária do Estado: O Poder Público pode
até não deter a maior parte do capital social, mas tem que deter a maior
parte das ações com direito a voto.
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei,
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Situações Especiais:
Petrobras:
Possui monopólio reconhecido na ADPF, sendo tratada como
Fazenda Pública.
6
https://www.dizerodireito.com.br/2022/12/informativo-comentado-1022-stf-completo.html
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
PODERES ADMINISTRATIVOS
1. CONCEITOS:
Difere de privilégios:
Os poderes assegurados aos agentes públicos não
podem ser considerados “privilégios”, mas, sim, deveres.
Não devem ser encarados como mera faculdade, mas, sim,
como uma “obrigação legal” de atuação sempre que o interesse
coletivo exigir.
2. CARACTERÍSTICAS:
Obrigação do Administrador:
Trata-se de um dever (poder-dever ou dever-poder), o poder
é de exercício obrigatório, não é mera faculdade.
67
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
FRASES CESPE:
NÃO É FACULDADE;
PODER-DEVER.
Cespe – Analista Judiciária – Administrativa – TRT-PE – 2017
Os poderes administrativos são facultados ao administrador,
que pode ou não lhes fazer uso, conforme critério subjetivo e as
peculiaridades do caso concreto.
ERRADA
Irrenunciável:
O administrador exerce uma função pública, atividade no
nome e no interesse do povo, por não ser dele, não poderá
renunciar.
Assim, são indisponíveis ou irrenunciáveis.
Com um princípio geral do direito o administrador de hoje não
pode criar entraves para o administrador de amanhã.
Se o nosso administrador renunciar hoje, o futuro
administrador vai perder o instrumento, podendo comprometer
a sua administração.
Esse princípio é muito usado no direito administrativo e é
fundamento para a Lei de Responsabilidade Fiscal, que traz a
todo momento essa ideia.
FRASES CESPE:
PERTENCE À FUNÇÃO PÚBLICA QUE O ADM EXERCE,
NÃO É DELE;
NÃO TEM OPÇÃO DE UTILIZAR OU DISPENSAR;
SE RENUNCIAR PODERÁ INCORRER EM
RESPONSABILDADE FISCAL OU EM IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA.
CESPE - 2018 - FUB - Assistente em Administração
O poder do administrador público — que constitui, ao mesmo
tempo, dever para com a comunidade — é irrenunciável pelo
seu titular.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
CERTO
Responsabilidade:
Cabe responsabilização, no desrespeito aos limites
legais, dependendo da conduta (omissão ou ação), devido à
responsabilidade subjetiva do Administrador perante o Estado –
diferente do Estado perante o administrado, quando será
objetiva –, sofrerá, então, a responsabilidade administrativa,
penal ou civil.
Surge aqui o abuso de poder.
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CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
3. ABUSO DE PODER:
FRASES CESPE:
OMISSÃO GENÉRICA DENTRO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
PÚBLICO;
NÃO HAVERÁ ABUSO DE PODER POR OMISSÃO QUANDO O
AGENTE MOTIVADAMENTE DENTRO DA RESERVA DO
POSSÍVEL NÃO PUDER FAZER.
FRASES CESPE:
A OMISSÃO EM AGIR DA ADMINISTRAÇÃO NÃO SIGNIFICA
NECESSARIAMENTE EM ACEITAÇÃO TÁCITA, EXCETO SE A LEI
ASSIM DISSER.
EM CASO DE OMISSÃO ESPECÍFICA DO ADMINISTRADOR, O
ADMINISTRADO PODE EXIGIR, POR VIA ADMINISTRATIVA
OU JUDICIAL, A PRÁTICA DO ATO IMPOSTO PELA LEI. (José
dos Santos Carvalho Filho, Manual de Direito Administrativo,
26ª edição, 2103, p. 46)
Espécies:
O abuso de poder se perfaz de dois modos:
2. Excesso de poder:
Quando excede o seu poder e faz aquilo que não lhe é
permitido pela lei.
Chamado de vício de competência.
Ocorre grave ilegalidade.
Há violação ao requisito competência do ato
administrativo.
Lei 4.717/65. Art. 2º. Parágrafo único. Para a
conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes
normas:
75
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
FRASES CESPE:
SEM COMPETÊNCIA OU VÍCIO NA COMPETÊNCIA;
RELEVANTE INTERESSE SOCIAL NÃO AFASTA O
EXCESSO DE PODER.
CESPE - 2018 - Polícia Federal – Papiloscopista
O excesso de poder é a modalidade de abuso de poder nas situações
em que o agente busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe
permitiu.
ERRADA
FRASES CESPE:
AGENTE BUSCA FIM DIVERSO DA LEI;
FINALIDADE É UM DOS ASPECTOS DO PRINCÍPIO
DA IMPESSOALIDADE
REMOÇÃO SEM FINALIDADE DE INTERESSE DA
ADMINISTRAÇÃO:
o É MELHOR DISTRIBUIÇÃO DE PESSOAL;
o NÃO É PUNIR;
o NÃO É MOVIDO POR SENTIMENTO DE RAIVA;
o NÃO É PARA ATENDER INTERESSE IDEOLÓGICO;
o NÃO É ATENDER INTERESSE PESSOAL.
4. PODER REGULAMENTAR:
Conceito:
É o poder conferido ao Administrador para normatizar,
disciplinar ou regulamentar para fiel execução à lei ou
complementá-la, buscando a sua fiel execução, ou ainda
para disciplinar matéria que não se sujeita à iniciativa de
lei.
Consiste na expedição de regulamentos que é um ato
administrativo geral e abstrato.
Exemplos:
Regulamento, Portaria, Resolução, Regimento, Instruções
(Normativas) e Deliberações.
Ato normativo que regula o que é droga para a aplicação da lei
79
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
de drogas.
80
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Regulamento:
4. Conceito:
É conteúdo do ato que tem a disciplina sobre determinado
assunto, mas quando esta norma ou determinação vai à
publicação toma uma forma chamada de Decreto, um ato
administrativo formal.
6. Conceito de Decreto:
O Decreto é a forma ou o procedimento que pode ser
chamado de decreto regulamentar, desde que tenha a natureza
ou conteúdo regulamentar de uma norma, mas não
necessariamente todo decreto será regulamentar. Como dito
acima há também o decreto autônomo ou independente.
9. Tipos de Regulamento:
O que é deslegalização?
CESPE - 2015 - STJ - Analista Judiciário - Administrativa
O fenômeno da deslegalização, também chamada de delegificação,
significa a retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio
da lei, passando-as para o domínio de regulamentos de hierarquia
inferior.
De fato, a conceituação constante da assertiva ora analisada
corresponde, ipsis literis, àquela proposta por DIOGO DE FIGUEIREDO
85
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
Desregulamentação:
Temos ainda desregulamentação que está relacionada com a ideia de
diminuição da regulamentação estatal.7
FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público
Existem diversas estratégias para flexibilização da ação estatal.
A alternativa a seguir que indica a estratégia e o conceito correto
é:
a) Privatização é a transferência para organizações sociais de atividades
não exclusivas do Estado;
b) Publicização é o processo de publicar e divulgar toda a ação estatal
em mídia impressa de grande circulação;
c) Terceirização é a contratação de terceiros para a execução de serviços
essenciais ou de apoio às atividades estatais;
d) Descentralização é a renúncia às funções estatais, através da
concessão para exploração de bens, serviços ou investimentos
públicos;
e) Desregulamentação é a eliminação de diplomas legais, normas,
regulamentos e procedimentos burocráticos que inibem a atuação da
iniciativa privada ou restrinjam as liberdades dos cidadãos.
COMENTÁRIOS QCONCURSOS:
A) ERRADO, uma vez que a privatização traduz-se na "alienação das
empresas públicas ao setor privado" (DI PIETRO, 2018).
B) ERRADO, de acordo com Carvalho Filho (2018) a necessidade de
ampliar a descentralização na prestação de serviços públicos levou o
governo a criar o Programa Nacional de Publicização - PNP, por intermédio
da Lei nº 9.637 de 1998, "pela qual algumas atividades de caráter social,
exercidas por pessoas e órgãos administrativos de direito público,
poderão ser posteriormente absorvidas por pessoas de direito privado",
de acordo com o art. 20.
7
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Administração Pública - Tombo II. 11 ed. Rio de Janeiro: Editora Campus-Elsevier, 2009.
86
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
5. PODER DISCIPLINAR:
Conceito:
É aquele que autoriza ou permite a aplicação de sanção
em caso de infração funcional, mediante apuração da infração.
O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico,
este escalona e divide as funções, aquele controla o
desempenho destas funções, aplicando as sanções quando
necessárias.
CORRELAÇÃO ENTRE PODER DISCIPLINAR E
PODER HIERÁRQUICO
PODER DISCIPLINAR PODER HIERÁRQUICO
Controla o desempenho Escalona e divide as
destas funções, aplicando funções.
as sanções quando
necessárias.
É o poder conferido à Administração que lhe permite punir,
apenas a prática de infrações funcionais dos servidores
públicos e de todos que estiverem sujeitos à disciplina dos
órgãos e serviços da Administração, precisando
87
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
88
CONTEÚDO DAS AULAS PARA N1 – DIREITO ADMINITRATIVO II – Professor Leleco
também prever:
II – As penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao
parceiro privado em caso de inadimplemento contratual, fixadas
sempre de forma proporcional à gravidade da falta cometida, e
às obrigações assumidas;
Características:
11. INTERNAMENTE:
Só vale para agentes públicos ou quem tenha vínculo com a
Administração.
Destinatários:
13. Regra:
Quem pode ser atingido por este poder disciplinar é o
Funcionário Público.
14. Exceção:
Só posso atingir particular que esteja no exercício de
função pública. Exemplo: mesário eleitoral, militar do serviço
obrigatório.
6. PODER HIERÁRQUICO:
Conceito:
93
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administrativo:
a) Disciplinar, que lhe permite praticar atos normativos internos com
eficácia restrita àquela delegacia;
b) Hierárquico, que é um poder de estruturação interna da atividade
pública;
c) Disciplinar, que lhe permite inovar no ordenamento jurídico no âmbito
de sua circunscrição;
d) De polícia, que lhe permite organizar as rotinas administrativas
necessárias à investigação criminal;
e) De polícia, que lhe permite organizar as rotinas operacionais próprias
de polícia judiciária.
Poder de punir:
Aplicando sanção em atos de desobediência. O poder
hierárquico é pré-requisito para o poder disciplinar. A
possibilidade de aplicar sanção disciplinar, com base no poder
disciplinar, decorre, assim, do poder hierárquico. Ou seja, o
poder hierárquico é a possibilidade de sancionar, já o poder
disciplinar é o ato em concreto de aplicar sanção.
18. Subordinação:
Decorre do poder hierárquico e admite todos os meios de
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Dever de Obediência:
Impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus
superiores e sua fiel execução. Tal dever resulta da
subordinação hierárquica e assenta no princípio disciplinar que
informa toda a organização administrativa.
Por esse dever não está o servidor obrigado a cumprir
mecanicamente toda e qualquer ordem superior, mas,
unicamente, as ordens legais.
Os servidores públicos possuem o dever de acatar e cumprir
as ordens emitidas pelos seus superiores hierárquicos, salvo
quando manifestamente ilegais, fato que criará para o
servidor a obrigação de representar contra essa
ilegalidade (conforme mandamentos dos incisos IV e XII da Lei
8.112/90).
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Características:
Institutos ou Consequências:
São dois os Institutos que decorrem do Poder Hierárquico:
Avocação e delegação
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IRRENUNCIABILIDADE DA COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA:
A competência administrativa é irrenunciável (art. 11 da
Lei 9.784/99). Poderá haver delegação.
Lei 9.784/99. Art. 11. A competência é irrenunciável e se
exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.
DELEGAÇÃO é REVOGÁVEL:
Porém, havendo delegação, ela poderá ser revogada a
qualquer tempo pela autoridade delegante (art. 14 da Lei
9.784/99).
Lei 9.784/99. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação
deverão ser publicados no meio oficial.
§1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os
objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter
ressalva de exercício da atribuição delegada.
§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
autoridade delegante.
§3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
delegado.
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7. PODER DE POLÍCIA
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FRASES CESPE:
Há relação direta com o poder exercido pelos órgãos
de defesa do consumidor;
Não hierarquia na imposição de multa administrativa
exercida em face do poder de polícia, há sim
supremacia do interesse público sobre o privado;
Em regra, a polícia administrativa possui um caráter
preventivo, tal como as regras de trânsito estipuladas
previamente no CTB;
O poder de polícia limita o exercício dos direitos
individuais em benefício do interesse público;
O poder de polícia não fiscaliza os atos penais, isso é
próprio do direito penal.
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Taxa de polícia:
Há taxas que decorrem do exercício do poder de polícia:
CF. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Consoante isso, pode ser cobrada taxa do poder de polícia,
sendo definido poder de polícia pelo art. 78 do CTN.
Exemplo: Taxas para obtenção de licença de funcionamento de
atividades comerciais
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Competência:
A competência para exercer o poder de polícia é, em princípio, da
pessoa federativa à qual a Constituição Federal conferiu o poder de
regular a matéria.
Assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e
policiamento da União;
As matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia
estadual; e
Os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos e ao
policiamento administrativo municipal.
federação.
d) A discricionariedade, sem possibilidade de limitação de ordem legal,
mas pautando-se, quando possível, pelos princípios da administração
pública.
e) Constituir represália a ilícito penal.
623).
As atribuições do DNIT estão previstas no art. 82 da Lei nº
10.233/2001. Se você ler os incisos do art. 82, não irá realmente
encontrar a atribuição de aplicar multas. No entanto, veja o que diz o §
3º do art. 82:
Lei nº 10.233/2001. Art. 82. São atribuições do DNIT, em sua esfera
de atuação...
§3º É, ainda, atribuição do DNIT, em sua esfera de atuação, exercer,
diretamente ou mediante convênio, as competências expressas no art. 21
da Lei nº 9.503, de 1997, observado o disposto no inciso XVII do art. 24
desta Lei.
A Lei nº 9.503/97 é o Código de Trânsito brasileiro e o art. 24
elenca as competências dos órgãos e entidades executivos rodoviários da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Dentre as
competências previstas aos órgãos e entidades executivos rodoviários
pelo art. 21 da Lei nº 9.503/97, seu inciso VI determina, de forma clara:
CTB. Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de
sua circunscrição:
(...) VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as
penalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas
administrativas cabíveis, notificando os infratores e arrecadando as
multas que aplicar;
Portanto, se analisarmos o art. 82, §3º da Lei nº 10.233/2001
combinado com o art. 21, VI, da Lei nº 9.503/97, veremos que o DNIT
detém competência para fiscalização do trânsito nas rodovias e estradas
federais.
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Modalidades de exercício:
O poder de polícia administrativa pode ser exercido de forma preventiva
ou repressiva.
ATOS DE CONSETIMENTO:
CESPE - 2019 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual
O alvará de licença e o alvará de autorização concedidos pela
administração pública constituem meio de atuação do poder de polícia.
CERTA
LICENÇA:
Ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a Administração
reconhece que o particular preenche as condições para usufruir
determinado direito de que seja possuidor.
Trata-se de um direito, não podendo ser negada quando o requerente
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AUTORIZAÇÃO:
Ato administrativo discricionário e precário pelo qual a Administração
autoriza o particular a exercer determinada atividade que seja de seu
interesse (e não de seu direito).
Trata-se de interesse pode ser negada ainda que o requerente satisfaça
os requisitos, além de ser passível de revogação a qualquer tempo,
independentemente de indenização.
Exemplos:
O uso especial de bem público;
A interdição de rua para a realização de festividade;
EXCEÇÃO: Não obstante a tradicional orientação da doutrina
administrativista, nosso direito legislado contempla pelo menos um caso
de autorização expressamente disciplinada como ato administrativo
vinculado. Trata-se da autorização para "exploração de serviço de
telecomunicações no regime privado", prevista no § 1.0 do art. 131 da
Lei 9.4 72/1997 (Lei Geral de Telecomunicações - LGT).
posteriormente.
III. Sanção de polícia tem como característica o emprego de medidas
inibitórias ou dissuasoras e tem como finalidade cessar práticas ilícitas
perpetradas por particulares e por funcionários públicos, garantida a
ampla defesa.
IV. O poder de polícia administrativo poderá ser delegado, mediante lei
específica, a entes da Administração Indireta.
V. Sanção de polícia, quando extroversa, é imposta a todos os
administrados, indistintamente, com a finalidade de inibir condutas ilícitas
ou, se ocorrida, reprimir o autor da infração.
Está correto o que se afirmar APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e IV.
c) II, IV e V.
d) III, IV e V.
e) I, III e V.
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etc.
2ª FASE – CONSENTIMENTO:
Corresponde à anuência prévia (licenças e autorizações) da
Administração, quando exigida em lei, para a prática de determinadas
atividades ou para a fruição de determinados direitos.
3ª FASE – FISCALIZAÇÃO:
Sempre existirá em todo exercício dos poderes.
É a atividade pela qual a Administração verifica se o particular está
cumprindo adequadamente as regras emanadas na ordem de polícia
(legislação) e também, quando for o caso, se está observando as
condições estipuladas na respectiva licença/autorização.
4ª FASE – SANÇÃO:
Quando a Administração verificar alguma infração à ordem de polícia ou
aos requisitos da licença/autorização e, em consequência, aplica ao
particular infrator uma medida repressiva (sanção), dentre as previstas
na lei de regência.
Exemplo prático:
O CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira
materializa a anuência do Poder Público em relação aos indivíduos que
tenham preenchido os requisitos técnicos exigidos para a habilitação
(consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos para
verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e
também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao
CTB (sanção).
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OBSERVAÇÃO:
Legislação e fiscalização são as únicas fases que sempre
existirão num ciclo de polícia.
2ª CORRENTE:
Admite a delegação de poder de polícia a entidades de direito privado,
desde que integrem a Administração Pública formal e a competência seja
expressamente conferida por lei.
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do contraditório.
c) Indelegável, sendo reservado apenas aos órgãos da Administração
direta, dada a natureza de potestade pública da atividade.
d) Delegável, por lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
Administração pública indireta, desde que sejam de capital social
majoritariamente público e prestem exclusivamente serviço público de
atuação própria do Estado, em regime não concorrencial.
e) Delegável, por lei, apenas às pessoas jurídicas de direito público
integrantes da Administração pública indireta, visto que o regime
jurídico estatutário de seus servidores lhes confere a estabilidade
indispensável ao exercício da atividade.
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Discricionariedade:
A REGRA é que o Poder de Polícia seja realizado por meio de
ATOS DISCRICIONÁRIOS POR MEIO DE AUTORIZAÇÃO.
O poder público ter liberdade para escolher, por exemplo,
quais atividades devem ser fiscalizadas para que se proteja
o interesse público.
Diz PAULO e ALEXANDRINO:
A discricionariedade no exercício do poder de polícia
significa que a administração, quanto aos atos a ele
relacionados, regra geral, dispõe de uma razoável
liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e
conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e
escolher, dentro dos limites legais, seu conteúdo.
Ressalte-se que a finalidade de todo ato de polícia é
requisito sempre vinculado e traduz-se na proteção do
interesse da coletividade.8
Exemplo:
Autorização de circulação de treminhões apenas em
algumas avenidas nos centros urbanos.
A definição do dia e do local onde haverá uma fiscalização da
vigilância sanitária.
A EXCEÇÃO é a presença em atos vinculados por meio de
licenças. Exemplo: Licença para construir.
8
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. 21.ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2013.
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Autoexecutoriedade:
É a utilização de meios diretos para o cumprimento ou efetivação
dos seus atos de polícia ou decisões, independentemente de prévio
controle pelo Judiciário.
A executoriedade poderá ser automática com a devida previsão em lei.
DI PIETRO (em Direito Administrativo, 2014, p. 127) ensina
que a autoexecutoriedade (que os franceses chamam de
executoriedade apenas) é a possibilidade que tem a
Administração de, com os próprios meios, por em execução as
suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder
Judiciário.
Exemplo:
Reboque do veículo estacionado no lugar proibido.
Pode interditar um estabelecimento comercial sem
autorização judicial.
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SUBDIVISÃO:
DI PIETRO (em Direito Administrativo, 2014, p. 127) ensina
que alguns autores desdobram o princípio em dois: a
exigibilidade (privilege du préalable) e a executoriedade
(privilege d'action d'office).
1ª CORRENTE:
Há doutrina que subdivide a autoexecutoriedade em dois
elementos: exigibilidade e executoriedade. Assim, para que
a decisão seja auto-executável precisa-se de uma conduta que
tenha exigibilidade e executoriedade.
Na exigibilidade, a administração decide realizar alguma
coisa ou decide aplicar a multa a todo aquele que exceder
velocidade sem o Judiciário. Logo, é meio de coerção indireto
(decisão sem o Judiciário). Todo ato administrativo tem.
A executoriedade utiliza-se de meio de coerção direto
(execução sem o Judiciário), mas somente em hipóteses
previstas em lei e em situações urgentes, não são em todos os
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atos administrativos.
2ª CORRENTE:
Há doutrina que separa a exigibilidade da autoexecutoriedade:
A autoexecutoriedade significa que a Administração Pública
tem o poder de executar suas próprias decisões, sem
necessidade de autorização prévia do Judiciário.
Na exigibilidade, a administração pode exigir que se cumpra
sua decisão mediante o emprego indiretos de coação previstos
em lei.
No caso da aplicação de multa o que se tem é a exigibilidade,
configurando apenas uma coação indireta, não possuindo o
atributo da autoexecutoriedade.
Coercibilidade ou coercitividade:
É a possibilidade de as medidas adotadas pela administração pública
serem impostas coativamente ao administrado, inclusive mediante o
emprego da força.
Caso o particular resista ao ato de polícia, a administração poderá
valer-se da força pública para garantir o seu cumprimento.
O atributo da coercibilidade torna o ato administrativo obrigatório,
devendo este ser obedecido independente da vontade do
administrado e está presente nos atos de polícia.
Exemplos:
Aplicação de uma multa como forma de coagir o cidadão a não
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Classificações:
a) Polícia de caça, pesca e florestal
b) Polícia sanitária e edilícia
c) Polícia de tráfego e trânsito
d) Polícia de medicamentos
e) Polícia de divertimentos públicos
f) Polícia da atmosfera e águas
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