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DIREITO ADMINISTRATIVO
- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
1.INTRODUÇÃO:
Toda a atividade administrativa do Estado se desenvolve, direta ou
indiretamente, por meio da atuação de órgãos, entidades públicas e seus
respectivos agentes.
Entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica.
Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta.
3.1 – AUTARQUIAS:
Exercem atividades típicas de Estado. Ex: Prestação de serviço público,
Exercício do Poder de Polícia.
Ela é uma Pessoa Jurídica de Direito Público.
Ela só exerce atividade que o estado exerce diretamente / tipicamente.
Elas têm regime de Fazenda Pública. Gozam de todas as prerrogativas e
se submetem a todas as limitações que as entidades da administração direta se
submetem.
Ex: Imunidade Tributária (Imunidade Recíproca – A União, Estados e
Municípios não cobram tributos entre si e nem de suas autarquias – art. 150, parágrafo
segundo da CF).
Ex: Privilégios Processuais (Prazos dilatados em juízo – quadruplo para
contestar e dobro para recorrer; remessa necessária – sumula 620, STF está
superada – logo eles tem esse benefício; execução fiscal de seus débitos)
Ex: Bens das autarquias (são bens públicos, logo não podem ser
penhorados).
Ex: Ela paga seus débitos judiciais, por meio da ordem cronológica do
pagamento de precatórios. Regra do art. 100, CF. cuidado: Ela terá sua fila de
precatório próprio (INSS tem sua fila de precatório próprio que não se confunde com
a da União).
Professor: Moisés Góes
Ex: PRESCRIÇÃO. Com relação a Fazenda Pública, que se aplica também
a União, prescrevem em 5 anos – prescrição quinquenal.
EX: PESSOAL. Seu regime é estatutário.
Ex: SEUS ATOS. Com todos os elementos e requisitos de ATOS
ADMINISTRATIVOS.
Ex: Seus Contratos. Os mesmos dos CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.
Ex: Responsabilidade Civil. A mesma da Administração Direta, a chamada
Responsabilidade Objetiva.
Ex: controle. Se submetem aos controles em geral. Como o Mandado de
Segurança, Ação civil Pública.
Logo: Tudo que se aplica a ADMINISTRAÇÃO DIRETA – SE APLICA AS
AUTARQUIAS.
- ESPÉCIES DE AUTARQUIAS:
A) AUTARQUIAS DE CONTROLE ou AUTARQUIAS PROFISSIONAIS: ou
ARTARQUIAS COOPERATIVAS: São os Conselhos de Classe (Com exceção da
OAB que possui estatuto próprio). Estão previstos na Lei 9649, são particulares que
prestam serviço público por delegação. A ADI 1717 estabeleceu que a atividade
primária desses conselhos é o poder de polícia, afinal o que eles fazem é restringir a
sua liberdade profissional para adequá-la aos interesses sociais.
Eles gozam da para fiscalidade -> Capacidade de cobrar tributos. Quando
cobram de seus associados a anuidade.
B) AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL: Possuem tudo que a autarquia
normal possui. O que precisamos ver o que elas tem de especial. Elas se dividem em
dois grupos:
B.1 – UNIVERSIDADES PÚBLICAS: Elas possuem a chamada autonomia
pedagógica. Isso lhe dá mais liberdade que as autarquias comuns. Na escolha dos
seus métodos de ensino ela tem uma liberdade maior. Ex: Escolha dos Dirigentes nas
Autarquias em geral ele é um comissionado escolhido livremente pelos líderes da
administração direta. Já nas Universidades eles são escolhidos pelos próprios
membros da Universidade. Depois de indicado, ele é nomeado pela administração.
Mas não poderá ser exonerado a qualquer tempo pelo Ministério, ele terá um Mandato
fixo (não há exoneração ad nutum).
B.2 –AGÊNCIA REGULADORA: São autarquias criadas para regular a
prestação de serviços públicos que estão nas mãos de particulares. Ex: ANEEL,
ANATEL, ANCINE etc.
Mas o que a torna especial?
1 – O Seu Poder Normativo: Ela tem o Poder de expedir normas gerais e
abstratas dentro dos limites da Lei. Essas normas obrigam os prestadores de serviço
público. Isso ocorre para evitar de que ele corra atrás do lucro e esqueça do interesse
Professor: Moisés Góes
público. Elas fazem isso através de Resolução. Suas resoluções não se aplicam aos
usuários de serviço público, elas se aplicam aos prestadores.
2 – O Dirigente da Agencia é nomeado pelo Presidente da República com
aprovação do Senado Federal. Ele será nomeado para cumprir um Mandato de acordo
com a lei específica de cada agência (isso lhe dá mais liberdade, porque ele não será
exonerado a qualquer momento). Depois que ele sai do mandato ele cumprirá a
quarentena, que em regra é quatro meses, mas pode variar de acordo com a agencia;
durante esse período, ele não pode prestar nenhum serviço em nenhuma empresa
que seja vinculada a agencia que ele era dirigente. Como ele possui essa restrição,
ele continua recebendo o valor integral do que recebia enquanto dirigente.
3 – PESSOAL: Possui o mesmo regime de qualquer agencia – estatutário.
B.3 – AGÊNCIA EXECUTIVA: Ela é criada por lei específica como uma
autarquia comum. Ela é igual e presta serviço público normalmente. Ocorre que ela
estando ineficiente é chamada pela entidade da administração direta cria-se um
controle de gestão para que possa voltar a ser eficiente, ela apresentará um PLANO
ESTRATÉGICO DE REESTRUTURAÇÃO, em troca ela vai ganhar um status de
agencia executiva. É temporário, porque ela ganha isso enquanto durar o contrato de
gestão. Com isso ela ganha mais autonomia financeira, mais orçamento e isso dá a
ela mais autonomia administrativa.
Logo: Não há lei especial a criando. Ela é criada comum como qualquer
autarquia. O status é contratual. Após a celebração do contrato de gestão ela pode se
qualificar como agencia executiva através de um decreto. Sendo assim, extingue-se
o status através de decreto também, não precisa de lei (cuidado pra criar a autarquia
é criada por lei, a mudança de status que não é).
Muito criticada, porque você está premiando o ineficiente.
Ela tem base constitucional no art. 37, parágrafo oitavo, CF e no art. 51 da
Lei 9649.
Importante ressaltar que a vedação prevista nos dois primeiros itens acima
(autoridades do Governo, dirigente de partido político e membro do Legislativo)
estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das
pessoas nele mencionadas.
LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 28 a 84
A Lei das Estatais passou a disciplinar a realização
de licitações e contratos no âmbito das empresas públicas e sociedades de
economia mista, independentemente da natureza da atividade
desempenhada (prestadora de serviço ou exploradora de atividade econômica).
Consequentemente, a Lei 8.666/93 deixou de ser aplicada a essas
entidades, salvo nos casos expressamente descritos na própria Lei 13303 (normas
penais e parte dos critérios de desempate).
Por outro lado, o pregão, conforme disciplinado na Lei 10.520/2002, será
adotado preferencialmente, nas empresas públicas e sociedades de economia
mista, para aquisição de bens e serviços comuns.
Professor: Moisés Góes
Portanto, agora, as estatais não vão mais utilizar as modalidades de
licitação previstas na Lei 8.666/93 (convite, concorrência, tomada de preços, concurso
e leilão), e sim os procedimentos previstos na Lei 13303, sendo que, para a aquisição
de bens e serviços comuns, elas devem adotar preferencialmente o pregão.
Outros aspectos importantes sobre licitações e contratos previstos na Lei
13303 são:
Prazos para divulgação do edital conforme o critério de julgamento
empregado (art. 39);
QUESTÕES FGV
01 – (2018 – ASSISTENTE LEGISLATIVO – CAMARA DE SALVADOR/BA) A Administração Pública
Indireta decorre da descentralização de serviços e consiste na instituição, pelo Estado, por meio de lei,
de uma pessoa jurídica a quem se atribui a titularidade e execução de determinado serviço público,
como é o caso de uma:
A - concessionária que presta serviço público essencial para um município;
B - fundação privada que tem por objeto a capacitação e a atualização de profissionais na área da
educação;
C - empresa pública que tem personalidade jurídica de direito público;
D - Câmara Municipal que tem função precípua de produzir legislação em nível municipal;
E - sociedade de economia mista que tem personalidade jurídica de direito privado.
05 – (2017 - SEPOG) Quando o Estado recorre à edição de uma lei, no intuito de criar uma entidade e
transferir determinado serviço público para esta entidade, ocorrerá:
(A) descentralização por delegação.
(B) descentralização por outorga.
(C) desconcentração.
(D) controle finalístico.
(E) divergência administrativa.
06– (2017 - SEPOG) Na Administração Publica federal brasileira encontra-se a existência de entidades
denominadas autarquias.
Quanto às autarquias, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Devem ser criadas por lei.
(B) Possuem personalidade jurídica própria.
(C) Estão subordinadas hierarquicamente ao seu órgão supervisor.
(D) Compõem a Administração Publica indireta.
(E) Têm patrimônio próprio.