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Administração Pública:
→ conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações
jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir;
→ regula as atividades administrativas do estado e as relações em que há a participação do estado
(Adm Pública com o particular);
→ regula as seguintes relações:
(1) Adm Púb Direta x Adm Púb Indireta;
(2) Estado x particulares interessados em licitações públicas;
(3) Estado x coletividade (Poder de Polícia);
->Estrutura da Administração Pública: a Administração Pública se divide em direta e indireta;
Órgãos Públicos:
→ centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, por meio de
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem;
→ exemplos: Comando do Exército, AMAN, 57º BIMtz, Secretaria da Receita Federal;
→ os Órgãos Públicos NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA = não
podem demandar ou serem demandados em juízo (não pode ser acionado na justiça) = ou seja =
se um OP causa prejuizo a algo/alguém, quem responde por isso não é o próprio órgão, e sim o ente
estatal (no caso desses OP) a qual esse órgão está subordinado (o ente que o criou) = quem tem
personalidade jurídica são os entes estatais;
→ os OP tambem não têm capacidade contratual = não pode realizar contratos administrativos
→ existem 2 técnicas de organização administrativa = DESCONCENTRAÇÃO (entes estatais e
OP = Adm Pub direta) e DESCENTRALIZAÇÃO (entidades administrativas = Adm Pub indireta);
→ desconcentração: técnica utilizada para a criação dos OP = a criação e extinção dos OP se dão
por lei usando essa técnica = a desconcentração é uma especialização da função estatal sem
criar outra pessoa jurídica (porque pessoa jurídica tem personalidade jurídica);
→ o OP é uma unidade de atuação = é por intermédio dele que os entes estatais vão manifestar
sua vontade = como não tem personalidade jurídica, um OP não pode demandar nem ser
demandado em juízo = exemplo: uma viatura do EB bateu em um carro e causou danos a uma
pessoa; quem vai ser demandado, acionado na justiça, arcar com os prejuizos, é o ente estatal que
criou esse órgão / a que esse órgão esta subordinado; outro exemplo: um militar, na favela, avistou
de longe um homem que parecia estar com uma metralhadora, atirou nele, o matou e depois
descobriu que na verdade o que ele segurava não era uma arma = quem vai ser demandado não é o
OP, pois ele não tem personalidade jurídica = toda ação realizada por intermédio do seu agente
público está manifestando a vontade do ente estatal, logo, a responsabilidade será imputada ao
seu ente estatal;
(2) OP AUTÔNOMOS:
→ se subordinam diretamente aos órgãos independentes;
→ localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a
seus chefes;
→ têm ampla autonomia técnica, administrativa e financeira; possuem funções de
planejamento, supervisão, coordenação e controle em suas áreas de atuação;
→ exemplos: os Ministérios (MD, MS), as Secretarias de Estado (secretaria de saúde, secretaria de
segurança pública) e de Município e demais órgãos subordinados diretamente aos Chefes de
Poderes;
→ seus dirigentes (ministros), em regra, não são funcionários, mas sim agentes políticos
nomeados em comissão = podem ser exonerados e nomeados a qualquer momento = livre
nomeação e livre exoneração = por exemplo Cmt EB;
(3) OP SUPERIORES:
→ aqueles que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua
competência específica, mas sempre estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de
uma chefia mais alta;
→ exemplos: Gabinetes, Secretárias-gerais, Procuradorias Administrativas, Departamentos,
Comando do Exército;
→ não possuem autonomia administrativa e financeira;
(4) OP SUBALTERNOS:
→ todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder
decisório e predominância de atribuições de execução;
→ exemplos: Repartições públicas, OM (AMAN, DECEX, DESMIL, COTER, 20 B Log PQDT);
base da piramide adm;
→ apenas um executante = órgãos de execução;
Administração Pública Indireta:
→ composta por entidades que, por meio de descentralização de competências do governo, foram
criadas para desempenhar papéis nos mais variados setores da sociedade e prestar serviços à
população;
→ essas entidades possuem personalidade jurídica própria e, muitas vezes, recursos próprios,
provenientes de atividades que geram receitas;
→ estrutura: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas = entidades administrativas;
→ as entidades administrativas também podem criar (por desconcentração) órgãos publicos
(!!) = exemplo: Caixa Econômica Federal tem seus órgãos; esses OP serão subordinados à entidade
administrativa que o criou = não terão personalidade jurídica = se um OP da CEF causar algum
prejuízo, quem será demandado é a entidade a qual está subordinado = própria CEF;
→ as entidades administrativas que integram a Adm Pub indireta são criadas por descentralização,
e não se subordinam ao ente estatal = a relação entre eles é de vinculação , ou também chamado
de supervisão ministerial = se uma autarquia é da União, ela está vinculada a um Ministerio da
União (supervisão ministerial) = terão autonomia administrativa, financeira, política, porém
sofrerão controle, por exemplo, da própria União (TCU);
Autarquias:
→ pessoa jurídica de direito público;
→ regime juridico = quem trabalha são os servidores estatutário;
→ possuem bens públicos, impenhoráveis, não podem ser usucapidos (sofrer usucapião);
→ só pode ser criada por lei específica com patrimônio e receita próprias para executar atividades
típicas de Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada;
→ possui vinculação administrativa com seu ente instituidor;
→ classificação federativa: autarquia da união, estadual, distrital, municipal;
→ presidente define se quer criar, por exemplo, um OP pra exercer tal serviço ou uma entidade
administrativa;
→ descentralização = criação de uma pessoa juridica transferindo para ela a titularidade e a
execução do serviço (na Adm Pub direta o ente estatal mantém a titularidade, não a transfere);
→ competência (acionar/ser acionado na justiça, demandar alguém ou ser demandado em juízo) =
se for uma autarquia federal = pra você acioná-la ou para ela demandar alguém em juizo, deve o
fazer obrigatoriamente pela Justiça Federal; se for uma autarquia estadual, municipal, é pela
Justiça Comum Estadual;
→ as autarquias possuem algumas prerrogativas e benefícios:
(1) Imunidade Tributária:
→ é vedada a cobrança de imposto sobre bens serviços e rendas (carros do INSS, por exemplo,
não precisam pagar IPVA; imóvel utilizado pela ANATEL não paga IPTU);
(2) Imunidade de Caráter Processual:
→ duplo grau de jurisdição = se a autarquia perdeu na justiça, obrigatoriamente a procuradoria vai
recorrer = tem o prazo em dobro pra recorrer;
Empresas Públicas:
→ pessoa jurídica de direito privado;
→ constituída obrigatoriamente por capital exclusivamente público;
→ empregados públicos seletistas;
→ podem exercer 2 tipos de atividades: atividades gerais econômicas (de caráter excepcional)
ou realizar a prestação de serviço público (é a regra), por meio da descentralização da execução
do serviço;
→ a lei autoriza sua criação e sua criação ocorrerá quando os atos constitutivos forem
REGISTRADOS por órgão competente (cartório ou junta comercial) = se for prestação de
serviço publico (registra em cartório); se for atividades econômicas (registra em junta comercial);
→ em regra, o estado 1º setor não exerce atividade econômica = porém, está previsto em lei que
pode exercer por necessidade e garantia de segurança nacional ou relevante interesse coletivo
= quem pode exercer é Empresa Pública (Caixa Econômica Federal) e Sociedade de Economia
Mista (Banco do Brasil, Petrobras);
→ bens próprios e particulares;
→ podem ter seus bens penhorados e usucapidos, com exceção daqueles que estão sendo
utilizados para prestação de serviço público = se estiverem como empresa estatal prestando
serviço público e o bem estiver sendo utilizado, não pode ser penhorado e nem sofrer usucapião (se
for atividade econômica, pode);
→ exemplos: EBCT, CEF, BNDES, Embrapa, Infraero;
Fundações:
→ se dividem em:
(1) fundações privadas: instituídas por pessoas da iniciativa privada; tem finalidade conforme a
vontade do seu criador; exemplo: Fundação Ayrton Senna;
(2) fundações públicas:
- quando o Estado for o instituidor;
- se dividem em: de Direito Público (mesma coisa que Autarquia) e de Direito Privado;
Entidades Paraestatais:
→ são autônomas;
→ atuam ao lado do estado, auxiliam o estado;
→ têm patrimônio próprio;
→ operam em regime de iniciativa particular, na forma de seus estatutos, a fim de exercerem
atividade de interesse social, ficando sujeitas apenas à supervisão do órgão da entidade estatal a
que se encontrem vinculadas;
→ são os entes de cooperação do Estado;
(1) Serviços Sociais Autônomos (Sistema “S”):
→ entes privados, instituidos por lei para desempenhar atividades assistenciais a determinadas
categorias profissionais;
→ são mantidos mediante contribuições pagas pelas empresas sobre a folha de pagamento dos
funcionários;
→ devem prestar contas ao TCU (por receberem e utilizarem recursos públicos);
→ flexibilidade nos processos licitatórios, desde que observem os princípios das licitações;
→ exemplos: SESC, SESI, SENAI, SENAC;
Responsabilid Regime de
Pessoa Jurídica Criação Finalidades ade Civil Pessoal
(jurídico)
Autarquia Atividades
Público Lei cria típicas do Objetiva Estatutário
Estado
Fundação Privado Lei autoriza + Sem fins Celetista
Pública registro lucrativos
Público Objetiva
(semelhantes às LC – atuação Estatutário
autarquias)
Empresa Prestadora Sv Objetiva
Pública Público CLT
Privado Lei autoriza + (Dirigentes
registro Explora Estatutários)
Atividades Subjetiva
Econômicas
Sociedade Prestadora Sv Objetiva
de Público CLT
Economia Privado Lei autoriza + (Dirigentes
Mista registro Explora Subjetiva Estatutários)
Atividades
Econômicas
Cargo Público:
→ lugar na organização administrativa ocupado pelo servidor, dentro da organização funcional da
Administração Pública;
→ conjunto de atribuições e responsabilidades específicas que possui um agente público, ligando à
Administração;
→ se dividem em cargos de provimento efetivo (concursados) e os de provimento em comissão
(aquele que é nomeado / exonerado conforme a discricionariedade de, por exemplo, presidente,
governador = secretário de estado);
→ onde haverá cargo público? = nas pessoas jurídicas de direito público (entes estatais, OP
criados por descentralização por entes estatais, nas autarquias e nas fundações púbicas de direito
público);
Função Pública:
→ atividade em si;
→ inúmeras tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pelos servidores públicos;
→ função de apoio, função de direção, função técnica;
→ pode ser exercida sem estar revestida da conotação de cargo = nem toda função pública,
implica exercício de cargo (toda pessoa que ocupar um cargo ou emprego público vai
obrigatoriamente exercer uma função pública, mas nem toda pessoa que exerce uma função pública
ocupa cargo ou emprego público;
→ exemplo: contratos temporários da Administração = mesário (está exercendo uma função
pública sem vínculo empregativo e sem ser remunerado);
Emprego Público:
→ vínculo contratual entre o servidor celetista e as pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da administração pública indireta = EP, SEM, Fundação Pública de direito público e os
OP por elas criados;
→ quando a função pública é exercida com base num contrato regido pela CLT = contratação de
servidores sob o regime da legislação trabalhista;
→ quem exerce o emprego público é o empregado público = celetista;
Agentes Públicos:
→ pessoa física / ser humano que ocupa um cargo público ou emprego público desempenhando
uma função pública
→ todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades federativas;
→ agente público pode ser de fato ou de direito: de direito = há um vínculo formal com a
administração; de fato = pessoa que de forma transitória, sem vínculo empregadiço, exerce uma
função pública (pode ser putativo ou necessário);
→ classificação: agentes políticos, agentes particulares em colaboração, servidores públicos e
militares;
(4) Militares:
→ pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas e as Polícias e Corpos de Bombeiros
Militares dos Estados, Distrito Federal;
→ têm vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelo
Estado;
→ esse regime é definido por legislação própria, que estabelecem normas de ingresso, estabilidade,
prerrogativas etc;
→ há militares dos Estados e DF (art. 42 e parágrafos, CF), e militares das Forças Armadas,
integrantes da União (art. 142, §3º, CF);
Poderes e deveres do administrador público:
→ aqueles expressos em lei e pela moral administrativa, além dos exigidos pelo interesse da
coletividade;
→ poderes e deveres do poder executivo;
Poderes Administrativos:
(1) Poder Discricionário:
→ aquele que o Direito concede à Adm, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos
adm com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo = flexibilidade que
o administrador tem;
→ prerrogativa concedida aos agentes administrativos de elegerem, entre várias condutas
possíveis, a que traduz maior conveniência (condições em que vai se conduzir o agente) e
oportunidade (momento em que a atividade deva ser produzida) para o interesse público;
→ o ato discricionário, quando autorizado pelo Direito, é legal e válido = assim não sendo, ele
passa a ser meramente arbitrário, portanto ilegítimo e inválido;
→ exemplo: reengajamento de praça não estabilizada;
Serviços Públicos:
→ toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito
público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade;
→ descentralização:
(1) delegação legal: criação ou autorização de pessoa jurídica, através de lei, para exercer o
serviço; exemplo: EBCT;
(2) delegação negocial: transferência da execução do serviço a particulares, por meio de um
negócio jurídico (concessão e permissão); exemplo: transporte coletivo, fornecimento de energia
elétrica e telefonia;
(2) Impessoalidade:
→ dever de agir de forma impessoal, abstrata e genérica;
→ atuação da Adm deve ser impessoal, não importando a pessoa interessada;
→ ato deve ser praticado a bem do interesse coletivo, ser revestido de finalidade pública;
→ quando o administrador foge ao interesse público = desvio de finalidade (invalida o ato);
→ teoria da imputação volitiva: vontade do agente público se confunde com a da própria pessoa
jurídica estatal = as ações cometidas pelos agentes e servidores públicos são atribuídas à pessoa
jurídica a que ele esteja ligado; como a responsabilidade é do órgão ou ente público, é ele quem
deve sofrer ação caso a conduta do servidor cause prejuízo a alguém;
(3) Moralidade:
→ é proibido a atuação da administração se distanciar da moral, princípios éticos, boa fé e lealdade;
→ ato adm deve atender não só às leis jurídicas, mas também às leis éticas = nem tudo que é
legal é honesto e moral;
→ se faltar moralidade, o ato é inválido, ilegal;
(4) Publicidade:
→ a Administração Pública é obrigada a dar conhecimento ao público, pelos mais variados
meios de comunicação previstos em lei, de todos os seus atos, decisões e atividades, a fim de
permitir não só o controle interno, mas também o externo, de sua obediência aos demais princípios
da Administração;
→ possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos;
→ dá eficácia ao ato = ato apenas produz efeito após se tornar público, por órgão oficial;
(5) Eficiência:
→ Administração Pública deve funcionar de forma mais proativa, preocupada com seu desempenho
e em alcançar resultados cada vez mais positivos, procurando a busca pela maior produtividade;
→ procura de produtividade e economicidade, exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro
público = execução dos serviços com presteza, perfeição e rendimento profissional = qualidade
e menor gasto possível;
→ tem dois entendimentos possíveis:
(1) diz respeito ao agente público, que não pode atuar amadoristicamente, devendo buscar a
consecução do melhor resultado possível;
(2) também refere-se à forma de organização da Administração Pública, que deve atentar para os
padrões modernos de gestão da administração, vencendo o peso burocrático, atualizando-se e
modernizando-se;
Princípios Infraconstitucionais:
(1) Razoabilidade:
→ esse princípio atinge a conduta do administrador; tem a finalidade de limitar seu campo de
atuação (pra que ele não “perca a mao” em alguma decisão) = a discricionariedade do
administrador não pode servir para tornar imunes atos absurdos, que vão contra a lei e a
finalidade pública;
→ conduta razoável = se situa dentro de limites aceitáveis;
→ cabe à Administração Pública verificar a adequação entre meios e fins, sendo vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias
ao atendimento do interesse público;
→ exemplo: um fiscal de vigilância sanitária possui competência para a prática de atos que vão
desde a multa aplicada a um estabelecimento comercial até a sua interdição. Entretanto, o fiscal
deve atuar observando alguns parâmetros quanto à sanção que ele pode impor junto ao particular,
como por exemplo, não seria razoável a interdição de um restaurante em função da existência de um
pacote de macarrão com prazo de validade vencido = daí a constatação de que o princípio da
razoabilidade se refere ao poder discricionário;
(2) Proporcionalidade:
→ é um aspecto da razoabilidade;
→ se refere à dosagem = tomar uma atitude proporcional a determinado fato que aconteça =
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;
→ equilíbrio entre o ato praticado e os fins que se deseja alcançar;
→ divide-se em 3 sub-princípios:
a) adequação: o quê? = a medida adotada é apropriada para garantir os objetivos pretendidos?
b) necessidade: como? = o meio adotado vai implicar nas menores consequências negativas para o
particular?
c) proporcionalidade (em sentido estrito): medida, dosagem = decisão se o meio adotado é ou não
proporcional em relação ao objetivo pretendido;
→ exemplo: julgar uma cama mal arrumada pela primeira vez como licenciamento a bem da
disciplina = desproporcional;
(3) Contraditório:
→ a Adm Pub está obrigada a dar ciência da existência do processo e de seu conteúdo ao
interessado;
→ a plenitude do contraditório não está apenas em intimar a parte para manifestar-se e ouvi-la = é
preciso deixar que a mesma influa no convencimento do julgador;
→ ciência e manifestação de todos os atos do processo;
→ direito à adequada resistência às pretensões adversárias;
→ garantia de que ninguém pode sofrer os efeitos de uma sentença sem ter tido a possibilidade
de ser parte do processo do qual esta provém, ou seja, sem ter tido a possibilidade de uma efetiva
participação na formação da decisão judicial (direito de defesa);
→ direito que uma pessoa tem de se opor àquilo que está sendo imputado a ela;
(6) Motivação:
→ exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas
decisões: a causa, os elementos determinantes da prática do ato administrativo e o dispositivo legal
no qual tem fundamento;
→ tem relação com o princípio do devido processo legal;
→ o que é necessario se justificar de por que se está intimando alguém = pra julgar alguém, não se
pode tirar a liberdade e alguns direitos sem dar motivo ou estar embasado;
(8) Autotutela:
→ Adm Pub pode anular seus próprios atos, não dependendo do poder judiciario, quando estes se
tornarem ilegais, errôneos, viciados;
→ ou podem também revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos aquiridos e ressalvada a apreciação judicial;
→ exercício do princípio da legalidade, ou princípio do autocontrole = se eu estou cometendo um
ato ilegal, errado, posso corrigir;
Fato Administrativo:
→ acontecimentos que independem da manifestação de vontade da administração pública, porém,
acabam por produzir efeitos jurídicos / influência / consequências no direito administrativo;
→ exemplo: morte de servidor, queda de árvore sobre repartição pública;
Ato da Administração:
→ atos praticados pela Adm Pub;
→ incluem atos Adm, atos de Governo, atos Legislativos, contratos Adm;
→ nem todo ato da administração é um ato administrativo, mas todo ato administrativo é um
ato da administração;
Ato Administrativo:
→ toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade
(supremacia do interesse público), tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si
própria, com a finalidade de atender ao interesse público.
→ exemplo: multas de trânsito, certidões, decretos, regulamentos, portarias, licenças, autorizações,
requisições;
→ é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob o regime jurídico de direito público e sujeita ao controle pelo
Poder Judiciário;
→ manifestação da vontade da Adm Pub;
→ praticada pela Adm Pub ou pelo preposto;
→ sob o regime do direito público;
→ submissão ao controle judicial;
(2) Imperatividade:
→ significa que os atos administrativos se impõe a terceiros, independente da concordância destes;
→ não está presente em todos os atos (pareceres, certidões, laudos), mas tão somente naqueles que
impõe obrigações ou restrições ao administrado;
→ exemplo: desapropriação e tombamento de imóvel;
(3) Autoexecutoriedade:
→ admite que o ato seja imediatamente executado e seu objeto imediatamente alcançado,
independente de qualquer outorga do Judiciárioa = a Administração Pública não precisa socorrer-
se do Poder Judiciário para por em execução o ato expedido: ela própria executa
materialmente o ato;
→ para estar presente em um ato, deve ser prevista expressamente em lei, e, ainda, se tratar de
situação de urgência.
→ exemplo: dissolução de uma passeata, interdição de um estabelecimento, apreensão de
medicamentos com prazo de validade vencido, cassação de licença para dirigir;
(4) Exigibilidade:
→ atributo através do qual o Estado, no exercício da função pública, pode exigir do particular o
cumprimento das obrigações que impôs;
→ na exigibilidade se impele a obediência à obrigação através dos meios indiretos de coerção;
→ exemplo: licenciamento de automóvel (indiretamente as multas);
(5) Tipicidade:
→ atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei
como aptas a produzir determinados resultados;
→ Princípio da Legalidade;
→ a tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais;
Classificação dos atos administrativos quanto ao destinatário:
(1) Atos gerais ou normativos:
→ expedidos sem destinatários determinados;
→ alcançam a todos que se encontrem na mesma situação jurídica;
→ exemplos: regulamentos; instruções normativas; editais de concurso, portarias;
(2) Atos individuais:
→ dirigidos a destinatários certos, individualizados, mesmo coletivamente;
→ podem ser impugnados pelos interessados quanto à legalidade (via administrativa ou judicial);
→ exemplo: licença para construção, demissão, punição, nomeação, designação de comissões;
Mérito Administrativo:
→ o poder discricionário da Administração constitui-se no mérito administrativo;
→ poder conferido, pela lei, ao agente público, para que ele decida sobre a oportunidade e
conveniência de praticar determinado ato discricionário;
→ espécie de ato aplicável;
→ este poder somente se aplica aos atos discricionários;
(2) Subjetiva:
→ ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato;
→ exemplo: porte de arma extingue-se com o falecimento do particular;
(3) Objetiva:
→ ocorre quando depois de praticado o ato desaparece seu objeto;
→ exemplo: ato de interdição de estabelecimento é desfeito se este vem a ser fechado;
(4) Caducidade:
→ extinção do ato administrativo por lei superveniente que impede a manutenção do ato
inicialmente válido;
→ exemplo: permissão para uso de um bem público, em face de nova lei que proíbe tal uso por
particular, ato anterior extingue-se;
(7) Revogação:
→ supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada privativamente pela
Administração, por ter se tornado inconveniente e inoportuno ao interesse público = não atender
mais ao interesse público;
→ é realizada pela Administração (e somente por ela) por não mais lhe convir sua existência;
→ produz efeitos ex nunc = seus efeitos operam a partir do presente, porque desfazem atos
dotados de legalidade;
→ o ato de revogação é irretroativo, pois incide sobre ato legal que produziu efeitos válidos =
revogação não atinge efeitos já produzidos pelo ato revogado, que permanecem no mundo
jurídico, cessando os efeitos deste do momento da revogação para o futuro;
→ atos vinculados não são revogados;
(8) Cassação:
→ atos originalmente legítimos, que se tornaram ilegais na sua execução, podendo ser cassados;
→ é uma sanção ao particular que deixou de cumprir as condições exigidas para a manutenção do
ato;
→ exemplo: cassação de licença para o exercício de uma determinada profissão, quando o
profissional incorre em alguma hipótese em que a lei autoriza a medida;
(9) Contraposição:
→ edição posterior de ato administrativo que esvazia o conteúdo do ato precedente, por se
contrapor a este;
→ existirá sempre que determinado ato administrativo extinguir ato precedente, independentemente
de expressa revogação;
→ exemplo: o ato de exoneração tem efeitos contrapostos ao ato de nomeação;
assunto: Sindicância
Sindicância:
→ procedimento formal, apresentado por escrito, que tem por objetivo a apuração de fatos de
interesse da administração militar, quando julgado necessário pela autoridade competente, ou de
situações que envolvam direitos;
Tipos de Sindicância:
(1) Investigativa:
→ quando não há a figura do sindicado, mas apenas do fato a ser apurado;
→ torna-se desnecessária a concessão do prazo para o oferecimento de defesa prévia e para a
apresentação de alegações finais;
(2) Processual:
→ quando, no contexto da apuração de um fato, emergirem indícios de cometimento de
transgressão disciplinar ou situação ampliativa ou restritiva de direitos de qualquer pessoa;
→ o sindicante certificará o seu entendimento nos autos procedendo a respectiva notificação do
interessado para interrogatório já na condição de sindicado, e para, nessa condição, apresentar
defesa prévia e requerer o que julgar de direito, devendo-se, no prosseguimento dos trabalhos, ser
observado o rito nestas IG para assegurar o direito ao contraditório e ampla defesa;
Procedimentos:
(1) TERMO DE ABERTURA: lavrar o termo de abertura da sindicância;
(2) Juntar aos autos os documentos por ordem cronológica, numerando e rubricando as folhas no
canto superior direito, a partir do termo de abertura;
(3) Indicar na capa dos autos, além da Numeração Única do Processo (NUP), seus dados de
identificação, os do sindicado, se houver, e o objeto da sindicância;
(4) DESPACHOS: regular as ações a serem desenvolvidas no contexto da sindicância através de
despachos (elencar todos os documentos que vai produzir, procedimentos que vai tomar; cada item
do despacho é um documento que o sindicante vai produzir; ex: DIEx 001 = notificar cmt cia);
(5) NOTIFICAÇÃO PRÉVIA: promover a notificação do sindicado, se houver, para
conhecimento do fato, que lhe é imputado, acompanhamento do feito, ciência da data de sua
inquirição, possibilidade de defesa prévia e de requerer a produção e juntada de provas;
(6) fazer constar, nos pedidos de informações e nas requisições de documentos, referências
expressas ao fim de que se destinam e à prioridade na tramitação (normal, urgente ou
urgentíssima);
(7) juntar, mediante termo ou despacho na própria peça ou carimbo de “JUNTE-SE”, todos os
documentos recebidos; os documentos produzidos pelo sindicante serão anexados aos autos em
ordem cronológica de produção;
(8) realizar ou determinar, de ofício ou a pedido, a produção ou a juntada de todas as provas que
entender pertinentes ao fato a ser esclarecido;
(9) TERMO DE ENCERRAMENTO DE INSTRUÇÃO: encerrar a instrução do feito com o
respectivo termo, notificando o sindicado, quando houver, para vista dos autos e apresentação das
alegações finais;
(10) RELATÓRIO: encerrar a apuração com um relatório completo e objetivo, contendo o seu
parecer conclusivo sobre a elucidação do fato, o qual deverá ser apresentado em quatro partes:
introdução, diligências realizadas, parte expositiva e parte conclusiva (mais importante);
(11) TERMO DE ENCERRAMENTO: elaborar o termo de encerramento dos trabalhos atinentes
ao feito;
(12) DIEX DE REMESSA: remeter os autos à autoridade instauradora (ofício de remessa);
(13) a observância dos procedimentos estabelecidos neste artigo não obsta a adoção de outras
medidas específicas que sejam necessárias em razão das peculiaridades do objeto da sindicância
(Parecer Técnico);
(14) quando se tratar de apuração de acidentes com viatura, material bélico, material de
comunicações e outros, deverão ser observadas as normas específicas de cada órgão de apoio;
obs.: pode ter outros despachos, juntadas, etc = dependendo dos documentos da sindicância;
Prazos resumidos:
→ conclusão: 30 dias corridos;
→ notificação prévia: 3 dias úteis;
→ defesa prévia: 3 dias úteis;
→ alegações finais: 5 dias corridos;
→ solução: 10 dias úteis;
→ solicitação de prorrogação: até 48h antes do último dia do prazo de conclusão;
→ prorrogação: até 20 dias;
Participantes:
→ Autoridade nomeante: militar competente instaurador da sindicância;
→ Sindicante: encarregado da sindicância, que será oficial, subtenente ou sargento aperfeiçoado de
maior precedência hierárquica que o sindicado;
→ Sindicado: pessoa envolvida no fato a ser esclarecido, cujo desfecho poderá vir a afetar seus
direitos;
→ Testemunha: pessoa que presta esclarecimentos acerca do fato;
→ Técnico ou pessoa habilitada: aquele que for indicado para proceder exame ou emitir parecer;
→ Denunciante ou ofendido: aquele que, mediante apresentação de documento hábil ou
declaração reduzida a termo, provoca a ação da Administração Militar;
→ Escrivão: auxiliar do sindicante, nos casos de maior complexidade que será designado, a critério
da autoridade nomeante;
Disposições Gerais:
→ o denunciante ou ofendido deverá ser ouvido em primeiro lugar, sendo-lhe informado sobre
as consequências do seu ato;
→ o denunciante ou ofendido poderá apresentar ou oferecer subsídios para o esclarecimento do
fato, indicando testemunhas, requerendo a juntada de documentos ou indicando as fontes onde
podem ser obtidos;
→ caso a presença do sindicado cause constrangimento ao denunciante ou ofendido ou à
testemunha, o sindicante poderá proceder a inquirição em separado, dando ciência ao sindicado do
teor das declarações, tão logo seja possível;
→ a ausência do sindicado no seu interrogatório não obsta o prosseguimento dos trabalhos, porém
deve o fato ser certificado nos autos e, se militar, informado ao seu comandante para as medidas
disciplinares cabíveis;
→ o não atendimento da notificação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a
renúncia a direito pelo sindicado;
→ quando a testemunha deixar de comparecer para depor, semjusto motivo, ou, comparecendo, se
recusar a depor, o sindicante lavrará termo circunstanciado, mencionará tal fato no relatório e, em se
tratando de militar ou servidor público, providenciará a informação dessa situação à autoridade
militar ou civil competente;
→ a testemunha, após qualificada, prestará, na forma da lei, o compromisso de dizer a
verdade sobre o que souber e lhe for perguntado;
→ quando a residência das partes estiver situada em localidade diferente daquela em que foi
instaurada a sindicância, no país ou no exterior, a inquirição poderá ser realizada por meio de
carta precatória, expedida pelo sindicante;
→ no caso de expedição de carta precatória, o sindicado deverá ser notificado para, querendo,
apresentar, no prazo de 3 dias úteis, os quesitos que julgar necessários ao esclarecimento do fato
objeto da sindicância;
→ as testemunhas serão ouvidas, individualmente, de modo que uma não conheça o teor do
depoimento da outra;
→ o depoente não será inquirido por mais de 4 horas contínuas, sendo-lhe facultado descanso de
trinta minutos, sempre que tiver que prestar declarações além daquele tempo;
→ o depoimento não concluído até às 18 horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em
hora indicada pelo sindicante, salvo casos excepcionais inadiáveis;
→ se não houver expediente no dia seguinte, a inquirição será adiada para o primeiro dia em que
houver;
→ o denunciante ou ofendido e o sindicado poderão indicar cada um, até três testemunhas,
podendo o sindicante, se julgar necessário à instrução do procedimento, ouvir outras testemunhas;
→ nas inquirições em geral, o sindicante poderá, quando as circunstâncias assim o indicarem,
providenciar a presença de duas testemunhas instrumentárias para assistirem ao ato, as quais
prestarão compromisso de guardar sigilo sobre o que for dito na audiência;
→ as testemunhas do denunciante ou ofendido serão ouvidas antes das testemunhas do
sindicado;
→ será admitida a realização de acareação sempre que houver divergência em declarações
prestadas sobre o fato;
→ se menor de 18 anos, o sindicado deverá ser acompanhado por seus pais ou responsáveis;
→ o sindicado e o denunciante ou ofendido, se houver, devem ser notificados da solução da
sindicância, juntando-se tal notificação aos autos;