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CAMPUS BANGU/SANTA CRUZ

DIREITO ADMINISTRATIVO II
Aula 2
AUTARQUIA

CONCEITO

Autarquia é uma PJ de direito público, é criada ou extinta por lei, tem finalidade própria, não tem fins
lucrativos, é sujeita a controle pela administração direta.

Tem como objetivo desenvolver atividades típicas de estado, não se pode dar a qualquer pessoa.

Regime da autarquia é praticamente o mesmo da administração direta. Então qual a diferença? Ela não é da
direta, pois a direta é ente político, tem capacidade política. A autarquia não. Ela é administrativa, serve para
administrar, não tem aptidão ou capacidade política.

JSCF: PJ de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções
que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.

Personalidade Jurídica (JSCF): sendo criadas por lei, tem o início de sua existência no mesmo momento
em que se inicia a vigência da lei criadora (estreita conexão com o princípio da legalidade).

Os seus negócios, patrimônios e recursos são próprios, haja vista que desfrutam de personalidade jurídica
própria e autonomia técnica, financeira e administrativa, independentemente de sua origem. Seu patrimônio pode
ser transferido pela Administração Direta ou adquirido pela autarquia diretamente, enquanto as receitas podem
ser oriundas do orçamento e de sua própria atividade.

AUTARQUIAS TERRITORIAIS ( Territórios)

O território tem finalidade política. É incompatível com a finalidade da AUTARQUIA. O território foi
colocado como autarquia, por não ter onde colocar. Foi uma decisão histórica, de momento.

AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL

Conceito e histórico

É uma autarquia. Tudo que já vimos até agora serve para esta, porém ela ganhará algumas peculiaridades.

Foram utilizadas inicialmente para nossas Universidades Públicas, em que o reitor é escolhidopor eleição,
discentes, docentes e funcionários elegem, tem uma escolha de dirigente diferente daautarquia normal, em que o
dirigente é escolhido pelo chefe do executivo que nomeia e exonera quandoquiser.

E em razão da autonomia pedagógica (montam seu sistema de ensino). Por isso, eram ditas e são ditas
ainda autarquias de regime especial.
A partir de 1995, o governo brasileiro instituiu a Política Nacional das Privatizações. Estado privatizou
algumas empresas, vendeu-as. Neste contexto, alguns serviços foram transferidos ao particular, mas não
efetivamente vendidos, foram transferidos na execução e não verdadeiramente privatizados.

Então, o Estado percebeu que este termo não servia para todas as situações, pois nem todas estavam sendo
vendidas, em algumas vezes fazia-se concessão, o que começou a chamar de desestatizações. Em algumas, então, o
serviço continuava público, mas transferido ao particular. Com a introdução da Política Nacional das
DESESTATIZAÇÕES (termo mais correto), o Brasil vê a necessidade de que sendo transferido o serviço ao
particular, o serviço deve ser fiscalizado, controlado, então se cria as agências reguladoras. Estas nada mais são
que autarquias de regime especial, as quais irãofiscalizar.

Privatização # desestatização  vender a execução # transferir a execução

Agência reguladora

Função é a mesma que o estado já exercia. O que faz ela ter essa especialidade de “regime especial”?
Regime especial está ligado a FUNÇÃO da agência reguladora.

Têm as seguintes prerrogativas:

1ª Poder normativo técnico;

2ª Independência administrativa;

3ª Autonomia decisória;

4ª Autonomia econômico-financeira.

Vejamos:

Prerrogativa: Poder normativotécnico.

Regulamentar, fiscalizar, regular as diversas atividades. Esta função é uma função que define normas
técnicas complementares à previsão legal. A agência não tem autonomia política, então todo onormatizar da
agência se restringe a normas técnicas e normas técnicas complementares à previsãolegal, ela não pode fugir do que
está previsto em lei.

José dos Santos Carvalho Filho (JSCF): Retrata um poder regulamentar mais amplo, porquanto tais normas
se introduzem no ordenamento jurídico como direito novo (iusnovum).

Para que a agência tenha essa função, para que seja realmente eficiente, ela precisará de mais autonomia
que as demais autarquias.

JSCF: esse fenômeno, já conhecido em outros sistemas jurídicos, tem sido denominado de
“deslegalização”, considerando que a edição de normas gerais de caráter técnico se formaliza por atos
administrativos regulamentares em virtude de delegação prevista na respectiva lei.
Agências executivas

Nasceram pela lei 9649/98 - não é uma leitura obrigatória. Esta lei cria as agências executivas nas seguintes
situações:
Natureza: Nada mais é do que uma autarquia ou fundação pública. Sendo que esta autarquia ou fundação
pública estava precisando se tornar eficiente e para isso realizou um plano estratégico dereestruturação. Ideal da
agência executiva foi a busca pela eficiência.

Para buscar essa eficiência é elaborado um plano estratégico de reestruturação, com ele, a agência vai até
a administração direta e celebra um contrato de gestão com o Ministério Supervisor(contrato de gestão surgiu no
nosso ordenamento jurídico para definir aqueles celebrados entre dois entes da administração).

Cuidado: Hoje essa expressão “contrato de gestão”, infelizmente foi banalizada pelo legislador. Há vários
contratos que não tem a ver com esse conceito, que em leis posteriores são chamados de contratos de gestão, por
não ter nome...

Celebra a autarquia/fundação o contrato de gestão com Administração Direta. A autarquia/fundação recebe


da administração Direta:

+ Autonomia.

+ Recurso público ($).

Celebrado o contrato, através de um DECRETO do Presidente da República (PR), será reconhecido o


status de agência executiva.

Este status é TEMPORÁRIO. Encerrado o contrato, a agência executiva, volta a ser autarquia/fundação.

Exemplo: de agência executiva: ADA, ADENE, INMETRO.

Críticas da doutrina: Obrigação da agência é ser eficiente. Prestigia pessoas da administração que estão
ineficientes, dando mais dinheiro e mais autonomia, garantindo mais do que a própria lei que as criou.

Agência Reguladora # Agência Executiva

A base da atuação da agência executiva é a OPERACIONALIDADE, ou seja, visam à efetivaexecução e


implementação da atividade descentralizada, diversamente da FUNÇÃO DE CONTROLE,esta alvo primordial
das agências reguladoras (função precípua de exercer controle sobre particulares prestadores de serviços públicos).

EMPRESAS ESTATAIS (Sociedade de Economia Mista e EmpresaPública)

INTRODUÇÃO

Nem toda empresa que o Estado tenha parte, ou que o Estado é dono, configura-se empresa pública ou
sociedade de economia mista. Para ser tal tem que ter tratamento próprio, regime próprio.

Regime Jurídico é o mesmo para empresas públicas e para as sociedades de economia mista.

OBS: nem sempre empresa estatal será SEM ou EP, nem sempre estará na administração, existem empresas
estatais que estão fora.
Empresa paraestatal ( Serviço social autônomo, Sesi, Senai, Sesc).
EMPRESA PÚBLICA (CARACTERÍSTICASGERAIS)

Natureza jurídica: pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO. O nome “pública” diz respeito ao CAPITAL.

Não é um regime TOTALMENTE privado. Terá parte pública e parte privada (“regime híbrido”,misto),
mas é pessoa de direito privado.

Capital EXCLUSIVAMENTE público. Isso NÃO significa ser de um único ente, posso ter em uma

empresa pública a união e o estado, autarquia e estado, município e autarquia...

Empresa pública pode ter duas finalidades:

-Pode prestar serviço público;

-Pode explorar atividade econômica.

Pode ser constituída de qualquer modalidade empresarial. Poderia aqui uma Limitada, uma
S.A. (de capital fechado).

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

Natureza jurídica: pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO.

Capital MISTO. Cuidado: MAS, a maioria do capital votante, deve estar nas mãos do poder público.
(Há capital que dá direito a voto e que não dá. Verempresarial: açõesordinárias/preferenciais).
O poder público deve estar no comando, na direção dessa pessoa jurídica.

Finalidades: também presta serviço público ou pode ser exploradora da atividade econômica.

NECESSARIAMENTE deve ser constituída na forma de S.A., sociedade anônima.

EP SEM

Capital exclusivamentepúblico Capital Misto

ConstituiçãoporQUALQUER Constituição NECESSARIAMENTE na


modalidadeempresarial. forma de S.A.

Competência - Art. 109 da CF, EP Competência – não está no art.109 da


federal, competência para julgamento CF, então competência é da JUSTIÇA
dasações. COMUMESTADUAL.

Competência da JUSTIÇA PORÉM, se a União for interessada


COMUM FEDERAL. nesta ação, ela irá para JF, por causa não da
SEM, mas por causa daUNIÃO.

Empresas públicas estaduais e municipais: Justiça Estadual.

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