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DIREITO ADMINISTRATIVO I

III. Teoria Geral da Organização Administrativa


3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES – FIGURAS AFINS

TRANSFERÊNCIA LEGAL DE COMPETÊNCIA


 Forma de desconcentração originária, que se
produz ope legis, enquanto a delegação de poderes
é uma desconcentração derivada, resultante de um
ato do delegante (em conjugação com a lei)

 É definitiva, até que uma lei, porventura,


disponha em sentido contrário, enquanto a
delegação de poderes é precária, pois é livremente
revogável pelo delegante
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3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES – FIGURAS AFINS (cont.)

CONCESSÃO

 Em Direito Administrativo, tem de semelhante com a


delegação de poderes a circunstância de ser um ato
transitivo e de duração em regra limitada
 Difere dela na medida em que tem por destinatário, em
regra, uma entidade privada, ao passo que a delegação de
poderes é dada a um órgão ou agente da Administração
 A concessão destina-se a entregar a empresas o exercício
de uma atividade económica lucrativa, que será gerida por
conta e risco do concessionário, enquanto na delegação de
poderes o delegado passa a exercer uma competência
puramente administrativa
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3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
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DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

 Também tem em vista transferir para entidades


particulares, embora sem fins lucrativos, a gestão
global de um serviço público de carácter social ou
cultural
 Não é esse o objeto nem o alcance da delegação
de poderes
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3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES – FIGURAS AFINS (cont.)

REPRESENTAÇÃO
 Os atos que o representante pratica são realizados em
nome do representado e os respetivos efeitos jurídicos
vão-se produzir na esfera jurídica deste
 Na delegação de poderes, o delegado exerce a
competência delegada em nome próprio
 Os atos que se praticam ao abrigo da delegação
persistem sempre como atos seus e os respetivos efeitos
inserem-se na esfera jurídica da pessoa coletiva pública a
que o delegado pertence
 O delegado não é um representante do delegante, é um
órgão da pessoa coletiva de que faz parte
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3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
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SUBSTITUIÇÃO
 Quando a lei permite que uma entidade exerça
poderes ou pratique atos que pertencem à esfera
jurídica própria de uma entidade distinta, de forma a
que as consequências jurídicas do ato recaiam na
esfera do substituído (caso, por exemplo, da chamada
“tutela substitutiva”), quando este não exerce os seus
deveres funcionais
 Na delegação de poderes, o delegante não invade a
esfera própria do delegado, nem este invade a
competência daquele
 Art.º 43.° CPA
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3.1. Concentração e desconcentração
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SUPLÊNCIA
 Quando o titular de um órgão administrativo não pode
exercer o seu cargo, por “ausência, falta ou
impedimento”, ou por vacatura do cargo, a lei manda
que as respetivas funções sejam asseguradas,
transitoriamente, por um suplente
 Não é o órgão impedido, ausente ou vago que chama o
suplente a desempenhar funções: o início destas dá-se
automaticamente, ope legis
 Na suplência há um só órgão, que passa a ter novo
titular, ainda que provisório
 Art.º 42.° CPA
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3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES – FIGURAS AFINS (cont.)

DELEGAÇÃO DE ASSINATURA
 Por vezes a lei permite que certos órgãos da
Administração incumbam um funcionário
subalterno de assinar a correspondência expedida
em nome daqueles (a fim de os aliviar do excesso
de trabalho não criativo que de outra maneira os
sobrecarregaria)
 Não há delegação de poderes, porquanto quem
toma as decisões é o superior, cabendo ao
subalterno apenas assinar a correspondência
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DELEGAÇÃO TÁCITA

 Por vezes, a lei, depois de definir a competência


de um certo órgão, determina que essa
competência, ou parte dela, se considerará
delegada noutro órgão, se e enquanto o primeiro
nada disser em contrário
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3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES
HABILITAÇÃO

 Genérica
A lei permite que certos órgãos deleguem, sempre
que quiserem, alguns dos seus poderes em
determinados outros órgãos (v. Art.º 44.º/3 e 4 CPA)

 Específica
Restantes casos
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DELEGAÇÃO DE PODERES

ESPÉCIES DE DELEGAÇÃO

 Ampla (≠ total) ou restrita


 Específica (caduca com a prática do ato
delegado) ou genérica
 Hierárquica (mais frequente) ou não hierárquica
 Delegação propriamente dita ou subdelegação de
poderes (delegação de poderes delegados)
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3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES

REQUISITOS DO ATO DE DELEGAÇÃO

 Conteúdo
- Art.º 47.º/1 CPA – especificação de poderes
- Requisito de validade – ato inválido
 Publicação
- Art.º 47.º/2 CPA
- Requisito de eficácia – ato ineficaz
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DELEGAÇÃO DE PODERES

 PODERES DO DELEGANTE (Art.º 49.º CPA)

 REQUISITOS DOS ATOS PRATICADOS POR


DELEGAÇÃO (Art.º 48.º CPA)

 EXTINÇÃO DA DELEGAÇÃO (Art.º 50.º CPA)

 REGIME JURÍDICO DA SUBDELEGAÇÃO (Art.º 46.º


CPA)
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL
INDIRETA

 INSTITUTOS PÚBLICOS

 EMPRESAS PÚBLICAS
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDIRETA


(em sentido material ou objetivo)

Atividade administrativa do Estado realizada,


para a prossecução dos fins deste, por entidades
públicas dotadas de personalidade jurídica
própria e de autonomia administrativa ou
administrativa e financeira
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDIRETA


(em sentido orgânico ou subjetivo)

Conjunto das entidades públicas que


desenvolvem, com personalidade jurídica própria
e autonomia administrativa, ou administrativa e
financeira, uma atividade administrativa
destinada à realização de fins do Estado
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDIRETA


 Caracterização: aspetos materiais

 Forma de atividade administrativa


 Realização de fins do Estado
 Transferência de uma atividade do Estado para outras
entidades públicas (devolução de poderes)
 Essa atividade é exercida, por essas entidades, no
interesse do Estado, mas em nome próprio (atos
praticados, património, pessoal, etc.)
 Sujeição aos poderes de superintendência e de tutela
governamental (v. Art.º 199.º, al. d) – CRP)
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDIRETA


 Caracterização: aspetos orgânicos

 Conjunto de entidades públicas distintas do Estado (com


personalidade jurídica própria)
 A decisão de criação dessas entidades cabe ao Estado,
nos termos da lei (Lei n.º 3/2004, de 15/01 – institutos
públicos; Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de outubro –
entidades públicas empresariais)
 Financiamento total ou parcial por parte do Estado
 Autonomia administrativa e (em regra) financeira, em
grau variável
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDIRETA


(espécies de organismos ou entidades que a
integram)

 INSTITUTOS PÚBLICOS

 EMPRESAS PÚBLICAS (entidades públicas


empresariais)
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4. A Administração Estadual Indireta
4.1. Introdução
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4.2. Os Institutos Públicos

- INSTITUTOS PÚBLICOS
ESTADUAIS (administração
estadual indireta)
INSTITUTOS - INSTITUTOS PÚBLICOS
PÚBLICOS REGIONAIS (administração
regional indireta)

- INSTITUTOS PÚBLICOS
MUNICIPAIS (administração
municipal indireta)
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4.2. Os Institutos Públicos

INSTITUTOS PÚBLICOS
(definição)

Pessoa coletiva pública, de tipo institucional,


criada para assegurar o desempenho de
determinadas funções administrativas de
carácter não empresarial, pertencentes ao
Estado ou a outra pessoa coletiva pública
(≠ fundos e serviços autónomos – administração estadual
direta;
≠ institutos de utilidade pública – pessoas coletivas
privadas)
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4.2. Os Institutos Públicos

INSTITUTOS PÚBLICOS
(natureza jurídica)

 Substrato institucional autónomo


 Diferente do Estado ou dele destacado
 Dotado por lei de personalidade jurídica
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4.2. Os Institutos Públicos

- SERVIÇOS
PERSONALIZADOS (Art.º
3.º/1 e 2 LQIP)
INSTITUTOS - FUNDAÇÕES PÚBLICAS
PÚBLICOS (idem)
(espécies)
- ESTABELECIMENTOS
PÚBLICOS
(ex.: universidades)
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4.2. Os Institutos Públicos

LEI QUADRO DOS INSTITUTOS PÚBLICOS


(Lei 3/2004, de 15/01 – versão atualizada)

 Objeto
 Âmbito de aplicação
 Tipologia
 Conceito
 Princípios de gestão
 Fins
 Formas de criação
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4.3. As Empresas Públicas

EMPRESAS PÚBLICAS

REGIME JURÍDICO DO SECTOR PÚBLICO


EMPRESARIAL

DECRETO-LEI N.º 133/2013, DE 3 DE OUTUBRO


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4.3. As Empresas Públicas

EMPRESAS PÚBLICAS

ORGANIZAÇÕES ECONÓMICAS DE FIM LUCRATIVO,


CRIADAS E CONTROLADAS POR ENTIDADES
JURÍDICAS PÚBLICAS

SECTOR PÚBLICO EMPRESARIAL (SPE)


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4.3. As Empresas Públicas

Empresas em que o Estado


exerce uma influência
dominante
Empresas públicas
Sector empresarial do
EPEs
Estado
Empresas participadas
SPE

dos municípios

das associações de
Sector empresarial local
municípios

Sector empresarial regional das áreas metropolitanas


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4.3. As Empresas Públicas

O SECTOR EMPRESARIAL DO ESTADO (SEE)


ABRANGE

 EMPRESAS PÚBLICAS SOB FORMA PRIVADA (SOCIEDADES


CONTROLADAS PELO ESTADO)  Art.º 5/1

 EMPRESAS PÚBLICAS SOB FORMA PÚBLICA – ENTIDADES


PÚBLICAS EMPRESARIAIS (PESSOAS COLETIVAS PÚBLICAS) 
Art.º 5/2 e Art.º 56.º ss.

 EMPRESAS PRIVADAS PARTICIPADAS PELO ESTADO (NÃO


SÃO EMPRESAS PÚBLICAS, MAS INTEGRAM IGUALMENTE O
SEE)  Art.º 7.º
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4.3. As Empresas Públicas

 A EMPRESA PÚBLICA COMO EMPRESA

 A EMPRESA PÚBLICA COMO ENTIDADE SUJEITA A


CONTROLO PÚBLICO
- Maioria de capitais públicos
ou
- direitos especiais de controlo (influência dominante)

 MOTIVOS (POLÍTICOS E ECONÓMICOS; ADMINISTRATIVOS


E FINANCEIROS) DE CRIAÇÃO DE EMPRESAS PÚBLICAS
- Domínio de posições-chave na economia
- Modernização e eficiência da Administração
- Aplicação de uma sanção política
- Execução de um programa ideológico
- Necessidade de um monopólio
- Outros motivos
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4.3. As Empresas Públicas

ESPÉCIES DE EMPRESAS PÚBLICAS

 QUANTO À TITULARIDADE (estaduais, regionais ou locais)

 QUANTO À NATUREZA JURÍDICA (regra: com


personalidade jurídica; exceção: sem personalidade jurídica –
ex.; certos serviços autónomos do Estado ou os serviços
municipalizados)

 QUANTO À FORMA (pessoas coletivas públicas ou


privadas)

 QUANTO AO OBJETO (tenham ou não por objeto um serviço


público ou um serviço de interesse económico geral; v. Art.º
48.º e Art.º 55.º do Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3/10)
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4.3. As Empresas Públicas

DECRETO-LEI N.º 133/2013, DE 3/10

 Objeto
 SPE
 Empresas públicas
 Influência dominante
 Sectores empresariais regionais e locais
 Formas jurídicas
 Regime jurídico
 Entidades públicas empresariais (Art.º 56.º ss.)
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4.3. As Empresas Públicas

EMPRESAS PÚBLICAS LOCAIS


(MUNICIPAIS E OUTRAS)

REGIME JURÍDICO PRÓPRIO

Lei n.º 50/2012, de 31/08


(Regime jurídico da atividade empresarial local e das
participações locais)

 Cfr. Art.º 62.º ss. do DL n.º 133/2013


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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.3. Integração e devolução de poderes

SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

 Concentração e desconcentração de poderes


(Administração estadual direta – administração central
versus administração periférica) – Art.º 267.º/2 CRP
 Integração e devolução de poderes
(Administração estadual indireta – institutos
públicos e empresas públicas)
 Centralização e descentralização administrativa
(Autarquias locais e associações públicas )
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.3. Integração e devolução de poderes

 INTEGRAÇÃO DE PODERES
Sistema em que todos os interesses públicos a
prosseguir pelo Estado, ou pelas pessoas coletivas de
população e território, são postos por lei a cargo das
próprias pessoas coletivas a que pertencem

 DEVOLUÇÃO (transmissão ou transferência; ≠


regresso ou retorno) DE PODERES
Sistema em que todos ou alguns interesses
públicos do Estado, ou de pessoas coletivas de
população e território, são postos por lei a cargo de
pessoas coletivas de fins singulares
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.3. Integração e devolução de poderes

VANTAGENS E INCONVENIENTES DA DEVOLUÇÃO


DE PODERES

VANTAGENS

 Eficiência na gestão
 Descongestionamento da pessoa colectiva
principal
 Desburocratização
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3. Sistemas de organização administrativa
3.3. Integração e devolução de poderes

VANTAGENS E INCONVENIENTES DA DEVOLUÇÃO


DE PODERES

DESVANTAGENS

 Proliferação de centros de decisão autónomos


 Menor controlo global a nível financeiro e
patrimonial
 Desagregação e pulverização do poder

 Necessidade de redução, quando excessivo, do


número de institutos públicos e de empresas
públicas
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3. Sistemas de organização administrativa
3.3. Integração e devolução de poderes
DEVOLUÇÃO DE PODERES
(regime jurídico)

 Efetuada por lei


 Os poderes transferidos são exercidos em nome próprio pela
pessoa coletiva pública criada
 No interesse da pessoa coletiva que os transferiu e sob a
orientação dos órgãos desta
 As pessoas coletivas públicas que recebem devolução de poderes
são entes auxiliares ou instrumentais, ao serviço da pessoa coletiva
de fins múltiplos que as criou, sendo, por isso, organismos
dependentes (≠ organismos independentes: ex. autarquias locais)
 Autonomia administrativa e, frequentemente, autonomia financeira
(≠ autoadministração)
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3.3. Integração e devolução de poderes

DEVOLUÇÃO DE PODERES
(regime jurídico – cont.)

 Sujeição à TUTELA ADMINISTRATIVA (controlo)

Conjunto dos poderes de intervenção de uma


pessoa coletiva pública (entidade tutelar) na gestão
de outra pessoa coletiva (entidade tutelada), a fim
de assegurar a legalidade ou o mérito da sua
atuação
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3.3. Integração e devolução de poderes
DEVOLUÇÃO DE PODERES
(regime jurídico – cont.)

 Sujeição à SUPERINTENDÊNCIA (orientação)

Poder conferido ao Estado, ou a outra pessoa


coletiva de fins múltiplos, de definir os objetivos e
guiar a atuação das pessoas coletivas públicas de
fins singulares colocadas por lei na sua
dependência (poder mais amplo, mais intenso e mais forte do
que a tutela administrativa; diferente também do poder de direção:
administração direta; relação hierárquica; ordens ou instruções,
dever de obediência)

 v. Art.º 199.º, al. d) CRP


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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.3. Integração e devolução de poderes
DEVOLUÇÃO DE PODERES
(regime jurídico – cont.)

 Sujeição à SUPERINTENDÊNCIA, incluindo:

- Diretivas (orientações genéricas, que definem


imperativamente os objetivos a cumprir pelos seus
destinatário, mas que lhes deixam a liberdade de decisão
quanto aos meios a utilizar e às formas a adotar para atingir
esses objetivos; ≠ ordens – comandos concretos, específicos
e determinados, que impõem a necessidade de adotar
imediata e completamente uma certa conduta)

- Recomendações (conselhos emitidos sem a força de


qualquer sanção em caso de incumprimento)
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5. A Administração Autónoma
5.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO AUTÓNOMA

Prossegue interesse públicos próprios das


pessoas que a constituem e por isso se dirige
a si mesma (autoadministração), definindo
com independência a orientação das suas
atividades, sem sujeição a hierarquia ou a
superintendência do Governo [apenas sujeita
ao poder de tutela  Art.º 199.º, al. d) “in
fine”, CRP; cfr. ex. Art.º 242.º CRP]
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5. A Administração Autónoma
5.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO AUTÓNOMA
(entidades que a compõem)

 Pessoas coletivas de população e território

 AUTARQUIAS LOCAIS
 REGIÕES AUTÓNOMAS (caso especial  descentralização
política, com transferência de poderes legislativos)

Pessoas coletivas de tipo associativo

 ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS
(substrato humano destas entidades ≠ substratos materiais /
organizações de meios – serviços, patrimónios, estabelecimentos
ou empresas  caso de institutos e empresas públicas)
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5.2. Associações públicas

ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS
(definição)

PESSOAS COLETIVAS PÚBLICAS, DE TIPO


ASSOCIATIVO, DESTINADAS A ASSEGURAR
AUTONOMAMENTE A PROSSECUÇÃO DE
DETERMINADOS INTERESSES PÚBLICOS
PERTENCENTES A UM GRUPO DE PESSOAS QUE
SE ORGANIZAM PARA ESSE FIM
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5.2. Associações públicas

ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS
(espécies)

 ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS DE ENTIDADES PÚBLICAS


(ex.: comunidades intermunicipais – crf. Art.º 63.º da
Lei n.º 75/2013, de 12/09)

 ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS DE ENTIDADES PRIVADAS


(ex.: ordens e câmaras profissionais, associações de
regantes, academias científicas, etc.)
 Lei N.º 2/2013, de 10.01 (Regime jurídico das associações públicas
profissionais)

 ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS DE CARÁCTER MISTO (ex.:


centros de formação profissional de gestão
partilhada)
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5.2. Associações públicas

ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS
(figuras afins)

 Não são pessoas coletivas de direito público (ou


não têm natureza associativa ou nem sequer
possuem personalidade jurídica)

 ANMP, ANAFRE, partidos políticos, igrejas e outras


comunidades religiosas, sindicatos, CVP,
federações desportivas, IPSS, etc..
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5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS

Pessoas coletivas públicas de população e


território, correspondentes aos agregados de
residentes em diversas circunscrições do
território nacional e que asseguram a
prossecução dos interesses comuns resultantes
da vizinhança mediante órgãos próprios,
representativos dos respetivos habitantes

 v. Art.º 235.º/2 CRP


DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS
(elementos essenciais)

 TERRITÓRIO

 AGREGADO POPULACIONAL

 INTERESSES COMUNS

 ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS
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5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS
(conceito básicos associados)

 DESCENTRALIZAÇÃO (em sentido jurídico-


político)

 AUTOADMINISTRAÇÃO (≠ autogoverno das


regiões autónomas)

 PODER LOCAL (princípio da autonomia local: v.


CRP – Art.º 235.º - 265.º; Carta Europeia da
Autonomia Local de 1985)
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5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS
(espécies ou categorias)

 MUNICÍPIO

 FREGUESIA (autarquia inframunicipal)

 REGIÃO ADMINISTRATIVA (autarquia


supramunicipal)

 v. Art.º 236.º CRP


DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS

Regime jurídico fundamental (fontes)

 CONSTITUIÇÃO (Título VIII da Parte III –


Art.º 235.º e ss.)

 LEI N.º 75/2013, DE 12/09 (REGIME


JURÍDICO DAS AUTARQUIAS LOCAIS, DAS
ENTIDADES INTERMUNICIPAIS E DO
ASSOCIATIVISMO AUTÁRQUICO)
…/….
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS

Regime jurídico fundamental (fontes) – cont.

 LEI N.º 50/2018, de 16/08 (LEI-QUADRO DA


TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS PARA AS
AUTARQUIAS LOCAIS E PARA AS ENTIDADES
INTERMUNICIPAIS)  uma reforma ainda em curso (2018-
2021)

 LEI N.º 169/99, de 18/09 (ESTABELECE O QUADRO DE


COMPETÊNCIAS, ASSIM COMO O REGIME JURÍDICO DE
FUNCIONAMENTO, DOS ÓRGÃOS DOS MUNICÍPIOS E DAS
FREGUESIAS)  apenas as normas não revogadas
…/….
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3. Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS

 Regime jurídico fundamental (fontes) – cont.

 LEI N.º 73/2013, DE 3/09 (REGIME FINANCEIRO


DAS
AUTARQUIAS LOCAIS E DAS ENTIDADES INTERMUNICIPAIS)

 LEI Nº 27/96, DE 1/08 (REGIME JURÍDICO DA TUTELA


ADMINISTRATIVA)

 Outra legislação (p. ex., lei eleitoral para as autarquias)

 Legislação sobre reorganização autárquica

- Lei n.º 22/ 2012, de 30/05 (Reorganização territorial autárquica)

- Lei n.º 56/2012, de 08/11 (Reorganização administrativa de


Lisboa)
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5.3. As Autarquias Locais

AUTARQUIAS LOCAIS

 Regime jurídico fundamental (traços gerais - CRP)

 Divisão do território (Art.º 236.º/4)


 Descentralização (Art.º 237.º)
 Património e finanças locais (Art.º 238.º/1)
 Correção das desigualdades (Art.º 238.º/2)
 Órgãos dirigentes (Art.º 239.º/1 e 2)
 Referendo local (Art.º 240.º)
 Poder regulamentar (Art.º 241.º)
 Tutela administrativa (Art.º 242.º)
 Pessoal (Art.º 243.º/1 e 2)
 Apoio do Estado (Art.º 243.º/3)
 Reserva de lei em matéria de autarquias locais (reserva
absoluta: Art.º 164.º, als. b, l, m, n e r; reserva relativa: Art.º
165.º, als. q, r e aa).
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.1. Freguesia

FREGUESIAS
(definição)

Autarquias locais que, dentro do território


municipal, visam a prossecução de interesses
próprios da população residente em cada
circunscrição paroquial
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.1. Freguesia

FREGUESIAS
(órgãos)

 ASSEMBLEIA DE FREGUESIA (órgão deliberativo


e representativo dos habitantes)

 JUNTA DE FREGUESIA (órgão executivo)


DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.1. Freguesia

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA
(funções principais)

 FUNÇÃO ELEITORAL (compete à AF eleger a JF)

 FUNÇÃO DE FISCALIZAÇÃO (AF acompanha a


atividade da junta, controlando e superintendendo o
seu funcionamento)

 FUNÇÃO DE ORIENTAÇÃO GERAL (discussão e


aprovação de orçamento, contas, regulamentos,
etc)

 FUNÇÃO DECISÓRIA (em assuntos que a lei


considera mais relevantes)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.1. Freguesia

JUNTA DE FREGUESIA
(funções principais)

 FUNÇÃO EXECUTIVA (execução das deliberações da AF,


das leis, dos regulamentos e dos planos)

 FUNÇÃO DE ESTUDO E DE PROPOSTA (problemas da


freguesia e soluções para os mesmos)

 FUNÇÃO DE GESTÃO (gestão regular de bens, serviços,


pessoal, finanças e obras da freguesia)

 FUNÇÃO DE FOMENTO (apoio a iniciativas socias,


culturais, desportivas, etc., para o desenvolvimento da
freguesia)

 FUNÇÃO DE COLABORAÇÃO (em geral e, em especial, no


âmbito do ordenamento e urbanismo)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

MUNICÍPIO
(definição)

Autarquia local que visa a prossecução de


interesses próprios da população residente em
cada circunscrição concelhia, mediante órgãos
representativos por ela eleitos
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. O Município

MUNICÍPIO
(importância prática)

 Internacional
 Histórica
 Política
 Económica
 Administrativa
 Financeira
 Jurídica
 Doutrinária
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

TRANSFERÊNCIA DE ATRIBUIÇÕES DA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL PARA AS AUTARQUIAS

TÍTULO IV (ART.º 111.º SS.) DA LEI N.º 75/2013, DE


12/09 (REGIME JURÍDICO DAS AUTARQUIAS
LOCAIS, DAS ENTIDADES INTERMUNICIPAIS E DO
ASSOCIATIVISMO AUTÁRQUICO)

A descentralização administrativa concretiza-se


através da transferência por via legislativa de
competências de órgãos do Estado para órgãos das
autarquias locais e das entidades intermunicipais
 Referência, neste contexto, à Lei n.º 50/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

MUNICÍPIO
(órgãos)

 ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS (das populações


locais, que os elege democraticamente) - Art.º
235.º/2 CRP

 ÓRGÃOS DELIBERATIVOS (tomam as grandes


decisões de fundo; órgãos colegiais amplos, tipo
assembleia) VS. ÓRGÃOS EXECUTIVOS (aplicam
essas orientações; gestão corrente; órgãos
colegiais restritos ou órgãos singulares) – Art.º
239.º CRP
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

MUNICÍPIO
(órgãos) – cont.

 ASSEMBLEIA MUNICIPAL (órgão deliberativo


municipal – parlamento municipal)

 CÂMARA MUNICIPAL (órgão colegial de tipo


executivo a quem está atribuída a gestão
permanente dos assuntos municipais)

 PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL


DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

ASSEMBLEIA MUNICIPAL
(funções principais )

 FUNÇÃO DE ORIENTAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO


(aprovação do plano e orçamento anuais)

 FUNÇÃO DE FISCALIZAÇÃO (da CM)

 FUNÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO (aprovação de


regulamentos municipais)

 FUNÇÃO TRIBUTÁRIA (taxas e impostos)

 FUNÇÃO DE DECISÃO SUPERIOR (urbanismo,


património, etc.)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

CÂMARA MUNICIPAL
(funções principais)

 FUNÇÃO PREPARATÓRIA E EXECUTIVA

 FUNÇÃO CONSULTIVA

 FUNÇÃO DE GESTÃO

 FUNÇÃO DE FOMENTO

 FUNÇÃO DE DECISÃO (atos administrativos:


licenças, autorizações, adjudicações, etc.;
contratos administrativos; regulamentos/posturas
municipais na sua área de competência)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL


(funções principais)

 FUNÇÃO PRESIDENCIAL

 FUNÇÃO EXECUTIVA (execução das deliberações


da CM)

 FUNÇÃO DECISÓRIA (direção e coordenação dos


serviços municipais; superior hierárquico dos
funcionários do município)

 FUNÇÃO INTERLOCUTÓRIA (informação dos


vereadores e da AM)
+ COMPETÊNCIAS DELEGADAS
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.2. Município

SERVIÇOS MUNICIPAIS

Serviços do município que, não dispondo de


autonomia, são diretamente geridos pelos órgãos
principais do município (em geral, pela CM) -
sentido estrito

 Em sentido amplo, abrangem os serviços


municipalizados (“Os serviços municipalizados integram
a estrutura organizacional do município.” – Art.º 8.º/2 da Lei
n.º 50/2012, de 31/08 (Regime jurídico da atividade
empresarial local)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.3. Região

REGIÕES ADMINISTRATIVAS
(definição)

Autarquias locais supramunicipais que visam a


prossecução daqueles interesses próprios das
respetivas populações que a lei considere serem
mais bem geridos em áreas intermédias entre o
escalão nacional e o escalão municipal
(≠ regiões autónomas; v. Art.º 257.º e Art.º 258.º
CRP)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.3.3. Região

REGIÕES ADMINISTRATIVAS
(órgãos – Art.º 259.º CRP)

 Assembleia Regional

 Junta Regional
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.4. Administração regional autónoma

REGIÕES AUTÓNOMAS - AÇORES E MADEIRA

Pessoas coletivas de direito público, de população


e território, que pela CRP dispõem de um estatuto
político-administrativo privativo e de órgãos de
governo próprio democraticamente legitimados,
com competências legislativas e administrativas,
para a prossecução dos seus fins específicos

 v. CRP Art.º 6.º e Art.º 225.º (fundamentos, fins e limites da


autonomia regional)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.4. Administração regional autónoma

REGIÕES AUTÓNOMAS
(algumas considerações gerais)

 Formas de Estado
- Estados compostos ou complexos (Estados
federais)
- Estados simples ou unitários
 Portugal como Estado unitário regional
 Figuras afins (regiões autónomas ≠ estados
federados; ≠ regiões administrativas; ≠ regiões
CCDR; ≠ associações intermunicipais)

 Evolução histórica – a CRP/1976


DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.4. Administração regional autónoma

REGIÕES AUTÓNOMAS
(sistema de governo regional)

 ÓRGÃOS DE GOVERNO PRÓPRIO (Art.º 231.º CRP)


- Assembleia Legislativa
- Governo Regional
 REPRESENTANTE DA REPÚBLICA (Art.º 230.º
CRP)

 Sistema de tipo parlamentar, com


particularidades decorrentes da integração num
Estado unitário (ex.: poderes de intervenção do
Presidente da República – v. Art.º 133.º, als. b e j,
CRP)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.4. Administração regional autónoma

REGIÕES AUTÓNOMAS
(sistema de governo regional) – cont.

 ENQUADRAMENTO CONSTITUCIONAL DAS


AUTONOMIAS REGIONAIS (Art.º 225.º - Art.º 234.º)
 OS ESTATUTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS
DAS REGIÕES AUTÓNOMAS
 OS GOVERNOS REGIONAIS COMO ÓRGÃOS
EXECUTIVOS DE CONDUÇÃO DA POLÍTICA
REGIONAL E ÓRGÃOS SUPERIORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REGIONAL

 ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DIRETA E


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL INDIRETA
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.4. Administração regional autónoma

REGIÕES AUTÓNOMAS
(relações entre o Estado e as Regiões Autónomas)

 NÃO SUJEIÇÃO AO PODER DE TUTELA


ADMINISTRATIVA DO ESTADO

 A COOPERAÇÃO PREVISTA NO ART.º 229.º/4 CRP E


OS “MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO APLICÁVEIS”

 OS PODERES DE SUPERVISÃO DO GOVERNO DA


REPÚBLICA SOBRE O CUMPRIMENTO PELAS
REGIÕES AUTÓNOMAS DE LEIS APLICÁVEIS EM
TODO O TERRITÓRIO NACIONAL (COMPETÊNCIA
LEGISLATIVA RESERVADA DOS ÓRGÃOS DE
SOBERANIA)
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.2. Centralização e descentralização

FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

 Concentração e desconcentração de poderes


(Administração estadual direta – administração central
versus administração periférica) – Art.º 267.º/2 CRP
 Integração e devolução de poderes
(Administração estadual indireta – institutos públicos e
empresas públicas)
 Centralização e descentralização administrativa
(Autarquias locais e associações públicas )
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.2. Centralização e descentralização

 CENTRALIZAÇÃO
Sistema em que todas as atribuições
administrativas de um dado país são por lei
conferidas ao Estado

 DESCENTRALIZAÇÃO
Sistema em que a função administrativa esteja
confiada não apenas ao Estado, mas também a
outras pessoas coletivas territoriais
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.2. Centralização e descentralização

TUTELA ADMINISTRATIVA

Conjunto de poderes de intervenção de uma pessoa


coletiva pública na gestão de outra pessoa
coletiva, a fim de assegurar a legalidade ou o
mérito da sua atuação

 Cfr. LEI Nº 27/96, DE 1 DE AGOSTO (REGIME JURÍDICO DA TUTELA


ADMINISTRATIVA)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.5. Instituições particulares de interesse público

 O Direito Administrativo regula não apenas as


entidades públicas, mas também, em certa medida,
algumas categorias de entidades privadas que
prosseguem fins considerados de interesse público

 INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE INTERESSE


PÚBLICO

PESSOAS COLETIVAS PRIVADAS QUE, POR


PROSSEGUIREM FINS DE INTERESSE PÚBLICO, TÊM
O DEVER DE COOPERAR COM A AP E FICAM
SUJEITAS, EM PARTE, A UM REGIME ESPECIAL DE DA
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.5. Instituições particulares de interesse público

INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE INTERESSE PÚBLICO


(características)

 PESSOAS COLETIVAS PRIVADAS (ENTIDADES


PARTICULARES)  perspetiva orgânica ou
subjetiva

 DESEMPENHAM TANTO ACTIVIDADES DE GESTÃO


PRIVADA COMO ACTIVIDADES ADMINISTRATIVA
DE GESTÃO PÚBLICA  perspetiva material ou
objetiva

 REGIME JURÍDICO MISTO DE DIREITO PRIVADO E


DE DIREITO ADMINISTRATIVO  ótica do direito
aplicável
DIREITO ADMINISTRATIVO I

5.5. Instituições particulares de interesse público

INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE INTERESSE PÚBLICO


(espécies)

 SOCIEDADES DE INTERESSE COLETIVO (empresas


privadas, de fim lucrativo, que por exercerem poderes
públicos ou estarem submetidas a uma fiscalização
especial da AP, ficam sujeitas a um regime específico de
DA; exs.: concessionárias, sociedades de economia mista –
com participação minoritária do Estado, etc.)

 PESSOAS COLETIVAS DE UTILIDADE PÚBLICA


(associações e fundações de direito privado que prossigam
fins não lucrativos de interesse geral, cooperando com a
AP central ou local, merecendo desta a declaração de
“utilidade pública”; exs. IPSS, misericórdias, associações
de bombeiros voluntários, associações desportivas, etc.)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

III. Teoria Geral da Organização Administrativa


1. Elementos da Organização Administrativa

PESSOAS COLETIVAS PÚBLICAS

Pessoas coletivas criadas por iniciativa pública,


para assegurar a prossecução necessária de
interesses públicos e, por isso, dotadas em nome
próprio de poderes e deveres públicos

 Estado, institutos públicos, empresas públicas


(EPE), associações públicas, autarquias locais e
regiões autónomas
DIREITO ADMINISTRATIVO I

III. Teoria Geral da Organização Administrativa


1. Elementos da Organização Administrativa
PESSOAS COLETIVAS PÚBLICAS
(órgãos)
 ÓRGÃOS SINGULARES E COLEGIAIS (v. Art.os 20.º-35.º CPA)
 ÓRGÃOS CENTRAIS E LOCAIS
 ÓRGÃOS PRIMÁRIOS (competência própria), ÓRGÃOS
SECUNDÁRIOS (competências delegadas) E ÓRGÃOS
VICÁRIOS (em substituição)
 ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS (eleitos) E NÃO
REPRESENTATIVOS
 ÓRGÃOS ACTIVOS (DECISÓRIOS E EXECUTIVOS),
CONSULTIVOS E DE CONTROLO
 ÓRGÃOS PERMANENTES E TEMPORÁRIOS
 ÓRGÃOS SIMPLES (singulares ou colegiais) E COMPLEXOS
(ex.: Governo)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

III. Teoria Geral da Organização Administrativa


1. Elementos da Organização Administrativa
PESSOAS COLETIVAS PÚBLICAS
(atribuições e competência)

 ATRIBUIÇÕES – FINS OU INTERESSES QUE A LEI


INCUMBE AS PESSOAS COLETIVAS DE
PROSSEGUIR
 COMPETÊNCIA – CONJUNTO DE PODERES
FUNCIONAIS QUE A LEI CONFERE PARA
PROSSECUÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DAS PESSOAS
COLETIVAS PÚBLICAS (a competência é
delimitada em função da matéria, da hierarquia,
do território e do tempo (em regra, em relação ao
presente)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

III. Teoria Geral da Organização Administrativa


2. Os Serviços Públicos

SERVIÇOS PÚBLICOS

Organizações humanas criadas no seio de cada


pessoa coletiva pública com o fim de desempenhar
as atribuições desta, sob a direção dos respetivos
órgãos
 organização horizontal (entre as pessoas
coletivas públicas), territorial e vertical (ou
hierárquica) dos serviços públicos
DIREITO ADMINISTRATIVO I

III. Teoria Geral da Organização Administrativa


2. Os Serviços Públicos
SERVIÇOS PÚBLICOS (cont.)

CONCEITO DE HIERARQUIA

 MODELO DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA


VERTICAL, CONSTITUÍDA POR DOIS OU MAIS
ÓRGÃOS E AGENTES COM ATRIBUIÇÕES
COMUNS
 LIGADOS POR UM VÍNCULO JURÍDICO QUE
CONFERE AO SUPERIOR PODER DE DIREÇÃO E
IMPÕE AO SUBALTERNO DEVER DE OBEDIÊNCIA

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