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Anúncio Art. 16 da LRF. Serviços Contínuos. Inaplicabilidade.
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Privacidade - Termos
Sumário: Introdução. 1. Os conceitos de “criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental”. 2. O art. 16 da LRF frente aos contratos de serviços contínuos. 2.1. O
entendimento do Tribunal de Contas da União. 2.2. O entendimento da Advocacia Geral da
União. Conclusão.
INTRODUÇÃO
A Lei Complementar 101, amplamente conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, foi
editada num contexto em que o Estado brasileiro necessitava apresentar provas de maior
controle de sua finanças perante entes financiadores e eventuais investidores.
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Umas das inovações introduzidas pela LC 101 consistiu na exigência insculpida em seu
artigo 16 no seguinte sentido:
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Privacidade - Termos
§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em
que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
Muito foi discutido pela doutrina e pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União a
respeito dos conceitos de “criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental”.
Em última instância, tratava-se de elucidar em quais hipóteses se imporia a instrução de
processos com as manifestações das áreas orçamentárias a respeito dos requisitos de que
cuidam os incisos e parágrafos do dispositivo acima reproduzido.
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Privacidade - Termos
1. OS CONCEITOS DE “CRIAÇÃO, EXPANSÃO OU APERFEIÇOAMENTO DE AÇÃO
GOVERNAMENTAL”.
É nesse contexto que se enquadra a “ação governamental”: conceito técnico, como quase
tudo o que consta da LRF, extraído da gestão pública, que configura o substrato de origem
de todos os programas e subprogramas que devem contar das peças orçemantárias. É a
partir desse fundamental que se dá toda a classificação funcional-programática adotada nos
orçamentos no Direito Financeiro.
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De tudo isso é possível observar que não é qualquer despesa pública capaz de caracterizar
uma ampla “ação governamental”, embora aquela, em última instância, derive desta. Tanto é
verdadeira esta distinção que o próprio caput do art. 16 da Lei de Responsabilidade Fiscal
estabelece que somente a crição ou expansão de ação governamental que implique
aumento de despesa necessita observar os seus ditames. Nesse sentido, é o acórdão TCU
883/2005, Primeira Câmara:
Privacidade - Termos
“4.21. O corolário dessa construção hermenêutica seria o de que nem todas as despesas
públicas, independentemente de valor, sujeitam-se à exigência de figuração no
demonstrativo de impacto orçamentário-financeiro exigido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, cuja preocupação seria apenas com a despesa que afete o
resultado fiscal, ainda que futuramente.”
‘O vocábulo criação deriva do latim creatio, sendo empregado no sentido de ato de criar,
que configura a manifestação da vontade estatal promotora do nascimento da relação
jurídica de repercussão no campo financeiro-orçamentário. Aqui é tomada com o sentido
de instituição de uma atividade nova, portanto, que não esteja prevista no sistema de
programação governamental.
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Por outro lado, a expansão implica conceito que determina a existência de ação
preexistente, na medida em que não encerra algo novo. Reproduz tão-somente atividade
devidamente institucionalizada que, por opção de política governamental, necessita ser
expandida, por conveniência do interesse público. É ditado, portanto, em razão das
exigências derivadas das demandas sociais, da prestação de serviços públicos e dos
investimentos que ao Poder Público cabe realizar. Privacidade - Termos
(…)
Não se pretende aqui debater o conceito de serviços contínuos, nem muito menos, as
discussões pontuais que ainda persistem em torno de sua caracterização. O propósito do
presente tópico reside apenas em demonstrar a desnecessidade de observância do art. 16
da LRF nos casos de serviços corriqueiros, classificados pela Administração como de
natureza continuada.
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Parte-se, pois, da premissa abstrata no sentido da simples definição de tais serviços como
aqueles de que os órgãos e entidades necessitam em caráter permenente e que, por isso,
podem ter a vigência de seus respectivos contratos, prorrogada para além dos exercícios
financeiros em que firmados. Vamos então à demonstração do entendimento que nos
parece consolidado no âmbito do Tribunal de Contas da União e da Advocacia Geral da
União.
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Conforme se delineou na introdução do presente artigo, uma das razões que conduziu à
instauração da celeuma aqui discutida, foi a insistência, especialmente de determinadas
consultorias e assessorias jurídicas no sentido da sentido de que os processo de contratação
de serviços contínuos fossem instruídos com a demonstração dos requisitos exigidos no art.
16 da LRF.
Com o fito de por termo à divergência daí surgida, a AGU, em abril do corrente ano,
aprovou, por intermédio da Portaria AGU 124 (DOU de 02/05/2014), a Orientação Normativa
52, que tem por objeto exatamente a discussão em questão. Nesse sentido, vale dizer que as
orientações normativas firmadas pelo Advogado Geral da União ostentam caráter vinculante
perante todos os órgãos e membros da instituição, de modo a harmonizar os
procedimentos e interpretações a ela pertinentes. Trata-se de medida adotada com fulcro
nos incisos I, X, XI e XIII do art. 4º da Lei Complementar nº 73/93. Vejamos, pois, o conteúdo
da citada orientação normativa:
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CONCLUSÃO
Privacidade - Termos
À luz de tudo o que foi exposto e na esteira do entendimento consolidado da AGU e do
TCU, pode-se, portanto, dizer que serviços contínuos comuns e corriqueiros, como vigilância,
limpeza, copeiragem e apoio administrativo prescindem, para a sua contratação, da
observância dos requisitos de que cuida a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu art. 16. Isso
porque tais contratações não repercutirão em nenhuma despesa para além daquela relativa
a seus próprios custos. Em outro dizer, não se trata de “projeto”, de que deverá resultar
determinado “produto”, o qual implicaria, posteriormente, na assunção de outros custos
para a Administração.
O risco, portanto, do qual a LRF, em seu art. 16, tentou resguardar o patrimônio público, a
saber: o desequilíbrio financeiro, não paira sobre essas hipóteses. Não se enquadram tais
casos naquilo que o caput do mencionado dispositivo legal convencionou chamar de
“criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental”. Cuida-se, na realidade, de
atividade habitual, corriqueira, que, dessa forma, tem o condão de possivelmente gerar
consequências negativas sobre as finanças do órgão ou entidade, em virtude de não
possuírem o efeito multiplicador de despesas, característico da expansão de ações
governamentais.
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Direito Administrativo
Revista 130
Introdução
Privacidade - Termos
A Lei Complementar 101, amplamente conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, foi
editada num contexto em que o Estado brasileiro necessitava apresentar provas de maior
controle de sua finanças perante entes financiadores e eventuais investidores.
Umas das inovações introduzidas pela LC 101 consistiu na exigência insculpida em seu
artigo 16 no seguinte sentido:
§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e Privacidade - Termos
Muito foi discutido pela doutrina e pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União a
respeito dos conceitos de “criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental”.
Em última instância, tratava-se de elucidar em quais hipóteses se imporia a instrução de
processos com as manifestações das áreas orçamentárias a respeito dos requisitos de que
cuidam os incisos e parágrafos do dispositivo acima reproduzido.
É nesse contexto que se enquadra a “ação governamental”: conceito técnico, como quase
tudo o que consta da LRF, extraído da gestão pública, que configura o substrato de origem
de todos os programas e subprogramas que devem contar das peças orçemantárias. É a
Privacidade - Termos
De tudo isso é possível observar que não é qualquer despesa pública capaz de caracterizar
uma ampla “ação governamental”, embora aquela, em última instância, derive desta. Tanto é
verdadeira esta distinção que o próprio caput do art. 16 da Lei de Responsabilidade Fiscal
“4.21. O corolário dessa construção hermenêutica seria o de que nem todas as despesas
públicas, independentemente de valor, sujeitam-se à exigência de figuração no
demonstrativo de impacto orçamentário-financeiro exigido pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, cuja preocupação seria apenas com a despesa que afete o resultado fiscal, ainda que
futuramente.”
‘O vocábulo criação deriva do latim creatio, sendo empregado no sentido de ato de criar,
que configura a manifestação da vontade estatal promotora do nascimento da relação
jurídica de repercussão no campo financeiro-orçamentário. Aqui é tomada com o sentido
de instituição de uma atividade nova, portanto, que não esteja prevista no sistema de
programação governamental.
Por outro lado, a expansão implica conceito que determina a existência de ação
preexistente, na medida em que não encerra algo novo. Reproduz tão-somente atividade
devidamente institucionalizada que, por opção de política governamental, necessita ser
expandida, por conveniência do interesse público. É ditado, portanto, em razão das
exigências derivadas das demandas sociais, da prestação de serviços públicos e dos
investimentos que ao Poder Público cabe realizar. (…)
Privacidade - Termos
Finalmente, tem-se o aperfeiçoamento, que não se encaixa nas situações anteriores, embora
de certa forma pressuponha a existência de programa em execução. Nesse caso, a atividade
é voltada somente para o aprimoramento das ações de governo, mas gera conseqüências
financeiras com sua implementação.’
Não se pretende aqui debater o conceito de serviços contínuos, nem muito menos, as
discussões pontuais que ainda persistem em torno de sua caracterização. O propósito do
presente tópico reside apenas em demonstrar a desnecessidade de observância do art. 16
da LRF nos casos de serviços corriqueiros, classificados pela Administração como de
natureza continuada.
Parte-se, pois, da premissa abstrata no sentido da simples definição de tais serviços como
aqueles de que os órgãos e entidades necessitam em caráter permenente e que, por isso,
podem ter a vigência de seus respectivos contratos, prorrogada para além dos exercícios
financeiros em que firmados. Vamos então à demonstração do entendimento que nos
parece consolidado no âmbito do Tribunal de Contas da União e da Advocacia Geral da
União.
À luz do que foi exposto no tópico 02 supra, não é qualquer despesa pública que impõe a
necessidade de atendimento dos ditames legais do art. 16 da LC 101/00. Nem mesmo a
possibilidade de que determinados contratos, caso daqueles que têm por objeto serviços
contínuos, superem os exercícios financeiros em que firmados é capaz de impor, por si só, a
necessidade de manifestações da áreas orçamentárias de órgão e entidades a respeito da
LRF.
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Ministério Público da União terão como limites de despesas correntes e de capital, para
efeito de elaboração dos respectivos orçamentos, o conjunto de dotações fixadas na lei
orçamentária anterior.”
Conforme se delineou na introdução do presente artigo, uma das razões que conduziu à
instauração da celeuma aqui discutida, foi a insistência, especialmente de determinadas
consultorias e assessorias jurídicas no sentido da sentido de que os processo de contratação
de serviços contínuos fossem instruídos com a demonstração dos requisitos exigidos no art.
16 da LRF.
Com o fito de por termo à divergência daí surgida, a AGU, em abril do corrente ano,
aprovou, por intermédio da Portaria AGU 124 (DOU de 02/05/2014), a Orientação Normativa
52, que tem por objeto exatamente a discussão em questão. Nesse sentido, vale dizer que as
orientações normativas firmadas pelo Advogado Geral da União ostentam caráter vinculante
perante todos os órgãos e membros da instituição, de modo a harmonizar os
procedimentos e interpretações a ela pertinentes. Trata-se de medida adotada com fulcro
nos incisos I, X, XI e XIII do art. 4º da Lei Complementar nº 73/93. Vejamos, pois, o conteúdo
da citada orientação normativa:
Conclusão
Privacidade - Termos
O risco, portanto, do qual a LRF, em seu art. 16, tentou resguardar o patrimônio público, a
saber: o desequilíbrio financeiro, não paira sobre essas hipóteses. Não se enquadram tais
casos naquilo que o caput do mencionado dispositivo legal convencionou chamar de
“criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental”. Cuida-se, na realidade, de
atividade habitual, corriqueira, que, dessa forma, tem o condão de possivelmente gerar
consequências negativas sobre as finanças do órgão ou entidade, em virtude de não
possuírem o efeito multiplicador de despesas, característico da expansão de ações
governamentais.
Direito Administrativo
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