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ATUAÇÃO DO GESTOR E DO FISCAL

DE CONTRATO, CONFORME O
MANUAL DE GESTÃO E
FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS DO TRE/SP
ABORDAGEM TEÓRICA E PRÁTICA, COM FOCO NA ATUAÇÃO DO FISCAL/ GESTOR
(as melhores práticas para a gestão eficiente dos contratos administrativos,
conforme o Manual do TRE/SP, em cotejo com a legislação vigente e a
jurisprudência dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União e a
Resolução TSE 23.234. Destaque para as inovações introduzidas pela Lei
14.133/2021 – nova lei de licitações e contratos administrativos)

Erivan Pereira de Franca


Objetivos e Abordagem

Objetivos do treinamento
❑ Compartilhar procedimentos e diretrizes de fiscalização
dos contratos administrativos
❑ Foco na atuação dos fiscais e gestores de contrato

Abordagem
❑ Tópicos selecionados do Manual de Gestão e
Fiscalização de Contratos do TRE/SP
❑ Disposições da Lei 14.133/2021 (nova Lei de Licitações
e Contratos Administrativos)
❑ Normas aplicáveis à Justiça Eleitoral e IN 05/2017
❑ Jurisprudência do TCU e Tribunais Superiores
INTRODUÇÃO
Natureza jurídica das Instruções Normativas

Jurisprudência do STF (Agravo Regimental na ADI 365-


8/600)
As Instruções Normativas, editadas por órgão competente da
Administração Tributária, constituem espécies jurídicas de
caráter secundário, cuja validade e eficácia resultam,
imediatamente, de sua estrita observância dos limites
impostos pelas leis, tratados, convenções internacionais ou
decretos presidenciais, de que devem constituir normas
complementares. Essas instruções nada mais são, em sua
configuração jurídico-formal, do que provimentos executivos
cuja normatividade está diretamente subordinada aos atos
de natureza primária, como as leis e as medidas provisórias,
a que se vinculam por um claro nexo de acessoriedade e de
dependência.
Natureza jurídica e aplicabilidade das IN’s
emanadas do órgão central do SISG
DECRETO 1.094/94
Art. 1º ...
§ 1º Integram o SISG os órgãos e unidades da
Administração Federal direta, autárquica e fundacional,
incumbidos especificamente da execução das atividades de
que trata este artigo.
[...]
Art. 2º O SISG compreende:
I - o órgão central, responsável pela formulação de
diretrizes, orientação, planejamento e coordenação,
supervisão e controle dos assuntos relativos a Serviços
Gerais;
As IN’s do ME e a jurisprudência do TCU

Jurisprudência do TCU (Acórdão 2328/2015 - Plenário)


9.1. recomendar [...] à Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação (SLTI/MP) que:
9.1.1. elabore modelo de contratação de bens e
serviços pela Administração Pública, abrangendo as
fases de planejamento, seleção do fornecedor e
gestão dos respectivos contratos, bem como promova
a respectiva implementação mediante orientação
normativa, utilizando como parâmetro básico os
procedimentos contidos no Apêndice 4 do relatório de
fiscalização localizado na peça 45 deste processo;
Adoção pelo Poder Judiciário

RESOLUÇÃO CNJ 347


Art. 15. Os procedimentos relativos às
contratações de prestação de serviços para a
realização de tarefas executivas sob regime de
execução indireta devem seguir, preferencialmente,
como política de boas práticas, os atos
normativos que tratam da matéria editados pelo
Governo Federal e Governos Estaduais, quando se
tratar de ente estadual.
Adoção pelo TRE/SP

Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP


PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
5. Atribuições do gestor e do fiscal
5.1. Atribuições do fiscal de contrato
[...]
23. observar, rigorosamente, as disposições contidas na
Resolução n.º 23.234 do Tribunal Superior Eleitoral, de 25 de
março de 2010, nas Resoluções do Conselho Nacional de
Justiça, em especial a de nº 98, de 10 de novembro de 2009, e
na Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 02, de 30 de abril de
2008, devidamente atualizada (vide item 2.1.2 da Parte III
deste Manual);
Adoção pelo TRE/SP

Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP


PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
2. Contratos de prestação de serviços
2.1 Dos contratos de prestação de serviços contínuos
2.1.2 Aplicação da Resolução nº 23.234 do TSE, da
Resolução nº 98/2009 do CNJ e da IN/MPOG nº 02/08
Sendo este Órgão vinculado ao TSE, deve ser observada
primeiramente a Resolução nº 23.234 daquele Órgão
Superior; após, no que couber, as diretrizes da Resolução nº
98 do CNJ e apenas, no caso de omissão destas, deve-se
observar as diretrizes da IN/MPOG nº 02/08.
Necessidade de se observar os
entendimentos do TCU
Jurisprudência do TCU (Súmula 222)
As Decisões do Tribunal de Contas da União,
relativas à aplicação de normas gerais de licitação,
sobre as quais cabe privativamente à União legislar,
devem ser acatadas pelos administradores dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
Necessidade de se observar os
entendimentos do TCU
Jurisprudência do TCU (Acórdão 588/2019 –
Plenário)
9.3. dar ciência à Universidade Federal de Pelotas
que as recomendações expedidas por este
Tribunal almejam o aprimoramento da gestão
pública e perseguem a consecução dos princípios
ditados pelo art. 37 da Constituição Federal, razão
pela qual, embora não tenham caráter cogente,
devem ser implementadas pelo gestor, salvo
sejam apresentadas as devidas justificativas;
PARTE 1

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. Aplicação da nova lei aos contratos
anteriores à sua edição
LEI 14.133/2021
Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido
assinado antes da entrada em vigor desta Lei
continuará a ser regido de acordo com as regras
previstas na legislação revogada.
[melhor interpretação: a vinculação às regras do
negócio se dá no momento da publicação do edital ou
da divulgação do ato de autorização da contratação
direta]
1.2. Período de “convivência” da Lei nova
com a legislação revogada
LEI 14.133/2021
Art. 193. Revogam-se:
[...]
II – a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002, e os arts. 1º a 47-A
da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, após
decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial
desta Lei.
1.2. Período de “convivência” da Lei nova
com a legislação revogada
LEI 14.133/2021
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso
II do caput do art. 193, a Administração poderá
optar por licitar ou contratar diretamente de
acordo com esta Lei ou de acordo com as leis
citadas no referido inciso, e a opção escolhida
deverá ser indicada expressamente no edital ou no
aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a
aplicação combinada desta Lei com as citadas no
referido inciso.
1.2. Período de “convivência” da Lei nova
com a legislação revogada
LEI 14.133/2021
Art. 191. ....
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo,
se a Administração optar por licitar de acordo com as
leis citadas no inciso II do caput do art. 193 desta Lei,
o contrato respectivo será regido pelas regras
nelas previstas durante toda a sua vigência. [o que
inclui eventuais renovações]
1.3. Sugestão: adaptação do Manual do
TRE/SP às disposições da Lei 14.133/2021
LEI 14.133/2021
Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na
legislação que façam referência expressa à Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei nº 10.520, de 17
de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A da Lei nº
12.462, de 4 de agosto de 2011.
[simples remissões às leis revogadas não ensejam,
por isso só, a revisão do Manual]
1.3. Sugestão: adaptação do Manual do
TRE/SP às disposições da Lei 14.133/2021
SUGESTÕES PARA REVISÃO DO MANUAL

➢ Designação de equipe multidisciplinar,


encarregada de:

✓ Identificar disposições do Manual que carecem


de atualização (inclusões e exclusões);

✓ Proposta de alteração do Manual e outras


normas internas, incluindo modelos de edital e
contrato;

✓ Submeter à autoridade competente


FIM

PARTE 1
PARTE 2

ATORES DA FISCALIZAÇÃO NO
ÂMBITO DO TRE/SP: GESTOR E
FISCAL. INDICAÇÃO E DESIGNAÇÃO
FORMAL. FISCALIZAÇÃO POR
EQUIPE
2.1. A importância da participação dos agentes
da fiscalização contratual no planejamento da
contratação
2.1. Participação dos fiscais de contrato no
planejamento da contratação
LEI 14.133/2021
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:
[...]
XXIII - termo de referência: documento necessário para a
contratação de bens e serviços, que deve conter os
seguintes parâmetros e elementos descritivos:
[...]
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a
execução do objeto será acompanhada e fiscalizada
pelo órgão ou entidade;
2.1. Participação dos fiscais de contrato no
planejamento da contratação
LEI 14.133/2021
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas
que estabeleçam:
[...]
XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados
os requisitos definidos em regulamento;
2.1. Participação dos fiscais de contrato no
planejamento da contratação
RESOLUÇÃO TSE 23.234
Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, considera-se:
[...]
V – PROJETO BÁSICO ou TERMO DE REFERÊNCIA –
documento que deverá conter os elementos necessários
e suficientes para caracterizar o objeto da licitação,
elaborado com vistas a assegurar a viabilidade técnica, a
avaliação do custo dos serviços, a definição de métodos e
prazos, bem como orientar a execução e a fiscalização
do contrato;
2.1. Participação dos fiscais de contrato no
planejamento da contratação
RESOLUÇÃO CNJ 182

Art. 18. ….

§ 3º O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá conter os


seguintes elementos mínimos:

[...]

III – a especificação técnica detalhada do objeto necessária para gerar os


resultados pretendidos com a contratação, contendo os seguintes
elementos mínimos:

a) o modelo de execução e de gestão do contrato, contendo a forma


como será executado e gerido desde o início até o seu encerramento,
propondo a descrição:

1) dos papéis a serem desempenhados pelos principais atores do


órgão e da empresa envolvidos na contratação;
2.1. Participação dos fiscais de contrato no
planejamento da contratação
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2345/2016 – Plenário)
9.1.9. inclua, em seu processo formal de trabalho para
planejamento de cada uma das aquisições, no mínimo, os
seguintes controles internos:
a) realização de estudos técnicos preliminares;
b) na elaboração do termo de referência ou projeto básico,
incluir no modelo de gestão do contrato, listas de
verificação para os aceites provisório e definitivo, de modo que
os atores da fiscalização tenham um referencial claro para
atuar na fase de gestão do contrato e as inclua em cada
processo de contratação;
[vide julgados do TCU p. 27-28]
2.2. O poder-dever de fiscalizar os contratos
administrativos, segundo a legislação e a
jurisprudência do TCU
2.2. O poder-dever de fiscalizar os contratos
administrativos
LEI 14.133/2021
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles,
as prerrogativas de:
[...]
III – fiscalizar sua execução;
2.2. O poder-dever de fiscalizar os contratos
administrativos
Jurisprudência do TCU (Acórdão 3378/2012 – Plenário)

31. Com efeito, o art. 67 da Lei nº 8.666/93 dispõe que a execução do


contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado [...]. O fiscal tem, pois,
a incumbência de exigir o fiel cumprimento das cláusulas
contratuais, devendo propor à autoridade competente a aplicação de
sanções por irregularidades identificadas na execução do contrato.

32. Não se pode ignorar que a prerrogativa conferida à Administração


de fiscalizar a implementação da avença deve ser interpretada
também como uma obrigação. Por isso, fala-se em um poder-dever,
porquanto, em homenagem ao princípio do interesse público, não pode
a Administração aguardar o término do contrato para verificar se o
objeto fora de fato concluído conforme o programado, uma vez que, no
momento do seu recebimento, muitos vícios podem já se encontrar
encobertos. [vide julgados do TCU p. 32-33]
2.2. O poder-dever de fiscalizar os contratos
(objetivo primário da fiscalização)
RESOLUÇÃO TSE 23.234
Art. 29. O acompanhamento e a fiscalização da
execução do contrato consistem na verificação da
conformidade da prestação dos serviços e da
alocação dos recursos necessários, de forma a
assegurar o perfeito cumprimento do ajuste e
devem ser exercidos por representante da
Administração, especialmente designado.
2.2. O poder-dever de fiscalizar os contratos
(minorar riscos para a Administração)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2296/2019 –
Plenário)
Enunciado
O fiscal de contrato, especialmente designado para
o acompanhamento da obra, pode ser
responsabilizado quando se omite na adoção de
medidas necessárias à manutenção do ritmo de
execução normal do empreendimento.
[vide jurisprudência do TCU sobre a importância da
fiscalização para reduzir riscos: p. 35-37]
2.3. Limites de atuação dos agentes da
fiscalização
2.3. Limites de atuação dos agentes da
fiscalização
LEI 14.133/2021
Art. 117. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais
fiscais do contrato, representantes da Administração
especialmente designados conforme requisitos
estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos
respectivos substitutos, permitida a contratação de
terceiros para assisti-los e subsidiá-los com
informações pertinentes a essa atribuição.
2.3. Limites de atuação dos agentes da
fiscalização
Continuação...
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas à
execução do contrato, determinando o que for
necessário para a regularização das faltas ou dos
defeitos observados.
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus
superiores, em tempo hábil para a adoção das
medidas convenientes, a situação que demandar
decisão ou providência que ultrapasse sua
competência.
2.3. Limites de atuação do fiscal
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
Necessária distinção
➢ Atos de fiscalização
▪ Acompanhamento da execução, conforme
contrato
▪ Notificar o contrato em caso de falhas
▪ Não envolve a prática de atos decisórios

➢ Atos de gestão
▪ Atos decisórios quanto ao curso da
contratação
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
LEI 14.133/2021
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados
os princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da publicidade, da eficiência, do
interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da
eficácia, da segregação de funções [...]
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
LEI 14.133/2021
Art. 7º. ....
[...]
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo
deverá observar o princípio da segregação de
funções, vedada a designação do mesmo agente
público para atuação simultânea em funções mais
suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência
de fraudes na respectiva contratação.
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
RESOLUÇÃO CNJ 347
Art. 14. Observadas as disposições legais e sem
prejuízo das disposições normativas já publicadas
pelo Conselho Nacional de Justiça, a gestão das
contratações dos órgãos do Poder Judiciário
deve:
[…]
XI – zelar pela devida segregação de funções, em
todas as fases do processo de contratação.
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
DOUTRINA (Lucas Rocha Furtado)
Igualmente relevante observar que a figura do fiscal
do contrato não deve ser confundida com a do
gestor do contrato.
É recomendável, todavia, que as funções de
fiscalização e de gestão de contratos sejam executadas
por pessoas distintas, de modo a realizar o princípio da
segregação das funções.
[com a segregação, reduz-se o exercício do poder (pela
desconcentração), de modo a permitir maior controle da
atividade administrativa]
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2829/2015 – Plenário)
[VOTO]
25. A segregação de funções é princípio básico de
controle interno que consiste na separação de atribuições
ou responsabilidades entre diferentes pessoas,
especialmente as funções ou atividades-chave de
formalização, autorização, execução, atesto/aprovação,
registro e revisão, facultando a revisão por setores
diferentes nas várias etapas do processo e impedindo que
a mesma pessoa seja responsável por mais de uma
atividade sensível ao mesmo tempo, sem o devido
controle.
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 1375/2015 –
Plenário)
9.8. dar ciência [...] que foram constatadas as seguintes
irregularidades:
[...]
9.8.5. ilicitude do exercício, por uma mesma pessoa,
das atribuições de pregoeiro e de fiscal do contrato
celebrado, o que ocorreu no processo da contratação
efetivada mediante o Pregão 18/2013, por atentar contra
o princípio da segregação das funções;
[vide julgados do TCU p. 41-44]
2.3.1. Atos de gestão e atos de fiscalização
(princípio da segregação de funções)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
4. Perfil do fiscal
Deverá ser evitada, sempre que possível, a designação de
servidor que:
a) participe da licitação do objeto ou elaboração do edital ou do
contrato;
b) esteja sendo indicado para o recebimento definitivo do
objeto; [salvo como membro de comissão de recebimento –
itens 6.2 e 16 da Parte II do Manual]
c) seja responsável pela liquidação da despesa ou pagamento
do objeto;
d) esteja respondendo pela fiscalização de outros contratos;
[...]
2.4. A indicação e a designação formal do gestor
e do fiscal de contrato
2.4. Indicação e designação formal do fiscal
(obrigação imposta pela lei)
LEI 14.133/2021
Art. 117. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais
fiscais do contrato, representantes da Administração
especialmente designados conforme requisitos
estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos
respectivos substitutos, permitida a contratação de
terceiros para assisti-los e subsidiá-los com
informações pertinentes a essa atribuição.
[especialmente designado = formalmente designado]
2.4. Indicação e designação formal do fiscal
(nomenclatura utilizada)
RESOLUÇÃO TSE 23.234
Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, considera-se:
[...]
XI – FISCAL – servidor ou terceiro contratado com
atribuições de subsidiar ou assistir o Gestor de
Contrato;
XII – GESTOR DE CONTRATO – servidor
especialmente designado para exercer o
acompanhamento e a fiscalização da execução
contratual;
2.4. Indicação e designação formal do fiscal
(nomenclatura utilizada)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
1. Definições
O gestor, no âmbito do TRE/SP, é o representante da
Administração para acompanhar a execução do contrato
quanto aos aspectos documentais e pecuniários. Já o
fiscal tem a função de fiscalizar a execução do contrato
quanto aos aspectos físicos e operacionais.

[o gestor exerce controle sobre a atividade exercida pelo


fiscal de contrato]
2.4.1. Designação por ato formal
(quem indica? – ciência prévia ao servidor)
IN 05/2017
Art. 41. A indicação do gestor, fiscal e seus
substitutos caberá aos setores requisitantes dos
serviços ou poderá ser estabelecida em normativo
próprio de cada órgão ou entidade, de acordo com o
funcionamento de seus processos de trabalho e sua
estrutura organizacional.
§ 1º Para o exercício da função, o gestor e fiscais
deverão ser cientificados, expressamente, da
indicação e respectivas atribuições antes da
formalização do ato de designação.
2.4.1. Designação por ato formal
(verificar as condições do servidor)
IN 05/2017
Art. 41. ....
[...]
§ 2º Na indicação de servidor devem ser
considerados a compatibilidade com as atribuições
do cargo, a complexidade da fiscalização, o
quantitativo de contratos por servidor e a sua
capacidade para o desempenho das atividades.
2.4.1. Designação por ato formal
(se ninguém for indicado como fiscal?)
IN 05/2017
Art. 41. ....
[...]
§ 3º Nos casos de atraso ou falta de indicação, de
desligamento ou afastamento extemporâneo e
definitivo do gestor ou fiscais e seus substitutos, até
que seja providenciada a indicação, a competência
de suas atribuições caberá ao responsável pela
indicação ou conforme previsto no normativo de que
trata o caput. [autoridade que assina o contrato]
2.4. Indicação e designação
2.4.1. Designação por ato formal
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO
CONTRATO
3. Designação do gestor e do fiscal
O fiscal e seu(s) suplente(s) serão designados
conjuntamente por despacho da autoridade
competente nos autos do processo administrativo de
contratação.
[...]
2.4. Indicação e designação
2.4.1. Designação por ato formal
Continuação ...
Quanto ao gestor do contrato, não haverá designação
expressa, pois qualquer servidor da unidade
administrativa de gestão responsável pelo contrato
poderá atuar no seu acompanhamento, conforme
distribuição interna de trabalho e/ou de acordo com a
demanda de serviços, sujeitando-se às orientações do
superior hierárquico imediato e aos procedimentos pré-
estabelecidos. Assim, será gestor qualquer servidor da
unidade de gestão que, durante um ou mais momentos
da execução do ajuste, atue no acompanhamento dos
aspectos documentais e pecuniários.
2.4. Indicação e designação
2.4.1. Designação por ato formal
Jurisprudência do TCU (Acórdão 1094/2013 –
Plenário) – vide julgados p. 48-52
9.1. [...] recomendar ao Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Paraná que:
9.1.1. providencie portaria de designação
específica para fiscalização de cada contrato [...] e
que constem claramente as atribuições e
responsabilidades, de acordo com o estabelecido
pela Lei 8.666/93 em seu artigo 67;

[a espécie de ato formal utilizado é irrelevante]


2.4. Indicação e designação
2.4.1. Designação por ato formal
Jurisprudência do TCU (Acórdão 3676/2014 –
Segunda Câmara)
Enunciado
A nomeação genérica de servidores para atuarem
como fiscais, sem especificação dos nomes nem
dos contratos a serem fiscalizados, contraria o
princípio da eficiência, por inviabilizar a atribuição de
responsabilidade específica a determinado servidor.
2.4.1. Designação por ato formal
(ilegalidade: ausência de designação)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 181/2015 –
Plenário)
9.3 dar ciência à Prefeitura Municipal de Jequiá da
Praia/AL das seguintes impropriedades:
[...]
9.3.10 a ausência de designação formal de fiscal
para os contratos custeados com recursos federais
repassados ao Município [...], contraria o disposto no
artigo 67 da Lei 8.666/1993;
[vide julgados do TCU p. 48-52]
2.4.1. Designação por ato formal
(atividade típica de servidor público)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 124/2020 – Plenário)
Enunciado
É irregular a nomeação de terceiro estranho à Administração
para exercer a fiscalização de contratos, porquanto o art. 67 da
Lei 8.666/1993 permite a contratação de terceiros para auxiliar o
fiscal, mas não para atuar como tal.
Acórdão
9.13. dar ciência [...] sobre a falha referente à nomeação de
empregado de empresa terceirizada para a fiscalização do
contrato 63/2009, em infringência ao que dispõe o art. 67 da
Lei 8.666/1993, para que sejam adotadas medidas internas com
vistas à prevenção de ocorrência de outras semelhantes;
2.4.2. Perfil do servidor indicado para o
encargo, segundo o Manual do TRE/SP
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
3. Designação do gestor e do fiscal
A indicação do fiscal e de seu(s) suplente(s), responsáveis
pelas atividades objeto do contrato, recairá, preferencialmente,
sobre servidor da unidade requisitante do objeto.
[...]
4. Perfil do fiscal
A Lei nº 8.666/93 não faz referência expressa ao perfil do fiscal
do contrato. Todavia, em face da relevância do encargo, é
importante que o servidor designado seja dotado de certas
qualificações, tais como:
2.4.2. Perfil do servidor indicado para o
encargo, segundo o Manual do TRE/SP
Continuação ...
a) não possuir em seus registros funcionais punições em
decorrência da prática de atos lesivos ao patrimônio público,
em qualquer esfera de governo;
b) não haver sido responsabilizado por irregularidades junto ao
Tribunal de Contas da União;
c) não haver sido condenado em processo criminal por crimes
contra a Administração Pública, capitulados no Título XI,
Capítulo I, do Código Penal Brasileiro e na Lei nº 8.429/1992;
d) não possuir, com o contratado, relação comercial,
econômica, financeira, civil ou trabalhista;
2.4.2. Perfil do servidor indicado para o
encargo, segundo o Manual do TRE/SP
Continuação ...
e) não ser amigo íntimo ou inimigo capital do contratado ou
dos dirigentes do contratado;
f) não possuir relação de parentesco com membro da família
do contratado;
g) apresentar, por motivos éticos, impedimentos ao exercício
da função com a austeridade pelo interesse público ou, em a
exercendo, que comprometam a imagem pública da instituição.
O não atendimento a essas qualificações configurará
impedimento para a designação.
2.4.3. É possível recusar a indicação?

Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do


TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO
CONTRATO
4. Perfil do fiscal
4.1. Recusa em ser fiscal do contrato
O servidor não pode recusar-se a cumprir tarefas,
salvo quando o designado comprovar não possuir
conhecimento técnico imprescindível ao desempenho
eficiente das atividades e/ou existirem outros servidores
mais qualificados.
2.4.3. É possível recusar a indicação?

Continuação ...
Como as atividades administrativa e eleitoral não
podem ser interrompidas — princípios da continuidade
da Administração — em situações excepcionalíssimas,
devidamente justificadas pela autoridade designante e
sob sua responsabilidade pessoal, poderá ser
designado servidor com direito a lícita recusa. Nesse
caso, o servidor informará no processo o fato que
poderá, no futuro, atenuar a sua responsabilidade.
2.4.3. É possível recusar a indicação?

Jurisprudência do TCU (Acórdão 10.868/2018 –


Segunda Câmara)
Enunciado
O fiscal de contrato designado, caso entenda não
possuir conhecimento técnico para exercer suas
competências, deve alegar o fato ao seu superior
em tempo hábil, para adoção das medidas
pertinentes, sob risco de vir a responder por
eventual prejuízo causado ao erário (art. 67, § 2⁰, da
Lei 8.666/1993).
[jurisprudência do TCU: p. 54-56]
2.4.4. Requisitos a serem observados, conforme
a Lei de Licitações e Contratos Administrativos
LEI 14.133/2021
Art. 8º ....
[...]
§ 3º As regras relativas à atuação do agente de
contratação e da equipe de apoio, ao funcionamento da
comissão de contratação e à atuação de fiscais e gestores
de contratos de que trata esta Lei serão estabelecidas em
regulamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles
contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento
jurídico e de controle interno para o desempenho das
funções essenciais à execução do disposto nesta Lei.
2.4.4. Requisitos a serem observados, conforme
a Lei de Licitações e Contratos Administrativos
LEI 14.133/2021
Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da
entidade, ou a quem as normas de organização
administrativa indicarem, promover gestão por
competências e designar agentes públicos para o
desempenho das funções essenciais à execução
desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou
empregado público dos quadros permanentes da
Administração Pública;
2.4.4. Requisitos a serem observados, conforme
a Lei de Licitações e Contratos Administrativos
Continuação...
II - tenham atribuições relacionadas a licitações e
contratos ou possuam formação compatível ou
qualificação atestada por certificação profissional
emitida por escola de governo criada e mantida pelo
poder público; e
III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou
contratados habituais da Administração nem tenham
com eles vínculo de parentesco, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica,
comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil.
2.4.4. Requisitos a serem observados
(evitar conflitos de interesses)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 3083/2010 – Plenário)

Enunciado
Os responsáveis pela fiscalização de contrato não podem ser
designados em situações que envolvam conflitos de interesse na
atividade.

Relatório

O Sr. [...] era sócio da mencionada empresa, a sede da mesma estava


localizada no mesmo endereço da Cooperação, empresa cuja
contratação também foi questionada, o mencionado imóvel era de
propriedade do recorrente, Presidente do CRA/RJ à época, e o Sr. [...],
mesmo sendo sócio da referida empresa, ao mesmo tempo em que era
Diretor Executivo do CRA/RJ, atestou a execução de serviços prestados
pela mesma. Resta claramente evidenciado um notório conflito de
interesses [...]
2.4.4. Requisitos a serem observados
(evitar conflitos de natureza ética)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 1885/2009 – Plenário)
Enunciado
Parentes ou cônjuges de proprietários ou sócios de
entidades contratadas não devem ser designados como
responsáveis pela fiscalização, gestão, ou qualquer
função que envolva o controle da execução do respectivo
contrato.
Acórdão
9.3.6. não designe parentes ou cônjuges de proprietários ou
sócios de entidades contratadas como responsáveis pela
fiscalização, gestão, ou qualquer função que envolva o
controle da execução do respectivo contrato;
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe, à
luz da nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos. A disciplina da IN 05/2017, em
contraste com outras normas
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe

LEI 14.133/2021
Art. 117. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais
fiscais do contrato, representantes da
Administração especialmente designados conforme
requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos
respectivos substitutos, permitida a contratação de
terceiros para assisti-los e subsidiá-los com
informações pertinentes a essa atribuição.

[embora recomendável, a fiscalização por equipe não


é obrigatória]
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe

RESOLUÇÃO CNJ 182


Art. 2º Para fins desta Resolução, considera-se:
[...]
XII – Equipe de Gestão da Contratação: equipe
composta pelo Gestor do Contrato, responsável por
gerir a execução contratual e, sempre que possível e
necessário, pelos Fiscais Demandante, Técnico e
Administrativo, responsáveis por fiscalizar a execução
contratual, consoante às atribuições regulamentares:
[fiscal demandante; fiscal técnico e fiscal administrativo]
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe
(vertentes da fiscalização na IN 05/2017)
IN 05/2017
Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da execução
contratual são o conjunto de ações que tem por objetivo aferir
o cumprimento dos resultados previstos pela Administração
para os serviços contratados, verificar a regularidade das
obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como
prestar apoio à instrução processual e o encaminhamento da
documentação pertinente ao setor de contratos para a
formalização dos procedimentos relativos a repactuação,
alteração, reequilíbrio, prorrogação, pagamento, eventual
aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outras,
com vista a assegurar o cumprimento das cláusulas
avençadas e a solução de problemas relativos ao objeto.
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe
(vertentes da fiscalização na IN 05/2017)
IN 05/2017
Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o artigo
anterior compete ao gestor da execução dos
contratos, auxiliado pela fiscalização técnica,
administrativa, setorial e pelo público usuário,
conforme o caso, de acordo com as seguintes
disposições:
[omissis]
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe
(vertentes da fiscalização na IN 05/2017)
IN 05/2017 – Atribuições dos componentes da
equipe de fiscalização
➢ Gestor: coordenação da equipe de fiscalização;
interage com a empresa e com a Administração
➢ Fiscal Técnico: execução do objeto quanto a
prazo, modo de execução e qualidade
➢ Fiscal Administrativo: aspectos administrativos
dos contratos de terceirização
➢ Fiscal Setorial: acompanhamento no local de
execução dos serviços (unidade descentralizada)
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe
(no Manual do TRE/SP)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
3. Designação do gestor e do fiscal
Pode haver também a designação de Comissão de
Fiscalização para acompanhamento da execução do
contrato e atesto das notas fiscais/faturas.
Essa Comissão deve ser composta necessariamente
com, no mínimo, três membros e, sempre que possível,
com seus respectivos suplentes, sendo Presidente o
servidor diretamente relacionado ao fornecimento ou ao
serviço contratado.
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe
(fiscalização setorial no Manual do TRE/SP)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
5. Atribuições do gestor e do fiscal
5.2. Atribuições do fiscal de contrato
São as seguintes as atribuições do fiscal de contratos:
[...]
21. observar, complementarmente, no caso de serviços
terceirizados, as obrigações abaixo:
a) fazer contato com as unidades administrativas usuárias dos
serviços, a fim de verificar os procedimentos de controle que
estão executando, conscientizando-as do compromisso de
prestar informações corretas;
2.5. A possibilidade de fiscalização por equipe
(fiscalização setorial no Manual do TRE/SP)
Continuação ...
b) cobrar das unidades administrativas o envio do relatório de
acompanhamento mensal de frequência dos profissionais ali
alocados;
c) fazer o levantamento por meio de relatórios de
acompanhamento das unidades, conciliando as informações e
registrando-as no relatório de acompanhamento mensal do
contrato para ser enviado à contratada até o último dia do mês
de referência da realização dos serviços;
ATUAÇÃO DO GESTOR E DO FISCAL
DE CONTRATO, CONFORME O
MANUAL DE GESTÃO E
FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS DO TRE/SP
ABORDAGEM TEÓRICA E PRÁTICA, COM FOCO NA ATUAÇÃO DO FISCAL/ GESTOR
(as melhores práticas para a gestão eficiente dos contratos administrativos,
conforme o Manual do TRE/SP, em cotejo com a legislação vigente e a
jurisprudência dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União e a
Resolução TSE 23.234. Destaque para as inovações introduzidas pela Lei
14.133/2021 – nova lei de licitações e contratos administrativos)

Erivan Pereira de Franca


2.6. Possibilidade de responsabilização pessoal
do gestor ou fiscal de contrato. Critérios
adotados para imputação de responsabilidade
2.6. Possibilidade de responsabilização
(diretriz do CNJ)
RESOLUÇÃO CNJ 347
Art. 28. Compete aos órgãos do Poder Judiciário:
[...]
IV – estabelecer diretrizes para garantir que, de
ofício, sejam apurados os fatos com indício de
irregularidade ou contrários à política de governança
de contratações, promovendo a responsabilização
em caso de comprovação.
2.6. Possibilidade de responsabilização
(compete ao gestor comprovar regularidade)

LEI 8.666/93
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos
contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei
será feito pelo Tribunal de Contas competente, na
forma da legislação pertinente, ficando os órgãos
interessados da Administração responsáveis pela
demonstração da legalidade e regularidade da
despesa e execução, nos termos da Constituição e
sem prejuízo do sistema de controle interno nela
previsto.

[não há dispositivo semelhante na Lei 14.133/2021]


2.6. Possibilidade de responsabilização
(critérios para imputação – teoria subjetiva)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2420/2015 – Plenário)
41. No âmbito dos processos nesta Corte de Contas, a
responsabilidade dos administradores de recursos
públicos, escorada no parágrafo único do art. 70 da
Constituição Federal, segue a regra geral da
responsabilidade civil, ou seja, é de natureza subjetiva.
São exigidos simultaneamente três pressupostos para a
responsabilização, quais sejam: (i) o ato ilícito na gestão dos
recursos públicos; (ii) a conduta dolosa ou culposa e; (iii) o
nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do
agente. Há de ser investigado, ainda, se houve a ocorrência de
algum eventual excludente de culpabilidade, tal como a
inexigibilidade de conduta diversa ou a ausência de potencial
conhecimento da ilicitude.
2.6. Possibilidade de responsabilização
(teoria subjetiva – independe de dano)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 4447/2020 – Segunda
Câmara)
Enunciado
A atestação da execução de serviços de engenharia
desacompanhada de boletins de medição, com base apenas
em documentos produzidos pela própria empresa
contratada, constitui irregularidade apta à
responsabilização do fiscal do contrato,
independentemente da caracterização de dano ao erário. A
autorização de pagamento sem os referidos boletins atrai
também a responsabilidade do ordenador de despesas.
[vide jurisprudência do TCU: p. 67-70]
2.6. Possibilidade de responsabilização
(teoria subjetiva – omissão)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2296/2019 –
Plenário – INFORMATIVO 378)
O fiscal de contrato, especialmente designado para
o acompanhamento da obra, pode ser
responsabilizado quando se omite na adoção de
medidas necessárias à manutenção do ritmo de
execução normal do empreendimento.
2.6. Possibilidade de responsabilização
(critério do “homem médio”)
DOUTRINA (Sílvio Rodrigues)
Para se verificar se existiu, ou não, erro de conduta, e
portanto culpa, por parte do agente causador do
dano, mister se faz comparar o seu comportamento
com aquele que seria normal e correntio em um
homem médio, fixado como padrão. Se de tal
comparação resultar que o dano derivou de uma
imprudência, imperícia ou negligência do autor do
dano, nos quais não incorreria o homem padrão,
criado in abstracto pelo julgador, caracteriza-se a
culpa, ou seja, o erro de conduta.
2.6. Possibilidade de responsabilização
(aplicação do critério do “homem médio”)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 599/2019 – Plenário)
18. Desse princípio decorre que o agente público deverá agir
como se estivesse cuidando dos seus próprios negócios,
respondendo pelos danos que vier a causar em
decorrência de condutas desidiosas ou temerárias. Assim,
nas palavras de José Aguiar Dias, “a culpa pode ser
entendida como a falta de diligência na observância da
norma de conduta, isto é, o desprezo, por parte do agente, do
esforço necessário para observá-la, com resultado não
objetivado, mas previsível, desde que o agente se detivesse
na consideração das conseqüências eventuais de sua atitude.”
(Da Responsabilidade Civil. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
1979). [citação de trecho do voto no Acórdão 2.420/2015–
TCU-Plenário] - [vide jurisprudência do TCU: p. 70-78]
2.6. Possibilidade de responsabilização
(aplicação do critério do “homem médio”)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 43/2015 – Plenário)
Enunciado
O fiscal do contrato tem o dever de conhecer os
limites e as regras para alterações contratuais
definidos na Lei de Licitações, e, por conseguinte, a
obrigação de notificar seus superiores sobre a
necessidade de realizar o devido aditivo contratual,
evitando a atestação da execução de itens não
previstos no ajuste, sob pena de ser-lhe aplicada a
multa do art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.1. Disciplina da LINDB
DECRETO-LEI 4.657/1942
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão
pública, serão considerados os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou
validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias
práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.1. Disciplina da LINDB (erro grosseiro)
DECRETO-LEI 4.657/1942
Art. 28. O agente público responderá
pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.1. Disciplina da LINDB (erro grosseiro)
DECRETO 9.830/2019
Art. 12. O agente público somente poderá ser
responsabilizado por suas decisões ou opiniões
técnicas se agir ou se omitir com dolo, direto ou
eventual, ou cometer erro grosseiro, no desempenho
de suas funções.
§ 1º Considera-se erro grosseiro aquele manifesto,
evidente e inescusável praticado com culpa grave,
caracterizado por ação ou omissão com elevado grau
de negligência, imprudência ou imperícia.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.1. Disciplina da LINDB (erro grosseiro)
Continuação...
§ 2º Não será configurado dolo ou erro grosseiro do
agente público se não restar comprovada, nos autos do
processo de responsabilização, situação ou circunstância
fática capaz de caracterizar o dolo ou o erro grosseiro.
§ 3º O mero nexo de causalidade entre a conduta e o
resultado danoso não implica responsabilização, exceto
se comprovado o dolo ou o erro grosseiro do agente
público.
§ 4º A complexidade da matéria e das atribuições
exercidas pelo agente público serão consideradas em
eventual responsabilização do agente público.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.1. Disciplina da LINDB (Lei 14.133/2021)
LEI 14.133/2021
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os
princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse
público, da probidade administrativa, da igualdade, do
planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao
edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da
razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade,
da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento
nacional sustentável, assim como as disposições
do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
2.6. Possibilidade de responsabilização
(exemplo extraído da Lei 14.133/2021)
LEI 14.133/2021
Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a
caracterização adequada de seu objeto e sem a
indicação dos créditos orçamentários para
pagamento das parcelas contratuais vincendas no
exercício em que realizada a contratação, sob pena
de nulidade do ato e de responsabilização de quem
lhe tiver dado causa.
[exemplo de ato que seria enquadrado como “erro
grosseiro”]
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.2. Condutas vedadas – Manual TRE/SP
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
5. Atribuições do gestor e do fiscal
5.4. Das vedações
É vedado ao fiscal do contrato:
a) exercer poder de mando sobre os empregados da
contratada, reportando-se somente aos prepostos e
responsáveis por ela indicados;
b) promover acertos verbais com o contratado.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.2. Condutas vedadas – Manual TRE/SP
Continuação ...
É vedado a qualquer servidor ou dirigente do Tribunal:
a) exercer poder de mando sobre os empregados da
contratada, reportando-se somente ao fiscal do contrato;
b) interferir nos trabalhos do fiscal do contrato, exercendo
pressão direta ou indireta para que pratique ato contra
expressa disposição de Lei ou preceito ético, ou seja, omisso
em relação a dever funcional;
c) manter contato com o contratado, visando obter benefício ou
vantagem, direto ou indireto, inclusive para terceiro;
d) indicar pessoal para ser admitido pela contratada, ainda
que seja para prestar serviço em outro contrato ou outra
empresa do mesmo grupo.
2.6. Possibilidade de responsabilização
2.6.2. Condutas vedadas (Lei 14.133/2021)
LEI 14.133/2021
Art. 9º É vedado ao agente público designado para
atuar na área de licitações e contratos,
ressalvados os casos previstos em lei:
[...]
III - opor resistência injustificada ao andamento dos
processos e, indevidamente, retardar ou deixar de
praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa em lei.
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal de
contrato: disciplina da nova Lei de Licitações e
Contratos Administrativos e outras normas
aplicáveis
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(Diretriz do Manual do TRE/SP)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
2. Boa gestão
Quando um contrato é bem gerido pela Administração
Pública, muitos erros são corrigidos e danos são evitados.
Por esse motivo, escolher os profissionais com o perfil
certo e qualificá-los mediante um curso de
capacitação feito no próprio órgão, com servidores
mais qualificados e experientes, ou mediante processo de
contratação de treinamento externo, mostra-se
indispensável.
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(diretrizes do CNJ)
RESOLUÇÃO CNJ 347
Art. 5º São considerados instrumentos de
governança em contratações públicas do Poder
Judiciário, dentre outros:
[...]
III – o Plano Anual de Capacitação; e
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(diretrizes do CNJ)
RESOLUÇÃO CNJ 347
Art. 13. Observado o modelo de competência e as
disposições constantes do Capítulo IV desta Resolução,
os órgãos do Poder Judiciário deverão estabelecer
formalmente o Plano Anual de Capacitação,
contendo ações de capacitação para as funções-chave
da gestão de contratações, incluindo dirigentes,
pregoeiros, membros das comissões de licitação,
servidores que atuam na pesquisa de preços, gestores
e fiscais de contratos, bem como agentes que atuam
nas demais fases do processo de contratações.
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(papel dos Tribunais de Contas)
LEI 14.133/2021
Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por meio
de suas escolas de contas, promover eventos de
capacitação para os servidores efetivos e
empregados públicos designados para o
desempenho das funções essenciais à execução
desta Lei, incluídos cursos presenciais e a distância,
redes de aprendizagem, seminários e congressos
sobre contratações públicas.
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(evitar sobrecarga de trabalho)
RESOLUÇÃO CNJ 347
Art. 14. Observadas as disposições legais e sem
prejuízo das disposições normativas já publicadas pelo
Conselho Nacional de Justiça, a gestão das
contratações dos órgãos do Poder Judiciário deve:
[…]
VIII – estabelecer diretrizes para a nomeação de
fiscais de contrato, com base no perfil de
competências e evitando a sobrecarga de
atribuições;
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(jurisprudência do TCU)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2897/2019 – Segunda
Câmara) – vide julgados p. 82-85
1.9.4. recomendar à Agência Brasileira de Inteligência, que:
1.9.4.1. avalie a conveniência e a oportunidade de prover
capacitação contínua de servidores envolvidos na gestão e
fiscalização de contratos com vistas a aperfeiçoar o setor de
contratação;
1.9.4.2. redimensione o setor de contratos, com vistas a dotá-lo de
logística adequada para o aprimoramento contínuo de sua gestão,
de forma a:
1.9.4.2.1. distribuir, de modo compatível, as atribuições de
competência entre os agentes envolvidos na gestão/fiscalização
dos contratos;
2.7. Necessidade de capacitação do fiscal
(jurisprudência do TCU – aplicação da LINDB)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2973/2019 –
Segunda Câmara)
Enunciado
O fiscal do contrato não pode ser responsabilizado
caso não lhe sejam oferecidas condições apropriadas
para o desempenho de suas atribuições. Na
interpretação das normas de gestão pública, deverão ser
considerados os obstáculos e as dificuldades reais do
gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo
(art. 22, caput, do Decreto-lei 4.657/1942 - Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
2.7.1. Possibilidade de contratação de terceiros
para dar assistência ao fiscal
LEI 14.133/2021
Art. 117. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais
do contrato, representantes da Administração
especialmente designados conforme requisitos
estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos
respectivos substitutos, permitida a contratação de
terceiros para assisti-los e subsidiá-los com
informações pertinentes a essa atribuição.
[...]
2.7.1. Possibilidade de contratação de terceiros
para dar assistência ao fiscal
Continuação...
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no
caput deste artigo, deverão ser observadas as seguintes
regras:
I – a empresa ou o profissional contratado assumirá
responsabilidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão
das informações prestadas, firmará termo de compromisso de
confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e
exclusiva de fiscal de contrato;
II – a contratação de terceiros não eximirá de
responsabilidade o fiscal do contrato, nos limites das
informações recebidas do terceiro contratado.
2.7.1. Possibilidade de contratação de terceiros
para dar assistência ao fiscal
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
2. Contratos de prestação de serviços
2.1 Dos contratos de prestação de serviços contínuos
2.1.4 Peculiaridades
Caso o Órgão não tenha servidores capazes de conferir
os documentos relativos aos encargos trabalhistas,
previdenciários e fundiários, sugere-se a contratação de
empresa que preste esse tipo de serviço na forma do art.
67, caput.
2.7.1. Possibilidade de contratação de terceiros
para dar assistência ao fiscal
Jurisprudência do TCU (Acórdão 785/2021 –
Plenário) – vide julgados p. 87-90
29.Todavia, alguns precedentes desta Corte de Contas
apontam no sentido de que a contratação de empresa
para fiscalizar a obra não exclui a responsabilidade
do fiscal designado pela administração, a exemplo
dos Acórdãos 2.987/2015 e 859/2006, ambos do
Plenário.
30.Entendimento contrário até poderia ser adotado se
restasse comprovada a complexidade da conduta
inquinada ou as limitações ao exercício de suas
atividades como fiscal, o que não foi feito.
2.7.1. Possibilidade de contratação de terceiros
para dar assistência ao fiscal
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2292/2017 –
Plenário)
Enunciado
O fato de haver assessoramento de terceiros para
auxiliar o fiscal de contrato não afasta a sua
responsabilidade pelo atesto de serviços que
posteriormente se revelem executados com
imperfeições, quando não existirem projetos
necessários à realização do objeto contratado.
2.8. A figura do preposto da empresa contratada.
Interação entre agentes da fiscalização e
preposto, conforme disposições do Manual de
Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
2.8. O preposto da contratada

LEI 14.133/2021
Art. 118. O contratado deverá manter preposto
aceito pela Administração no local da obra ou do
serviço para representá-lo na execução do contrato.
2.8. O preposto da contratada
(nomeação formal)
IN 05/2017
Art. 44. O preposto da empresa deve ser
formalmente designado pela contratada antes do
início da prestação dos serviços, em cujo instrumento
deverá constar expressamente os poderes e deveres
em relação à execução do objeto.
[diretriz em conformidade com a jurisprudência do
TCU: p. 92]
2.8. O preposto da contratada
(primeiras providências – Manual do TRE/SP)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
2. Contratos de prestação de serviços
2.1 Dos contratos de prestação de serviços contínuos
2.1.5. Gestão do contrato de serviços contínuos
2.1.5.2. Fiscalização da parte da execução física do
contrato
2.1.5.2.1 Da fiscalização preliminar feita pelo fiscal, quando
aplicável
- apresentar-se ao preposto do contratado, solicitando, se for o
caso, números de telefone para contato, inclusive para
emergências e também números para final de semana;
2.8. O preposto da contratada
(recusa justificada pelo fiscal do contrato)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
2.1 Dos contratos de prestação de serviços contínuos
2.1.5.2.2 Da fiscalização sobre recursos humanos feita
pelo fiscal
- determinar o afastamento do preposto ou de qualquer
empregado da empresa contratada, desde que constate a
inoperância, o desleixo, a incapacidade ou atos
desabonadores por parte destes, procedendo da mesma
forma em relação ao preposto ou empregados de
eventuais subcontratados;
2.8. O preposto da contratada
(relevância nos contratos de terceirização)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE
CONTRATO
5 Atribuições do gestor e do fiscal
5.4 Das vedações
É vedado ao fiscal do contrato:
a) exercer poder de mando sobre os empregados da
contratada, reportando-se somente aos prepostos e
responsáveis por ela indicados;
2.8. O preposto da contratada
(relevância nos contratos de terceirização)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
2. Contratos de prestação de serviços
2.1 Dos contratos de prestação de serviços contínuos
2.1.4 Peculiaridades
Os serviços de prestação de serviços contínuos exigem do
fiscal do contrato cautelas peculiares, pois:
- a relação entre os empregados do contratado e os servidores
do Tribunal, pela continuidade, tende a estreitar-se, exigindo-
se com mais rigor que os contatos entre o Tribunal e a
empresa contratada sejam feitos por meio do fiscal do contrato
e do preposto da empresa;
2.8. O preposto da contratada
(relevância nos contratos de terceirização)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
2. Contratos de prestação de serviços
2.1.5. Gestão do contrato de serviços contínuos
2.1.5.2. Fiscalização da parte da execução física do contrato
2.1.5.2.2 Da fiscalização sobre recursos humanos feita pelo
fiscal
- não emitir ordem diretamente aos empregados contratados pela
empresa — art. 68 da Lei nº 8.666/93 —, reportando-se a estes
sempre por meio dos prepostos e responsáveis por ela indicados,
a fim de evitar a pessoalidade, determinante para a criação do
vínculo empregatício com o Tribunal;
2.8. O preposto da contratada
(relevância nos contratos de terceirização)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 3894/2011 – Segunda
Câmara) – vide julgados p. 99-103
[VOTO]
6. Tais argumentos [apresentados pelo gestor responsável]
não merecem acolhimento, já que:
b) ficou comprovada a existência de pessoalidade e de
subordinação direta dos contratados, bem como de outros
elementos caracterizadores da interposição de mão de obra,
como a ausência de preposto, a expedição de regras
diretamente a funcionários da contratada e a remuneração
desta última pela mera disponibilidade de funcionários à
contratante, o que caracteriza infração ao enunciado 331 do
Tribunal Superior Trabalho.
FIM

PARTE 2
PARTE 3

MANUTENÇÃO DE REGISTROS DA
FISCALIZAÇÃO SEGUNDO AS
DIRETRIZES DO MANUAL DE
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE
CONTRATOS DO TRE/SP
3.1. A obrigatoriedade de manutenção de
registros pelos agentes da fiscalização.
Disciplina legal e normas da Justiça Eleitoral.
Disciplina do Manual do TRE/SP
3.1. A obrigatoriedade de manutenção de
registros
LEI 14.133/2021
Art. 117. ....
[...]
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas à
execução do contrato, determinando o que for
necessário para a regularização das faltas ou dos
defeitos observados.
3.1. A obrigatoriedade de manutenção de
registros
RESOLUÇÃO TSE 23.234
Art. 32.
[…]
§ 3º O gestor do contrato deverá promover o
registro das ocorrências verificadas, adotando as
providências necessárias ao fiel cumprimento das
cláusulas contratuais.
3.1. A obrigatoriedade de manutenção de
registros
Jurisprudência do TCU (Acórdão 1858/2009 –
Plenário)
Enunciado
Na execução de obras que envolvam, total ou
parcialmente, recursos públicos federais, a
Administração contratante deve cumprir o disposto no
§ 1º do art. 67 da Lei 8.666/1993, realizando
fiscalização de forma concomitante à execução
dos serviços, procedendo aos devidos e
detalhados registros nos diários de obras.
[vide julgados p. 106-108]
3.1. A obrigatoriedade de manutenção de
registros (em processo formal)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 1163/2008 –
Plenário)
9.4.19. adote processo formal para acompanhar a
execução contratual, em atenção ao princípio
constitucional da eficiência, incluindo controles que
permitam aos fiscalizadores dos contratos
identificarem se todas as obrigações do contratado
foram cumpridas antes de autorizar o pagamento, em
observância ao disposto no art. 6º, IX, "e", da Lei nº
8.666/1993;
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
5. Atribuições do gestor e do fiscal
5.2. Atribuições do fiscal de contrato
São as seguintes as atribuições do fiscal de contratos:
[...]
9. manter, no local da obra, livro-diário, e registrar todas
as ocorrências relevantes;
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
3. Formalização da gestão
3.2 Um só processo sem arquivos paralelos
Por força da Lei nº 8.666/93, somente pode haver um único
processo de contratação, que, no entanto, pode ser dividido
em vários volumes, admitida, entretanto, a existência de Livro
de Registros do Contrato bem como o trâmite apartado de
procedimento de pagamento ou de Representação para tratar
de penalidades ou de assuntos urgentes e inadiáveis, como se
verá a seguir.
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Continuação ...
Desse modo, não podem ser criados arquivos paralelos, à
exceção do Livro de Registros do Contrato e da reunião de
cópias daqueles documentos estritamente necessários,
juntando-se aos autos principais todos os documentos
originais relacionados ao contrato.
[...]
Assim como abordado no item 3.4, Parte II deste Manual,
assuntos específicos como multas ou assuntos urgentes e
inadiáveis que requeiram tramitação em separado podem
integrar procedimento apartado a ser inaugurado pelo gestor
ou pelo fiscal, conforme a necessidade, desde que seja:
[omissis]
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Continuação ...
3.4 Um só processo e um só Livro de Registros do
Contrato
É importante destacar que quando se estiver diante
de questões inadiáveis e os autos do processo de
contratação estiverem em outras unidades do
Tribunal, cujas providências possam aguardar, deve-
se requerer a tal unidade a devolução do processo
para a adoção das medidas pertinentes.
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Continuação ...
3.6 Forma e autuação dos documentos
[...]
- o gestor do contrato deve providenciar a imediata
juntada, aos autos do processo de contratação,
dos documentos que receber. A juntada deverá ser
feita pelo próprio gestor do contrato ou pelo servidor
que estiver com a carga do processo;
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Continuação ...
3.7 Livro de Registros do Contrato
Recomenda-se o uso do Livro de Registros do
Contrato nas seguintes situações:
- serviços a serem executados de forma contínua;
- obras;
- contratos de grande vulto.
Dispensa-se o uso do Livro de Registros do
Contrato nos demais casos.
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Continuação ...
Documentos, comunicações, recibos e tudo mais que
estiver envolvido com o controle de cumprimento dos
prazos estão sob a responsabilidade e controle do
fiscal do contrato e devem compor o processo
principal. No livro deverá constar mera anotação de
cada ocorrência.
3.1. Manutenção de registros
(Repositórios autorizados – Manual TRE/SP)
Continuação ...
O Livro de Registros do Contrato poderá ter três e
distintas formas:
- livro encadernado, capa dura, com pautas e folhas
numeradas, costuradas e coladas;
- fichário com capa dura para colocação de folhas, tamanho
A4, soltas, onde serão arquivadas as anotações feitas pelo
gestor do contrato e, conforme o caso, os formulários, para
posterior encadernação, no momento do encerramento do
contrato;
- arquivo eletrônico, com arquivos e digitalização de
documentos, que serão impressos no final de cada exercício
ou contrato e encadernados e juntados ao processo.
3.1. Manutenção de registros
(“Arquivo paralelo provisório”)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
3. Formalização da gestão
3.5 Arquivo para consulta do fiscal e do gestor do
contrato
O arquivo “paralelo provisório” deverá conter, no
mínimo, cópias dos seguintes documentos:
- edital/ato convocatório e seus anexos (p.ex. projeto
básico, descrição dos serviços, cronograma físico-
financeiro provisório e/ou definitivo);
3.1. Manutenção de registros
(“Arquivo paralelo provisório”)
Continuação ...
- proposta da contratada;
- contrato administrativo e de seus termos aditivos e
apostilamentos;
- nota de empenho;
- formulário(s) de gestão contratual aplicado(s); e
- planilha de composição de custos;
- todos os documentos alusivos à gestão e à
fiscalização do contrato, inclusive das correspondências
expedidas e recebidas.
3.1. Manutenção de registros da fiscalização
3.1.1. Que documentos compõem os registros?
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
3. Formalização da gestão
3.4 Um só processo e um só Livro de Registros do
Contrato
Neste Manual, recomenda-se, também, que sejam entregues
ao fiscal do contrato, no momento da designação,
documentos como o edital, o contrato, a proposta comercial,
entre outros, a fim de auxiliá-lo em suas tarefas de: controlar
prazos, elaborar relatórios, sugerir penalidades, coibir
eventuais irregularidades detectadas na execução contratual,
entre outros.
3.1.1. Que documentos compõem os registros?
(autenticidade)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
3.6 Forma e autuação dos documentos
[...]
- quando se tratarem de documentos oferecidos em cópia, o
gestor do contrato deve pedir a apresentação do original para
confronto, autenticando, na própria face da cópia ou no verso,
mediante aposição de carimbo especialmente confeccionado;
- quando a cópia vier autenticada por cartório, por junta comercial,
conselho profissional, CREA, por exemplo, ou órgão público, é
dispensável o procedimento previsto no subitem anterior;
[Art. 12 da Lei 14.133/2021 (cópia): cópia + original;
declaração do advogado; documento digital é autêntico]
3.1. Manutenção registros da fiscalização
3.1.2. Que ocorrências devem ser registradas?
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATO
5.2 Atribuições do fiscal de contrato
São as seguintes as atribuições do fiscal de contratos:
[...]
2. informar à unidade de gestão as ocorrências relacionadas
com a execução do contrato que ultrapassarem a sua
competência de atuação, objetivando a regularização das faltas
ou defeitos observados;
[...]
9. manter, no local da obra, livro-diário, e registrar todas as
ocorrências relevantes;
3.1. Manutenção registros da fiscalização
3.1.2. Que ocorrências devem ser registradas?
Exemplos de ocorrências objeto de registro
✓ Atas de reuniões realizadas com o preposto
✓ Comunicações trocadas com o contratado,
originadas do fiscal ou gestor de contrato ou de
outras autoridades da Administração (item 3.1,
Parte II do Manual)
✓ Relatórios de acompanhamento, laudos de vistoria
(item 3.1, Parte II do Manual)
✓ Registros de deficiências na prestação dos
serviços, ou inexecução
3.1. Manutenção registros da fiscalização
3.1.2. Que ocorrências devem ser registradas?
Continuação...
✓ Verificação do cumprimento das obrigações fiscais,
trabalhistas e previdenciárias
✓ Pagamentos mensais à contratada – notas fiscais,
relatórios de medição, certidões etc. (item 3.1 da
Parte II do Manual)
✓ Fatos que ensejam, em tese, a aplicação de
penalidades, ou possam levar à rescisão unilateral
do contrato devem ser obrigatoriamente
registradas
3.2. Inovações introduzidas pela Lei 14.133/2021:
relatório de desempenho do contratado e
relatório final do contrato – disponibilização em
bancos de dados públicos
3.2. Relatório de desempenho do contratado
(para compor o registro cadastral)
LEI 14.133/2021
Art. 88. ....
[...]
§ 3º A atuação do contratado no cumprimento de
obrigações assumidas será avaliada pelo
contratante, que emitirá documento comprobatório da
avaliação realizada, com menção ao seu desempenho
na execução contratual, baseado em indicadores
objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais
penalidades aplicadas, o que constará do registro
cadastral em que a inscrição for realizada.
3.2. Relatório de desempenho do contratado
(cadastro de atestos)
Continuação...
§ 4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo
contratado, de que trata o § 3º deste artigo, será
condicionada à implantação e à regulamentação do
cadastro de atesto de cumprimento de obrigações,
apto à realização do registro de forma objetiva, em
atendimento aos princípios da impessoalidade, da
igualdade, da isonomia, da publicidade e da
transparência, de modo a possibilitar a implementação
de medidas de incentivo aos licitantes que possuírem
ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.
3.2. Relatório de desempenho do contratado
e relatório final do contrato
LEI 14.133/2021
Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações
Públicas (PNCP), sítio eletrônico oficial destinado à:
§ 3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades,
oferecer:
[...]
III - sistema de planejamento e gerenciamento de
contratações, incluído o cadastro de atesto de
cumprimento de obrigações previsto no § 4º do art.
88 desta Lei;
[...]
3.2. Relatório de desempenho do contratado
e relatório final do contrato
Continuação...
VI - sistema de gestão compartilhada com a
sociedade de informações referentes à execução do
contrato, que possibilite:
[...]
d) divulgação, na forma de regulamento, de relatório
final com informações sobre a consecução dos
objetivos que tenham justificado a contratação e
eventuais condutas a serem adotadas para o
aprimoramento das atividades da Administração.
FIM

PARTE 3
PARTE 4

ALTERAÇÃO UNILATERAL
QUALITATIVA OU QUANTITATIVA
DO CONTRATO. CONTORNOS
JURÍDICOS. ATUAÇÃO REQUERIDA
DO GESTOR E DO FISCAL DE
CONTRATO
Prerrogativa da Administração

LEI 14.133/2021
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles,
as prerrogativas de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor
adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;

[a prerrogativa não autoriza abusos ou falha


deliberada no planejamento]
4.1. Pressupostos autorizadores das alterações
unilaterais do contrato pela Administração.
Necessidade de motivação técnica
4.1. Pressupostos autorizadores das alterações
unilaterais
LEI 14.133/2021
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão
ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
[omissis]

[demonstrar, no processo, a presença dos


pressupostos autorizadores – Manual do TRE/SP >
Parte II, capítulo 10]
4.1. Pressupostos autorizadores das alterações
unilaterais
Pressupostos genéricos
➢ interesse da Administração;
➢ justificativa, devidamente fundamentada, por escrito;
➢ fundadas em motivos supervenientes à contratação
(ou, se preexistentes, absolutamente desconhecidos
no planejamento da contratação);
➢ previamente autorizadas pela autoridade
competente;
➢ devidamente formalizadas mediante termo aditivo
aprovado pela assessoria jurídica.
4.1. Pressupostos autorizadores das alterações
unilaterais
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2619/2019 – Plenário) – vide
julgados p. 121-124
Enunciado
As modificações do projeto licitado devem ser
precedidas de procedimento administrativo no qual fique
adequadamente consignada a justificativa das alterações tidas
por necessárias, que devem estar embasadas em pareceres e
estudos técnicos pertinentes, bem como deve restar
caracterizada a natureza superveniente, em relação ao momento
da licitação, dos fatos ensejadores das alterações.
Voto
86. [...] Necessariamente, deve estar presente também o
interesse público na alteração contratual, assim como a
previsão legal para o aditamento.
4.2. Alterações unilaterais qualitativas:
pressupostos e finalidade
4.2. Alterações unilaterais qualitativas

LEI 14.133/2021
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão
ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica a
seus objetivos;
4.2. Alterações unilaterais qualitativas

Pressupostos específicos e finalidade


➢ são, em regra, unilaterais;

➢ visam a atender a uma finalidade pública;

➢ se justificam em face de circunstâncias supervenientes ou


preexistentes, mas desconhecidas das partes;

➢ somente são admitidas quando não importem modificação


das características básicas do objeto; por isso

➢ se limitam a acrescer ou detalhar as especificações


originais da obra, dos serviços ou dos produtos
4.2. Alterações unilaterais qualitativas

Jurisprudência do TCU (Acórdão 2619/2019 – Plenário)


Enunciado
As modificações do projeto licitado devem ser precedidas
de procedimento administrativo no qual fique
adequadamente consignada a justificativa das alterações
tidas por necessárias, que devem estar embasadas em
pareceres e estudos técnicos pertinentes, bem como
deve restar caracterizada a natureza superveniente, em
relação ao momento da licitação, dos fatos ensejadores
das alterações.
[vide julgados p. 125-127]
4.3. Alterações unilaterais quantitativas:
acréscimos e supressões do objeto
4.3. Alterações unilaterais quantitativas

LEI 14.133/2021
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão
ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
[...]
b) quando for necessária a modificação do valor
contratual em decorrência de acréscimo ou
diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites
permitidos por esta Lei;
4.4. Limites legais para as alterações unilaterais
4.4. Limites legais às alterações unilaterais
(correta interpretação dos limites)
LEI 14.133/2021
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere
o inciso I do caput do art. 124 desta Lei, o contratado
será obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, acréscimos ou supressões de até 25%
(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado
do contrato que se fizerem nas obras, nos serviços
ou nas compras, e, no caso de reforma de edifício ou
de equipamento, o limite para os acréscimos será de
50% (cinquenta por cento).
4.4. Limites legais às alterações unilaterais
(os limites são aplicados a qualquer alteração)
Jurisprudência do TCU (Decisão 215/1999 – Plenário –
CONSULTA)
8.1. [...] responder à Consulta formulada [...] nos seguintes
termos:
a) tanto as alterações contratuais quantitativas - que
modificam a dimensão do objeto - quanto as unilaterais
qualitativas - que mantêm intangível o objeto, em natureza
e em dimensão, estão sujeitas aos limites
preestabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei nº
8.666/93, em face do respeito aos direitos do contratado,
prescrito no art. 58, I, da mesma Lei, do princípio da
proporcionalidade e da necessidade de esses limites serem
obrigatoriamente fixados em lei;
4.4. Limites legais às alterações unilaterais
(o que é valor inicial atualizado do contrato?)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
10.3. Acréscimos e supressões
Ressalta-se que o limite de 25% das modificações se
aplica sobre o valor inicial atualizado, ou seja,
considerando o valor reajustado e revisto, nos
termos do art. 65, inc. II, alínea “d”.
4.4. Limites legais às alterações unilaterais
(como apurar o limite?)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
10.3. Acréscimos e supressões
Importante observar que o limite de 25% sobre o valor inicial
atualizado deve incidir sobre cada item, conforme orientação
do Tribunal de Contas em suas decisões.
Com relação aos contratos, objeto de renovação periódica, tal
como aqueles disciplinados no art. 57, inc. II, para efeito de
aplicação do limite de 25%, deverá tomar-se o valor original
(reajustado e revisto) da contratação, multiplicado pelo número
de períodos em que ocorrer a renovação.
4.4. Limites legais às alterações unilaterais
(supressões acima do limite legal)
LEI 8.666/93
Art. 65 .....
[...]
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá
exceder os limites estabelecidos no parágrafo
anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado
entre os contratantes.
4.4. Limites legais às alterações unilaterais
(supressões acima do limite legal)
LEI 14.133/2021
Art. 137. ....
[...]
§ 2º O contratado terá direito à extinção do contrato
nas seguintes hipóteses:
I - supressão, por parte da Administração, de obras,
serviços ou compras que acarrete modificação do valor
inicial do contrato além do limite permitido no art. 125
desta Lei;

[admite-se, ou não, a supressão consensual?]


5.4. Limites legais às alterações unilaterais
4.4.1. Obras e serviços de engenharia
LEI 14.133/2021
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão
ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
[...]
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as
alterações de contratos de obras e serviços de
engenharia ensejarão apuração de
responsabilidade do responsável técnico e adoção
das providências necessárias para o ressarcimento
dos danos causados à Administração.
4.5. Vedação ao desvirtuamento do objeto:
compensação entre acréscimos e supressões
4.5. Vedação ao desvirtuamento do objeto:
compensação entre acréscimos e supressões
Jurisprudência do TCU (Acórdão 1536/2016 – Plenário –
CONSULTA) – vide julgados p. 135-139
9.1. conhecer da consulta para [...] responder ao
consulente que:
9.1.1. a jurisprudência deste Tribunal é pacífica no
sentido de entender, como regra geral, para atendimento
dos limites definidos no art. 65, §§ 1º e 2º, da Lei
8.666/1993, que os acréscimos ou supressões nos
montantes dos ajustes firmados pelos órgãos e pelas
entidades da Administração Pública devem ser
considerados de forma isolada, sendo calculados sobre o
valor original do contrato, vedada a compensação entre
seus valores;
4.5. Vedação ao desvirtuamento do objeto:
compensação entre acréscimos e supressões
Jurisprudência do TCU (Acórdão 66/2021 – Plenário –
CONSULTA)

9.2. [...] responder ao consulente que o restabelecimento total


ou parcial de quantitativo de item anteriormente suprimido por
aditivo contratual, com fundamento nos §§ 1º e 2º do art. 65 da
Lei 8.666/1993, por causa de restrições orçamentárias, desde
que observadas as mesmas condições e preços iniciais
pactuados, não configura a compensação vedada pela
jurisprudência do Tribunal de Contas da União, consubstanciada nos
Acórdão 1536/2016-TCU-Plenário, rel. Bruno Dantas, e 2.554/2017-
TCU-Plenário, rel. André de Carvalho, visto que o objeto licitado
ficou inalterado, sendo possível, portanto, além do
restabelecimento, novos acréscimos sobre o valor original do
contrato, observado o limite estabelecido no § 1º do art. 65 da
Lei 8.666/1993;
4.5. Vedação ao desvirtuamento do objeto:
compensação entre acréscimos e supressões
LEI 14.133/2021
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o
inciso I do caput do art. 124 desta Lei não poderão
transfigurar o objeto da contratação.
[...]
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de
engenharia, a diferença percentual entre o valor
global do contrato e o preço global de referência não
poderá ser reduzida em favor do contratado em
decorrência de aditamentos que modifiquem a
planilha orçamentária.
4.5. Vedação ao desvirtuamento do objeto:
compensação entre acréscimos e supressões
Jurisprudência do TCU (Acórdão 510/2012 – Plenário)
[VOTO]
"Entender que os mencionados dispositivos [§§ 1º e 2º do
art. 65 da Lei nº 8.666/1993] autorizam a supressão e o
acréscimo, por meio de aditivos, de quaisquer percentuais
dos serviços contratados, desde que o acréscimo final
seja inferior a 25% do valor original contratado, permite
inferir que seria possível suprimir, por exemplo, 90% dos
serviços e, por outro lado, acrescer 115%, porquanto o
saldo seria um acréscimo de 25%. Essa simulação
aponta o absurdo da interpretação realizada.“
[vide julgados p. 140-142]
4.6. Reequilíbrio econômico-financeiro
decorrente da alteração unilateral
4.6. Reequilíbrio econômico-financeiro
decorrente da alteração unilateral
LEI 14.133/2021
Art. 104. ....
[...]
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as
cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser
revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
[...]
Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que
aumente ou diminua os encargos do contratado, a
Administração deverá restabelecer, no mesmo termo
aditivo, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
4.7. Atuação do gestor e do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
LEI 14.133/2021
Art. 117. ....
[...]
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus
superiores, em tempo hábil para a adoção das
medidas convenientes, a situação que demandar
decisão ou providência que ultrapasse sua
competência.
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Jurisprudência do TCU (Acórdão 43/2015 –
Plenário – INFORMATIVO 228)
O fiscal do contrato tem o dever de conhecer os
limites e as regras para alterações contratuais
definidos na Lei de Licitações, e, por conseguinte, a
obrigação de notificar seus superiores sobre a
necessidade de realizar o devido aditivo
contratual, evitando a atestação da execução de
itens não previstos no ajuste, sob pena de ser-lhe
aplicada a multa do art. 58, inciso II, da Lei 8.443/92.
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Atuação do fiscal do contrato:
▪ Propor as necessárias alterações do contrato,
quando presentes os pressupostos autorizadores;
▪ Não oferecer proposta de alteração que desnature
o objeto pactuado;
▪ Manifestar-se quanto aos aspectos técnicos da
alteração pretendida (pertinência, necessidade,
preço e outros fundamentos necessários);
▪ Manifestar-se quanto ao pedido de alteração
formulado pela contratada;
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Atuação do fiscal do contrato:
▪ Quando for o caso, colher a anuência expressa – por
escrito – da contratada, à alteração (não é
obrigatória); ou comunicar a contratada da intenção
da Administração em promover modificação
quantitativa do objeto
▪ Fornecer todos os elementos de informação técnica
necessários, de modo a subsidiar a decisão da
autoridade competente: justificativa para a
necessidade da alteração proposta; custo da
alteração proposta e demonstração de que não
extrapola os limites legais;
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Atuação do fiscal do contrato:
▪ Atuar tempestivamente, de modo a não haver
paralisações ou qualquer espécie de
comprometimento à boa execução do objeto, em
virtude da não alteração do contrato;
▪ Não solicitar a execução de serviços
antes da formalização da alteração
contratual.
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
5. Atribuições do gestor e do fiscal
5.2. Atribuições do fiscal de contrato
São as seguintes as atribuições do fiscal de contratos:
[...]
10. encaminhar à unidade de gestão pedido de
alteração em projeto, serviço, obra ou fornecimento,
acompanhado das devidas justificativas e observadas as
disposições do artigo 65 da Lei nº 8.666/93;
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Continuação ...
23. encaminhar à unidade de gestão pedidos de
prorrogação de prazos, de interrupções do objeto, de
serviços extraordinários, de reequilíbrio econômico-
financeiro fundamentado em questão técnica, de
modificações no projeto ou alterações relativas à
qualidade, à segurança e a outras, bem como fornecer
subsídios que possibilitem análise e deliberação
sobre a conveniência e/ou o mérito;
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO
CONTRATO
5.1. Atribuições do gestor de contrato
15. analisar e submeter às unidades competentes
eventuais pedidos de modificações no cronograma
físico-financeiro, e de substituições de materiais e
equipamentos, formulados pela contratada e
apreciados previamente pela fiscalização;
[...]
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Continuação ...
19. analisar, a partir de subsídios fornecidos pelo
fiscal do contrato, os pedidos de prorrogação de
prazos, de interrupções do objeto, de serviços
extraordinários, de reequilíbrio econômico-financeiro
fundamentado em questão técnica, de modificações
no projeto ou alterações relativas à qualidade, à
segurança e a outras, de modo a subsidiar a decisão
final por parte da Administração;
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
O termo aditivo é de competência do gestor do
contrato que deverá elaborá-lo e encaminhá-lo para
a área competente para que se façam os demais
trâmites após o pedido de alteração no contrato
administrativo feito pelo fiscal.
4.7. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Jurisprudência do TCU (Acórdão 2590/2012 – Plenário)
Enunciado
A alteração em contrato sem que seja precedida de termo
aditivo é ilegal.
Acórdão
9.1. determinar [...], que:
9.1.1. nas próximas licitações abstenha-se de realizar
alterações em contratos sem que seja precedida de termos
aditivos, em atendimento ao que dispõe os arts. 60 e 65, da
Lei 8.666/93, a exemplo do que foi identificado em relação
Contrato [...]; [vide julgados p. 148-150]
4.7.1. Possibilidade excepcional de execução
antes da formalização da alteração contratual
LEI 14.133/2021
Art. 132. A formalização do termo aditivo é
condição para a execução, pelo contratado, das
prestações determinadas pela Administração no
curso da execução do contrato, salvo nos casos de
justificada necessidade de antecipação de seus
efeitos, hipótese em que a formalização deverá
ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.

[não se autoriza falha deliberada, com posterior


formalização para conferir “capa de legalidade”]
FIM

PARTE 4
PARTE 5

ATUAÇÃO DO GESTOR OU FISCAL


DE CONTRATO NAS
PRORROGAÇÕES DE VIGÊNCIA DO
CONTRATO DE SERVIÇOS
CONTÍNUOS
5.1. Duração do contrato. Regra geral: na Lei
8.666/93 e na Lei 14.133/2021
5.1. Duração do contrato. Regra geral

Jurisprudência do TCU (Súmula 191)


Torna-se, em princípio, indispensável a fixação
dos limites de vigência dos contratos
administrativos, de forma que o tempo não
comprometa as condições originais da avença, não
havendo, entretanto, obstáculo jurídico à devolução
de prazo, quando a Administração mesma concorre,
em virtude da própria natureza do avençado, para
interrupção da sua execução pelo contratante.
5.1. Duração do contrato. Regra geral

LEI 8.666/93
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta
Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, exceto quanto aos relativos:
[omissis]

[Orientação Normativa AGU 39: a vigência inicial


pode extrapolar o exercício financeiro, desde que as
despesas sejam integralmente empenhadas até 31
de dezembro]
5.1. Duração do contrato. Regra geral

LEI 14.133/2021
Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta
Lei será a prevista em edital, e deverão ser
observadas, no momento da contratação e a cada
exercício financeiro, a disponibilidade de créditos
orçamentários, bem como a previsão no plano
plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício
financeiro.
5.2. Possibilidade de renovação (ou prorrogação
de vigência) do contrato de serviços contínuos
na Lei 8.666/93
5.2. Renovação do contrato de serviços
contínuos
LEI 8.666/93
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta
Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, exceto quanto aos relativos:
[...]
II - à prestação de serviços a serem executados
de forma contínua, que poderão ter a sua duração
prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais
vantajosas para a administração, limitada a sessenta
meses;
5.2. Renovação do contrato de serviços
contínuos
ORIENTAÇÃO NORMATIVA DA AGU n.º 38
NOS CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
NATUREZA CONTINUADA DEVE-SE OBSERVAR QUE:

A) O PRAZO DE VIGÊNCIA ORIGINÁRIO, DE REGRA, É DE ATÉ


12 MESES;

B) EXCEPCIONALMENTE, ESTE PRAZO PODERÁ SER FIXADO


POR PERÍODO SUPERIOR A 12 MESES NOS CASOS EM QUE,
DIANTE DA PECULIARIDADE E/OU COMPLEXIDADE DO
OBJETO, FIQUE TECNICAMENTE DEMONSTRADO O BENEFÍCIO
ADVINDO PARA A ADMINISTRAÇÃO; E

C) É JURIDICAMENTE POSSÍVEL A PRORROGAÇÃO DO


CONTRATO POR PRAZO DIVERSO DO CONTRATADO
ORIGINARIAMENTE.
5.2. Renovação do contrato de serviços
contínuos
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE III – GESTÃO DE CONTRATOS POR ESPÉCIE
10.4 Prorrogação da vigência do contrato
Na contratação com prazo superior a 12 (doze) meses deverá
ser previamente justificada a vantagem para o Tribunal.
Nos contratos cuja duração, ou previsão de duração,
ultrapasse um exercício financeiro, indicar-se-á o crédito e
respectivo empenho para atender à despesa no primeiro
exercício, bem como de cada parcela da despesa relativa à
parte a ser executada em exercício futuro, com a declaração
de que, em termos aditivos ou apostilamentos, indicar-se-ão
os créditos e empenhos para sua cobertura.
5.2. Renovação do contrato de serviços
contínuos
Jurisprudência do TCU (Acórdão 3320/2013 –
Segunda Câmara)
9.3 determinar ao Município de Jacareí que, sempre
que entender pertinente firmar contratos a serem
executados de forma contínua com prazo de vigência
inicial superior a 12 (doze) meses, utilizando recursos
federais, justifique o prazo estabelecido,
demonstrando os benefícios para a
Administração, considerando os aspectos
relacionados a economia, eficiência e eficácia;

[entendimento consagrado na nova Lei de Licitações]


5.3. Ações requeridas pela Lei 14.133/2021 para
que o contrato possa prever duração inicial de 5
anos. Providências para a manutenção do
contrato de serviços contínuos a serem adotadas
em cada exercício financeiro
5.3. Manutenção do contrato de serviços
contínuos
LEI 14.133/2021
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com
prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e
fornecimentos contínuos, observadas as seguintes
diretrizes:
I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante
deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em
razão da contratação plurianual;
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e
de cada exercício, a existência de créditos orçamentários
vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção;
[...]
5.3. Manutenção do contrato de serviços
contínuos
Continuação...
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem
ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua
continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe
oferece vantagem.
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo
ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do contrato e
não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado
da referida data.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de
equipamentos e à utilização de programas de informática.
5.4. Possibilidade de renovação (ou prorrogação
de vigência) do contrato de serviços ou de
fornecimentos contínuos na Lei 14.133/2021
5.4. Renovação do contrato na Lei
14.133/2021
LEI 14.133/2021
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos
contínuos poderão ser prorrogados
sucessivamente, respeitada a vigência máxima
decenal, desde que haja previsão em edital e que a
autoridade competente ateste que as condições e os
preços permanecem vantajosos para a
Administração, permitida a negociação com o
contratado ou a extinção contratual sem ônus para
qualquer das partes.

[obs.: o distrato deve ser do interesse público]


5.5. Síntese: condições para prorrogação de
vigência ou renovação contratual, na Lei 8.666/93
e na Lei 14.133/2021
5.5. Condições para prorrogação de vigência
ou renovação contratual
➢ Autorização expressa no edital e no contrato
➢ Observância da duração máxima admitida pela lei
➢ Demonstração de que a renovação é medida mais
vantajosa para a Administração
✓ Relatório da fiscalização
✓ Justificativa quanto à manutenção do interesse na
contratação
✓ Preço compatível com o de mercado
✓ Manutenção das condições de habilitação
➢ Concordância do contratado
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(formalização antes de expirada a vigência)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 127/2016 –
Plenário)
[SUMÁRIO]
1. A regra é a prorrogação do contrato
administrativo mediante a formalização do
respectivo termo aditivo, antes do término do prazo
de vigência do ajuste, ainda que amparado em um dos
motivos do art. 57, § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993, uma
vez que, transcorrido o prazo de vigência, o contrato
original estaria formalmente extinto e o aditamento
posterior não poderia produzir efeitos retroativos;
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(formalização antes de expirada a vigência)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
10.4. Prorrogação de vigência do contrato
Muito importante observar que os contratos somente
poderão ser prorrogados caso não tenha havido
interrupção do prazo de vigência, ainda que a
interrupção tenha ocorrido por apenas um dia.
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(gestor deve controlar a vigência)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE I – GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
5. Atribuições do gestor e do fiscal
5.1. Atribuições do gestor de contrato
Pode-se elencar as seguintes atribuições do gestor de
contratos no âmbito da Administração:
[...]
3. controlar o prazo de vigência do instrumento contratual
sob sua responsabilidade, e encaminhar o processo
administrativo, com solicitação de prorrogação, às unidades
competentes para análise e deliberação;
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(gestor deve controlar a vigência)
Continuação ...
20. acompanhar a duração dos contratos e dar início às
providências de prorrogação, ou encerramento, em tempo
hábil, devendo:
a) nos ajustes de execução continuada, com exceção das
locações, consultar o fiscal sobre o interesse na prorrogação,
quando cabível, com antecedência mínima de 90 (noventa)
dias do esgotamento do prazo para denúncia;
b) nas locações de imóveis, consultar a área de serviços sobre
a conveniência de denunciar ou prorrogar o ajuste, com
antecedência mínima de 45 dias do esgotamento do prazo
para denúncia;
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(gestor deve controlar a vigência)
Continuação ...
c) avisar a unidade competente sobre o término do ajuste,
quando este não comportar mais nenhuma prorrogação ou
quando houver intenção de encerramento (denúncia) a fim de
instá-la a propor nova contratação, se necessário, e a elaborar
o devido projeto básico, com antecedência semelhante a do
prazo fixado para denúncia do contrato;
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(demonstrar vantagem da renovação)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 120/2018 – Plenário)
9.2.1. condicione eventual prorrogação das contratações
decorrentes do modelo sob exame (conforme tabela 1 do item 5.1
do memorial à peça 100 - p. 9) à demonstração de que estão
sendo mantidas as condições mais vantajosas para a
Administração, à luz do art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993, e/ou
do art. 31, caput, da Lei 13.303/2016, c/c a jurisprudência desta
Corte (e.g., Acórdão 213/2017-TCU-Plenário) , adotando todas as
boas práticas ao alcance da entidade contratante, a exemplo das
conclusões contidas no parecer 2/2013-CPLC/PGF/AGU, dos
procedimentos para a realização de pesquisa e cálculo do preço
de referência previstos no Manual de Licitação e Contratação, da
utilização de históricos de despesa obtidos a partir de relatórios
extraídos do sistema e da projeção dos custos alicerçados em
Indicadores de Gestão da Frota;
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(demonstrar vantagem da renovação)
Jurisprudência do TCU (Acórdão 6286/2010 – Primeira
Câmara)
9.7.6. quando da proximidade das renovações contratuais,
proceda aos levantamentos de requisitos e as respectivas
pesquisa de preços em conformidade com os quantitativos
realizados e expectativas de aumento ou redução da
demanda futura, de modo a aferir os valores unitários
com os preços praticados com os vigentes no mercado,
com a antecedência necessária à realização de Pregão,
antes de findo o período de contratação, se não assegurada
a obtenção da proposta mais vantajosa com a
prorrogação;
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(demonstrar vantagem da renovação)
ORIENTAÇÃO NORMATIVA DA AGU n.º 60
I) É FACULTATIVA A REALIZAÇÃO DE PESQUISA DE PREÇOS PARA
FINS DE PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VIGÊNCIA DE CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÍNUOS SEM
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA NOS CASOS EM QUE
QUE HAJA MANIFESTAÇÃO TÉCNICA MOTIVADA NO SENTIDO DE
QUE O ÍNDICE DE REAJUSTE ADOTADO NO INSTRUMENTO
CONVOCATÓRIO ACOMPANHA A VARIAÇÃO DOS PREÇOS DO
OBJETO CONTRATADO.

II) A PESQUISA DE PREÇOS PARA FINS DE PRORROGAÇÃO DO


PRAZO DE VIGÊNCIA DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS DE
SERVIÇOS CONTÍNUOS SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE
OBRA É OBRIGATÓRIA NOS CASOS EM QUE NÃO FOR
TECNICAMENTE POSSÍVEL ATESTAR QUE A VARIAÇÃO DOS
PREÇOS DO OBJETO CONTRATADO TENDE A ACOMPANHAR A
VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE REAJUSTE ESTABELECIDO NO EDITAL.
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(demonstrar vantagem da renovação)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
10.4. Prorrogação de vigência do contrato
Por ocasião da prorrogação da vigência do contrato, o
Tribunal deverá:
I – assegurar-se de que os preços contratados continuam
compatíveis com aqueles praticados no mercado, de forma
a garantir a continuidade da contratação mais vantajosa, em
relação à realização de uma nova licitação; e
5.5. Condições para prorrogação de vigência
(demonstrar vantagem da renovação)
Continuação ...
II – realizar a negociação contratual para a redução ou
exclusão de custos fixos ou variáveis não renováveis que já
tenham sido amortizados ou pagos no primeiro ano da
contratação, sob pena de não prorrogação da vigência do
contrato.
5.6. Procedimentos para a renovação do contrato
de serviços contínuos segundo o Manual do
TRE/SP
5.6. Procedimentos – Manual do TRE/SP
(atribuições do fiscal de contrato)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
10.4. Prorrogação de vigência do contrato
É dever do fiscal informar, com a antecedência mínima
descrita abaixo, a intenção de prorrogar ou não o contrato,
cabendo-lhe instruir a manifestação com os seguintes
elementos:
1. avaliação de desempenho da contratada;
2. manifestação da contratada de interesse na prorrogação e
em eventual reajuste de preços;
5.6. Procedimentos – Manual do TRE/SP
(atribuições do fiscal de contrato)
Continuação ...
3. nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação,
informação se a contratada continua mantendo, em relação à
execução do objeto, as condições que ensejaram sua
contratação, de conformidade com a fundamentação legal
pertinente.
A informação do fiscal, contendo o pedido de prorrogação ou
ainda de denúncia ou renovação do contrato — expediente
com os elementos necessários a subsidiar a instauração de
procedimento licitatório para a nova contratação pelo fiscal —,
deverá ser encaminhada nos seguintes prazos:
5.6. Procedimentos – Manual do TRE/SP
(atribuições do fiscal de contrato)
Continuação ...
1. até 60 (sessenta) dias, contados da data fixada no contrato
para a sua denúncia, nos procedimentos relativos à
prorrogação e/ou denúncia do respectivo contrato;
2. até 150 (cento e cinquenta) dias, contados do vencimento
do contrato, caso este não comporte prorrogação, instruindo-a
com os elementos necessários para a instauração de nova
licitação ou de sua dispensa/inexigibilidade.
5.6. Procedimentos – Manual do TRE/SP
(atribuições do gestor de contrato)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
10. Alterações contratuais
10.4. Prorrogação de vigência do contrato
O gestor do contrato deverá questionar ao fiscal, nos
respectivos autos, se este não se manifestar de ofício,
sobre o interesse na prorrogação do contrato e os demais
elementos mencionados acima, instruindo o processo
com as seguintes informações:
5.6. Procedimentos – Manual do TRE/SP
(atribuições do gestor de contrato)
Continuação ...
1. levantamento de informações quanto aos aspectos
técnicos e mercadológicos que comprovem a existência
de condições e preços vantajosos para a Administração,
por meio de pesquisa de mercado realizada pela Seção
de Compras e Licitações, em empresas do ramo ou em
órgãos da Administração Pública que mantenham
contratos semelhantes;
2. nos casos de prorrogação de contratos de prestação
de serviços com cessão de mão de obra, da convenção
coletiva de trabalho vigente, devidamente registrada na
Delegacia Regional do Trabalho, ou do dissídio coletivo.
FIM

PARTE 5
PARTE 6

ATUAÇÃO DO GESTOR E DO FISCAL


DE CONTRATO QUANDO HOUVER
NECESSIDADE DE APLICAR
PENALIDADE AO CONTRATADO
6.1. O poder-dever de atuar quando houver
descumprimento de obrigação contratual. Como
essa prerrogativa da Administração Pública é
interpretada pelo Tribunal de Contas da União
6.1. O poder-dever de aplicar penalidades

LEI 14.133/2021
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles,
as prerrogativas de:
[...]
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução
total ou parcial do ajuste;
6.1. O poder-dever de aplicar penalidades

Jurisprudência do TCU (Acórdão 754/2015 – Plenário)


9.5. determinar [...] ao Conselho Nacional de Justiça [...]
que:
9.5.1. orientem os gestores das áreas responsáveis por
conduzir licitações, inclusive os dos órgãos sob seu
controle de atuação administrativa e financeira, para que
autuem processo administrativo com vistas à apenação
das empresas que praticarem, injustificadamente, ato ilegal
tipificado no art. 7º da Lei 10.520/2002 e alertem-nos de que
tal dispositivo tem caráter abrangente e abarca condutas
relacionadas não apenas à contratação em si, mas também
ao procedimento licitatório e à execução da avença;
6.1. O poder-dever de aplicar penalidades

Continuação...
9.5.2. divulguem que estão sujeitos a sanções os
responsáveis por licitações que não observarem a
orientação do item 9.5.1 deste acórdão;

[vide julgados do TCU p. 172-174]


6.1. O poder-dever de aplicar penalidades
(cláusula obrigatória)
LEI 14.133/2021
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas
que estabeleçam:
[...]
XIV - os direitos e as responsabilidades das partes,
as penalidades cabíveis e os valores das multas e
suas bases de cálculo;
6.2. Princípios constitucionais e administrativos
que regem a aplicação de penalidades
6.2. Princípios aplicáveis
6.2.1. Princípio da legalidade
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º ....
[...]
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal;
6.2.1. Princípio da legalidade
(penalidades criadas pela Lei 14.133/2021)
Advertência (art. 156, I)
❑ Fato típico:
▪ “dar causa à inexecução parcial do contrato”
(art. 155, I)
▪ se a inexecução parcial “justificar a imposição
de penalidade mais grave”, a advertência não
será aplicada
6.2.1. Princípio da legalidade
(penalidades criadas pela Lei 14.133/2021)
Multa compensatória (art. 156, II)
❑ Fatos típicos:
▪ “qualquer das infrações administrativas
previstas no art. 155” (art. 156, § 3º); ex.:
inexecução parcial ou total; não entregar
documentação exigida; não manter a
proposta; retardar a execução do objeto;
comportar-se de modo inidôneo etc.
▪ pode ser cumulada com as demais
penalidades (art. 156, § 7º)
6.2.1. Princípio da legalidade
(penalidades criadas pela Lei 14.133/2021)
Multa moratória (art. 162)
❑ Fato típico:
▪ “atraso injustificado na execução do contrato”
▪ pode ser convertida em multa compensatória,
aplicando-se cumulativamente com as outras
sanções previstas na Lei
6.2.1. Princípio da legalidade
(penalidades criadas pela Lei 14.133/2021)
Impedimento de licitar e contratar (art. 156, III)
❑ Fatos típicos:
▪ Infrações previstas nos incisos II, III, IV, V, VI
e VII do caput do art. 155 (art. 156, § 3º):
inexecução parcial do contrato que cause
grava dano; inexecução total; deixar de
entregar documentação exigida na licitação;
não manter a proposta; não celebrar o
contrato ou não apresentar documentação
exigida; retardar a execução do objeto.
6.2.1. Princípio da legalidade
(penalidades criadas pela Lei 14.133/2021)
Declaração de inidoneidade para licitar ou
contratar (art. 156, IV)
❑ Fatos típicos:
▪ Infrações previstas nos incisos VIII, IX, X, XI e
XII do caput do art. 155 (art. 156, § 4º):
apresentar documentação falsa; fraude na
licitação ou na execução contratual;
comportar-se de modo inidôneo ou cometer
fraude; praticar atos ilícitos para frustrar a
licitação; praticar atos lesivo previsto na Lei
12.846/2013
6.2.2. Princípio da especificidade ou da
especificação
LEI 14.133/2021
Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as
regras relativas à convocação, ao julgamento, à habilitação,
aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à
gestão do contrato, à entrega do objeto e às condições de
pagamento.
[...]
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que
estabeleçam:
[...]
XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as
penalidades cabíveis e os valores das multas e suas bases
de cálculo;
6.2.3. Princípio da proporcionalidade

LEI 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de:
[…]
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
[princípio contemplado no art. 5º da Lei 14.133/2021]
6.2.3. Princípio da proporcionalidade

RESOLUÇÃO CNJ 347


Art. 14. Observadas as disposições legais e sem prejuízo
das disposições normativas já publicadas pelo Conselho
Nacional de Justiça, a gestão das contratações dos
órgãos do Poder Judiciário deve:
[…]
X – modelar o processo sancionatório decorrente de
compras e contratações públicas, estabelecendo-se, em
especial, critérios objetivos e isonômicos para a
determinação da dosimetria na aplicação das penas; e
6.2.3. Princípio da proporcionalidade

Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do


TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
A primeira e a segunda penalidades [advertência e multa
compensatória ou moratória] são reservadas às infrações
de menor gravidade e, como regra, precedem a aplicação
das demais sanções.
Se o contratado, entretanto, incorrer em infração grave,
podem ser aplicadas as demais sanções: impedimento de
licitar e contratar e exclusão do cadastro – SICAF,
cumulativamente com a de multa.
6.2.3. Princípio da proporcionalidade

Jurisprudência do TCU (Acórdão 607/2016 –


Plenário)
9.3.2. em atenção ao disposto no art. 55, incisos VII,
VIII e IX, da Lei 8.666/93, preveja, no edital e no
respectivo contrato, situações claras para aplicação
das penalidades, estabelecendo gradações entre as
sanções de acordo com o potencial de lesão que
poderá advir de cada conduta a ser apenada;

[vide julgados p. 185-187]


6.2.4. Princípio da culpabilidade

LEI 14.133/2021
Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato
sujeitará o contratado a multa de mora, na forma prevista em
edital ou em contrato.
[...]
Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado
administrativamente pelas seguintes infrações:
[...]
VII - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do
objeto da licitação sem motivo justificado;
6.3. Observância do devido processo legal.
Garantias do contraditório e da ampla defesa. A
importância dos registros da fiscalização
6.3. Observância do devido processo legal.
Garantias do contraditório e da ampla defesa
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º .....
[...]
LV – aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes.
6.3. Observância do devido processo legal.
Garantias do contraditório e da ampla defesa
LEI 9.784/99
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
[...]
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre
o direito de defesa.
6.3. Observância do devido processo legal.
Garantias do contraditório e da ampla defesa
RESOLUÇÃO CNJ 347
Art. 14. Observadas as disposições legais e sem
prejuízo das disposições normativas já publicadas pelo
Conselho Nacional de Justiça, a gestão das
contratações dos órgãos do Poder Judiciário deve:
[…]
IX – padronizar os procedimentos para a fiscalização
contratual, respeitando-se os princípios do devido
processo legal e do contraditório, quando da
apuração de descumprimentos junto a fornecedores;
6.3. Observância do devido processo legal.
Garantias do contraditório e da ampla defesa
LEI 14.133/2021
Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso
II do caput do art. 156 desta Lei, será facultada a
defesa do interessado no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data de sua intimação.
6.3. Observância do devido processo legal.
Garantias do contraditório e da ampla defesa
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.1 Regras comuns a todas as penalidades
Há quatro fases distintas para a aplicação da sanção:
notificação, defesa, decisão e execução.
Na penalidade de advertência, a terceira e a quarta fases se
confundem, porque, ao decidir, formaliza-se por escrito essa
decisão, a qual é em si mesma a execução:
- é sempre indispensável ouvir previamente o contratado
para garantir a eficácia do princípio da ampla defesa e do
contraditório; [contraditório > registros da fiscalização]
6.4. Atuação do gestor ou fiscal de contrato.
Procedimentos sugeridos. Diretrizes do Manual
do TRE/SP
6.4. Atuação do fiscal de contrato
(quem aplica a penalidade?)
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.2. Advertência
Nos termos do art. 112, XIV, do Regimento Interno da
Secretaria do Tribunal, a aplicação da penalidade
de advertência é de competência do Secretário de
Administração de Material, que, no entanto, poderá
delegá-la à unidade de gestão do contrato ou ao
fiscal por meio de Portaria.
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
LEI 14.133/2021
Art. 117. ....
[...]
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas à
execução do contrato, determinando o que for
necessário para a regularização das faltas ou dos
defeitos observados.
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
LEI 14.133/2021
Art. 117. ....
[...]
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus
superiores, em tempo hábil para a adoção das
medidas convenientes, a situação que demandar
decisão ou providência que ultrapasse sua
competência.
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.1. Regras comuns a todas as penalidades
- só é eficaz a penalidade que se aplica com o
menor lapso de tempo possível entre a infração, a
decisão e o cumprimento; quanto mais longo o tempo,
menor a eficácia do processo educativo;
- se ocorrer causa de aplicação de penalidade, é
indispensável que a sua relevação seja justificada;
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Continuação ...
- no caso de cumprimento da obrigação fora do prazo
ou cumprimento irregular, se o fiscal do contrato
decidir aceitar a obrigação, deverá lavrar termo de
recebimento, acrescendo a expressão “sem prejuízo
das sanções pertinentes pelo cumprimento irregular da
obrigação”. Em seguida, caberá ao fiscal comunicar o
fato à unidade de gestão do contrato, para que seja
instaurado o procedimento de apuração de
descumprimento de cláusula contratual;
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Apuração da ocorrência

❑ Registrar, no processo de fiscalização, a


ocorrência de fato ensejador, em tese, da sanção
prevista no contrato ou, eventualmente, a sua
rescisão;

❑ Notificar o contratado, por meio do preposto, para


apresentar justificativa em prazo razoável (por
exemplo: 5 dias úteis);

❑ Caso o contratado atenda à notificação, analisar


as justificativas e documentos apresentados;
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Encaminhar para apreciação superior

❑ À vista dos fatos e da análise empreendida, se o


fiscal entender configurada a hipótese de
aplicação de sanção ou de rescisão contratual,
deve oferecer representação dirigida ao superior
hierárquico propondo a adoção da medida;

❑ Se entender que não é o caso de aplicar qualquer


sanção/rescisão, consignar as razões em
despacho e submetê-lo à consideração superior.
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Informações a constar da representação:

▪ narrativa pormenorizada do fato;

▪ cópias das notificações enviadas ao contratado, por meio


das quais se pode caracterizar a situação de
inadimplemento;

▪ todos os documentos, provas e demais elementos que


comprovem a ocorrência do ilícito e as suas consequências
no âmbito da execução contratual devem ser juntados ao
processo da fiscalização (e levados ao processo punitivo),
porquanto servirão de base para a fundamentação da
decisão pela autoridade competente;
6.4. Atuação do fiscal de contrato:
procedimentos sugeridos
Informações a constar da representação:

▪ síntese da resposta apresentada pelo contratado e análise


empreendida;

▪ indicação das cláusulas contratuais violadas;

▪ descrição e quantificação dos danos provocados pela


conduta do contratado, se for o caso;

▪ proposta de penalidade a aplicar e/ou proposta de rescisão


contratual.
Procedimentos – Manual TRE/SP
Advertência
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.2. Advertência
15.2.1. Procedimento
Ao verificar a ocorrência de irregularidade, o fiscal do
contrato deve notificar o contratado, para que esse
promova a correção da irregularidade e se manifeste no
prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Procedimentos – Manual TRE/SP
Advertência
Continuação ...
Assim que notificar o contratado, o fiscal deve informar
ao gestor, apresentando as suas justificativas para a
penalidade proposta, acompanhadas dos documentos
pertinentes da notificação e do respectivo comprovante
de entrega à empresa, para instrução do procedimento de
apuração do descumprimento contratual.
[...]
Procedimentos – Manual TRE/SP
Advertência
Continuação ...
15.2.1.1. Notificação e defesa
Findo o prazo de apresentação da defesa, o fiscal do
contrato apreciará as justificativas que tiverem sido
oferecidas, colhendo os subsídios necessários, e
encaminhará sua manifestação ao gestor, que, por sua
vez instruirá os autos, no prazo de cinco dias úteis, expondo
as suas justificativas para a aplicação ou relevação de
penalidade.
Em seguida, com os autos devidamente instruídos, caberá
ao Secretário de Administração de Material proferir decisão,
em igual prazo de cinco dias úteis, sobre a aplicação da
advertência ao contratado.
Procedimentos – Manual TRE/SP
Multa
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.3. Multa
15.3.1. Procedimento
Ao verificar a ocorrência de irregularidade, o fiscal informa
as irregularidades e sugere a penalidade ao gestor do
contrato. Caso o gestor concorde com a sugestão, após a
autorização do Secretário de Administração de Material,
notificará o contratado para que promova a correção da
irregularidade e se manifeste no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Procedimentos – Manual TRE/SP
Suspensão do direito de licitar e contratar
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.4. Suspensão do direito de licitar e contratar
Na aplicação dessa penalidade, o fiscal do contrato participa
apenas com a proposição da penalidade ao gestor que
remeterá ao Secretário de Administração de Material, seguindo
os autos para a Diretoria-Geral da Secretaria e, finalmente, ao
Presidente, por ser a autoridade competente para a sua
aplicação. Caso a proposta do fiscal do contrato de aplicação
da suspensão não seja acolhida, a autoridade competente
devolverá os autos para que o Diretor-Geral analise o
cabimento de outras penalidades.
Procedimentos – Manual TRE/SP
Suspensão do direito de licitar e contratar
Continuação ...
15.4.1. Procedimento
Ao verificar a ocorrência de irregularidade, o fiscal do contrato
encaminhará proposta de aplicação da penalidade de
suspensão, motivando-a com a apresentação dos fatos e
fundamentos ao gestor. Feito isso, o gestor manifestar-se-á
nos autos sobre a aplicação da penalidade e inclusive, se for o
caso, com ou sem a cumulação de multa, sugerindo, desde
logo, o seu valor.
Em seguida, os autos serão encaminhados à Secretaria de
Administração de Material, com minuta de notificação, para
decisão acerca da necessidade de aplicação da(s)
penalidade(s) sugerida(s).
Procedimentos – Manual TRE/SP
Declaração de inidoneidade
Manual de Gestão e Fiscalização de Contratos do
TRE/SP
PARTE II – A GESTÃO DE CONTRATOS
15. Penalidades
15.5. Declaração de inidoneidade
Do mesmo modo que ocorre com a penalidade de
suspensão, vista no item anterior, na aplicação dessa
penalidade, o fiscal do contrato participa apenas com a
proposição.
[...]
Procedimentos – Manual TRE/SP
Declaração de inidoneidade
Continuação ...
15.1.1. Procedimento
Ao verificar a ocorrência de irregularidade grave, o fiscal
do contrato comunicará ao gestor, juntamente com a
proposta de aplicação da penalidade de declaração de
inidoneidade, motivando-a com a apresentação dos fatos
e fundamentos que a consubstanciam.
O gestor, recebendo a comunicação do fiscal, manifestar-
se-á nos autos sobre a aplicação da penalidade proposta
e, desde logo, sugerirá:
Procedimentos – Manual TRE/SP
Declaração de inidoneidade
Continuação ...
- o valor da multa que será aplicada cumulativamente;
- o prazo de suspensão que propõe;
- as condições de reabilitação.
Em seguida, os autos serão encaminhados à Secretaria
de Administração de Material, com a manifestação da
unidade de gestão do contrato e uma minuta de
notificação do contratado.
FIM

PARTE 6
Muito Obrigado!
erivan.adv.bsb@gmail.com

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