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Resumo
Alicerçado nas iniciativas governamentais do Brasil, para a implantação do Building
Information Modeling (BIM), é perceptível o movimento dos profissionais e empresas
da construção em busca da adoção do BIM, por intermédio do aperfeiçoamento
profissional e readequação dos setores da Arquitetura, Engenharia e Construção
(AEC). Em detrimento dessas readequações, torna-se questionável como se darão
os trâmites de contratação de serviços de AEC a partir da inserção do BIM. Logo, o
presente artigo tem como premissa pontuar algumas das possíveis alterações que
as contratações sofrerão a partir da utilização do BIM. Este artigo é proveniente de
uma pesquisa bibliográfica realizada através de artigos científicos publicados em
periódicos especializados, advindos de repositórios de universidades e bases
científicas, resultando na extração de ideias e conceitos aplicados no decorrer do
artigo. Baseado nesse referencial teórico, foi possível proceder as análises das
informações obtidas, e os resultados encontrados indicam que existe a necessidade
de readequações jurídicas quanto as modalidades de contratação comumente
utilizadas no Brasil. Todavia, constata-se que a disseminação do BIM veio para
proporcionar alterações nos modelos de contratação a serem utilizados e nos
processos de negócio envolvidos com a indústria da construção.
1. Introdução
O atual estudo será direcionado as formas de contratação utilizadas no setor da
Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC), especialmente com a adesão a
Modelagem da Informação da Construção, também conhecido como Building
Information Modeling, ou simplesmente BIM.
O denominado BIM vem se popularizando no Brasil, apesar do mesmo não ser
considerado um conceito novo, conforme se constata nas diversas literaturas
existentes.
Baseando-se, nos conceitos contidos no Manual CBIC, teremos as seguintes
definições de BIM:
Charles Eastman teria conceituado BIM como sendo “um modelo digital que
representa um produto, que, por sua vez, seria o resultado do fluxo de
informações do desenvolvimento do seu projeto”. [...]. O American Institute
of Architects – AIA define BIM como “uma tecnologia baseada em um
modelo que está associado a um banco de dados de informações sobre um
projeto”. [...]. Já para o National Institute of Building Standards– NIBS, BIM é
“uma representação digital das características físicas e funcionais de uma
instalação e um recurso de compartilhamento de conhecimento que viabiliza
a obtenção de informações sobre uma instalação, formando uma base
confiável para que decisões sejam tomadas durante seu ciclo de vida,
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definido desde a sua concepção até a demolição”. [...]. Uma das premissas
básicas do BIM é a colaboração entre os diferentes agentes envolvidos nas
diferentes fases do ciclo de vida de uma instalação ou edificação, para
inserir, extrair, atualizar ou modificar informações de um modelo BIM para
auxiliar e refletir os papéis de cada um destes agentes envolvidos. (CBIC,
2016: 22-23)
passa da visão “do que fazer” para o “como fazer” e da postura de “deixa
que a obra resolve” para a antecipação e solução de problemas ainda na
concepção. (ABDI, 2017c:17)
2. Metodologia
Segundo Prodanov (2013:14), “a metodologia [...] avalia métodos e técnicas de
pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de informações, visando ao
encaminhamento e à resolução de problemas e/ou questões de investigação”.
Para a concepção do presente artigo, a metodologia aqui aplicada foi a pesquisa
exploratória e bibliográfica, meio pelo qual houve a realização do levantamento de
referências teóricas advindas, predominantemente, de publicações disponibilizadas
nos meios eletrônicos, ou seja, sites confiáveis onde é possível encontrar
documentos, tais como, artigos científicos, livros, monografias, teses, cartilhas, leis,
decretos, coletâneas, entre outras bibliográficas.
Vale lembrar, que o artigo de revisão que resulta da pesquisa bibliográfica,
caracteriza-se por colocar o pesquisador em contato direto com o material já escrito
sobre o assunto da pesquisa, a fim de possibilitar a analise das informações
coletadas e já publicadas para justificar a relevância do estudo proposto.
Por intermédio da figura 3, é possível perceber que quanto maior o LOD, maior será
o grau de detalhes disponibilizado no projeto, proporcionando um nível de detalhes,
de confiabilidade e de clareza ao modelo BIM a ser executado.
Ou seja, ao adotar o conceito de LOD, as equipes de trabalho possuirão uma noção
mais clara dos entregaveis para cada etapa do empreendimento e dessa forma,
possibilitara um acompanhamento com maior precisão do progresso dos modelos,
além de fornecer um padrão a ser tomado com referencia nos contratos e planos de
execução BIM.
EPC (Engineering-Procurement-
DBB (Design-Bid-Build)
Construction)
PCC (Projeto-Concorrência-Construção)
ECC (Engenharia-Compras-Construção)
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Figura 8 – Tabela do Modelo tradicional de negócio versus modelo Integrated Project Delivery – IPD
Fonte: CBIC(2016)
6. Conclusão
O presente trabalho buscou mostrar a necessidade de readequações jurídicas
quanto as modalidades de contratação comumente utilizadas no Brasil, pois com a
busca por inovações tecnológicas no setor da construção civil, bem como toda essa
movimentação que está sendo realizada com relação a adoção e utilização no BIM
no Brasil e no mundo, a forma de trabalhar está sendo alterada e tornando-se cada
vez mais colaborativa, ou seja, não existe mais o “cada um por si”, onde cada
agente se preocupa apenas em entregar a “sua parte”, sem a conversa com a
equipe, sem a compatibilização de projetos, dados e ideias. Com o BIM essa forma
tradicional de se trabalhar já está a caminho da extinção, proporcionando alterações
não só na forma de trabalhar, mas também nos processos e etapas dos
empreendimentos, e levará especialmente as alterações nos modelos de
contratação a serem utilizados na indústria da construção.
Sendo assim, com a adoção do BIM é inevitável e imprescindível que haja
alterações nos modelos de contrato a serem utilizados, sendo importantíssimo que
as práticas usuais de contratação sejam ajustadas às particularidades deste novo
processo e de seus futuros produtos vindos da modelagem da informação da
construção.
Referências
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Processo de Projeto BIM:
Coletânea Guias BIM ABDI-MDIC /Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
– Brasília, DF: ABDI, 2017. Vol. 1; 82 p. ISBN 978-85-61323-43-1
ADDOR, M. et al. Colocando o "i" no BIM. arq.urb, [S. l.], n. 4, p. 104–115, 2010.
Disponível em: https://www.revistaarqurb.com.br/arqurb/article/view/207. Acesso em:
6 dez. 2021.
https://www.afbimservices.fr/index.php/2020/12/07/maitres-douvrage-exigez-le-
niveau-de-detail-lod-350_400-dans-votre-convention-bim/. Acesso em: 27 jun. 2022.
BRASIL, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Brasília, DF, 1993. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 28 ago. 2022
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m%20o%20regime. Acesso em: 16 ago. 2022.
SILVA, Caio P.; TOMY, Marcel A. IPD: entenda a tendência para projetos
colaboracionistas na indústria da construção. In: Logicamp Engenharia Ltda ME.
São Paulo, 07 jul. 2020. Disponível em: https://www.logicamp.com.br/blog/ipd/.
Acesso em: 30 ago. 2022.