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SUMÁRIO
BOAS-VINDAS....................................................................................... 3
PROGRAMA DO CURSO BIM....................................................................... 4
UNIDADE I: CONCEITUAÇÃO BÁSICA EM BIM................................................... 5
UNIDADE II: FLUXOS DE TRABALHO BIM........................................................ 14
UNIDADE III: INTEGRAÇÃO E INTEROPERACIONALIDADE BIM................................ 21
SOBRE O AUTOR................................................................................... 32
REFERÊNCIAS...................................................................................... 33
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BOAS-VINDAS
Bem-vindo; bem-vinda ao curso de Building Information Modeling ou simplesmente BIM!
Neste curso você irá desenvolver ou aprimorar sua competência na elaboração de
projetos, maior precisão e agilidade no levantamento de quantitativos, redução dos
custos das suas obras e melhorar o uso dos recursos, sejam eles humanos, materiais.
Para isso, iremos ao longo deste curso, estudar e exercitar temas como: Introdução e
evolução história do BIM, os elementos básicos dessa metodologia. Exemplos práticos
de aplicação e exemplos de softwares que se baseiam nessa metodologia para elaboração
de projetos.
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PROGRAMA DO CURSO BIM
O curso Building Information Modeling (BIM) está estruturado em 3 (três) unidades de
estudos compostos por 3 (três) vídeo aulas e apostila complementar. Cada unidade de
estudo contempla os seguintes temas:
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UNIDADE I: CONCEITUAÇÃO BÁSICA EM
BIM
A modernização da indústria da construção civil vem tornando o setor cada vez mais
competitivo, então se faz necessário à utilização de ferramentas para que seja possível
um aumento de produtividade, redução de custos, otimização de processos, etc.
Muita gente pensa que da mesma forma que o CAD substituiu o desenho à mão, o BIM
agora está substituindo o CAD. Isso é um grande equívoco. No primeiro caso o que mudou
foi apenas a ferramenta (a caneta pelo mouse), e não o processo. O fluxo de trabalho
BIM muda o processo, as interações humanas e isso faz toda a diferença. O primeiro
uso documentado do termo Building Information Modeling, no sentido em que é usado
hoje, foi no título de um dos artigos de Robert Aish (1986), pesquisador e colaborador
da GMW Computers Ltda., fabricante do lendário sistema de software RUCAPS.
Aish estabeleceu neste artigo alguns conceitos precisos que vemos até hoje sobre a
metodologia, e a tecnologia necessária para implementá-lo: incluindo modelagem 3D,
extração de desenhos automáticos, componentes paramétricos, bancos de dados,
faseamento temporal dos processos construtivos e assim por diante. Muitas das
funcionalidades que encontramos nos softwares atuais, como ALLPLAN, ArchiCAD e
Revit, contaram com contribuições referentes às aspirações do que foi desenvolvido no
passado, como as linhagens britânicas da RUCAPS entre outros.
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Um exemplo clássico que podemos citar da diferença de um projeto elaborado em CAD
e em uma ferramenta BIM é a seguinte: pense na composição de uma parede com
espessura de 15 cm, a representação dessa parede em um software CAD são apenas
linhas paralelas separadas pela distância que representa a espessura da parede. Já a
representação dessa mesma parede em um modelo BIM é composta pela visualização do
modelo 3D dessa parede, além de ser possível colocar diversos parâmetros como: tipo
de bloco a ser utilizado, dimensões de bloco, espessura de revestimentos argamassados,
espessura de acabamentos, etc. Dessa forma além de ficar muito mais fácil realizar os
levantamentos quantitativos de materiais, o nível de precisão é muito maior. Esse é só
alguns dos muitos exemplos que podemos citar ao longo desse curso.
Nos casos mais comuns, os arquitetos e projetistas não desenvolvem modelos BIM de
construção, mas sim os modelos BIM que definem e especificam o prédio ou a instalação
que se deseja construir, ou seja, não modelam o canteiro de obras, tampouco consideram
detalhes e fases dos sistemas construtivos que serão utilizados para construir o prédio
ou a instalação. Em outras palavras, modelam o objeto que será construído, mas não
modelam (nem ensaiam) o processo de construir este objeto.
Isso nos casos mais comuns, porque é, sim, possível desenvolver um modelo BIM que
considere não apenas as diversas fases de um canteiro de obras, mas, também, os
processos construtivos que se pretende utilizar na construção.
IFonte: CBIC
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Figura 2 - Fases de obra e pós-obra
IFonte: CBIC
Segundo o manual da AsBEA, o BIM tem diversas aplicações ao longo da vida útil da
edificação, desde o projeto, passando pela construção até sua operação e manutenção.
Dentro do ciclo do projeto, principal etapa desenvolvida por escritórios de arquitetura,
pode ser aplicada das seguintes maneiras, como exemplificado também na Figura 3:
Concepção do projeto
Documentação do projeto
Visualização do projeto
Compatibilização dos projetos
Revisão de projeto
Análise de eficiência energética
Avaliação de critérios de sustentabilidade
Análises de engenharia
Extração de quantitativos
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Figura 3 - Usos do BIM para projeto
Evolução Histórica
• Inovações de produto;
• Inovações de processo;
• Inovações organizacionais;
• Inovações de marketing.
Ao analisar o BIM em relação a estes tipos, é possível perceber sua influência em todos
os quatro, pois além de alterar o processo de desenvolvimento do projeto e os produtos
resultantes, exige uma reorganização das equipes e permite novas estratégias de
marketing, tais como animações e visualizações 360º. As inovações nos produtos não se
resumem a novos tipos de documentos e simulações, mas também incluem mudanças
na edificação em si, seja pela adoção de novas geometrias, antes muito difíceis de
representar e, principalmente, de fabricar, seja pela incorporação de tecnologias que
tornam o edifício “inteligente”, capaz de se adaptar a solicitações climáticas ou mesmo
de uso, sem interferência externa.
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O relatório 2016 do NBS3 indica que entre 83% e 97% dos usuários de BIM em 5 países
(Reino Unido, Canadá, Japão, Dinamarca e República Tcheca) afirmam que a adoção do
BIM exige mudanças no fluxo, nas práticas e nos procedimentos de projeto. Além desta
tipologia, inovações podem ser incrementais, quando se dão por pequenas melhorias
que aumentam a produtividade ou competitividade, ou inovações radicais ou disruptivas,
que causam “um impacto significativo em um mercado e na atividade econômica das
empresas nesse mercado”. Este impacto pode alterar a estrutura do mercado, criar
novos mercados ou tornar produtos obsoletos. Como são resultados de longo prazo, sua
percepção não é imediata. O BIM pode ser definido como uma inovação radical não só
pelos pontos indicados acima, mas por ser uma “simulação da obra” e, deste modo,
exigir do arquiteto conhecimentos de construção, em oposição à abordagem anterior,
em que o resultado formal desejado era mais importante do que o “como fazer”. Até
recentemente, projetos arquitetônicos limitavam-se à representação do edifício
acabado, sem grandes informações sobre o processo construtivo. Com o advento do
BIM, a simulação desse processo passa a fazer parte intrínseca do processo de projeto.
Para isto, é preciso que o projetista domine não só “o que fazer”, o desenho do produto
edifício, mas “como fazer”, o processo construtivo. Exige-se uma formação mais ampla
da equipe de projeto, com um quadro multidisciplinar.
Se a implantação do BIM exige investimentos e apresenta riscos, por que deve ser feita?
Este programa do governo britânico apontou a meta de redução de 15% nos custos das
obras governamentais, sendo a difusão e a obrigatoriedade do BIM (desde abril de 2016)
um dos meios para alcançá-la. Para isso, apenas nos últimos 3 anos o governo investiu
£15 milhões em normas e ações de difusão da tecnologia e seus procedimentos. Toda
inovação tecnológica tem fundamentação financeira e o BIM tem se disseminado em
todo o mundo por suas vantagens.
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BIM Inovação e Mudança de Cultura
Pelo seu caráter de inovação radical, implantar o BIM vai além de alterar a infraestrutura
tecnológica de software e hardware e treinar pessoas na operação dos novos sistemas.
Cabe ressaltar que a mudança de cultura é o elemento mais importante, pois se passa
da visão “do que fazer” para o “como fazer” e da postura de “deixa que a obra resolve”
para a antecipação e solução de problemas ainda na concepção.
Falar de cultura de uma organização significa tratar de pessoas, cuja qualificação nem
sempre condiz com as novas necessidades e que muitas vezes estão na sua zona de
conforto, mas serão desafiadas a uma mudança de postura.
Nem todas as soluções de modelagem 3D são BIM, mas todas as soluções BIM são 3D, um
exemplo clássico de uma solução que é 3D, mas não é BIM é, o google sketchup.
Fonte: Autodesk
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Implementação BIM
Dentre os usos projetados para o BIM, quais serão mais relevantes para a organização?
Vale lembrar que existe uma rede de precedência no desenvolvimento dos modelos BIM:
por exemplo, antes de desenvolver quantitativos segundo critérios de medição, é preciso
consolidar os procedimentos de quantitativos gerais. Do mesmo modo, animações e
passeios virtuais em alta resolução necessitam de maiores investimentos em equipamentos
e pessoal. Além disso, é preciso ter em mente como a organização opera. Assim, uma
que terceirize projetos deve focar nas ferramentas de coordenação e verificação de
qualidade do modelo, não necessitando de uma qualificação forte na operação dos
aplicativos de projeto. Este é um engano comum e frequentemente uma organização
deste tipo investe em licenças e equipamentos muito além do necessário.
Outro exemplo com bons resultados foi o projeto e construção do UCSF Medical Center
em Mission Bay, São Francisco, EUA, que reduziu os resíduos da construção de 15% para
6%, aumentou a produtividade na execução de instalações em 8% e atingiu a média de
montagem de 15 painéis de pré-fabricados/dia, em vez dos 10 a 12 em uma execução
típica.
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Tabela 1: Resultados do BIM segundo a RDS. Pode-se apontar também o estudo da DRS
Ingeneria y Gestion, empresa chilena que desenvolveu 234 projetos em BIM para
escritórios, varejo e indústria, com custo de construção entre U$5 milhões e U$50 milhões,
obtendo economias entre U$250.000,00 e U$2.500.000,00 por empreendimento.
O mais comum, entretanto, é selecionar um projeto real, com folga de prazos, de modo
que seja possível compatibilizar o seu cronograma com o cronograma de recursos,
capacitação da equipe e documentação dos novos processos. Deste modo, boa parte dos
custos de implantação serão alocados no projeto ou empreendimento.
Após o término deste projeto piloto, é importante uma avaliação de resultados para
consolidar os procedimentos. Posteriormente, novos projetos podem ser agregados
conforme a disponibilidade de pessoal qualificado. Como o ciclo de produção na
construção é longo, obrigatoriamente o plano de implantação terá prazo total de alguns
anos, pois deve ir além de um primeiro projeto, até a consolidação e disseminação dos
processos BIM por toda a organização.
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• Quantidade de Horas técnicas /m² de projeto, considerando-se a variação de tipologias
e de porte entre projetos;
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UNIDADE II: FLUXOS DE TRABALHO BIM
O uso da tecnologia BIM implica em processos de trabalho mais colaborativos. Na
metodologia CAD, havia uma ordem sequencial de atuação das disciplinas que começava
pela arquitetura, passava pela estrutura e só depois de consolidadas estas iniciavam-se
as outras disciplinas.
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Figura 5 - Fluxo de estruturas de maneira abrangente
Fonte: CBIC
Segundo Eastman et al. (2011), substituir um ambiente CAD por um ambiente BIM
envolve muito mais do que adquirir software, treinar e atualizar o hardware. O uso
efetivo desta tecnologia exige que sejam feitas alterações em praticamente todos os
aspectos da empresa. Isso requer compreensão sobre a tecnologia e sobre os processos
relacionados a ela e um plano de implementação antes que a mudança comece. Neste
processo um consultor externo pode ser bastante útil para planejar, monitorar e auxiliar.
De maneira geral os passos a serem considerados são:
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Criar uma equipe interna de responsáveis pela implantação do plano, com orçamento
de custo, tempo e desempenho para orientar seu desempenho.
Fonte: CBIC
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Escolher ou capacitar um membro da equipe para gerenciar o processo de implantação,
é sem dúvida um dos pontos cruciais que vão definir o sucesso ou fracasso do projeto
de implementação.
Comunicar visão BIM, tanto do projeto total de implementação quanto do projeto piloto;
Liderar e garantir a efetividade do treinamento da equipe;
Atuar como ponto focal BIM;
Liderar e gerenciar o projeto de implementação;
Realizar reuniões periódicas;
Garantir a efetividade dos processos de troca de informações;
Solucionar conflitos;
Gerenciar, manter e controlar a qualidade dos modelos desenvolvidos.
Arquiteto/designer
Engenheiro estrutural
Engenheiro de instalações hidráulicas
Engenheiro de instalações de conforto (ar-condicionado, aquecimento, ventilação, etc)
Engenheiro eletricista
Engenheiro civil
Consultores específicos
Responsável por suprimentos e contratações
Construtor
Subempreiteiros
Fabricantes e fornecedores
Além da escolha dos potenciais casos de usos que poderiam agregar valor ao nosso
projeto, precisamos definir qual a interdependência entre eles.
Como casos de uso, entende-se com que finalidade a metodologia BIM será aplicada,
como exemplo o caso de uso “Projeto autoral de arquitetura”, com a utilização de
um software paramétrico de modelagem, será fácil também implementar o caso de
uso “Coordenação espacial 3D”, assim como outros casos de uso como definição de
planejamento de execução e definição de custos.
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Figura 7 - 25 casos de usos mapeados pela PennState University, em ordem cronológica
Fonte: CBIC
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A figura abaixo exemplifica o tipo de documentação já realizado pela Pennstate University,
como exemplo desse curso será lista apenas o que se refere a estimativa de custos.
Fonte: CBIC
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Projetos-Piloto de implementação BIM
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UNIDADE III: INTEGRAÇÃO E
INTEROPERACIONALIDADE BIM
O uso da tecnologia BIM implica em processos de trabalho mais colaborativos. Essa
metodologia gerava constantes incompatibilidades que só eram percebidas em análises
específicas no final dos trabalhos. Já com a utilização do BIM, a compatibilização ocorre
ao longo de todo o processo, existe uma colaboração contínua e simultânea entre as
disciplinas envolvidas (GT BIM ASBEA, 2015).
Fonte: CBIC
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Pela ordem na ilustração, temos o seguinte:
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Número 4: Disponibilização do modelo arquitetônico para o engenheiro estrutural
A informação sobre o piso em granito 2cm assentado com argamassa foi propositalmente
inserida nesse exemplo a fim de enriquecer o entendimento, então, caberá ao engenheiro
estrutural a definição dos níveis brutos da estrutura (também conhecido como nível
do ‘osso’ da estrutura). Para que os modelos sejam coerentes, o engenheiro estrutural
definirá as dimensões máximas dos componentes estruturais, combinando as informações
dos níveis acabados definidos pelo modelo arquitetônico, com as especificações da
espessura do piso e do processo de instalação informado (assentado com uma camada
de 1cm de argamassa).
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Número 7: Visualização do modelo estrutural pelo incorporador
A ilustração, mesmo tendo uma visão genérica, deixa subentendido que a coordenação
dos projetos (análise e solução de interferências) estaria sob a responsabilidade da
arquiteta (seta 8) ou da equipe interna da incorporadora (seta 7). No entanto, o comando
poderia também ser exercido por outro agente especificamente contratado para tal.
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O exemplo ilustrado e descrito até aqui já permite identificar alguns intercâmbios de
informações que serão inevitavelmente necessários para a realização de um fluxo de
trabalho BIM.
Além das informações mínimas que serão passadas de um participante a outro (ou a
outros), questões específicas relacionadas à exportação de arquivos gerados por uma
tecnologia, que precisarão ser importados em softwares de outras tecnologias, terão
que ser analisadas e resolvidas pela equipe de projeto. Isso é o que se chama de
‘interoperabilidade’.
Open BIM
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Figura 11 - Meios de acesso aos arquivos IFC
Todo mundo fala sobre o BIM, ninguém entende realmente como fazer, todos pensam
que os demais estão fazendo, então todos dizem que também estão fazendo. Esse
efeito também é conhecido como conformidade social, um comportamento do nosso
cérebro que nos leva a seguir uma determinada prática para acompanhar um grupo.
Mas se este conceito envolve inúmeras práticas, o que é necessário para se dizer “Eu
faço BIM”? Bilal Succar, pesquisador, idealizador e apoiador de iniciativas relacionadas
ao BIM entendem que podemos separar 3 níveis de maturidade:
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Estágio 1 ou BIM 1.0 - Modelagem 3D baseada em objetos;
Estágio 2 ou BIM 2.0 - Modelo baseado em colaboração;
Estágio 3 ou BIM 3.0 - Integração baseada em rede;
O BIM 1.0 refere-se à transição do 2D para o 3D, onde o modelo passa a ser construído
com elementos tridimensionais.
No BIM 2.0 adotam-se modelos correlativos de dados, como por exemplo: geração de
cronogramas (4D), informações monetárias (5D), ensaio de capacidade energética,
dentre outros (nºD).
As informações são implantadas ao modelo nesta fase, mas não existe um único ambiente
colaborativo. Todos se beneficiam do modelo, mas não são capazes de transmitir ou
discutir os dados entre si.
Existe ainda o BIM 4.0, que faz analogia à 4ª revolução industrial, onde a proposta é que
as soluções estejam diretamente ligadas à Indústria 4.0.
Não só na produção, mas o BIM pode dar continuidade em outros temas da Indústria 4.0,
por exemplo, em manutenções preventivas com a instalação de sensores, simulações,
utilização de realidade virtual e realidade aumentada, entre outros, por isso dizemos
que o BIM é utilizado em todas as fases do projeto, até a fase de manutenção do
empreendimento.
Pare agora o que está fazendo e experimente representar o local onde você se encontra.
Depois peça para alguém fazer o mesmo.
Ambas as representações sairiam iguais? Ou algum de vocês dois entrou em mais detalhes,
representou não só a posição do assento em que você está sentado, mas foi mais fundo,
estipulou que fosse uma cadeira, com braços e encosto?
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A essência de um projeto permite diferentes níveis de detalhamento para uma mesma
estrutura. E para medir o grau dos modelos BIM, aplicamos o conceito de LOD - Level of
Detail (Nível de Detalhamento), publicado em 2008 por James Bedrick.
LOD 100: Projeto conceitual, apresentado por volumes genéricos, formas e símbolos
2D. Entregam a ideia inicial de desenvolvimento, estudo preliminar;
LOD 300: As dimensões são exatas e precisas, e todos os elementos modelados estão
especificados em termos de quantidade, grandeza, forma, posição e orientação. Pode-se
também receber outras informações do modelo;
LOD 400: Modelos detalhados com instruções para a fabricação, montagem e instalação.
É a evolução do LOD 300, apropriado para a execução;
LOD 500: “As Built” - os elementos são uma interpretação idêntica das situações reais
e podem ser empregados para a gestão e operação do projeto.
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A partir de um levantamento de dados da Fundação Getúlio Vargas em 2018, 9,2% das
empresas ligadas a construção civil já inseriram de alguma maneira o BIM na sua
metodologia de trabalho.
De forma a conferir tempo hábil para que as organizações se adaptem às novas tendências,
a Estratégia BIM BR estabelece a inclusão total do BIM em três etapas, para utilização
em obras e serviços de engenharia da administração pública federal:
A primeira etapa, que começou a partir de 1º janeiro de 2021, tem foco nos projetos
de engenharia e arquitetura para novas construções, reformas, ampliação e reabilitação
de espaços, exige principalmente o BIM em projetos.
A segunda etapa começa em 2024 e exige o uso do BIM na fase de projetos e execução,
incluindo orçamento, planejamento e controle da execução de obras até atualização
do as-built;
A terceira etapa, que começa a partir de janeiro de 2028, acrescenta o uso do BIM
na fase final do empreendimento, dando ênfase às funções de gerenciamento e
de manutenção do empreendimento após construído. estruturas, hidráulica, elétrica e
AVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado);
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Segundo a CBIC (2016), os softwares mais utilizados no mercado brasileiro para
modelagem de arquitetura (desenvolvimento de projetos autorais) são o Autodesk
Revit Architecture, o Graphisoft Archicad, o VectorWorks da Nemetschek e o AECOsim
da Bentley. O Quadro 1 apresenta uma breve descrição destes softwares.
Fonte: Coletânea implementação do BIM para construtoras e incorporadoras vol.3-CBIC (2016), adaptado
pela autora.
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Dentre os softwares disponíveis no mercado para verificações de interferência nos
modelos, a Guia AsBEA - Boas práticas em BIM II (2015) destaca o Navisworks, Solibri e
Tekla Bimsight. O Quadro 2 apresenta uma breve descrição destes softwares.
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SOBRE O AUTOR
Faço parte do corpo técnico da Smart Perícias, atuando principalmente para as demandas
do tribunal de justiça do Paraná.
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REFERÊNCIAS
BAGGIO, Leticia. Posicionamento Profissional para gestão da sua carreira. Curitiba, CRV,
2019.
https://bioclimatismo.com.br/building-information-model/
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