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SUMÁRIO
BOAS-VINDAS....................................................................................... 3
PROGRAMA DO CURSO BIM....................................................................... 4
UNIDADE I: CONCEITUAÇÃO BÁSICA EM BIM................................................... 5
UNIDADE II: FLUXOS DE TRABALHO BIM........................................................ 14
UNIDADE III: INTEGRAÇÃO E INTEROPERACIONALIDADE BIM................................ 21
SOBRE O AUTOR................................................................................... 32
REFERÊNCIAS...................................................................................... 33

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BOAS-VINDAS
Bem-vindo; bem-vinda ao curso de Building Information Modeling ou simplesmente BIM!
Neste curso você irá desenvolver ou aprimorar sua competência na elaboração de
projetos, maior precisão e agilidade no levantamento de quantitativos, redução dos
custos das suas obras e melhorar o uso dos recursos, sejam eles humanos, materiais.

Para isso, iremos ao longo deste curso, estudar e exercitar temas como: Introdução e
evolução história do BIM, os elementos básicos dessa metodologia. Exemplos práticos
de aplicação e exemplos de softwares que se baseiam nessa metodologia para elaboração
de projetos.

Te desejo bons estudos e ótimos resultados em suas obras!

Imagem: Ciclo de vida de um projeto BIM


Fonte: https://bioclimatismo.com.br/building-information-model/

Descrição da imagem: Figura que demonstra todo o ciclo de vida de um projeto


elaborado utilizando a metodologia BIM.

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PROGRAMA DO CURSO BIM
O curso Building Information Modeling (BIM) está estruturado em 3 (três) unidades de
estudos compostos por 3 (três) vídeo aulas e apostila complementar. Cada unidade de
estudo contempla os seguintes temas:

Unidade I: Conceituação Básica em BIM

Unidade II: Fluxos de trabalho BIM Implementação BIM

Unidade III: Integração e interoperacionalidade BIM

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UNIDADE I: CONCEITUAÇÃO BÁSICA EM
BIM
A modernização da indústria da construção civil vem tornando o setor cada vez mais
competitivo, então se faz necessário à utilização de ferramentas para que seja possível
um aumento de produtividade, redução de custos, otimização de processos, etc.

Inovações como a modelagem da informação da construção ou BIM (do inglês building


information modeling) são vetores essenciais para a quebra de paradigmas em um setor
que historicamente é tão dependente de mão-de-obra e que demanda muitos serviços
realizados manualmente, o que dificulta a sua industrialização completa.

Muita gente pensa que da mesma forma que o CAD substituiu o desenho à mão, o BIM
agora está substituindo o CAD. Isso é um grande equívoco. No primeiro caso o que mudou
foi apenas a ferramenta (a caneta pelo mouse), e não o processo. O fluxo de trabalho
BIM muda o processo, as interações humanas e isso faz toda a diferença. O primeiro
uso documentado do termo Building Information Modeling, no sentido em que é usado
hoje, foi no título de um dos artigos de Robert Aish (1986), pesquisador e colaborador
da GMW Computers Ltda., fabricante do lendário sistema de software RUCAPS.
Aish estabeleceu neste artigo alguns conceitos precisos que vemos até hoje sobre a
metodologia, e a tecnologia necessária para implementá-lo: incluindo modelagem 3D,
extração de desenhos automáticos, componentes paramétricos, bancos de dados,
faseamento temporal dos processos construtivos e assim por diante. Muitas das
funcionalidades que encontramos nos softwares atuais, como ALLPLAN, ArchiCAD e
Revit, contaram com contribuições referentes às aspirações do que foi desenvolvido no
passado, como as linhagens britânicas da RUCAPS entre outros.

Mas afinal, o que é o BIM?

Bim é um processo que parte de modelos tridimensionais, processos e tecnologias que


concentram todas as informações referentes a construção ao longo de todo o ciclo de
vida de um empreendimento, e combinados geram uma metodologia para o processo
de projetar uma edificação ou instalação, medir seu desempenho e gerenciar suas
informações e dados através de plataformas virtuais, durante todo o seu ciclo de vida.

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Um exemplo clássico que podemos citar da diferença de um projeto elaborado em CAD
e em uma ferramenta BIM é a seguinte: pense na composição de uma parede com
espessura de 15 cm, a representação dessa parede em um software CAD são apenas
linhas paralelas separadas pela distância que representa a espessura da parede. Já a
representação dessa mesma parede em um modelo BIM é composta pela visualização do
modelo 3D dessa parede, além de ser possível colocar diversos parâmetros como: tipo
de bloco a ser utilizado, dimensões de bloco, espessura de revestimentos argamassados,
espessura de acabamentos, etc. Dessa forma além de ficar muito mais fácil realizar os
levantamentos quantitativos de materiais, o nível de precisão é muito maior. Esse é só
alguns dos muitos exemplos que podemos citar ao longo desse curso.

Nos casos mais comuns, os arquitetos e projetistas não desenvolvem modelos BIM de
construção, mas sim os modelos BIM que definem e especificam o prédio ou a instalação
que se deseja construir, ou seja, não modelam o canteiro de obras, tampouco consideram
detalhes e fases dos sistemas construtivos que serão utilizados para construir o prédio
ou a instalação. Em outras palavras, modelam o objeto que será construído, mas não
modelam (nem ensaiam) o processo de construir este objeto.

Isso nos casos mais comuns, porque é, sim, possível desenvolver um modelo BIM que
considere não apenas as diversas fases de um canteiro de obras, mas, também, os
processos construtivos que se pretende utilizar na construção.

Figura 1 - Fases Pré-Obra

IFonte: CBIC

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Figura 2 - Fases de obra e pós-obra

IFonte: CBIC

Segundo o manual da AsBEA, o BIM tem diversas aplicações ao longo da vida útil da
edificação, desde o projeto, passando pela construção até sua operação e manutenção.
Dentro do ciclo do projeto, principal etapa desenvolvida por escritórios de arquitetura,
pode ser aplicada das seguintes maneiras, como exemplificado também na Figura 3:

 Concepção do projeto
 Documentação do projeto
 Visualização do projeto
 Compatibilização dos projetos
 Revisão de projeto
 Análise de eficiência energética
 Avaliação de critérios de sustentabilidade
 Análises de engenharia
 Extração de quantitativos

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Figura 3 - Usos do BIM para projeto

Fonte: Guia AsBEA - Boas práticas em BIM I (2013).

Evolução Histórica

Segundo o Manual de OSLO2 as inovações tecnológicas podem ser de diversos tipos:

• Inovações de produto;
• Inovações de processo;
• Inovações organizacionais;
• Inovações de marketing.

Ao analisar o BIM em relação a estes tipos, é possível perceber sua influência em todos
os quatro, pois além de alterar o processo de desenvolvimento do projeto e os produtos
resultantes, exige uma reorganização das equipes e permite novas estratégias de
marketing, tais como animações e visualizações 360º. As inovações nos produtos não se
resumem a novos tipos de documentos e simulações, mas também incluem mudanças
na edificação em si, seja pela adoção de novas geometrias, antes muito difíceis de
representar e, principalmente, de fabricar, seja pela incorporação de tecnologias que
tornam o edifício “inteligente”, capaz de se adaptar a solicitações climáticas ou mesmo
de uso, sem interferência externa.

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O relatório 2016 do NBS3 indica que entre 83% e 97% dos usuários de BIM em 5 países
(Reino Unido, Canadá, Japão, Dinamarca e República Tcheca) afirmam que a adoção do
BIM exige mudanças no fluxo, nas práticas e nos procedimentos de projeto. Além desta
tipologia, inovações podem ser incrementais, quando se dão por pequenas melhorias
que aumentam a produtividade ou competitividade, ou inovações radicais ou disruptivas,
que causam “um impacto significativo em um mercado e na atividade econômica das
empresas nesse mercado”. Este impacto pode alterar a estrutura do mercado, criar
novos mercados ou tornar produtos obsoletos. Como são resultados de longo prazo, sua
percepção não é imediata. O BIM pode ser definido como uma inovação radical não só
pelos pontos indicados acima, mas por ser uma “simulação da obra” e, deste modo,
exigir do arquiteto conhecimentos de construção, em oposição à abordagem anterior,
em que o resultado formal desejado era mais importante do que o “como fazer”. Até
recentemente, projetos arquitetônicos limitavam-se à representação do edifício
acabado, sem grandes informações sobre o processo construtivo. Com o advento do
BIM, a simulação desse processo passa a fazer parte intrínseca do processo de projeto.
Para isto, é preciso que o projetista domine não só “o que fazer”, o desenho do produto
edifício, mas “como fazer”, o processo construtivo. Exige-se uma formação mais ampla
da equipe de projeto, com um quadro multidisciplinar.

Vantagens e benefícios da utilização do BIM na elaboração de projetos, construções


e operação de edificações.

Se a implantação do BIM exige investimentos e apresenta riscos, por que deve ser feita?

Devido à variedade do ambiente de projetos, existem várias possibilidades de resposta,


desde a mais simples, “porque meu contratante exigiu”, até complexas, “porque
apenas com softwares BIM consigo realizar as formas que imagino”, ou ainda “porque
é preciso aumentar a produtividade da indústria”, como no caso do Programa BIM do
Reino Unido.

Este programa do governo britânico apontou a meta de redução de 15% nos custos das
obras governamentais, sendo a difusão e a obrigatoriedade do BIM (desde abril de 2016)
um dos meios para alcançá-la. Para isso, apenas nos últimos 3 anos o governo investiu
£15 milhões em normas e ações de difusão da tecnologia e seus procedimentos. Toda
inovação tecnológica tem fundamentação financeira e o BIM tem se disseminado em
todo o mundo por suas vantagens.

A crescente velocidade dessa difusão atesta seus resultados, no entanto, devido ao


longo ciclo de produção da construção as estatísticas ainda não são bem claras. Embora
não haja números consolidados e as pesquisas nem sempre sejam comparáveis, estudos
indicam ganhos consideráveis na assertividade e acuidade dos projetos, com impactos
positivos no controle de custos e prazos, bem como na qualidade da solução de projeto.

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BIM Inovação e Mudança de Cultura

Pelo seu caráter de inovação radical, implantar o BIM vai além de alterar a infraestrutura
tecnológica de software e hardware e treinar pessoas na operação dos novos sistemas.
Cabe ressaltar que a mudança de cultura é o elemento mais importante, pois se passa
da visão “do que fazer” para o “como fazer” e da postura de “deixa que a obra resolve”
para a antecipação e solução de problemas ainda na concepção.

Falar de cultura de uma organização significa tratar de pessoas, cuja qualificação nem
sempre condiz com as novas necessidades e que muitas vezes estão na sua zona de
conforto, mas serão desafiadas a uma mudança de postura.

A apresentação do projeto de implantação BIM a todos os envolvidos (muitos deles


provavelmente fora da organização), dos objetivos pretendidos e das ações propostas
são um primeiro passo fundamental para o envolvimento da equipe e para identificação
de possíveis pontos de resistência a serem superados.

Nem todas as soluções de modelagem 3D são BIM, mas todas as soluções BIM são 3D, um
exemplo clássico de uma solução que é 3D, mas não é BIM é, o google sketchup.

Figura 4 – Projeto de instalações de uma edificação

Fonte: Autodesk

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Implementação BIM

Cada organização tem suas peculiaridades, interesses e recursos e a implantação do


BIM deve refletir estas características. Por exemplo, uma construtora ou organização
governamental pode ou não desenvolver projetos internamente; às vezes, apenas
parcialmente. Um roteiro inicial para a implantação deve ser preparado com definição
de metas gerais e recursos. Ao longo do planejamento esse roteiro será aos poucos
detalhado e aprofundado. Neste primeiro momento, ele é importante para direcionar
os esforços e devem abordar ao menos as três questões descritas a seguir.

Dentre os usos projetados para o BIM, quais serão mais relevantes para a organização?
Vale lembrar que existe uma rede de precedência no desenvolvimento dos modelos BIM:
por exemplo, antes de desenvolver quantitativos segundo critérios de medição, é preciso
consolidar os procedimentos de quantitativos gerais. Do mesmo modo, animações e
passeios virtuais em alta resolução necessitam de maiores investimentos em equipamentos
e pessoal. Além disso, é preciso ter em mente como a organização opera. Assim, uma
que terceirize projetos deve focar nas ferramentas de coordenação e verificação de
qualidade do modelo, não necessitando de uma qualificação forte na operação dos
aplicativos de projeto. Este é um engano comum e frequentemente uma organização
deste tipo investe em licenças e equipamentos muito além do necessário.

A rigor, a empresa pode dispensar os aplicativos de projeto e utilizar apenas visualizadores


grátis ou os próprios programas de coordenação. Dada a responsabilidade técnica, se
a organização não é autora do projeto, não deve alterar o modelo autoral; logo não
necessita de aplicativos para editar este modelo.

As empresas de softwares BIM reportam um crescimento expressivo dos seus produtos


BIM nos últimos anos, tendo um deles, um aplicativo primordialmente BIM, indicado um
crescimento de sua base instalada no Brasil de 370% entre 2012 e 2016.

Os casos de sucesso são um demonstrativo mais interessante dos benefícios alcançados.


O relato da CCDI - Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário no Prêmio Bim SINDUSCON
SP indicou que a empresa atingiu 99% de assertividade nos custos e 92% nos prazos, com
redução de 16% no tempo de pessoal dedicado ao controle direto da obra.

Outro exemplo com bons resultados foi o projeto e construção do UCSF Medical Center
em Mission Bay, São Francisco, EUA, que reduziu os resíduos da construção de 15% para
6%, aumentou a produtividade na execução de instalações em 8% e atingiu a média de
montagem de 15 painéis de pré-fabricados/dia, em vez dos 10 a 12 em uma execução
típica.

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Tabela 1: Resultados do BIM segundo a RDS. Pode-se apontar também o estudo da DRS
Ingeneria y Gestion, empresa chilena que desenvolveu 234 projetos em BIM para
escritórios, varejo e indústria, com custo de construção entre U$5 milhões e U$50 milhões,
obtendo economias entre U$250.000,00 e U$2.500.000,00 por empreendimento.

Tabela 1 – Resultados do BIM segundo a RDS

Fonte: apresentação da DRS no ENIC 2016

Estratégia para Implantação BIM

Na construção, a base do planejamento são projetos e naturalmente o plano de


implantação deve definir um deles para o início da utilização de BIM. A seleção de qual
projeto ou empreendimento pode ser bastante diferenciado.

Em geral, é mais conveniente iniciar um projeto piloto para consolidar os procedimentos


e depois disso difundir os novos processos na organização.

O mais comum, entretanto, é selecionar um projeto real, com folga de prazos, de modo
que seja possível compatibilizar o seu cronograma com o cronograma de recursos,
capacitação da equipe e documentação dos novos processos. Deste modo, boa parte dos
custos de implantação serão alocados no projeto ou empreendimento.

Após o término deste projeto piloto, é importante uma avaliação de resultados para
consolidar os procedimentos. Posteriormente, novos projetos podem ser agregados
conforme a disponibilidade de pessoal qualificado. Como o ciclo de produção na
construção é longo, obrigatoriamente o plano de implantação terá prazo total de alguns
anos, pois deve ir além de um primeiro projeto, até a consolidação e disseminação dos
processos BIM por toda a organização.

Por exemplo, em um próximo projeto deseja-se ter capacidade de desenvolver em BIM,


obter quantitativos básicos e fazer análise de conflitos de arquitetura, estrutura e
instalações prediais. Além disso, é importante ter uma base de indicadores iniciais. No
caso de escritórios de projetos, os indicadores mais relevantes são:

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• Quantidade de Horas técnicas /m² de projeto, considerando-se a variação de tipologias
e de porte entre projetos;

• Faturamento mensal/ anual por posto de trabalho;

• Horas despendidas em atividades de revisão de projeto após entrega. Conforme as


especificidades de mercado, outros aspectos representativos para a análise de desempenho
da organização podem ser considerados. No caso de uma construtora, podem ser
utilizados como indicadores;

• Redução de perdas no canteiro;

• Redução do prazo de obra;

• Redução na produção de resíduos;

• Maior produtividade na obra (hh/m² - se possível por tipos de serviços, no caso de


instalações: hh/m);

• Redução de pedidos de esclarecimentos (RFI) e/ou de revisões de projetos;

• Redução de retrabalho por erros de projeto.

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UNIDADE II: FLUXOS DE TRABALHO BIM
O uso da tecnologia BIM implica em processos de trabalho mais colaborativos. Na
metodologia CAD, havia uma ordem sequencial de atuação das disciplinas que começava
pela arquitetura, passava pela estrutura e só depois de consolidadas estas iniciavam-se
as outras disciplinas.

Essa metodologia gerava constantes incompatibilidades que só eram percebidas em


análises específicas no final dos trabalhos ou até mesmo durante a execução da obra, já
com a utilização do BIM, a compatibilização ocorre ao longo de todo o processo, existe
uma colaboração contínua e simultânea entre as disciplinas envolvidas (GT BIM ASBEA,
2015).

A verificação de interferências deve ser um processo constante entre os projetistas e


cada um deve observar se sua própria disciplina esta compatível em relação as demais.
Além da compatibilização individual, é recomendado que seja estabelecido um
profissional responsável pela compatibilização geral das disciplinas ao longo do ciclo de
vida do projeto. Este é um trabalho bastante técnico e exige um profissional capacitado
e com a experiência apropriada (GT BIM ASBEA, 2015).

O uso do BIM ajuda a reduzir drasticamente a quantidade de tempo e o esforço necessário


para gerar desenhos. Ele automatiza tarefas comuns, liberando assim, o arquiteto para
utilizar o tempo disponível para pensar no projeto. Embora não haja nada de errado
com a maneira de projetar e construir hoje, o BIM força a indústria da construção civil
a repensar como os projetos são entregues. Quanto mais colaboração ocorrer, melhor
será o fluxo e mais rápido isso irá ocorrer (WEYGANT, 2011).

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Figura 5 - Fluxo de estruturas de maneira abrangente

Fonte: CBIC

Segundo Eastman et al. (2011), substituir um ambiente CAD por um ambiente BIM
envolve muito mais do que adquirir software, treinar e atualizar o hardware. O uso
efetivo desta tecnologia exige que sejam feitas alterações em praticamente todos os
aspectos da empresa. Isso requer compreensão sobre a tecnologia e sobre os processos
relacionados a ela e um plano de implementação antes que a mudança comece. Neste
processo um consultor externo pode ser bastante útil para planejar, monitorar e auxiliar.
De maneira geral os passos a serem considerados são:

 Atribuir à gerência a responsabilidade de desenvolver um plano de implementação do


BIM que cubra todos os aspectos dos negócios da empresa e como as mudanças afetarão
os departamentos internos, os parceiros e clientes.

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 Criar uma equipe interna de responsáveis pela implantação do plano, com orçamento
de custo, tempo e desempenho para orientar seu desempenho.

 Iniciar a utilização do BIM em um ou dois projetos menores, talvez já concluídos, em


paralelo com a tecnologia existente. Isso proporcionará oportunidades educacionais
para a equipe e auxiliará a perceber os pontos de dificuldade.

 Utilizar os resultados iniciais para educar e orientar a adoção contínua do software


BIM e treinamento adicional da equipe.

 Estender o uso do BIM a novos projetos e trabalhar de maneira colaborativa com


membros externos das equipes de projeto.

 Continuar a integrar as capacidades do BIM em aspectos adicionais da empresa e


refletir esses novos processos de negócios em documentos contratuais com clientes.

 Periodicamente, repensar o processo de implementação do BIM para refletir os


benefícios e dificuldades encontrados e estabelecer novas metas de desempenho, tempo
e custo.

Definir uma equipe e a estrutura de implementação de um projeto BIM é um dos passos


primordiais que integram a estratégia de implementação.

Figura 6 - Terceiro principal passo para implementar um projeto BIM

Fonte: CBIC

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Escolher ou capacitar um membro da equipe para gerenciar o processo de implantação,
é sem dúvida um dos pontos cruciais que vão definir o sucesso ou fracasso do projeto
de implementação.

Dentre algumas atribuições e responsabilidades desse gestor do projeto, podemos citar


as seguintes:

 Comunicar visão BIM, tanto do projeto total de implementação quanto do projeto piloto;
 Liderar e garantir a efetividade do treinamento da equipe;
 Atuar como ponto focal BIM;
 Liderar e gerenciar o projeto de implementação;
 Realizar reuniões periódicas;
 Garantir a efetividade dos processos de troca de informações;
 Solucionar conflitos;
 Gerenciar, manter e controlar a qualidade dos modelos desenvolvidos.

O núcleo de uma equipe que desenvolve projetos de edificações utilizando os conceitos


BIM é composto pelos seguintes profissionais:

 Arquiteto/designer
 Engenheiro estrutural
 Engenheiro de instalações hidráulicas
 Engenheiro de instalações de conforto (ar-condicionado, aquecimento, ventilação, etc)
 Engenheiro eletricista
 Engenheiro civil
 Consultores específicos
 Responsável por suprimentos e contratações
 Construtor
 Subempreiteiros
 Fabricantes e fornecedores

Casos de usos e processos BIM

Além da escolha dos potenciais casos de usos que poderiam agregar valor ao nosso
projeto, precisamos definir qual a interdependência entre eles.

Como casos de uso, entende-se com que finalidade a metodologia BIM será aplicada,
como exemplo o caso de uso “Projeto autoral de arquitetura”, com a utilização de
um software paramétrico de modelagem, será fácil também implementar o caso de
uso “Coordenação espacial 3D”, assim como outros casos de uso como definição de
planejamento de execução e definição de custos.

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Figura 7 - 25 casos de usos mapeados pela PennState University, em ordem cronológica

Fonte: CBIC

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A figura abaixo exemplifica o tipo de documentação já realizado pela Pennstate University,
como exemplo desse curso será lista apenas o que se refere a estimativa de custos.

Figura 8 - Tabela que compõe a documentação do caso de uso estimativa de custos

Fonte: CBIC

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Projetos-Piloto de implementação BIM

As boas práticas de implementação BIM sugerem que seja estabelecido um projeto-piloto,


de preferência de média complexidade e que deverá ser cuidadosamente estudado para
que bem represente os casos mais típicos e mais significativamente desenvolvidos pela
empresa.

Informações Críticas para Implementação

Uma vez definidos e escolhidos os casos de usos BIM e os correspondentes processos


que serão implantados, a equipe de projeto deverá mapear as principais informações
necessárias para executar cada um dos processos.

As informações trocadas durante a realização de processos BIM poderão ser apenas


internas, ou compartilhadas por diferentes processos e participantes. Essa troca de
informações entre diferentes processos e participantes é o que podemos chamar de
interoperacionalidade BIM.

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UNIDADE III: INTEGRAÇÃO E
INTEROPERACIONALIDADE BIM
O uso da tecnologia BIM implica em processos de trabalho mais colaborativos. Essa
metodologia gerava constantes incompatibilidades que só eram percebidas em análises
específicas no final dos trabalhos. Já com a utilização do BIM, a compatibilização ocorre
ao longo de todo o processo, existe uma colaboração contínua e simultânea entre as
disciplinas envolvidas (GT BIM ASBEA, 2015).

Figura 9 - Desenvolvimento de uma edificação nova, destaque para os três principais


participantes do processo

Fonte: CBIC

No cenário exemplificado pela imagem acima, um incorporador, deseja lançar um novo


empreendimento, contrata uma arquiteta para desenvolver os primeiros estudos dessa
obra.

No momento do contrato, o incorporador precisa entregar o ‘programa’ de requisitos do


empreendimento, que é a lista das principais características da obra, como por exemplo
padrão de acabamento, número de pavimentos, espessura do piso que nesse exemplo
foi adotado granito natural de 2cm, local da obra etc.

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Pela ordem na ilustração, temos o seguinte:

Número 1: Desenvolvimento do modelo autoral BIM de arquitetura

A arquiteta, de acordo com o programa de requisitos do projeto ditado pelo incorporador,


desenvolveria um modelo arquitetônico, utilizando, para isso, um software para modelagem
de arquitetura que fosse da sua preferência (para o desenvolvimento de projetos autorais).
No mercado brasileiro, os softwares mais comumente utilizados nesse processo são o
Autodesk Revit Architecture, o Graphisoft Archicad, o VectorWorks da Nemetschek e o
AECOsim da Bentley. Seguindo as premissas recebidas, então, a arquiteta desenvolveria
o modelo de arquitetura do prédio residencial, definindo os níveis acabados de cada
uma das lajes, considerando que o piso seria de granito com 2cm de espessura, assentado
com 1cm de argamassa, nas áreas comuns.

Número 2: Disponibilização para análise e verificação do modelo arquitetônico

Quando o desenvolvimento do modelo arquitetônico BIM alcançasse um bom nível de


consistência e maturação, a arquiteta poderia disponibilizá-lo para que o incorporador
avaliasse o trabalho desenvolvido, solicitando a sua aprovação (observar o sentido da
seta na figura).

Número 3: Visualização do modelo arquitetônico

Lembrando que estamos descrevendo um cenário de uso BIM, o incorporador poderia,


então, utilizando um software específico para esta tarefa, acessar o modelo desenvolvido
pela arquiteta e fazer uma análise detalhada do modelo BIM, verificando se foram
cumpridos todos os requisitos e premissas encomendados. Caso precise ou deseje fazer
alguma alteração, o incorporador fará um contato ou uma reunião com a arquiteta, e
endereçará a ela as suas necessidades (observar o sentido da seta na figura, na qual o
incorporador somente recebe – ou acessa – as informações do modelo BIM disponibilizado
pela arquiteta). O ponto importante a observar aqui é que não será o incorporador
quem realizará os ajustes no modelo arquitetônico, e sim a arquiteta, que é a autora
do modelo e, portanto, a responsável por ele.

Atentando especificamente para a questão dos softwares, não é necessário que o


incorporador adquira modelos autorais de arquitetura (como necessita a arquiteta),
mas apenas softwares verificadores de modelos, como, por exemplo, o Autodesk
Navisworks ou o Solibri, entre outros.

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Número 4: Disponibilização do modelo arquitetônico para o engenheiro estrutural

Quando o modelo arquitetônico atingir um determinado nível mínimo de desenvolvimento


(pela arquiteta) e de aprovação (pelo incorporador), um terceiro agente iniciará a sua
participação no processo. No exemplo da figura, a seta identificada com o número
4 mostra um engenheiro estrutural acessando o modelo de arquitetura, que utilizará
como base e referência para o desenvolvimento do seu trabalho, e que vai gerar um
modelo autoral de estruturas.

Número 5: Desenvolvimento do modelo autoral BIM de estruturas

A tarefa do engenheiro estrutural será, obviamente, de desenvolver um modelo autoral


BIM de estruturas. Para isso, ele utilizará um software BIM específico que seja da sua
preferência e conveniência, como, por exemplo, Revit Structures (Autodesk), Tekla
Structures (Trimble), uma solução específica da Bentley, o SCIA da Nemetschek, ou o
TQS. Existem softwares mais especializados em modelagem geral das estruturas, outros
mais específicos para a realização de análises, dimensionamentos e simulações, outros
ainda mais indicados para o detalhamento e a documentação, que são atividades muito
trabalhosas, sujeitas a erros e que consomem muito tempo nos escritórios especializados
em estruturas.

A informação sobre o piso em granito 2cm assentado com argamassa foi propositalmente
inserida nesse exemplo a fim de enriquecer o entendimento, então, caberá ao engenheiro
estrutural a definição dos níveis brutos da estrutura (também conhecido como nível
do ‘osso’ da estrutura). Para que os modelos sejam coerentes, o engenheiro estrutural
definirá as dimensões máximas dos componentes estruturais, combinando as informações
dos níveis acabados definidos pelo modelo arquitetônico, com as especificações da
espessura do piso e do processo de instalação informado (assentado com uma camada
de 1cm de argamassa).

Número 6: Disponibilização do modelo estrutural para análise e coordenação

Quando o modelo estrutural alcançar um bom nível de desenvolvimento e maturação,


o engenheiro estrutural poderá também disponibilizá-lo para análise e consulta dos
demais participantes. Ou, mais especificamente, para a realização do processo de
coordenação do projeto, identificação de interferências e conflitos, análises e propostas
de soluções. Vale lembrar que muitas soluções BIM realizam, automaticamente, várias
verificações, inclusive classificando as interferências encontradas em leves, médias e
críticas, seguindo critérios previamente programados.

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Número 7: Visualização do modelo estrutural pelo incorporador

Após o desenvolvimento do modelo autoral BIM de estruturas e sua disponibilização,


realizados pelo engenheiro estrutural, o incorporador poderá acessar o modelo e
realizar verificações ou poderá também realizar o processo de coordenação espacial 3D
– utilizando, mais uma vez, softwares de verificação de modelos BIM.

Número 8: Visualização do modelo estrutural pela arquiteta

Após o desenvolvimento do modelo estrutural e sua disponibilização pelo engenheiro


estrutural, a arquiteta poderá acessar o modelo e realizar verificações ou o processo de
coordenação espacial 3D.

A ilustração, mesmo tendo uma visão genérica, deixa subentendido que a coordenação
dos projetos (análise e solução de interferências) estaria sob a responsabilidade da
arquiteta (seta 8) ou da equipe interna da incorporadora (seta 7). No entanto, o comando
poderia também ser exercido por outro agente especificamente contratado para tal.

Em quaisquer um dos casos mencionados no parágrafo anterior, não caberá, em nenhuma


hipótese, ao participante responsável pelas análises e pela coordenação dos projetos,
a realização de alterações no projeto estrutural, principalmente por causa das
responsabilidades envolvidas no desenvolvimento do modelo autoral de estruturas. Ou
seja, eventuais alterações que se façam necessárias num modelo estrutural deverão ser
endereçadas e solicitadas ao engenheiro estrutural, que é o responsável técnico pela
solução estrutural.

Quanto aos softwares, necessário reforçar, somente o engenheiro estrutural precisará


adquirir e utilizar as soluções para o desenvolvimento de modelos autorais BIM de
estruturas, porque somente ele poderá ‘editar’ ou ‘modificar’ o modelo autoral.

As partes responsáveis pela coordenação precisarão apenas acessar as informações do


modelo estrutural para realizar as análises e verificações cabíveis, e então listar e
endereçar suas solicitações de ajustes.

Com o objetivo de sintetizar a ilustração, não foram incluídos outros participantes,


como, por exemplo, os engenheiros responsáveis pelos projetos autorais das instalações
elétricas, hidros sanitárias e de ar condicionado, mas o processo realizado por essas e
demais disciplinas prosseguiria de maneira semelhante à entrada e ao envolvimento do
engenheiro estrutural no fluxo de trabalho apresentado.

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O exemplo ilustrado e descrito até aqui já permite identificar alguns intercâmbios de
informações que serão inevitavelmente necessários para a realização de um fluxo de
trabalho BIM.

Além das informações mínimas que serão passadas de um participante a outro (ou a
outros), questões específicas relacionadas à exportação de arquivos gerados por uma
tecnologia, que precisarão ser importados em softwares de outras tecnologias, terão
que ser analisadas e resolvidas pela equipe de projeto. Isso é o que se chama de
‘interoperabilidade’.

Open BIM

OpenBIM é um contraponto ao formato proprietário, ou BIM fechado, afinal você deve


escolher seu parceiro pela competência e não pelo software que ele usa, correto? Todo
software tem sua limitação, mas isso não pode limitar a sua capacidade.

O openBIM é uma iniciativa da buildingSMART para realizar projetos em colaboração


usando fluxos de trabalho abertos, padrões e processos transparentes e de livre utilização.
Você deve ter o controle do seu modelo e não depender de uma versão de um software
para ter acesso às suas informações. As construções são feitas para durar décadas, seu
projeto também e por isso é importante garantir a interoperabilidade. O IFC (Industry
Foundation Classes) é um formato de arquivo neutro e aberto, desenvolvido pela
buildingSMART, para permitir a interoperabilidade em projetos dentro de um fluxo de
trabalho BIM que realmente funcione.

“Capacidade de trabalhar em conjunto que possibilita a interação entre pessoas, sistemas


de operação ou organizações, buscando uma troca de informações mais eficiente e
produtiva.” (INTEROPERABILIDADE, 2019).

Figura 10 – intercâmbio de projetos e interoperabilidade BIM

Fonte: Google Imagens

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Figura 11 - Meios de acesso aos arquivos IFC

Fonte: Elitecad 2020

Imagine como seria produtivo se todas as plataformas pudessem trocar informações em


formatos não proprietários. Se em todas as fases de um empreendimento, do estudo,
ao desenvolvimento dos projetos das diversas disciplinas envolvidas, até nas fases
de operação, você utilizasse uma única extensão que pudesse ser lida em qualquer
software escolhido para executar uma tarefa. Isso seria um verdadeiro trabalho
colaborativo.

Felizmente alguns desenvolvedores de softwares já entenderam a importância destes


formatos e estão investindo para que suas ferramentas se comuniquem bem com a
extensão IFC.

Todo mundo fala sobre o BIM, ninguém entende realmente como fazer, todos pensam
que os demais estão fazendo, então todos dizem que também estão fazendo. Esse
efeito também é conhecido como conformidade social, um comportamento do nosso
cérebro que nos leva a seguir uma determinada prática para acompanhar um grupo.
Mas se este conceito envolve inúmeras práticas, o que é necessário para se dizer “Eu
faço BIM”? Bilal Succar, pesquisador, idealizador e apoiador de iniciativas relacionadas
ao BIM entendem que podemos separar 3 níveis de maturidade:

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 Estágio 1 ou BIM 1.0 - Modelagem 3D baseada em objetos;
 Estágio 2 ou BIM 2.0 - Modelo baseado em colaboração;
 Estágio 3 ou BIM 3.0 - Integração baseada em rede;

O BIM 1.0 refere-se à transição do 2D para o 3D, onde o modelo passa a ser construído
com elementos tridimensionais.

Nessa fase, as disciplinas são tratadas separadamente e a documentação final ainda é


composta, majoritariamente, por desenhos 2D (KHOSROWSHAHI; ARAYICI, 2012).

No BIM 2.0 adotam-se modelos correlativos de dados, como por exemplo: geração de
cronogramas (4D), informações monetárias (5D), ensaio de capacidade energética,
dentre outros (nºD).

As informações são implantadas ao modelo nesta fase, mas não existe um único ambiente
colaborativo. Todos se beneficiam do modelo, mas não são capazes de transmitir ou
discutir os dados entre si.

No BIM 3.0 é que ocorre a integração na troca de informações. Modelos federados


integrados em uma plataforma única podem ser analisados e complementados por todos
que participarão do desenvolvimento do empreendimento.

Existe ainda o BIM 4.0, que faz analogia à 4ª revolução industrial, onde a proposta é que
as soluções estejam diretamente ligadas à Indústria 4.0.

A construção hoje é “totalmente” artesanal, mas o objetivo nessa fase é transformá-la


em linhas de montagem.

Não só na produção, mas o BIM pode dar continuidade em outros temas da Indústria 4.0,
por exemplo, em manutenções preventivas com a instalação de sensores, simulações,
utilização de realidade virtual e realidade aumentada, entre outros, por isso dizemos
que o BIM é utilizado em todas as fases do projeto, até a fase de manutenção do
empreendimento.

Pare agora o que está fazendo e experimente representar o local onde você se encontra.
Depois peça para alguém fazer o mesmo.

Ambas as representações sairiam iguais? Ou algum de vocês dois entrou em mais detalhes,
representou não só a posição do assento em que você está sentado, mas foi mais fundo,
estipulou que fosse uma cadeira, com braços e encosto?

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A essência de um projeto permite diferentes níveis de detalhamento para uma mesma
estrutura. E para medir o grau dos modelos BIM, aplicamos o conceito de LOD - Level of
Detail (Nível de Detalhamento), publicado em 2008 por James Bedrick.

Segundo o American Institute of Architects, “O Nível de Desenvolvimento (LOD)


descreve os requisitos mínimos dimensionais, espaciais, quantitativos, qualitativos, e
outros dados introduzidos num Elemento do Modelo para apoiar os usos autorizados
associados a esse LOD”.

Figura 12 - Níveis de desenvolvimento LOD

Fonte: Caderno BIM Santa Catarina

Os 5 principais níveis do LOD:

 LOD 100: Projeto conceitual, apresentado por volumes genéricos, formas e símbolos
2D. Entregam a ideia inicial de desenvolvimento, estudo preliminar;

 LOD 200: Projeto esquemático com geometria aproximada. Os elementos do modelo


já estão definidos em relação a quantidade, medidas, posição e orientação. Pode-se
também receber outras informações do modelo;

 LOD 300: As dimensões são exatas e precisas, e todos os elementos modelados estão
especificados em termos de quantidade, grandeza, forma, posição e orientação. Pode-se
também receber outras informações do modelo;

 LOD 400: Modelos detalhados com instruções para a fabricação, montagem e instalação.
É a evolução do LOD 300, apropriado para a execução;

 LOD 500: “As Built” - os elementos são uma interpretação idêntica das situações reais
e podem ser empregados para a gestão e operação do projeto.

O Governo Federal criou em julho de 2017 o Comitê Estratégico de Implementação do


Building Information Modeling - CE-BIM, com objetivo de uniformizar e coordenar as
iniciativas do setor público e privado, e propiciar um ambiente apropriado ao uso da
tecnologia no Brasil.

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A partir de um levantamento de dados da Fundação Getúlio Vargas em 2018, 9,2% das
empresas ligadas a construção civil já inseriram de alguma maneira o BIM na sua
metodologia de trabalho.

Dessa forma a Estratégia BIM BR anseia em elevar em 10% a produtividade e reduzir em


9,7% os custos de produção de empresas que adotarem o BIM, outra ambição da estratégia
é majorar em 10 vezes a aceitação desse novo ambiente de trabalho.

De forma a conferir tempo hábil para que as organizações se adaptem às novas tendências,
a Estratégia BIM BR estabelece a inclusão total do BIM em três etapas, para utilização
em obras e serviços de engenharia da administração pública federal:

 A primeira etapa, que começou a partir de 1º janeiro de 2021, tem foco nos projetos
de engenharia e arquitetura para novas construções, reformas, ampliação e reabilitação
de espaços, exige principalmente o BIM em projetos.

 A segunda etapa começa em 2024 e exige o uso do BIM na fase de projetos e execução,
incluindo orçamento, planejamento e controle da execução de obras até atualização
do as-built;

 A terceira etapa, que começa a partir de janeiro de 2028, acrescenta o uso do BIM
na fase final do empreendimento, dando ênfase às funções de gerenciamento e
de manutenção do empreendimento após construído. estruturas, hidráulica, elétrica e
AVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado);

 Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020 - Uso do BIM em projetos de órgãos públicos;

 Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019 - Estratégia Nacional de Disseminação do


Building Information Modeling - Estratégia BIM BR;

 Decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018 - Institui o Comitê Estratégico de Implementação


do Building Information Modeling (CE-BIM);

 Resolução nº 1, de 4 de dezembro de 2018 - Aprova o Regimento Interno do Comitê


Gestor da Estratégia BIM BR - CG-BIM;

 Resolução nº 2, de 4 de dezembro de 2018 - Designa os membros do Grupo Técnico


(GTEC-BIM);

 Resolução nº 3, de 4 de dezembro de 2018 - Institui dois Grupos de Trabalho.

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Segundo a CBIC (2016), os softwares mais utilizados no mercado brasileiro para
modelagem de arquitetura (desenvolvimento de projetos autorais) são o Autodesk
Revit Architecture, o Graphisoft Archicad, o VectorWorks da Nemetschek e o AECOsim
da Bentley. O Quadro 1 apresenta uma breve descrição destes softwares.

Quadro 1 – Descrição dos softwares mais usados no mercado brasileiro

Fonte: Coletânea implementação do BIM para construtoras e incorporadoras vol.3-CBIC (2016), adaptado
pela autora.

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Dentre os softwares disponíveis no mercado para verificações de interferência nos
modelos, a Guia AsBEA - Boas práticas em BIM II (2015) destaca o Navisworks, Solibri e
Tekla Bimsight. O Quadro 2 apresenta uma breve descrição destes softwares.

Quadro 2 – Softwares para verificação de interferências entre disciplinas do projeto

Fonte: Coletânea implementação do BIM para construtoras e incorporadoras vol.3-CBIC (2016)

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SOBRE O AUTOR

Fagner Antonio Cortez Fraga


Professor e Engenheiro Civil Perito Judicial
Smart Perícias

Faço parte do corpo técnico da Smart Perícias, atuando principalmente para as demandas
do tribunal de justiça do Paraná.

Construí uma jornada profissional de 6 anos de experiência como projetista utilizando


soluções BIM, na área industrial como engenheiro de segurança do trabalho, professor,
além de treinamentos corporativos.

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REFERÊNCIAS
BAGGIO, Leticia. Posicionamento Profissional para gestão da sua carreira. Curitiba, CRV,
2019.

Acesso em 06/10/2022: https://www.digicad.com.br/por-que-e-fundamen-


tal-conhecer-bim-para-arquitetura-e-engenharia/

https://bioclimatismo.com.br/building-information-model/

Wilson Silva Catelani, Coletânea Implementação BIM para construtoras e incorporadoras


– Câmara Brasileira da indústria da construção – Volumes 1,2,3,4,5.

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