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AULA 2

BIM PLATAFORMA 6D E 7D –
SUSTENTABILIDADE E CICLO
DE VIDA

Prof. Alexandre André de Oliveira Pires


INTRODUÇÃO

A gestão do conhecimento na Arquitetura, Engenharia e Construção não é


uma tarefa simples em um mercado com tantas formas possíveis de organização
para se desenvolver um empreendimento. O próprio mercado possui uma grande
dificuldade em divulgar as tecnologias e conquistar usuários vocacionados para a
implementação. Mesmo com a produção de normas técnicas, os órgãos
fiscalizadores possuem certa dificuldade em observar suas aplicações.
O grande benefício da gestão do conhecimento é a centralização das
experiências conquistadas e a disseminação de forma estruturada e pautada nas
ações analíticas para os próximos projetos, como “lições aprendidas” e
compreensão de benefícios.

Figura 1 – As inovações no contexto do Projeto Arquitetônico que apontam para


a longevidade dos Edifícios e Sustentabilidade dos Ativos

Crédito: Franck Boston/Shutterstock.

O uso de plataformas digitais estabelece formas de acompanhamento em


relação ao projeto e cronogramas e o momento real dos canteiros de obras ou
operações diversas. Por exemplo, ao se usar sensores embarcados em drones,
após o processamento das imagens, a dinâmica de um canteiro pode ser
analisada de forma temporal e espacial e em relação aos eventos planejados.

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Isso produz resultados substanciais, com indicadores de desempenho e
eficiência de várias áreas, validando medições de obras, movimentos e
tendências de produtividade.
A gestão do conhecimento agrega valor quando uma observação crítica foi
analisada no decorrer de projetos e obras e transformada em informação útil nas
etapas seguintes, garantindo aplicação de Simulação de Fases de Projetos. Com
esse grau de aplicação, podemos minimizar os riscos do empreendimento,
melhorando, refinando, substituindo ou testando várias tecnologias a fim de
encontrar os caminhos ótimos para a execução de projetos e obras.
Aplicando BIM e modelos tridimensionais em todos os componentes do
ativo, é possível simular a construção em ambiente computacional com o objetivo
de entender cada etapa do processo, sob a ótica da Engenharia e
Sustentabilidade do Ativo, reduzindo o CAPEX e buscando formas otimizadas
para o OPEX.

TEMA 1 – OS PRINCÍPIOS DA INTEROPERABILIDADE

A Metodologia de Gestão do Ciclo BIM baseada na Interoperabilidade


assegura ao ativo a condução assertiva dos processos e das etapas, resultando
em empreendimentos com maiores ciclos de vitalidade pela alta capacidade
adaptativa e planos de operação e manutenção.
Outro aspecto importante é a transferência do retorno de investimento aos
proprietários, pois, em função da eficiência de tais planos, a depreciação do
empreendimento é controlada, estando sempre equilibrada as condições dos
empreendimentos novos do mercado.
Todavia, não se trata apenas de condições técnicas de projeto e
construção, mas também de uma abordagem de estruturação de modelos de
gestão do ativo, das instalações (facilities) e de manutenção.
A Estruturação do Ecossistema com Métodos Ágeis resulta em:

• Ciclo BIM = Federação dos Modelos + Ecossistema (consumidores de


informações);
• Desenvolvimento de conexões colaborativas: menor custo fixo;
• Empresa deve focar no processo do negócio e na sua vitalidade;
• Desenvolvimento de processos, rotinas de implantação e com avaliação/
correção permanente;

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• Avaliação de produtividade e eficácia de cada etapa e atores;
• Uso de “Lessons Learned” ao final de cada fase do processo;
• Transparência.

O desenvolvimento do ativo passa pela concepção, projeto e construção,


absorvendo boas práticas e tecnologias digitais aplicadas no ciclo BIM.
Verifique na figura que o plano de manutenção apoiado em um ciclo BIM
surge antes mesmo de se comissionar a obra, ou seja, muitas vezes nos
empreendimentos convencionais, termina-se o edifício e se entrega um memorial
descritivo fruto do projeto e não da execução, abrindo a margem para gestão
ineficiente de manutenção. Esse é um efeito muito comum no mercado.

Figura 2 – Proposta de Valor com a Gestão com BIM

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

O Manual de Entrega de Informações (IDM) foi desenvolvido como uma


resposta direta ao desafio de definir os requisitos de dados para atender aos
processos inteligentes, que apoiam o planejamento da operação na fase projetual,
e que atualizam as informações por meio do refinamento do LoD a cada fase
avançada.

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Figura 3 – Funções do Ecossistema BIM

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

O IDM, juntamente com Model View Definitions (MVDs), fornecem uma


metodologia para diferentes profissionais e técnicos do ecossistema modelarem
os seus requisitos de dados para atender os seus domínios específicos e
colocarem sobre a mesma plataforma, evitando os retrabalhos provocados pelas
necessidades de compatibilização dos métodos tradicionais.
O próprio ciclo é testado em relação à sua viabilidade, pois as conexões
entre projetistas, engenheiros, construtores, fornecedores e gestores contribuem
para as tomadas de decisão eficientes.

Figura 4 – Análise de Viabilidade do Ciclo

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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A Figura 5 se refere à construção de modelos de quarta dimensão que
poderá ser aplicado à composição dos cronogramas e orçamentos baseados nas
informações projetuais simuladas.
Um dos aspectos marcantes da tecnologia BIM se refere à capacidade de
se manter conectado a todas as etapas do ciclo de vida de um projeto, desde a
sua concepção até o horizonte de necessidade de reforma, adaptação ou até
demolição. Por sinal, quando um projeto é concebido em uma plataforma BIM, a
condição de demolição é uma ação extrema, pois os projetos desenvolvidos em
BIM nascem com muita capacidade de adaptação frente às tecnologias que irão
surgir ao longo do tempo de sua operação.

Figura 5 – Fluxo de Modelagem Genérica 4D

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

O “retrofit” de um ativo é uma ação planejada que faz parte da fase de


criação, podendo até ser modelada e simulada por meio de cenários hipotéticos
futuros de ocupação e utilização de áreas e cargas nas redes de infraestrutura em
plataforma computacional BIM integrado a um SIG – Sistema de Informações
Geográficas.

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TEMA 2 – FLUXO BIM PARA MODELAGEM MULTIDIMENSIONAL

A sequência de figuras apresenta um ciclo de etapas entre a concepção


até o projeto executivo de um empreendimento e que resultará em modelos a
serem federados para a etapa construtiva.

Figura 6 – Road Map de Projeto

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

Figura 7 – Road Map de Projeto – Fase de Viabilidade

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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Figura 8 – Road Map de Projeto – Fase de Estudos Preliminares

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

A etapa seguinte de anteprojeto trata de avaliar as atividades preliminares


à construção, já em LoD com dados e detalhamentos expressivos, e é uma etapa
de transição entre as fases de projeto e do planejamento da execução da obra.

Figura 9 – Road Map de Projeto – Fase de Anteprojeto

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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Figura 10 – Road Map de Projeto – Fase de Projeto Básico

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

A última fase do ciclo antes da construção é o desenvolvimento do projeto


executivo que, dentro da metodologia do BIM, reúne todos os detalhes projetuais,
especificações, análises e desenhos em LoD elevado, que serão usados para a
execução e gerenciamento do canteiro de obras.

Figura 11 – Road Map de Projeto – Fase de Projeto Executivo

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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TEMA 3 – ENTREGÁVEIS BIM ORIENTADOS AO ATIVO

Representa uma sequência hierárquica orientada às entregas de produtos


BIM consumíveis no ecossistema interno e externo, ao longo das fases, desde a
concepção do ativo até sua operação e manutenção, bem como suas
dependências horizontais e transversais.

Figura 12 – Sequência

Crédito: TG23/Shutterstock.

As entregas serão definidas na etapa de projeto do BIM (IDM, MVD e IFC)


e requisitadas gradualmente associadas ao avanço do projeto.

Figura 13 – Estrutura de Dados IFC – Fluxo entre o Projeto e o O&M com


Incremento de inteligência em BIM

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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A matriz a seguir (Pires, 2017) foi desenvolvida pelo autor baseado em sua
experiência em estruturar mais de 120 projetos de engenharia, com utilização de
GIS, BIM e geotecnologias em obras de pequeno porte, como sistemas de dregne
e pavimentação, médio porte, como edifícios, e grande porte, como usinas
hidrelétricas, parques eólicos e estradas.
Existem dependências horizontais dos entregáveis com transversais,
sendo que a transversal de Geoinformação denota uma necessidade padrão a ser
estabelecida a priori no IDM e MVD. No tema 5, serão apresentados os itens
relativos a esta transversal.

Figura 14 – Entregáveis por Fase do Ativo

Geoinformações Análises Projeto Construção O&M


Modelos físicos e Cronogramas Estimativa de Desempenho de Gerenciamento
ambientais a custos ativos de ativos
partir de sensores
Modelos Fases do projeto Quantitativos Eficiência Ciclo de vida de
geométricos ativos
Registro Estudos de Qualitativos Otimização de Asset valuation
fotográficos sequenciamento processos
georreferenciados
Animação, Modelos de Métricas de Parâmetros de O&M/FM
renderização e predição estimação sustentabilidade
simulação de
visualização
Inspeções Just in Time Engenharia de Tracking de BI Manutenção
autônomas e (JiT) avaliação sustentabilidade
semicontroladas
Cartografia Simulação Análise de Engenharia Suporte técnico
cadastral logísitica de cenários analítica
planialtimétrica implantação

Visão Time-lapse GeoBI


computacional
Computação Análises
cognitiva espaço-
temporais

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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O incremento de Inteligência no ciclo BIM associado ao uso do IDM, que é
uma metodologia que proporciona uma descrição semântica, na forma de modelo
estruturado, dos processos construtivos, dos requisitos de informação e dos
resultados esperados ao final de cada uma das fases do empreendimento.

Figura 15 – Incremento de inteligência em BIM

Crédito: Mmaxer/Shutterstock.

Por meio dessa definição, torna-se possível avançar em análises


multidimensões 4D/5D/6D/7D de maneira estruturada, otimizada e parametrizada.
No contexto das Geoinformações, têm-se:

• Modelos Físicos e Ambientais a partir de sensores: uso de plataformas BIM


para estabelecer a relação entre cronogramas planejados pela Engenharia
e o status real de canteiros de obras ou operações diversas, que possam
ser monitoradas por dispositivos aéreos, móveis ou fixos, e que cujos
dados, após processamento, possam ser temporalmente analisados em
relação aos eventos planejados, resultando em indicadores de
desempenho e eficiência a partir de uma métrica específica;

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Figura 16 – Modelagem geomorfológica para projetos em BIM

Crédito: Color4260/Shutterstock.

• Modelos Geométricos: a partir de levantamentos de campo ou aéreo com


diversos tipos de plataformas (Laser Scanning / Imagens Aéreas / Radar,
técnicas e tecnologias, como Drones, (RPAS) aplicadas conjuntamente ou
isoladamente, são desenvolvidas formas de representação tridimensional
de uma região ou localidade, com seus acidentes naturais (hidrografia,
relevo etc.) e artificiais (edificações, pontes, torres etc.), em vários planos
de informação.
• Registros fotográficos georreferenciados: uso de dispositivos aéreos,
móveis ou fixos associados a uma coordenada geográfica precisa para
registrar imagens de objetos ou elementos de uma localidade ou ativo
construído (torres, edifícios etc.).
• Animação, Renderização e Simulação de Visualização: a partir de registros
de imagens e processamento de elementos tridimensionais, identificação
de texturas das superfícies, utiliza-se uma plataforma para modelar e
renderizar cenas, reproduzindo na tela do computador ou realidade virtual,
uma região, localidade ou edificação. Existe uma ampla variedade de
plataformas que podem ser usadas para estudos de simulações físicas de
engenharia após a modelagem tridimensional.

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Figura 17 – Uso de drones para inspeções e monitoramento em tempo real para
dados recorrentes BIM

Crédito: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.

• Inspeções Autônomas e semicontroladas: registro de imagens digitais de


estruturas verticais ou edificações gerais, para análises diversas na
plataforma BIM ou outra específica. O conjunto de imagens poderá ser
usado para processamento de modelos tridimensionais ou puramente para
identificação de elementos visuais por um técnico especialista.
• Cartografia Cadastral Planialtimétrica: desenvolvimento de projeto
cartográfico de acordo com ABNT, Normas Brasileiras, para representação
de feições geográficas naturais ou artificiais, em escalas, precisão e
acurácia específicas, para multifinalidades, por exemplo, regularização
fundiária, inventários ambientais, uso e ocupação de áreas urbanas e rurais
etc. O projeto será desenvolvido a partir de levantamentos e registros de
imagens aéreas e apoio terrestre por topografia ou geodésia, de acordo
com as especificações técnicas do cliente.

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Figura 18 – Uso recursos de Inteligência Artificial para capturar a realidade para
construção de Big Data

Crédito: Vchal/Shutterstock.

• Visão Computacional: aplicação de algoritmos computacionais baseados


em redes neurais e inteligência artificial para identificação, classificação e
estratificação de anomalias registradas em imagens, por exemplo: pontos
e grau de corrosão em estruturas metálicas e chapas; fraturas e infiltrações
em barragens; movimentos de máquinas em canteiros de obras etc.
• Computação Cognitiva: uso de plataformas de autoaprendizagem,
autoanalítica e decisão acompanhada, por exemplo, tecnologias de
Machine Learning, como deep learning, para apoio à identificação e gestão
de eventos de um ativo, como análise de riscos em operações em
plataformas de Petróleo; variação de temperatura em cabos de linhas de
transmissão que podem provocar superaquecimento, ruptura e problemas
de abastecimento ou queda de desempenho etc.

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TEMA 4 – ECOSSISTEMA ORIENTADO AO MODELO DO CICLO DO ATIVO

A partir da adoção de um ecossistema BIM e depois de alguns projetos


desenvolvidos sob a plataforma, a organização perceberá que haverá
naturalmente um aumento em horas em atividades de planejamento, pois o
modelo de projeto preliminar, básico, complementares e executivo será
substituído pelo projeto colaborativo, e isso solicitará ao gestor, um nível elevado
de estruturação dos fluxos para se ter um bom resultado nas análises de risco do
empreendimento, estudo de viabilidade e clareza de oportunidades do ativo.
O Ciclo BIM fornece ao planejamento:

• Análise integrada em plataformas computacionais dedicadas para


modelagem, análises e controle detalhados de processos e progressos;
• Simulação de cenários hipotéticos que resultará em explicações
detalhadas tanto do projeto quanto da construção;
• Visualização tridimensional, capaz de ampliar a observação, identificação
e precisão tanto em amplitude quanto a profundidade da informação;
• Capacidade de Processamento em Nuvem.

Como efeitos vantajosos para a Organização, destacam-se os seguintes


aspectos:

• Eficiência e Economia para geração de orçamentos e cronogramas de


execução;
• Redução de custo, controle dos prazos e, com isso, aumento da
rentabilidade dos ativos;
• Aumento da Performance dos projetos;
• Visão analítica dos impactos aos ecossistemas, promovidos pelos
empreendimentos;
• Visão estratégica para planejamento de uso de recursos;
• Desenvolvimento de know-how em Projetos BIM, por meios de modelos e
procedimentos.

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Figura 19 – Fluxo da Informação para Estruturação dos Modelos

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

São resultados esperados na Fase de Projeto:

• Quantitativos mais precisos com mais estratégia;


• Catálogos em 3D, controle de suprimentos e insumos, com rastreabilidades
e informação sobre os produtos, desde a concepção;
• Mais eficiência e menos improviso, reduzindo o retrabalho, o desperdício,
a integração das equipes;
• Mudança na forma de pensar o projeto com controle de processos e
soluções sob medida.
• BIM para soluções alternativas, prevendo avaliação precisa de custos e
otimização.

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Figura 20 – Cronograma e sequenciamento de obra

Crédito: Nicoelnino/Shutterstock.

• Simulação do sequenciamento da construção, com objetivo de entender o


processo construtivo e a fabricação.
• Planejar o O&M a partir das simulações, além de testar a eficiência
energética dos sistemas e monitorar os custos do ciclo de vida do ativo;
• A plataforma BIM pode fornecer um quadro de cooperação entre gestores
dos ativos, monitores de facilidades, fornecedores e prestadores de serviço
de manutenção, permitindo o livre fluxo de dados entre eles.

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Figura 21 – Multidimensões do BIM na fase de projeto e execução de
empreendimentos

Crédito: Poptika/Shutterstock.

TEMA 5 – ESTRUTURAÇÃO DOS DADOS PARA MULTIDIMENSÕES BIM

Na definição dos diferentes níveis de “maturidade” do BIM, os conceitos de


multidimensões (4D, 5D, 6D e 7D) são conquistados com avanço do engajamento
da organização aos processos usados de parametrização de elementos
projetuais, construtivos ou operacionais, agregando benefícios do uso de modelos
BIM cada vez mais complexos, elevando o LoD por meio de levantamentos
recorrentes, espaço-temporal, registro de metadados e transformação de
processos analíticos em procedimentos padronizados do ecossistema
colaborativo.
Multidimensões Associadas ao Nível de Maturidade na Tecnologia:

• Nível 0: Uso de Projeto em 2D, com terceira dimensão por projeção


descritiva e elevação de cortes;
• Nível 1: Gerenciamento de plataformas CAD 2D ou 3D, colaborativo;
mesmo com abordagem padronizada para estrutura de dados digitais;
• Nível 2: A gestão do ambiente 3D em ecossistema BIM, com dados
associados. Este nível de BIM pode gerar cronogramas de construção 4D
ou 5D com informações de custo.

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• Nível 3: A organização possui capacidade de integração e distribuição de
modelos, templates, processos e controles em ecossistema colaborativo
conectados por plataformas virtuais e compatível com as normas
industriais;
• Este nível, além de utilizar 4D e 5D, pode se estender a modelos
parametrizados e simulações 6D e 7D com informações de gerenciamento
de ciclo de vida do ativo.

A gestão da informação em termos de armazenamento e fluxo de dados,


manutenção de transferências de arquivos locais, controle de direitos de acesso
e compilação de informações a partir de modelos, e a federação dos arquivos do
modelo para os fornecedores e construtores, é facilitada por meio de protocolos
de comunicação, que identificam erros e inconsistências de dados. Os protocolos
que usam as habilidades de Tecnologias de Informação tornam as estruturas
estáveis e seguras, como Industry Foundation Class (IFC) e as classes de objetos
para aplicações em IoT (Internet of Things), IfcSensor, que indica a ocorrência de
um sensor e IfcSpatialZone define a localização dele.
A tabela a seguir mostra conjuntos de entregáveis associados as variáveis
multidimensionais do BIM.

Figura 22 – Entregáveis Multidimensionais do Ciclo BIM

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O LoD deve ser definido para cada conjunto de entregáveis em duas
etapas, sendo a primeira vinculada ao processo de aquisição do dado, geralmente
determinado pelo limite inferior do LoD, e depois ao plano de levantamentos
recorrentes das variáveis ou elementos, que visam à elevação do LoD por meio
da redundância, superabundância e refinamento dos dados, bem como a
conversão para níveis de informação e conhecimento corporativo.

Figura 23 – Grau de Detalhamento dos Entregáveis - LoD – Levels of Detail

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Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

Há uma exigência de colaboração elevada na construção devido a sua


natureza multiorganizacional e geograficamente dispersa do projeto. Para uma
indústria que ainda é sinônimo de atraso, desperdício e ineficiência, a
oportunidade de usar tecnologias de colaboração fez surgir novas maneiras
criativas de se analisar os empreendimentos, sob diversos ângulos. O conceito de
multidimensões está relacionado ao fato de inserir, além do espaço e do tempo,
parâmetros que possam indicar as variações financeiras e do desempenho da
produção, que até então estavam amarradas aos cronogramas planejados físicos
financeiros, cujos avanços e análises precisas de controle somente são
identificados após o evento ocorrido.
Na circunstância atual da tecnologia, as métricas de produção observadas
e armazenadas na plataforma são parâmetros que definem o planejamento dos
empreendimentos futuros, sendo possível inclusive a aplicação quase que em
tempo real, fazendo com que os cronogramas planejados e realizados sejam
analisados em intervalos muito pequenos, por meio de tecnologias sensoriais
fixas, dinâmicas e aéreas (drones).

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Figura 24 – Contextos Multidimensionais nas Fases do Ciclo de Vida do Ativo

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

O infográfico a seguir apresenta a relação de produtos obtidos por análises


em BIM, que podem ser distribuídas por meio de plataformas de BI – Business
Intelligence, e que dependem da associação de parâmetros acima do tempo e de
espaço tridimensional, tanto por atributos qualitativos como quantitativos. Por
exemplo, para uma simulação de sequenciamento de obra, é necessário além do
projeto 3D, conhecer os parâmetros de produção e tempos de atividade de
montagens, fabricação de elementos da obra, custos e desembolsos que possam
influenciar os tempos das ações etc.

Figura 25 – Entregáveis Multidimensionais por Fases do Ativo

Fonte: Metodologia BIM&TEC; Pires, 2017.

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Figura 26 – BIM Multidimensional para o Gerenciamento dos Edifícios

Crédito: Sergii Khandozhko/Shutterstock.

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