Você está na página 1de 13

ANÁLISE DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO REQUERIDO PARA

MODELAGEM EM BIM DE PROJETOS DE INFRAESTRUTURA DE


TRANSPORTES

Dayanna R. Da Cunha Nunes


Lucas Santos Felicetti
Rafael Lopes Witiuk
Salvador Gomes Neto
Giuseppe Miceli Junior
Instituto Militar de Engenharia
Engenharia de Transportes

RESUMO
A adoção do BIM (Building Information Modeling) proporciona uma série de benefícios em todas as fases
de projeto. Entretanto, no setor de infraestrutura de transportes, essa metodologia ainda é pouco
disseminada, apresentando um déficit de pesquisas, normas e referências que orientem a sua utilização nessa
área. Este trabalho tem como objetivo contribuir para o melhor entendimento dos processos de modelagem
em BIM e das métricas para avaliação do nível de desenvolvimento desses projetos na área de
infraestrutura. Para isso, utilizou-se o método de entrevista semiestruturada para coletar as opiniões de um
painel composto por oito especialistas da área de infraestrutura. A partir da análise desses resultados, foi
possível identificar quais informações devem ser incluídas no modelo para cada disciplina de projeto nos
diferentes níveis de desenvolvimento, bem como verificar os pontos-de-vista com relação ao nível de
desenvolvimento requerido em cada etapa de projeto.

ABSTRACT
The adoption of BIM (Building Information Modeling) provides a number of benefits in all phases of
project. However, in the transport infrastructure sector, this methodology is still poorly disseminated,
presenting a lack of research, standards and references that guide its use in this area. This work aims to
contribute to a better understanding of BIM modeling processes and metrics to assess the level of
development of these projects in the infrastructure area. For this, the semi-structure interview method was
used to collect the opinions of a panel composed of eight specialists in infrastructure sector. From the
analysis of these results, it was possible to identify which information should be included in the model for each
project discipline at different levels of development, as well as to verify the points of view in relation to the
level of development required in each project stage.

1. INTRODUÇÃO
A falta de infraestrutura compromete a competitividade de toda a economia nacional, em
função do aumento dos custos, atrasos e perdas no comércio interno e de exportação
devidos à baixa qualidade e eficiência de estradas, aeroportos e portos no Brasil (IPEA,
2010). Apesar da baixa capacidade de investimento estatal, tem-se a expectativa de
melhoria na infraestrutura de transporte brasileira por meio de recursos oriundos da
iniciativa privada, notadamente a partir do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do
governo federal (CERBINO et al., 2019).

Ademais, tendo em vista os elevados custos de implantação de tais obras, tem-se a


expectativa de que a regulamentação do uso do Building Information Modeling (BIM) e sua
popularização contribuam para a otimização de aplicação dos recursos no setor de
infraestrutura. Nesse sentido, é previsto que a ferramenta proporcione o aumento da
produtividade, a redução dos custos e prazos, bem como um melhor gerenciamento das
informações da obra (DODGE DATA
& ANALYTICS, 2017).

1097
Nesta perspectiva, o setor de infraestrutura de transportes passa por um momento de
revolução tecnológica, marcada pela transição do desenvolvimento de projetos
bidimensionais (2D) para modelos da informação em três dimensões (3D)
parametrizados em BIM, que permitem a interação e a compatibilização entre as
diversas disciplinas de projeto envolvidas, além da incorporação de informações aos
seus elementos. Ao recorrer ao BIM, os gestores de obras ganham mais eficiência, já que
sua utilização facilita a quantificação dos materiais demandados, a adoção das melhores
soluções técnicas para atender às necessidades de projeto e a integração, em um ambiente
digital, de todas as partes interessadas, desde os projetistas até o cliente, passando pelos
responsáveis por compras, empresa executora, órgão regulatório e meio ambiente. Tudo
isso somado gera agilidade, redução de imprevistos, corte de custos e redução de
desperdícios (MODE, 2019).

Com o intuito de impulsionar o desenvolvimento do setor de construção, o Governo


Federal instituiu, por meio do Decreto n° 9.983, de 22 de agosto de 2019, a Estratégia
Nacional de Disseminação do BIM (Estratégia BIM BR), a fim de promover o
investimento em BIM e sua difusão no país. Além disso, por meio do Decreto nº 10.306,
de 2 de abril de 2020, o governo estabeleceu seu emprego na execução direta ou indireta
de obras e serviços de engenharia efetuadas por órgãos e entidades da administração
pública federal (BRASIL, 2019; BRASIL, 2020). Ainda em 2020, foi sancionada a nova lei
de licitações, que em seu art. 19, parágrafo 3º, estipula que, nas licitações de obras e
serviços de engenharia e arquitetura, será preferencialmente adotada a Modelagem da
Informação da Construção (BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais
avançados que venham a substitui-la. (BRASIL, 2021).

No entanto, essa exigência está sendo feita de forma gradual, em três fases, conforme o
Decreto nº 10.306/2020, para garantir o tempo de adaptação ao mercado e ao setor público.
Em janeiro de 2021, o BIM passou a ser exigido na modelagem da informação nas
disciplinas de projeto; em 2024, os modelos deverão também contemplar o
planejamento da execução da obra e atualização dos modelos conforme construído (“as
built”); e em 2028, serão incluídos os serviços de gerenciamento e manutenção do
empreendimento após a sua construção, para projetos e obras que tenham sido realizados
ou executados com uso do BIM (BRASIL, 2020).

O uso do BIM tem maior predominância em projetos de edificações, sendo pouco


disseminado na área de infraestrutura de transportes. Esse setor, por sua vez, tem realizado
esforços para se adaptar a essa metodologia, uma vez que carece de processos de trabalho
bem definidos, normas e publicações. Um exemplo é a falta de métricas adequadas para a
classificação dos projetos de infraestrutura de transportes, constituindo um entrave para sua
aplicação em infraestrutura.

Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo contribuir para o aumento do nível
de maturidade do BIM em projetos de infraestrutura, por meio da especificação dos
níveis de detalhamento, de informação e de desenvolvimento das diversas disciplinas nas
diferentes fases de projeto. Para isso, utilizou-se o método de entrevista
semiestruturada, a fim de obter informações e opiniões de especialistas envolvidos no
processo BIM, como engenheiros projetistas, profissionais de concessionárias de
infraestrutura e órgãos reguladores.

1098
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O BIM é o conjunto de tecnologias e processos integrados, capazes de produzir, utilizar
ou atualizar uma representação digital de informações de uma construção, de modo
colaborativo, permitindo a facilidade na comunicação e troca de dados entre os
participantes do empreendimento durante todo o ciclo de vida da construção
(BRASIL, 2019). Dentre os benefícios do BIM pode-se citar: maior confiabilidade nas
estimativas de preço, maior assertividade no cronograma de obra, redução de erros de
projeto e garantia da qualidade da obra. Ademais, a metodologia pode ser utilizada em
todo o ciclo de vida do ativo, desde a concepção até a demolição ou reuso, passando
pelas etapas de construção, operação e manutenção (ABDI, 2018). Tais externalidades
positivas relacionadas a implementação do BIM em projetos e obras de engenharia
fundamentaram a decisão de órgãos reguladores em desenvolver cadernos de referência
para formação de clientes e fornecedores (PARANÁ, 2018).

2.1. BIM na infraestrutura


Os projetos de infraestrutura em transportes possuem algumas características divergentes
do setor da construção civil que dificultam a representação em um modelo. Dentre elas
pode-se destacar: grande extensão linear, grandes volumes de terraplenagem e elevada
necessidade de coordenação das informações de projeto (SANKARAN e O’BRIEN,
2015). Segundo Tolmer et al., (2015), os projetos lineares de infraestrutura incluem
um número significativo de estruturas complexas como estradas, túneis, canais, redes,
construções e trabalhos de terra. Em contrapartida, o setor carece de modelos de dados que
permitam modelar essas infraestruturas em termos de modelagem de informação e não
somente modelagem 3D. Isso faz com que muitas vezes as informações fiquem retidas
com o editor, não estando disponíveis para os usuários, tornando os modelos pouco
colaborativos e incapazes de lidar com a complexidade dos projetos de infraestrutura.

Além disso, quando comparados aos softwares para edificações, percebe-se que as
configurações e parametrizações para projetos de infraestrutura estão muito menos
avançadas, principalmente no que tange à geometria complexa dos sistemas de
transporte (mudança de perfil, seções, superelevações ao longo do traçado de uma
ferrovia, rodovia ou ponte, por exemplo) e à exequibilidade de simulações através dos
modelos BIM - como dimensionamentos de pavimentos e análises de tráfego (CORRÊA et
al., 2019).

O Quadro 1 apresenta uma comparação entre o uso do BIM no setor de infraestrutura e


de edificações, evidenciando as diferenças no que tange aos modelos, tecnologias,
níveis de maturidade, aspectos culturais e de pesquisa científica. A partir dele, é possível
observar uma diferença entre os dois setores quanto ao estágio de adoção,
implementação e utilização da metodologia BIM. Em especial, no que se refere ao
número de pesquisas científicas, o que é corroborado pela Tabela 1, que evidencia o
número de publicações existentes sobre BIM nessas áreas de atuação. Até 2015, da
quantidade total de publicações de BIM nos principais bancos de dados da literatura,
apenas cerca de 6% eram relacionadas à infraestrutura (BRADLEY et al., 2016).

1099
Quadro 1: Comparação do BIM na infraestrutura e em edificações
Infraestrutura Edificações
Menor complexidade do modelo Maior complexidade do modelo
Poucos softwares modeladores Mais softwares modeladores
Cliente principal é público Cliente principal é privado
Baixa interoperabilidade Razoável interoperabilidade
Baixo número de pesquisas Diversas pesquisas
Cultura de projetista e construtor Alavancado pelos projetistas
Fonte: Côrrea et al., (2019)

Tabela 1: Número de publicações sobre o tema BIM até 2015


Scopus Engineering Village Science Direct Web of Science Total
BIM na Infraestrutura 50 71 11 46 178
BIM em Edificações 1.057 901 183 675 2.816
Total 1.107 972 194 721 2.994
Fonte: Bradley et al.,
(2016)

2.2. Conceito de nível de desenvolvimento


A eficiência no compartilhamento de informações nos processos BIM está
essencialmente ligada à especificação dos requisitos de informação entre participantes
envolvidos no processo (ISO 19.650-1, 2018). Para não haver falta de conteúdo nem
volume de trabalho, foi definido pela primeira vez, em 2009, o conceito de Nível de
Desenvolvimento (LOD), como uma classificação com 6 níveis de detalhamento e
informação que os elementos devem apresentar em cada fase do projeto.

O Nível de Desenvolvimento estabelece os requisitos de dados, localização, dimensão,


qualidade e quantidade de cada elemento do projeto. Cada Nível de Desenvolvimento pode
ser descrito pelo Nível de Detalhe (LoD) e Nível de Informação (LoI). O LoD está
vinculado à classificação do detalhamento geométrico do elemento, tendo como aspectos
mais críticos as suas dimensões, área, volume, forma e densidade. Enquanto o LoI se
relaciona com as propriedades dos elementos e atributos não-geométricos, como
especificações de material, custo, desempenho e características técnicas para a
execução, controle e verificação (BIM FORUM, 2018).

Essa definição constituiu um marco importante para a metodologia BIM. Todavia, os


termos adotados ainda geram algumas dúvidas. Manzione, L. e Melhado, S. (2013)
chamam atenção para o fato do LOD ser tratado ora como nível de desenvolvimento,
ora como nível de detalhamento, o que mostra que os conceitos não são muito claros,
fazendo com que acabem sendo utilizados como sinônimos na literatura. Além disso,
nos documentos ilustrativos de LOD as figuras normalmente relacionam esse conceito ao
aumento de detalhes geométricos, levando o leitor a entender o BIM apenas como
representação tridimensional, dando pouco valor para as propriedades não-geométricas.

Para o presente trabalho, as métricas utilizadas são oriundas das definições apresentadas
pela American Institute of Architects (AIA) e pela British Standards Institution (BSI),
conforme apresentado no Quadro 2 e Quadro 3, respectivamente.

1100
Quadro 2: Níveis de desenvolvimento (LOD) BIM
Descrição
LOD 100 Pre-design (Croqui). Um elemento do LOD 100 não contém características como dimensões, forma
e localização exatas (espaços reservados genéricos sem informações físicas).
LOD 200 Schematic Design (Desenho Esquemático). Os elementos do LOD 200 já contêm informações
aproximadas de dimensões, forma e localização.
LOD 300 Design Development (Desenvolvimento do Projeto). As representações gráficas dos elementos do
LOD 300 são similares às do LOD 200, mas sua geometria e características físicas são consideradas
precisas neste estágio. Em outras palavras, as informações aqui podem ser usadas na fase de
execução.
LOD 350 Construction Documentation (Documentação de Construção). Os elementos do LOD 350 têm a
mesma informação do LOD 300. A diferença é que eles possuem interfaces com outros
componentes. Um modelo LOD 350 indica como o componente será instalado e como ele interage
com outros sistemas.
LOD 400 Construction (Construção). Os elementos LOD 400 incluem detalhes concernentes à fabricação,
montagem e instalação. Esses detalhes podem ser utilizados pelos fornecedores para fabricarem os
componentes.
LOD 500 As-Built. Os elementos do LOD 500 são verificados em campo em termos de tamanho, forma,
quantidade, localização e orientação. Gerentes de instalações podem utilizar esses elementos como
referência para a operação e manutenção.
Fonte: Adaptado de AIA (2013)

Quadro 3: Níveis de detalhe (LoD) e informação (LoI) BIM


Descrição Descrição
LoD 02 Concept Stage. Representação gráfica do LoI 02 Concept Stage. Informação mínima de
elemento, dimensionamento preliminar a traçado para atendimento das premissas
partir de seção tipo (Dimensões, localização básicas do projeto (alinhamento, rampa e
etc.). curva).
LoD 03 Developed Design. Representação espacial LoI 03 Developed Design. Incorpora requisitos de
geral da solução de engenharia proposta. performance para dimensionamento dos
elementos de projeto.
LoD 04 Technical Design. Representação espacial LoI 04 Technical design. Apresentação do projeto
completa do projeto. tipo dos elementos que atendem aos
requisitos de performance atribuídos para
cada elemento.
LoD 05 Construction. Representação espacial do LoI 05 Construction. Apresentação das soluções
projeto completo e detalhado de modo a de engenharia específicas que atendem aos
viabilizar sua execução. requisitos de performance atribuídos para
cada elemento.
LoD 06 Operation and maintenance. Aquisição das LoI 06 Operation and maintenance. Aquisição de
dimensões e elementos de campo a serem dados de campo a serem incorporados no
incorporados no modelo a ser estruturado modelo a ser estruturado como uma base de
como uma base de dados. dados.
Fonte: Adaptado de BSI (2013)

A ISO 19.650-1 (2018) introduziu, ainda, o conceito de Level of Information Need (LOIN),
que estabelece quatro pré-requisitos para estabelecer o detalhamento da informação,
geometria e entregáveis de projeto, são eles: porque a informação é necessária, quando
a informação é requerida, quem requisita e demanda a informação e quais são as
informações requeridas. Um exemplo de discussão relacionada ao nível de detalhamento
da informação necessária para projetos de engenharia envolve o uso de modelos digitais de
elevação (MDE) públicos, como a base topográfica Shuttle Radar Topography Mission
(SRTM), ao invés de dados topográficos adquiridos diretamente em campo. Tal medida
implica maior rapidez nos estudos iniciais de traçado e menor custo para análises iniciais

1101
de viabilidade do projeto. O mesmo ocorre, no âmbito do projeto de terraplenagem, para o
cálculo do fator de homogeneização (Fh). O referido fator define a razão entre o volume do
material escavado e o volume do material após a sua compactação no aterro. Para estudos
iniciais, em vez da obtenção do referido valor com base em estudos de campo, pode-se
adotar premissas de Fh em função das características geológicas da região. Assim como a
adoção da base topográfica SRTM, a adoção de premissas de Fh permite reduzir os
custos e aumentar a celeridade na concepção da engenharia.

A partir da definição das métricas, quando contratado um projeto BIM, deveria-se saber
quais informações o modelo deve ter em cada fase do processo. No entanto, essa
definição para componentes de modelos BIM de infraestrutura pode gerar
entendimentos distintos, dificultando a comunicação entre as partes interessadas.
(CORRÊA et al., 2019) Assim, seja pela baixa representação das publicações versando a
aplicação do BIM na infraestrutura ou pela ausência de definições precisas dos
componentes na modelagem, é demonstrado o baixo nível de maturidade da metodologia
nos projetos de infraestrutura. Tal aspecto evidencia o seu atraso em relação ao setor de
construção civil, bem como a ausência de uma definição clara dos componentes
necessários nos modelos de infraestrutura em cada nível de desenvolvimento do projeto,
justificando a abordagem desse tema por este trabalho.

3. METODOLOGIA
Para atingir os objetivos da pesquisa, foi realizada uma entrevista semiestruturada com
oito especialistas em BIM, com variados níveis de experiência (conforme Tabela 2). A
entrevista semiestruturada é um modelo de entrevista flexível, que possui um roteiro pré-
definido, mas que concede liberdade para o entrevistado fornecer dados descritivos nos seus
próprios termos, permitindo, assim, uma melhor compreensão de como o entrevistado
interpreta aquele assunto.

Tabela 2: Perfil dos entrevistados


Tempo de Tempo de
Área de Disciplinas de
Especialista Formação Atuação Atuação
Atuação Concentração
em Projeto em BIM
Geométrico,
Projetos de Infra. Rodoviária
1 Eng. Civil 7 anos 3,5 anos Terraplenagem
e Ferroviária
e Superestrutura
Projetos de Infra.
Hidrologia e
2 Eng. Civil 10 anos 4 anos Rodoviária, Ferroviária e
Drenagem
Aérea
Geométrico,
3 Eng. Civil 23 anos 14,5 anos Projetos de Infra. Ferroviária Terraplenagem
e Pavimentação
Eng. de
Modelagem da Informação
4 Fortificação 2 anos 7 anos -
da Construção
e Construção
Geométrico,
Eng. de Projetos de Infra. Ferroviária
5 18 anos 2 anos Terraplanagem
Agrimensura e Rodoviária
e Interferências
Arquitetura e Projetos de Obras-de-arte Obras-de-arte
6 5 anos 7,5 anos
Urbanismo Especiais Especiais
Geométrico e
7 Eng. Civil 4 anos 7 anos Projetos de Infra. Ferroviária
Drenagem

1102
8 Eng. Civil 10 anos 3 anos Projetos de Infra. Rodoviária Geométrico

Fonte: Os autores (2021)

Para a definição do roteiro, fez-se necessário o estabelecimento dos objetivos de pesquisa,


bem como dos tópicos a serem abordados. Os objetivos delineados foram: definição dos
níveis de detalhamento e de informação dos elementos do projeto de cada disciplina em
cada fase de projeto; e elucidação dos entregáveis dos projetos das diferentes disciplinas
para cada escala de LOD ou LoD e LoI. Para obtenção de um conjunto de disciplinas de
projeto visando compor o objeto de pesquisa, foram adotadas as diretrizes do Ofício Circular
nº01/2016/GPFER/SUFER, que remete à padronização e ao tipo de documentação prevista
para os projetos de engenharia ferroviária (BRASIL, 2016). O presente estudo buscou
definir o conjunto de requisitos de detalhamento e informação para projetos de
engenharia ferroviária, se limitando às etapas iniciais do ciclo de vida desses ativos.
Desse modo, a escala de LOD se limitou aos níveis de 100 a 500 e a escala de LoD/LoI de
1 a 6, excetuando-se o nível referente à fase de operação.

A entrevista foi realizada de modo remoto e em tempo real, sendo apresentados ao


entrevistado o objetivo do artigo e a planilha eletrônica a ser preenchida com suas
opiniões. A planilha foi estruturada de forma que os entrevistados inserissem as
informações que julgassem necessárias para cada nível das métricas utilizadas, para cada
disciplina de projeto, nos moldes do Quadro 4, Quadro 5 e Quadro 6. De acordo com a
disponibilidade dos entrevistados, cada encontro
teve, em média, duração de duas horas, totalizando, aproximadamente, 15 horas de
entrevistas, com a coleta das informações qualitativas e quantitativas necessárias. Com
relação às métricas adotadas, três dos entrevistados utilizaram a escala LOD e cinco
optaram pela escala LoD/LoI.

Finda a fase de entrevistas, a análise e consolidação das respostas foi realizada em


duas reuniões, em que os autores debateram as respostas apresentadas e, em conjunto,
preencheram cada nível a partir das considerações dos entrevistados, criando uma escala
que representa as opiniões dos especialistas. O objetivo desse método foi extrair as
opiniões dos entrevistados e aglutiná-las em uma definição única quanto ao
desenvolvimento das disciplinas de um projeto de infraestrutura para cada escala de LOD
ou LoD e LoI.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos para o detalhamento dos atributos de modelagem e de
informação encontram-se consolidados no Quadro 4, Quadro 5 e Quadro 6. Serão
utilizadas as seguintes designações: Disciplina (DISC.); Proj. Geométrico (PG); Proj.
Terraplenagem (PT); Proj. Drenagem (PD); Proj. Interferência (PI); Proj. Obras
Complementares (PC); Proj. Pavimentação (PP); Proj. Sinalização (PS); Projeto de Obras
de Arte Especiais (OAE); e Proj. Desapropriação (PDES). O símbolo “+” indica que as
informações apresentadas para cada nível de LoD, LoI ou LOD em questão devem ser
somadas aos atributos incluídos nos níveis anteriores.

1103
Quadro 4: Resultado consolidado das entrevistas para Level of Detail (LoD)
DISC. LoD02 LoD03 LoD04 LoD05 LoD06
Geometria + corredor + integração com
Sem detalhes superelevação, + as built e
PG (planimétrica e as demais
adicionais superlargura, faixas monitoramento
altimetria) disciplinas
adicionais etc.
Volume geral sem + premissa de + sólido de + refinamento do + as built e
PT camada - topografia estratigrafia - terraplenagem e escalonamento monitoramento
SRTM topografia SRTM distribuição
Localização com + dispositivos + representação + detalhes dos + as built e
PD linha de chamada projetados/ 3D, inclinação, dispositivos e retroalimentar o
de uma OAC a ser existentes - projeto esconsidade e integração com as modelo
projetada tipo condições locais demais disciplinas
Linha de chamada + representação + representação Sem informações + as built e
PI das principais interferências completa da adicionais nesse retroalimentar o
interferências existentes na solução para nível modelo
topografia interferências
PC Não se aplica Geometria genérica + projeto tipo + integração com + as built
as disciplinas
Representação por + modelagem dos + modelagem + detalhes + as built e
PP principais completa do
hachura executivos monitoramento
elementos pavimento
PS Não se aplica + representação + elementos de + detalhes + as built e
linear e por ponto sinalização executivos monitoramento
+ volumetria + armaduras, + detalhes + as built e
OAE Geometria genérica formas e demais
aproximada executivos monitoramento
elem. construtivos
PDES Área estimada Sem detalhes + área definitiva + detalhes + as built e
adicionais pós integração executivos monitoramento
Fonte: Os autores (2021)

1104
Quadro 5: Resultado consolidado das entrevistas para Level of Information (LoI)
DISC. LoI02 LoI03 LoI04 LoI05 LoI06
Extensão, premissa + superelevação,
Sem informações + as built e
PG de projeto, superlargura e + notas de serviço
adicionais monitoramento
custo/km desempenho
+ Fator de
Informações + Informações Homogeneização, + notas e
+ as built e
PT imprecisas de corte imprecisas de materiais e volumes especificações de
monitoramento
e aterro (volume) categorias de corte e aterro serviço
mais precisos
+ refinamento
Localização e + projeto tipo, + notas e + as built com fotos
informações
PD extensão estimativa de especificações de e alterações
(vazão, velocidade,
aproximada insumos e posição serviço constatadas
recobrimento etc.)
Somente Informações devem + especificações de
+ as built, checklist
informações descrever a serviço,
+ descrição das de inspeção e
PI geométricas natureza e refinamento
soluções tipo histórico de
associadas geometria dos quantitativos,
manutenção
(extensões, áreas) objetos realocação etc.
Extensão e + dimensionar e
+ pré- + notas de serviço e
quantidade especificar
PC dimensionamento especificações de + as built
aproximadas e elementos de
elementos serviço
premissas projeto
Geometria, + dimensionar + as built,
+ pré- + notas de serviço,
materiais e pavimento e monitoramento e
PP dimensionamento especificações e
premissa de especificar retroalimentar o
elementos plano de execução
quantidade materiais modelo
Informações + quantidades + notas e
Sem informações + as built e
PS preliminares de refinadas dos especificações de
adicionais monitoramento
extensão e áreas projetos serviço
Informações de + materiais, taxas
+ especificação de + as built e
OAE extensão, áreas e de armadura e trat. +plano de execução
materiais monitoramento
volume genéricos superficial
+ código,
+ gestão de
informações de +dados de campo +dados de campo
PDES Informação de área lindeiros e de
área, cadastro gov. (laudos) (laudos)
invasões
e tipo uso solo
Fonte: Os autores (2021)

Ao comparar os quadros 4, 5 e 6, pode-se observar que o LoD/LoI apresenta um maior


detalhamento dos atributos de modelagem a serem considerados para as disciplinas de projeto
para os diferentes níveis de classificação. Tal aspecto pode estar associado ao fato de que o
LOD não faz distinção entre os atributos de desenho e informação, de modo que o entrevistado,
em geral, concentra sua resposta nos principais itens a serem incorporados no projeto, sem a
referida distinção, dando prioridade, muita das vezes, aos requisitos geométricos em detrimento
da informação.

Os resultados para o LOD 100 apresentaram disparidade frente ao LoD/LoI 2, que


correspondem ao menor nível de classificação da BSI. A principal diferença está nos detalhes
apresentados para a geometria e a terraplenagem, haja vista que os entrevistados consideraram
para o LoD/LoI 2 a execução dos projetos de corredor com informações nas 3 dimensões e o
fornecimento de volumes aproximados de terraplenagem, enquanto para o LOD 100 não se
aplicaram dados de terraplenagem e a geometria foi representada apenas pelo eixo.

1105
Quadro 6: Resultado consolidado das entrevistas para Level of Development (LOD)
DISC. LOD 100 LOD 200 LOD 300 LOD 350 LOD 400 LOD 500
+ Corredor e
Sem informações + nota de
PG Eixo + perfil vertical informações de + as built
adicionais serviço
desempenho
+
Estimativas de
+ cálculo do + distribuição de refinamento
volume e + as built com
volume, dados massas e dos dados
PT Não se aplica premissa de jazidas, cortes e
geotécnicos geotecnia por seção
atributos aterros
preliminar completa e notas de
materiais
serviço
+ estudo
paramétrico e + projeto tipo de + notas de + as built,
macro bacia para drenagem e + refinamento do serviço, monitoramento
PD Não se aplica
Obras de Arte dimensionamento projeto executivo estudos de operação e
Corrente e Obras preliminar outorga etc. manutenção
de Arte Especiais
Identificação + quantitativo + dados de
+ plano de
das paramétrico e + refinamento tráfego e
PI execução e + as built
interferências eixo das das estimativas detalhamento
detalhamento
no eixo interferências interferências
+ integração das
+ projeto tipo + + as built,
disciplinas e
com a detalhamento monitoramento
PC Paramétrico + projeto tipo refinamentos por
localização e plano de operação e
meio de dados de
aproximada execução manutenção
campo
+ pré-
+ detalhamento +
dimensionamento + as built e
do detalhamento
PP Não se aplica + seção tipo camadas e gerência do
dimensionamento e plano de
localização das pavimento
superestrutura execução
jazidas
+ + dados de + notas de + as built e
PS Não se aplica Não se aplica
projeto tipo tráfego e detalhes serviço monitoramento
+
+ linha de + as built,
dimensionamento + plano de
chamada e + pré- + refinamento do monitoramento
OAE estrutural e execução e
dados dimensionamento dimensionamento operação e
capacidade detalhamento
paramétricos manutenção
hidráulica
+ localização das + refinamento
+ inclusão da +
interferências e poligonal + as built e
Poligonal desapropriação informações
PDES faixa de domínio desapropriação e monitoramento
estimada referente aos de campo
variável conforme informações de de invasões
acessos (laudos)
corte e aterro custo
Fonte: Os autores (2021)

Já os níveis intermediários de classificação, como os LoD/LoI 3 e 4 e os LOD 200 a 350,


apresentaram maior variação de resposta entre os entrevistados, de modo que foi adotada a
consideração mais frequente na etapa de consolidação dos resultados. Tais variações podem ser
resultado da dificuldade de adaptação das referidas métricas, originárias do ramo da arquitetura,
e das práticas de projeto adotadas pelos próprios profissionais. Pode-se observar que os projetos
tipo são incluídos enquanto elemento de detalhamento nos níveis LOD 200/300 e LoD 3/4,
apesar do termo ter sido mais aplicado para a classificação LOD. Destaca-se que os elementos
de projeto considerados para a etapa de LoD/LoI 4 apresentam a maior evolução em termos de
detalhamento e informação, tendo em vista a necessidade de se obter a representação espacial
completa do projeto. O mesmo detalhamento é agregado à modelagem na métrica LOD em dois

1106
níveis diferentes, no LOD 300 e 350, como é o caso do corredor na disciplina de geometria, o
dimensionamento do pavimento, a cubação e distribuição de massa em terraplenagem.

No que se refere aos maiores níveis de detalhamento e informação, que remetem às fases de
construção, as respostas dos entrevistados apresentam grande convergência, o que pode ser
constatado pelo Gráfico 1 e Gráfico 2, que apresentam os níveis de LoD/LoI atribuídos para os
projetos conceitual, básico e executivo. Uma vez que a maioria dos entrevistados adotaram a
referida métrica, optou-se por apresentar os resultados obtidos exclusivamente por meio desta.

As etapas de projeto conceitual e básico apresentam maior diversidade de classificações


atribuídas tanto para o LoD quanto para o LoI, em comparação com a etapa de projeto
executivo. A maior variação observada ocorre para o LoI do projeto básico com até 3
classificações diferentes para os elementos, podendo ser compreendido como reflexo da
dificuldade de enquadramento dos elementos de projeto de infraestrutura na referida métrica,
conforme já discutido no âmbito dos atributos de modelagem.

Em uma visão geral, pode-se afirmar que os resultados de classificação de LoD para os níveis
de maturidade de projeto apresentam maior convergência, não excedendo 2 níveis por elemento,
apesar da falta de referencial e de normatizações. Tal resultado pode estar relacionado ao fato
de que há uma maior clareza no mercado quanto às necessidades de representação gráfica e
modelagem, sendo essa dimensão do BIM mais explorada pelos contratantes. O mesmo não
ocorre para os atributos de informação, que ainda são pouco explorados comercialmente no
âmbito da infraestrutura, podendo justificar a maior diversidade de respostas para os LoIs.

Gráfico 1: Resumo dos resultados do nível de detalhamento (LoD)

Fonte: Os autores (2021)

1107
Gráfico 2: Resumo dos resultados do nível de informação (LoI) para as fases de projeto

Fonte: Os autores (2021)

5. CONCLUSÃO
Diante do exposto, julga-se que este artigo atingiu seu objetivo, ao conseguir, por meio dos
dados obtidos nas entrevistas, refletir as opiniões de diversos especialistas envolvidos com a
metodologia BIM a respeito dos níveis de detalhamento e de informação necessários para as
diferentes fases de projeto. Além disso, foi possível chegar a uma relação dos atributos
geométricos e não-geométricos requeridos para as diferentes disciplinas em cada nível, seja em
termos de nível de desenvolvimento (LOD) ou de detalhamento e informação (LoD/LoI).

Nesse sentido, acredita-se que o presente artigo possa contribuir para o aumento da maturidade
em BIM na infraestrutura, uma vez que possibilita uma melhor compreensão do processo e das
métricas BIM utilizadas para avaliação do desenvolvimento do modelo, elucidando uma
questão que, muitas das vezes, gera entendimentos diversos, dificultando a comunicação entre
as partes interessadas. Ainda com relação aos resultados obtidos neste trabalho, eles evidenciam
a necessidade de elaboração de especificações de desenvolvimento de projetos em BIM na
infraestrutura, uma vez que os dados apontam uma assimetria de entendimento com relação aos
níveis de informação a serem empregados nas diferentes etapas de projeto.

Para estudos futuros, propõe-se o refinamento da pesquisa por meio da metodologia Delphi, em
que se partiria dos diversos pontos-de-vista dos entrevistados, obtidos neste trabalho, para
elaborar um questionário estruturado, a ser remetido novamente para os entrevistados, podendo-
se, ainda, aumentar esse painel de especialistas, de forma a tentar obter uma convergência de
respostas, reduzindo ao máximo as diferentes possibilidades de previsões ou suposições.

1108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABDI (2018) Modelagem BIM é alternativa para reverter cenário atual da construção civil. Disponível em:
<https://www.abdi.com.br/postagem/modelagem-bim-e-alternativa-para-reverter-cenario-atual-da-
construcao-civil>. Acesso em: 06 jul 2021.
AIA (2013) G202-2013 Building Information Modeling Protocol Form. American Institute of Architects.
BIM FORUM (2018). Level of Development Specification Part I & Commentary. United States: American Institute
of Architects (AIA).
BRADLEY, A. et al., (2016). BIM for Infrastructure: An Overall Review and Constructor Perspective.
Automation in Construction, v.71, n. 2, p. 139 - 152, 2016.
Brasil (2016) Ofício Circular nº01/2016/GPFER/SUFER - Orientações relativas à padronização do formato da
documentação estabelecida pela Resolução ANTT nº 2.6952008, no seu encaminhamento pelas
Concessionárias, com vistas à obtenção de autorização para execução de obras. Diário Oficial da União.
Brasília, DF.
Brasil (2019) Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019 - Dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação
do Building Information Modelling e institui o Comitê Gestor da Estratégia do Building Information
Modelling. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, n. 163, p. 2-3.
Brasil (2020) Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020 - Estabelece a utilização do Building Information Modelling
na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades
da administração pública federal, no âmbito da Estratégia Nacional de Disseminação do Building
Information Modelling - Estratégia BIM BR, instituída pelo Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019.
Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, n. 65, p. 5-7, 3 abr.
Brasil (2021) Lei 14.133, de 1º de abril de 2021- Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Diário Oficial da
União: seção 1, Brasília, n. 61F, p. 1-23, 1º abr.
BSI (2013) PAS 1192-2: 2013: Specification for information management for the capital/delivery phase of
construction projects using building information modelling. British Standards Institution.
Cerbino, F. S.; Seraco, I. P.; Donato, M. e Neto, H. X. R. (2019) Diagnóstico do setor ferroviário brasileiro frente
às expectativas com a renovação antecipada das concessões. In Anais do 33º Congresso de Pesquisa e
Ensino em Transportes (p. 2146-2157).
Corrêa, S. L. M.; Siviero, L. F.; de Oliveira Freitas, R.; Corrêa, F. R. e Santos, E. T. (2019) BIM para infraestrutura
de transportes. Simpósio Brasileiro De Tecnologia Da Informação E Comunicação Na Construção, 2, 1-8. Dodge
Data & Analytics (2017) The Business Value of BIM for Infrastructure 2017. SmartMarket Report, Dodge
Data & Analytics.
IPEA (2010) Infraestrutura econômica no Brasil: diagnósticos e perspectivas para 2025. Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, Brasília.
ISO 19650-1 (2018) Organization and digitization of information about buildings and civil engineering works,
including building information modelling (BIM) - Information management using building information
modelling -- Part 1: Concepts and principles, International Organization for Standardization, Genebra.
Manzione, L. e Melhado, S. (2013) Metodologia de Cálculo do Nível de Desenvolvimento de um Projeto em BIM.
Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído (SBQP TIC 2013), São Paulo.
Mode, S. (2019) Sistemas BIM: Revolução Tecnológica também na construção civil. Mundo Digital. Disponível
em <http://www.mundodigital.net.br/index.php/destaque/12229-sistemas-bim-revolucao-tecnologica-
tambem-na-construcao-civil>. Acesso em: 10 jun 21.
Sankaran, B. e O’brien, W. J. Establishing The Level Of Development (LOD) Requirements For Modeling In
Highway Infrastructure Projects. International Conference on Civil and Building Engineering Informatics
(ICCBEI 2015), Tokyo. Abril, 2015.
Tolmer, C. E.; Castaing, C.; Morand, D. e Diab, Y. (2015) Information management for linear infrastructure
projects: conceptual model integrating Level of Detail and Level of Development. In Proc. of the 32nd CIB
W78 Conference (pp. 735-743).

Dayanna R. da Cunha Nunes (dayanna_nunes@ime.eb.br)


Lucas Santos Felicetti (lucas.felicetti@ime.eb.br)
Rafael Lopes Witiuk (rafael.witiuk@ime.eb.br)
Salvador Gomes Neto (salvadorgomes@ime.eb.br)
Giuseppe Miceli Junior (giuseppe.pged@ime.eb.br)
Engenharia de Transportes, Instituto Militar de Engenharia
Praça General Tibúrcio, 80 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil

1109

Você também pode gostar