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JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E DAS RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE VITÓRIA DE

SANTO ANTÃO - PE

Rua da Amargura, nº 100, Bairro da Saudade, Vitória de Santo Antão CEP: 88.999-000

Processo nº [0000XXX-XX.XXX.X.XX.XXXX]

DEMANDANTE: Paulinely Santos

DAMANDADO: Topada Calçados LTDA.

SENTENÇA

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais proposta por PAULINELY
SANTOS em desfavor de TOPADA CALÇADOS LTDA., alegando, em síntese, que durante um
evento a sandália adquirida da parte requerida apresentou defeito de fabricação, resultando
em danos materiais.

RELATÓRIO

A parte autora alega que adquiriu um par de sandálias na loja do réu, buscando um
calçado bonito e confortável para um show. No entanto, durante o evento, a sandália se
descolou, causando a queda da requerente, resultando em diversos ferimentos faciais,
incluindo a quebra do nariz.

A parte requerida apresentou contestação, alegando, em suma, a culpa exclusiva da


autora pelo ocorrido, argumentando que as sandálias produzidas são de qualidade e que o
incidente se deu em razão do mau uso do produto. Subsidiariamente, a requerida alega a
possibilidade de culpa concorrente.

Passo a decidir.

Após análise dos elementos probatórios apresentados pelas partes, bem como das
demais provas produzidas nos autos, constato que a responsabilidade do réu restou
devidamente comprovada. Verifica-se que o réu agiu de forma negligente ao não observar o
cuidado necessário, ocasionando danos materiais e morais ao autor. Ficou evidenciado que o
réu não adotou as cautelas necessárias no exercício de suas atividades, agindo com negligência
ao não cumprir com as normas de segurança aplicáveis.

Além disso, à alegação da requerida no tocante a culpa concorrente, não merece


prosperar. A possibilidade de que, mesmo havendo culpa concorrente, não há elementos
concretos que tornem cristalino o argumento de que a autora utilizou o calçado de forma
descuidada. O que se sabe, é que de fato estamos diante de um defeito de fabricação que
expôs a requerente a uma situação vexatória.
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, condenando a parte requerida
ao pagamento de indenização à título dos danos morais e materiais causados à requerente.

FUNDAMENTAÇÃO

Inicialmente, é importante destacar que, de acordo com o artigo 186 do Código Civil,
aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Considerando a relação estabelecida entre as partes, enquadrada como relação de


consumo nos termos do Código de Defesa do Consumidor, é aplicável a responsabilidade civil
objetiva. Nesse sentido, o artigo 14 do referido código estabelece que os fornecedores de
produtos ou serviços respondem independentemente da existência de culpa, pelos danos
causados aos consumidores.

No presente caso, ficou demonstrado que houve um defeito no produto adquirido pela
requerente, causando-lhe danos físicos e financeiros. Diante disso, a parte autora tem direito à
reparação pelos danos sofridos.

No que diz respeito ao quantum indenizatório, cabe salientar que a autora apresentou
documentos comprobatórios dos danos materiais suportados, tais como orçamentos, notas
fiscais e comprovantes de despesas. Esses documentos, devidamente corroborados pelas
testemunhas ouvidas em sede de juizado, demonstram de forma clara e objetiva os prejuízos
materiais experimentados pelo autor em decorrência da conduta negligente do réu.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE a ação e CONDENO o réu a pagar à parte autora a
quantia de R$10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos materiais.

Ademais, é importante ressaltar que a indenização fixada deverá ser acrescida de juros e
correção monetária, a contar da data do evento danoso, conforme determinado pela legislação
vigente.

Condeno o réu, ainda, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados
em 20% sobre o valor da condenação.

Determino a citação do réu para que, querendo, apresente eventual recurso no prazo legal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Vitória de Santo Antão, 19/052023.

Dr. Jubileu Amaro


Juiz de Direito do Juizado Cível

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