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PESQUISA ACADÊMICA 03: QUESTÕES

OAB E CONCURSOS
Professora: Ana Carolina Borges Oliveira
Aluno (a): Flávio André Buccos Nascimento de Almeida

1) Bento Albuquerque com o intuito de realizar o sonho de passar a aposentadoria


na beira da praia, procura Inácio Monteiro, proprietário de uma quadra de lotes a
100 (cem) metros da famosa Praia dos Coqueiros, para comprar um lote sobre o
qual seria construída sua sonhada casa de veraneio. Bento mostrou o projeto
arquitetônico de sua futura casa na praia a Inácio e ressaltou que o lote para
construção do projeto deveria contar com, no mínimo, 420 m² (quatrocentos e vinte
metros quadrados), metragem necessária para construção da piscina, sauna e
churrasqueira, além da casa projetada para ter quatro quartos. (2022, XXXIV
EXAME DE ORDEM, FGV)
Nas tratativas e na escritura de compra e venda do imóvel, restou consignado que o
imóvel possui 420 m² (quatrocentos e vinte metros quadrados) e que o preço certo e
ajustado para essa metragem era de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais). No
entanto, Bento ao levar o arquiteto para medidas de praxe e conhecer o lote sobre o
qual o projeto seria construído, foi surpreendido ao ser informado que o imóvel
contava apenas com 365m² (trezentos e sessenta e cinco metros quadrados) e que o
projeto idealizado não poderia ser construído naquele lote.
Sobre a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Bento nada pode fazer em relação a metragem faltante, tendo em vista que era sua
obrigação conferi-la antes de adquirir o imóvel.
b) Bento tem o direito de exigir o complemento da área faltante, e, caso não seja possível,
tem a faculdade de rescindir o contrato ou pedir pelo abatimento do preço de acordo com
a metragem correta do imóvel.
c) Não haverá complemento de área, pois o imóvel foi vendido como coisa certa
discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões.
d) Presume-se que a referência às dimensões do imóvel é enunciativa, pois a diferença de
metragem não chega a 20%, (vinte por cento), logo, deverá ter, prioritariamente,
abatimento do preço, mas não a complementação da metragem faltante.
RESPOSTA: LETRA B. Art. 500, CC. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por
medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em
qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o
complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato
ou abatimento proporcional ao preço.
2) Ivan, sócio da Soluções Inteligentes Ltda., celebra contrato de empreitada, na
qualidade de dono da obra, com Demétrio, sócio da Construções Sólidas Ltda., tendo
esta como a empresa empreiteira. A obra tem prazo de duração de 1 (um) ano,
contratada a um custo de R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais),
fracionados em 12 (doze) prestações mensais de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
(2022, XXXIV, EXAME DE ORDEM, FGV)
O contratante, Ivan, necessita da obra pronta no prazo acordado. Em razão disso,
acordou com Demétrio uma cláusula resolutiva expressa, informando que o atraso
superior a 30 (trinta) dias importaria em extinção automática do contrato. Para se
resguardar, Ivan exigiu de Demétrio que expusesse seu acervo patrimonial,
mostrando o balanço contábil da empresa, de modo a ter convicção em torno da
capacidade econômica da empreiteira para levar a cabo uma obra importante, sem
maiores riscos.
Transcorridos três meses de obra, que seguia em ritmo normal, em conformidade
com o cronograma, Ivan teve conhecimento de que a empreiteira sofreu uma
violenta execução judicial, impondo redução de mais de 90% (noventa por cento) de
seu ativo patrimonial, fato que tornou ao menos duvidosa a capacidade da
empreiteira de executar plenamente a obrigação pela qual se obrigou.
Diante deste fato, assinale a afirmativa correta.
a) Ivan pode se recusar a pagar o restante das parcelas da remuneração da obra até que
Demétrio dê garantia bastante de satisfazê-la.
b) O dono da obra pode requerer a extinção do contrato, ao fundamento de que há
inadimplemento anterior ao termo, pela posterior redução da capacidade financeira da
empreiteira.
c) A cláusula resolutiva expressa prevista no contrato é nula, pois o ordenamento não
permite a resolução automática dos contratos, por inadimplemento, impondo-se a via
judicial.
d) A parte contratante tem direito de invocar a exceção de contrato não cumprido, em face
do risco iminente de inadimplemento.
RESPOSTA: LETRA A. Art. 477, CC. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma
das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar
duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe
incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-
la.
3) Joana e Mário são pais de Ricardo, atualmente com 8 anos, e que se encontra no início
de sua vida escolar. Tércio, irmão de Joana, decide doar, ao sobrinho Ricardo, certa
quantia em dinheiro. (2022, XXXIV EXAME DE ORDEM, FGV)
Para que esta doação seja válida, o contrato
a) deve ser anuído pelo próprio sobrinho, Ricardo.
b) precisa contar com o consentimento de Ricardo, expressado por Joana e Mário.
c) dispensa a aceitação, por ser pura e realizada em favor de absolutamente incapaz.
d) prescinde de consentimento de Ricardo, pois se trata de negócio jurídico unilateral.
RESPOSTA: LETRA C. Art. 543, CC. Se o donatário for absolutamente incapaz,
dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
4) Leandro decide realizar uma doação com a finalidade exclusiva de remunerar
serviços prestados voluntária e espontaneamente por Carmen em sua ONG
(Organização Não Governamental). Oferece, então, um pequeno imóvel residencial,
avaliado em R$ 100.000,00 (cem mil reais), por instrumento particular,
oportunidade na qual o doador fez questão de estipular uma obrigação: Carmen
teria que realizar benfeitorias específicas na casa, tais como a troca dos canos
enferrujados, da fiação deteriorada, bem como a finalização do acabamento das
paredes, com a devida pintura final.
A donatária aceita os termos da doação e assina o documento particular, imitindo-
se na posse do bem e dando início às obras. Alguns dias depois, orientada por um
vizinho, reúne-se com o doador e decide formalizar a doação pela via de escritura
pública, no ofício competente, constando também cláusula de renúncia antecipada
do doador a pleitear a revogação da doação por ingratidão.
Dois anos depois, após sérios desentendimentos e ofensas públicas desferidas por
Carmen, esta é condenada, em processo cível, a indenizar Leandro ante a prática de
ato ilícito, qualificado como injúria grave. Leandro, então, propõe uma ação de
revogação da doação. (2021, XXXII, EXAME DE ORDEM, FGV)
Diante desse fato, assinale a afirmativa correta.
a) Mesmo diante da prática de injúria grave por parte de Carmen, Leandro não pode
pretender revogar a doação, porque houve renúncia expressa no contrato.
b) A doação para Carmen se qualifica como condicional, eis que depende do cumprimento
da obrigação de realizar as obras para a sua confirmação.
c) A doação para Carmen não pode ser revogada por ingratidão, porque o ato de
liberalidade do doador teve motivação puramente remuneratória.
d) O ordenamento admite que a doação para Carmen fosse realizada por instrumento
particular, razão pela qual a realização da escritura pública foi um ato desnecessário.
RESPOSTA: LETRA C. Art. 564, I, CC. Não se revogam por ingratidão: I - as doações
puramente remuneratórias.
5) Hugo, corretor de imóveis, recebe oferta de contrato, por prazo indeterminado,
para intermediar a realização de negócios sobre novo empreendimento imobiliário,
cujo lançamento ocorrerá em data próxima, obtendo as seguintes informações: (i)
as características gerais do empreendimento, com a descrição da planta, da área e
do valor de cada unidade autônoma projetada, em condomínio edilício; (ii) o valor
oferecido em remuneração pelos serviços de corretagem correspondente a 4% sobre
o valor da venda. Entusiasmado, Hugo entra em contato com diversos clientes
(potenciais compradores), a fim de mediar a celebração de compromissos de compra
e venda com o dono do negócio. Nesse ínterim, consegue marcar uma reunião entre
o incorporador (dono do negócio) e seu melhor cliente, sócio de uma grande rede de
farmácias, pretendendo adquirir a loja principal do empreendimento. Após a
reunião, em que as partes se mostraram interessadas em prosseguir com as
negociações, nenhum dos futuros contratantes tornou a responder ao corretor, que
não mais atuou nesse empreendimento, ante a sua dispensa. Soube, meses depois,
que o negócio havia sido fechado entre o incorporador e o comprador, em
negociação direta, ao valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. (2021, XXXII, EXAME DE
ORDEM, FGV)
a) A dispensa do corretor não ilide o dever de pagar a remuneração que lhe era devida,
pois o negócio se realizou posteriormente, como fruto de sua mediação.
b) Ainda que tenha iniciado a negociação com a atuação do corretor, uma vez concluído
o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida.
c) A ausência do corretor na negociação que resultou no acordo de venda evidencia o
descumprimento do dever de diligência e prudência, motivo pelo qual perde o direito à
remuneração.
d) O corretor tem direito à remuneração parcial e proporcional, pois, apesar de
dispensado, iniciou a intermediação, e o negócio ao final se concretizou.
RESPOSTA: LETRA A. Art. 727, CC: Se, por não haver prazo determinado, o dono do
negócio dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua
mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se
realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do
corretor.
6) Antônio, divorciado, proprietário de três imóveis devidamente registrados no
RGI, de valores de mercado semelhantes, decidiu transferir onerosamente um de
seus bens ao seu filho mais velho, Bruno, que mostrou interesse na aquisição por
valor próximo ao de mercado.
No entanto, ao consultar seus dois outros filhos (irmãos do pretendente comprador),
um deles, Carlos, opôs-se à venda. Diante disso, bastante chateado com a atitude de
Carlos, seu filho que não concordou com a compra e venda do imóvel, decidiu
realizar uma doação a favor de Bruno. (2020, XXXI EXAME DE ORDEM, FGV)
Em face do exposto, assinale a afirmativa correta.
a) A compra e venda de ascendente para descendente só pode ser impedida pelos demais
descendentes e pelo cônjuge, se a oposição for unânime.
b) Não há, na ordem civil, qualquer impedimento à realização de contrato de compra e
venda de pai para filho, motivo pelo qual a oposição feita por Carlos não poderia gerar a
anulação do negócio.
c) Antônio não poderia, como reação à legítima oposição de Carlos, promover a doação
do bem para um de seus filhos (Bruno), sendo tal contrato nulo de pleno direito.
d) É legítima a doação de ascendentes para descendente, independentemente da anuência
dos demais, eis que o ato importa antecipação do que lhe cabe na herança.
RESPOSTA: LETRA D. Art. 496, CC: É anulável a venda de ascendente a descendente,
salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem
consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o
regime de bens for o da separação obrigatória.
7) Juliana devia a Paulo R$ 1 mil por serviços prestados. Para o pagamento da
dívida, e como forma de gratificá-lo, Juliana doou-lhe um anel de ouro no valor de
R$ 10 mil.
No que se refere a essa situação hipotética, assinale a opção correta. (CESPE, DPE-
PA, 2022, DEFENSOR PÚBLICO).
A - Juliana deverá efetivar a doação por escritura pública.
B - Se Paulo for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação por seu representante
legal.
C - Juliana poderá disciplinar que o anel será transferido a sua filha, em caso de morte de
Paulo.
D - Caso Juliana assinale prazo para o aceite e não obtenha resposta, será presumido que
Paulo aceitou a doação, se ciente do prazo estipulado.
E - Juliana poderá, no mesmo ato que se efetivar a doação, renunciar a seu direito de
revogar a doação por ingratidão.
RESPOSTA: LETRA D. Art. 539, CC: O doador pode fixar prazo ao donatário, para
declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não
faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a
encargo.
8) João adquiriu um imóvel e, após a entrega do bem, percebeu que as dimensões
eram inferiores às que lhe haviam sido informadas pelo vendedor. O preço da venda
havia sido estipulado por medida de extensão ou com determinação da respectiva
área (venda ad mensuram). Assim, ante a diferença de metragem, o comprador
deseja intentar ação para postular o abatimento proporcional do preço do imóvel.
Considerando-se a mais recente posição adotada pelo Superior Tribunal de Justiça
acerca do assunto, é correto afirmar que, nessa situação hipotética, o prazo para
João propor a ação é de: (CESPE, MPE-TO, 2022, PROMOTOR DE JUSTIÇA
SUBSTITUTO).
A - dez anos, conforme o Código Civil, sendo sua natureza prescricional.
B - noventa dias, conforme o CDC, sendo sua natureza decadencial.
C - cinco anos, conforme o CDC, sendo sua natureza prescricional.
D - um ano, conforme o Código Civil, sendo sua natureza decadencial.
E - cinco anos, conforme o CDC, sendo sua natureza decadencial.
RESPOSTA: LETRA D. Para a Terceira Turma do STJ, em casos de venda ad mensuram
em que as dimensões do imóvel adquirido não correspondem às noticiadas pelo
vendedor, deve-se aplicar o prazo decadencial de um ano previsto no art. 501 do Código
Civil, que assim dispõe:
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se
determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às
dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não
sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional
ao preço.
(...)
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor
ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
9) Com relação aos negócios jurídicos, julgue o item que se segue. (CESPE, DPE-
RS, 2022, DEFENSOR PÚBLICO).
Considere que Paula tenha celebrado com Pedro, por meio de instrumento
particular, contrato de compra e venda de imóvel mediante o qual ela pretendia
transferir a propriedade do bem ao adquirente. Nesse caso, a ausência de escritura
pública torna nulo o negócio jurídico, sendo impossível a sua conversão.
( ) Certo
( ) Errado
RESPOSTA: ERRADO.
10) A respeito dos contratos em geral e suas espécies, assinale a opção correta.
(CESPE, TCE-PR, AUDITOR, 2016):
a) Em se tratando de venda ad mensuram de imóveis, há presunção relativa de tolerância
de variação de até 5% na extensão do imóvel.
b) O defeito oculto de uma coisa autoriza a rejeição de todas as outras vendidas em
conjunto com ela, dado o princípio da função social do contrato.
c) É anulável a permuta de bens de valores desiguais entre ascendentes e descendentes
sem o consentimento dos demais descendentes, ainda que o ascendente receba o bem de
maior valor.
d) É ilícita a compra e venda, entre cônjuges, de imóvel que pertença exclusivamente a
um deles.
RESPOSTA: LETRA A. Art. 500, §1º, CC: Presume-se que a referência às dimensões foi
simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo
da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais
circunstâncias, não teria realizado o negócio.
11) (2018, IADES, CFM, Advogado) Cláusula especial, em um contrato de compra
e venda, que impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que
aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use do respectivo direito de
prelação na compra, tanto por tanto.
A definição apresentada refere-se ao conceito de
a) retrovenda.
b) venda a contento.
c) venda sujeita à prova.
d) preempção.
e) venda com reserva de domínio.
RESPOSTA. LETRA D. Art. 513, CC. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador
a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em
pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a
cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
12) (2018, FCC, Prefeitura de São Luís – MA, Auditor Fiscal de Tributos I – Geral)
A compra e venda:
a) não admite que a fixação do preço seja deixada ao arbítrio de terceiro, ainda que
escolhido pelas partes, por se tratar de cláusula potestativa.
b) já transfere por si só a propriedade do bem adquirido, conforme contrato respectivo,
segundo o Código Civil.
c) convencionada sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não
houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas
vendas habituais do vendedor; não tendo havido acordo, por ter havido diversidade de
preço, prevalecerá o termo médio.
d) não admite a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, por sua aleatoriedade,
pois se trata de contrato comutativo, que não permite a álea.
e) só pode ter por objeto coisa atual, que já existia; coisas futuras só podem ser objeto de
obrigações naturais, de natureza moral.
RESPOSTA: LETRA C. Art. 488, CC: Convencionada a venda sem fixação de preço ou
de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que
as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
13) Sobre a compra e venda, considere: (FCC, TJ-PI, JUIZ DE DIREITO,2015):
I) Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do
comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
II) É nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
III) O ascendente não pode vender a seus descendentes bens cujo valor ultrapasse a
metade de seu patrimônio.
IV) Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e
os do preço por conta do comprador.
V) É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
Está correto o que se afirma APENAS:
a) II, III e V.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.
d) I, IV e V.
e) e) I, II e IV.
RESPOSTA: LETRA D.
A afirmativa l está CORRETA, pois de fato o Art. 490 do Código Civil estabelece que
salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do
comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
A afirmativa ll está INCORRETA, pois nos termos do Art. 496 do Código Civil é anulável
a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do
alienante expressamente houverem consentido.
A afirmativa lll está INCORRETA, pois nos termos do Art. 549 do Código Civil nula é
também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento.
A afirmativa lV está CORRETA, pois de fato o Art. 492 do Código Civil estabelece que
até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do
preço por conta do comprador.
A afirmativa V está CORRETA, pois de fato o Art. 499 do Código Civil estabelece que é
lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
14) Flávia vendeu para Quitéria seu apartamento e incluiu, no contrato de compra
e venda, cláusula pela qual se reservava o direito de recomprá-lo no prazo máximo
de 2 (dois) anos. Antes de expirado o referido prazo, Flávia pretendeu exercer seu
direito, mas Quitéria se recusou a receber o preço. (FGV, EXAME DE ORDEM,
2015):
Sobre o fato narrado, assinale a afirmativa correta.
a) A cláusula pela qual Flávia se reservava o direito de recomprar o imóvel é ilícita e
abusiva, uma vez que Quitéria, ao se tornar proprietária do bem, passa a ter total e
irrestrito poder de disposição sobre ele.
b) A cláusula pela qual Flávia se reservava o direito de recomprar o imóvel é válida, mas
se torna ineficaz diante da justa recusa de Quitéria em receber o preço devido.
c) A disposição incluída no contrato é uma cláusula de preferência, a impor ao comprador
a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa, mas somente quando decidir vendê- la.
d) A disposição incluída no contrato é uma cláusula de retrovenda, entendida como o
ajuste por meio do qual o vendedor se reserva o direito de resolver o contrato de compra
e venda mediante pagamento do preço recebido e das despesas, recuperando a coisa
imóvel.
RESPOSTA: LETRA D. RETROVENDA. Art. 505, CC: O vendedor de coisa imóvel pode
reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos,
restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que,
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a
realização de benfeitorias necessárias.
15) (2018, MPE-BA, MPE-BA, Promotor de Justiça Substituto) Segundo a legislação
civil, a compra e venda entre ascendentes e descendentes é:
a) Nula de pleno direito.
b) Nula, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante houverem
expressamente consentido.
c) Válida se os outros descendentes do alienante houverem consentido de forma expressa
e o cônjuge de forma tácita.
d) É anulável em qualquer hipótese.
e) É anulável, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante houverem
expressamente consentido.
RESPOSTA: LETRA E.
16. Paulo vendeu um automóvel para Pedro, reservando para si a propriedade até
que o preço esteja integralmente pago. Tal modalidade de compra e venda
denomina-se: (FCC, Analista Judiciário, TRT 11a região, 2017):
a) venda sujeita a preferência.
b) venda a contento.
c) venda sobre documentos.
d) retrovenda.
e) venda com reserva de domínio.
RESPOSTA: LETRA E. Art. 521, CC: Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar
para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.

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